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Este documento aborda o tratamento de sementes, descrevendo os diferentes tipos de tratamentos, produtos químicos e biológicos utilizados, e as formas de aplicação. O texto também discute a importância do tratamento de sementes no controle de doenças e a importância de selecionar produtos eficientes e seguros. Além disso, são discutidos os métodos de termoterapia e a importância da qualidade das sementes.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
Um dos factores de sucesso de uma produção está na utilização de sementes de alta qualidade. As condições de ambiente, como temperatura, umidade e acção de fungos e insectos presentes no solo podem prejudicar a germinação e o estabelecimento das plântulas no campo (MACHADO, 2014).
O potencial produtivo de um capo de produção pode ser afectado por diversos factores, incluindo o ataque inicial de pragas e microrganismos (que afecta directamente o estande recomendado de plantas). O uso de insecticidas e fungicidas aplicados na semente garantem a sua protecção e das plântulas, quando na dosagem e distribuição corretas É sabido que 90 % das culturas destinadas à produção de alimentos no mundo estão sujeitas ao ataque de doenças, cuja maioria dos agentes causais pode ser transmitida pelas sementes (PESKE et al , 2003).
A semente é o vector mais eficiente de disseminação de patógenos devido às suas características intrínsecas, uma vez que o peptógeno veiculado por ela tem maior chance de provocar doença na planta oriunda dela e se espalhar para outras plantas sadias, iniciando assim uma epidemia. A eficiência da semente como vector independe da distância, sendo que os patógenos podem permanecer viáveis por períodos de tempo mais longos, mantendo sua patogenicidade inalterada (MACHADO, 2014).
2.2.Conceitualização
2.2.1.Semente tratada Trata-se de uma semente que tenha passado por aplicação de processos e substâncias que preservem ou aperfeiçoem o seu desempenho, permitindo a expressão máxima do potencial genético das culturas. Esta aplicação inclui defensivos, produtos biológicos, inoculantes, estimulantes, micronutrientes ou a submissão á tratamentos físicos.
2.3.Tipos de tratamento de sementes
2.3.l. Tratamento químico Compreende aplicação de fungicida, insecticida, antibiótico e nematicida às sementes. Para que o tratamento químico seja eficiente, deve-se seleccionar um produto capaz de erradicar os patógenos presentes nas sementes, não ser tóxico às plantas, ao homem e ao ambiente, apresentar alta estabilidade, aderência e cobertura, não ser corrosivo, ser de baixo custo e fácil aquisição, além de ser compatível com outros produtos (PESKE et al , 2003).
2.3.1.1. Tipos de produtos usados no tratamento químico de sementes Produtos protectores São aqueles que agem superficialmente, tendo pouca capacidade de penetrar na semente, restringindo sua acção sobre os patógenos localizados no tegumento ou logo abaixo desse, sem no entanto penetrar nos tecidos embrionários. Tem-se, como exemplo clássico desse grupo de fungicidas, o Thiram e o Captam (PESKE et al , 2003).
Produtos sistémicos São aqueles que são absorvidos pela semente junto com a água de embebição e transcolados para a plântula, conferindo certa protecção a essa nos estágios iniciais de desenvolvimento (PESKE et al , 2003)
2.3.2.2. Formas de tratamento químico de sementes Via seca Nesta forma de tratamento, produtos formulados como pó seco são misturados com as sementes, até que estas estejam uniformemente revestidas pelo produto. Embora seja uma forma bastante simples de aplicação, apresenta algumas desvantagens, quando comparada com outros
métodos de aplicação do produto; como exemplo, tem-se a formação de poeira, facilmente inalada pelo operador; a perda de eficiência por ocasião da utilização de semeaduras a lanço, por meio de jacto de ar; não ser recomendada para sementes lisas, pois não haverá aderência adequada do produto, ou sementes pilosas, havendo grande retenção de maneira irregular, podendo causar problemas de fitotoxidade (PESKE et al , 2003).
Via húmida Nesta forma de tratamento de sementes, são utilizados produtos formulados de distintas maneiras (concentração emulsionável, solução, pó molhável, pó solúvel), os quais podem ser aplicados como: Imersão : Uma secagem prévia ao armazenamento será necessária, caso as sementes não sejam semeadas logo após o tratamento, uma vez que as mesmas serão imersas em uma solução com concentração definida, por um determinado período de tempo. Essa técnica não deve ser utilizada para sementes de leguminosas, pois causa severos danos à qualidade das sementes, promovendo a separação do tegumento e cotilédones. Para outras espécies de sementes, essa técnica pode ser utilizada, desde que com rígida avaliação prévia dos possíveis danos causados às sementes. Slurry : permite a aplicação de produto à semente na forma de pasta, havendo um umedecimento superficial da semente, facilmente evaporado, não exigindo secagem após o tratamento (5-40ml/kg semente). Peletização : utiliza-se de um produto adesivo (goma arábica ou acetato de celulose), do fungicida e, por último, do material inerte (talco, calcário). Fumigação : é realizada em locais completamente vedados, onde se aplica produtos altamente voláteis. Essa prática é a mais usada no controle de nematóides (PESKE et al , 2003).
2.3.3.Termoterapia A termoterapia é um tratamento físico onde o calor é o principal agente de erradicação dos patógenos. Um dos principais factores a ser observado. É o teor de humidade das sementes, pois à medida que esse aumenta maior é a sensibilidade da semente ao calor. Outro factor está relacionado à qualidade das sementes: sementes novas, de alto vigor, sem danos mecânicos, resistem melhor a altas temperaturas, à semelhança do que ocorre com sementes dormentes. Os
2.3.4.Tratamento biológico Neste método, são incorporados às sementes determinados agentes biológicos, os quais, agindo por meio de competição, antagonismo ou hiperparasitismo, reduzirão ou impedirão o desenvolvimento de patógenos. A aplicação dos agentes de controlo biológico pode ser realizada através de imersão das sementes em suspensão de propágulos (10 células/ml) durante 10 minutos, com posterior secagem. Através dessa técnica, constantemente contribui-se para um controle mais dinâmico, sem causar danos à natureza e ao homem (PESKE et al , 2003).
2.3.5.Tratamento bioquímico Fermentações anaeróbias formam substâncias químicas capazes de inactivar certos patógenos. Nesse método, as sementes são imersas em água a 21oC durante 4h. Logo após, a água é drenada colocando-se as sementes em tonéis bem vedados, permanecendo por 70 h a 21oC ou ainda por 30 h a 23oC (PESKE et al , 2003)
2.3.6.Tratamento de pré-sementeira Consiste em aplicar substâncias químicas ou orgânicas nas sementes ou efectuar alguns procedimentos para que o desempenho fisiológico apos a sementeira seja eficaz de tal maneira que estas consigam germinar e emergir adequadamente. Inclui principalmente a inoculação para auxiliar a fixação biológica de espécies leguminosas e medidas de quebra de dormência. Pode ainda, incluir procedimentos para evitar o ataque com microorganismos patogénicos no solo (PESKE et al , 2003)
Inoculação e seus procedimentos
Processo segundo o qual adicionam-se bactérias chamadas rizóbios as sementes de soja, antes de serem semeadas o que possibilita o aparecimento de nódulos nas raízes das plantas. Recomenda-se que se faca ás primeiras horas da manhã e na sombra, para grandes quantidades de semente pode ser feita na lona ou no plástico e para pequenas quantidades pode ser feito em baldes ou bacias limpas. Para diluir o inoculante utiliza-se geralmente água tendo aderente especifico ou ainda pode ser usado o açucar como fonte alternativa para o efeito, bastando-se adicionar 200gramas do mesmo em 1 litro de água, de seguida agitar-se e entornar-se a solução nas sementes que depois serão levado para secar na sombra, apos a secagem recomenda-se ate 18h para seu uso (EMBRAPA, 2001).
2.3.7.Tratamento com insecticida e fungicida O tratamento químico com fungicidas e insecticidas aumenta o desempenho das sementes, principalmente daquelas espécies de alto valor comercial e é utilizado como ferramenta de protecção à semente, tanto no campo como no armazenamento. O tratamento de sementes com fungicidas, além de erradicar os fungos presentes nas sementes, apresenta uma vantagem adicional: controlar fungos de solo, como Rhizoctonia solani, Pythium spp., Aspergillus spp. e Fusarium spp. Essa protecção é necessária, pois a semeadura dificilmente é realizada quando o solo apresenta níveis adequados de umidade e de temperatura para a rápida germinação e emergência, ficando a semente exposta por mais tempo ao ataque desses fungos. Quando se utilizam micronutrientes (molibdénio e cobalto) e fungicidas, os mesmos devem ser aplicados antes da inoculação com Bradyrhizobium. É fundamental que o fungicida fique em contacto directo com o tegumento da semente, a fim de assegurar o controlo dos fungos. Também é importante que as sementes fiquem completamente revestidas pelo produto e que o mesmo tenha uma boa aderência (PESKE et al , 2003).
Característica dos fungicidas para o tratamento de sementes
O tratamento de um lote de sementes não pode ser recomendado indiscriminadamente, somente devendo ser indicado após o conhecimento do resultado da análise sanitária, quando se ficará sabendo quais os patógenos que estão associados ao lote e em que percentagem. De posse dessas informações, será possível eleger o fungicida mais adequado para o controle dos patógenos. As seguintes características são importantes nos fungicidas para tratamento de sementes:
Fungitoxicidade : o fungicida, seja de contacto ou de acção específica, deve eliminar os patógenos das sementes e protegê-las dos patógenos do solo; Fototoxicidade : o fungicida não deve ser fitotóxico nas dosagens recomendadas para a cultura pelo fabricante; Distribuição e cobertura : o sucesso do tratamento depende em grande parte da uniformidade de distribuição e da completa cobertura das sementes com o produto; Estabilidade : o produto deve ser estável quanto às condições ambientais, não se decompondo pela acção da temperatura e umidade;
colheita, ou empregando recursos complementares, como terreiros (eiras), tabuleiros (telados) ou encerados (lonas), onde as sementes são esparramadas. É um método de secagem utilizado para pequenas quantidades de sementes, como é o caso de programas de melhoramento, algumas semente A secagem natural é, em geral, demorada, e uma maneira de acelerar o processo é através do uso de telas de plástico ou arame entrelaçado, formando-se uma peneiras de hortaliças e por pequenos produtores. A secagem natural, apesar de não estar sujeita a riscos de danificação mecânica e temperaturas excessivamente altas, é dependente das condições psicrométricas do ar ambiente que, muitas vezes, não são adequadas para a secagem das sementes. Um exemplo típico é o caso de épocas ou locais com alta UR (90-100%). Em dias chuvosos e à noite, a UR, frequentemente, está alta (PESKE et al , 2003).
Artificial
Os métodos de secagem obtidos pela exposição da semente, num secador, a um fluxo de ar aquecido ou não, podem ser divididos, conforme o fluxo da semente no secador, em estacionário e de fluxo contínuo (contínuo e intermitente) (PESKE et al , 2003).
2.3.10.Tratamento de armazenamento intermediário Pulverização Consiste na aplicação de insecticidas dissolvidos em diluentes, sendo a água o mais comum. Pode ser aplicada na correia transportadora quando as sementes estão sendo levadas de um ponto a outro, ou nas pilhas com a semente ensacada, à medida que os lastros vão sendo montados ou, ainda, após o expurgo. Pode ser feita com produtos químicos, tais como Malation, Piretróides e Piretrinas, etc. Pulverizações de manutenção devem ser feitas 60 dias após o tratamento principal. Cuidados devem ser tomados com a aplicação em relação aos equipamentos e à toxicidade e efeito residual dos produtos (PESKE et al , 2003). Expurgo É feito com pastilhas ou tabletes que emanam gases tóxicos para os insectos, em ambientes herméticos, como o Fosfeto de alumínio (Fosfina) e o Brometo de metila. Para efectuar o expurgo, deve-se constituir uma câmara ou compartimento hermético aonde os sacos estão empilhados. Para isso, utiliza-se uma lona ou lençol plástico de PVC que cubra totalmente a pilha a ser expurgada. Antes de colocar o lençol plástico, deve-se varrer ao redor da pilha para retirar toda a sujeira, evitar que as pontas dos estrados ou pallets fiquem salientes para não rasgar
o lençol e consertar as fendas que possam haver no piso. Obviamente, o lençol não deve estar furado. Para colocar a lona ou lençol plástico, deve-se levar o mesmo para a frente da pilha e usar uma corda para auxiliar na cobertura. Após feita a cobertura, veda-se a junção com o piso utilizando cobras de areia (tubo de lona cheio de areia de 10 cm de diâmetro por 2 m de comprimento) em torno da pilha e sobre as pontas do lençol (PESKE et al , 2003).
2.3.11.Equipamentos para tratamento de sementes As tratadoras mais comuns de sementes são para produtos líquidos, os quais não oferecem tanto problema para a saúde dos operadores. Entretanto, também existem alguns modelos de tratadoras para produtos em pó. Muitos aspectos devem ser considerados antes da aquisição, tais como controle da alimentação da máquina, peneira, corrente de ar, vibração das peneiras, limpeza, tipo e tamanho do alvéolo do cilindro, rotação do cilindro, consumo de energia, robustez, tamanho da máquina, danificação mecânica, controle de temperatura, controle de umidade e outros. Outro importante aspecto na selecção do equipamento é a capacidade das diversas máquinas, que deve ser mais ou menos equivalente para assegurar o fluxo contínuo das operações. Se uma determinada máquina tiver menor rendimento do que outra, dever-se-á considerar a instalação de duas dessas máquinas, como é o caso de dois cilindros para cada MAP com quatro peneiras (PESKE et al , 2003)
Tratadoras mecânicas
As tratadoras mecânicas são colocadas numa UBS, geralmente logo antes do ensaque das sementes, enquanto as manuais adaptadas de túneis são geralmente levadas para a lavoura com a finalidade de tratar as sementes momentos antes da semeadura. As tratadoras mecânicas, de uma maneira geral, possuem um pequeno depósito para semente, um outro depósito para o produto químico, um compartimento para misturar as sementes com o líquido e um tanque grande com bomba e agitador para o produto químico em forma de líquido (PESKE et al , 2003).
Tratadoras manuais
Na tratadora manual (túnel giratório), sabendo-se o peso das sementes, prepara-se a dose do produto em separado e mistura-se as sementes, fazendo em seguida a homogeneização, pois a mistura do produto químico às sementes, de forma uniforme, é essencial para a eficácia do tratamento (PESKE et al , 2003).