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TFG - ARQUITETURA E URBANISMO: HOSTEL DE ARQUITETURA VERNACULAR, Teses (TCC) de Arquitetura

Trabalho final de graduação de arquitetura e urbanismo sobre um hostel de arquitetura vernacular.

Tipologia: Teses (TCC)

2020

Compartilhado em 08/05/2020

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS
FACULDADE DINÂMICA DAS CATARATAS
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
Missão: “Formar Profissionais capacitados, socialmente responsáveis e aptos a
promoverem as transformações futuras”.
HOSTEL
THOMAS DELENGA DOS SANTOS
Foz do Iguaçu - PR
2013
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS

FACULDADE DINÂMICA DAS CATARATAS

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

Missão: “Formar Profissionais capacitados, socialmente responsáveis e aptos a promoverem as transformações futuras”.

HOSTEL

THOMAS DELENGA DOS SANTOS

Foz do Iguaçu - PR

ii

THOMAS DELENGA DOS SANTOS

HOSTEL

Trabalho Final de Graduação apresentado aos Profs. Ms. Lúcio Freitas e Ms. Silvia T. Betat, como requisito parcial de avaliação da disciplina de Trabalho Final de Graduação I, do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Dinâmica das Cataratas (UDC).

Foz do Iguaçu – PR 2013

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ABSTRACT

This paper aims to prove the viability of a hostel for the city of Foz do Iguaçu. Whereas the city's tourist hub that gets 1.5 million tourists per year and each year this number increases, the study sought to base, through theoretical references, the importance of hospitality and the hospitality. The diversification of the lodging is directly linked with the evolution and development of tourism. The hostel is a means of hosting that is growing and gaining importance in the philosophy of their guests. The quest to leave the hostel features of the city resulted in the selection of the architectural school of Critical Regionalism, which is the vernacular architecture, where the use of local materials and techniques characterizes so. The research highlighted the importance of such a characterization as a form of identity for the city. At work is also related that will help in architectural design, as well as the choice of land and concept, which tried to talk about the Legend of the Falls, demonstrating various ways the importance given to the subject and the characterization of the same with the city.

Keyword: Hospitality, tourism, travel

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  • FIGURA 1: OPERA HOUSE, SIDNEY - AUSTRÁLIA. EXEMPLO DE PÓS MODERNISMO LISTA DE FIGURAS
  • FIGURA 2: CASA SOBRE PALAFITA, NORTE BRASILEIRO
  • FIGURA 3: ARQUITETURA VERNACULAR NO YEMEN
  • FIGURA 4: VISTA GERAL DA POUSADA TEJU-AÇU
  • FIGURA 5: ADIÇÃO DOS ELEMENTOS DE COMPOSIÇÃO
  • FIGURA 6: DISTRIBUIÇÃO EM DA FORMA EM MALHA
  • FIGURA 7: FORMA PONTIAGUDA DAS EDIFICAÇÕES
  • FIGURA 8: INTERLIGAÇÃO POR PASSARELAS
  • FIGURA 9: DESTAQUE AOS TRONCOS COMO ELEMENTO ESTRUTURAL.
  • FIGURA 10: INSERÇÃO NA NATUREZA.
  • FIGURA 11: IMPLANTAÇÃO
  • FIGURA 12: NÍVEL INFERIOR DA SEDE
  • FIGURA 13: NÍVEL SUPERIOR DA SEDE
  • FIGURA 14: DETALHE DA ESTRUTURA EM TRONCO DE EUCALIPTO
  • FIGURA 15 : FACHADA PRINCIPAL DA POUSADA
  • FIGURA 16: IMPLANTAÇÃO
  • FIGURA 17: DETALHE DOS MATERIAIS.
  • FIGURA 18: IMPLANTAÇÃO
  • FIGURA 19: DETALHE DO TELHADO
  • FIGURA 20: DETALHE DO FORRO
  • FIGURA 21 : FUNDOS DA RESIDÊNCIA
  • FIGURA 22: MARCAÇÃO DOS VOLUMES
  • FIGURA 23: INTEGRAÇÃO DOS AMBIENTES VOLTADO AOS FUNDOS.
  • FIGURA 24: LUZ E CALOR SOLAR NO INTERIOR DA RESIDÊNCIA
  • FIGURA 25: DETALHE DO MEZANINO QUE INTEGRA-SE A ÁREA SOCIAL DA RESIDÊNCIA........
  • FIGURA 26: VISTA DOS BANGALÔS
  • FIGURA 27 : PLANTA BAIXA DO BANGALÔ
  • FIGURA 28 : ELEVAÇÕES DO BANGALÔ
  • FIGURA 29: CABANA DE PAU-A-PIQUE E COBERTURA DE PIAÇAVA
  • FIGURA 30: IMPLANTAÇÃO
  • FIGURA 31: VEGETAÇÃO FAZENDO SEPARAÇÃO ENTRE OS BANGALÔS
  • FIGURA 32 : MAPA DE LOCALIZAÇÃO
  • FIGURA 33: GRÁFICO COM SEXO DOS ENTREVISTADOS.
  • FIGURA 34: GRÁFICO COM A IDADE DOS ENTREVISTADOS. vi
  • FIGURA 35: GRÁFICO COM A NACIONALIDADE DOS ENTREVISTADOS.
  • FIGURA 36: GRÁFICO COM A FREQUÊNCIA DA HOSPEDAGEM EM HOSTELS.........................
  • FIGURA 37: GRÁFICO COM A QUANTIDADE DE DIAS QUE UM HÓSPEDE FICA EM UM HOSTEL.
  • FIGURA 38: GRÁFICO SOBRE A QUALIDADE/INFRAESTRUTURA DO HOSTEL.
  • FIGURA 39: GRÁFICO SOBRE A COMPATIBILIDADE DO HOSTEL COM O PORTE DA CIDADE.....
  • CIDADE........................................................................................................................ FIGURA 40: GRÁFICO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA CARACTERIZAÇÃO DO HOSTEL CONFORME A
  • FIGURA 41: GRÁFICO SOBRE O QUE ATRAI UM HÓSPEDE A UM HOSTEL.
  • FIGURA 42: GRÁFICO SOBRE A INTERAÇÃO DO TURISTA E O CIDADÃO LOCAL.
  • FIGURA 43: GRÁFICO SOBRE AS EXPECTATIVAS ATENDIDAS NO HOSTEL.
  • FIGURA 44: GRÁFICO SOBRE A FACILIDADE DA RESERVA.
  • FIGURA 45: GRÁFICO SOBRE O PROCESSO DE RESERVA.
  • FIGURA 46: FACHADA DO BAMBUS HOSTEL
  • FIGURA 47: DORMITÓRIO SIMPLES.
  • FIGURA 48: DORMITÓRIO COMPARTILHADO DE 8 CAMAS
  • FIGURA 49: LOCKER ROOM...........................................................................................
  • FIGURA 50: RECEPÇÃO
  • FIGURA 51: PISCINA.
  • FIGURA 52: COZINHA E BAR.
  • IMPLANTAÇÃO DO HOSTEL. FIGURA 53 : MAPA DE FOZ DO IGUAÇU, COM INSERÇÃO DA QUADRA ESCOLHIDA PARA
  • IMPLANTAÇÃO DO HOSTEL. FIGURA 54: MAPA PARCIAL DE FOZ DO IGUAÇU, COM TERRENO ESCOLHIDO PARA
  • FIGURA 55: TERRENO ESCOLHIDO, VISTA FRONTAL.........................................................
  • FIGURA 56: TERRENO ESCOLHIDO, VISTA LATERAL.
  • FIGURA 57: ENTORNO IMEDIATO.
  • FIGURA 58: REGIÃO DE INFLUÊNCIA.
  • FIGURA 59: CONFIGURAÇÃO DAS VIAS.
  • FIGURA 60: DEMARCAÇÃO DO TERRENO.
  • FIGURA 61 : ORIENTAÇÃO SOLAR.
  • FIGURA 62: VENTOS PREDOMINANTES.
  • FIGURA 63: TOPOGRAFIA.
  • FIGURA 64: EDIFICAÇÕES EXISTENTES.
  • FIGURA 65: VEGETAÇÃO EXISTENTE. vii
  • FIGURA 66: PRINCÍPIO DO CONCEITO.
  • FIGURA 67: TRANSFORMAÇÃO DO CONCEITO.
  • FIGURA 68: ORGANOGRAMA.
  • FIGURA 69: FLUXOGRAMA.
  • FIGURA 70: MACROZONEAMENTO.
  • INTRODUÇÃO SUMÁRIO
  • 1 REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................
  • 1.1 CONCEITOS DE HOSPEDAGEM/HOSPITALIDADE
  • 1.2 HOTELARIA
  • 1.2.1 Hotelaria no Mundo
  • 1.2.2 Hotelaria no Brasil
  • 1.3 MEIOS DE HOSPEDAGEM E SUA CLASSIFICAÇÃO
  • 1.4 HOSTEL
  • 1.4.1 Surgimento e crescimento do hostel no mundo e no Brasil..............................
  • 1.5 ESCOLA ARQUITETÔNICA
  • 1.5.1 Pós-modernismo
  • 1.5.2 Regionalismo Crítico
  • 2 METODOLOGIA
  • 2.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
  • 2.2 PESQUISA DOCUMENTAL
  • 2.3 PESQUISA DE CAMPO.......................................................................................
  • 2.3.1 Entrevista
  • 2.3.2 Questionário
  • 2.3.3 Visita técnica / Observação direta
  • 3 ANÁLISE DE CORRELATOS
  • 3.1 CORRELATO TEMÁTICO
  • 3.1.1 Pousada Teju-Açu
  • 3.1.1.1 Análise da Forma
  • 3.1.1.2 Análise da Função
  • 3.1.1.3 Análise da Tecnologia
  • 3.1.2 Pousada Pedra Grande
  • 3.1.2.1 Análise da Forma
  • 3.1.2.2 Análise da Função
  • 3.1.2.3 Análise da Tecnologia
  • 3.2 CORRELATO TEÓRICO
  • 3.2.1 Residência Paulo Cesa Filho
  • 3.2.1.1 Análise da Forma ix
  • 3.2.1.2 Análise da Função
  • 3.2.1.3 Análise da Tecnologia
  • 3.2.2 Tauana Hotel
  • 3.2.2.1 Análise da Forma
  • 3.2.2.2 Análise da Função
  • 3.2.2.3 Análise da Tecnologia
  • 3.3 ANÁLISE GERAL DOS CORRELATOS...............................................................
  • 4 INTERPRETAÇÃO DA REALIDADE
  • 4.1 LOCAL
  • 4.2 PERFIL SOCIO CULTURAL E SOCIOECONÔMICO,
  • 4.3 RESULTADOS DAS PESQUISAS
  • 4.3.1 Questionário
  • 4.3.2 Entrevista
  • 4.3.3 Visita técnica
  • 4.4 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
  • 4.5 CONSIDERAÇÕES SOBRE A VIABILIDADE
  • 5 ESTUDO DO OBJETO
  • 5.1 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TERRENO
  • 5.2 LOCALIZAÇÃO DO TERRENO
  • 5.3 ENTORNO IMEDIATO
  • 5.3.1 Região de Influência
  • 5.3.2 Sistema viário circundante
  • 5.3.3 Equipamentos Urbanos e Infraestrutura
  • 5.4 CARACTERÍSTICA DO TERRENO
  • 5.4.1 Orientação Solar
  • 5.4.2 Ventos Predominantes
  • 5.4.3 Topografia
  • 5.4.4 Edificações Existentes......................................................................................
  • 5.4.5 Vegetação Existente
  • 6 DIRETRIZES PROJETUAIS
  • 6.1 CONCEITUAÇÃO
  • 6.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES x
  • 6.3 ORGANOGRAMA......................................................................................................
  • 6.4 FLUXOGRAMA
  • 6.5 MACROZONEAMENTO
  • CONCLUSÃO
  • REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
  • APÊNDICE A
  • APÊNDICE B
  • APÊNDICE C

INTRODUÇÃO

Devido às atrações turísticas, a cidade de Foz do Iguaçu recebe um fluxo muito grande de visitantes, sendo a segunda cidade mais visitada por turistas estrangeiros no Brasil, detendo assim 17% do mercado nacional (RANK BRASIL, 2013). São em média 1.500.000 turistas por ano visitando o Parque Nacional do Iguaçu que é um dos principais atrativos da cidade (SECRETARIA MUNICIPAL DO TURISMO DE FOZ DO IGUAÇU, 2012). A cidade ainda conta com turismo de eventos e turismo de compras no Paraguai. O destaque da cidade vem dos atrativos naturais, por isso há um apelo para o Ecoturismo e esportes na natureza, além do Parque Nacional do Iguaçu, tem também a Itaipu, que tem desenvolvido projetos voltados a área do ecoturismo e desporto. Uma cidade com tantos atrativos e um grande campo hoteleiro deve oferecer uma estrutura para os mais variados tipos de turistas. É de interesse para o setor turístico atender não só os viajantes brasileiros, mas também aos estrangeiros. Sabendo-se que se acercam grandes eventos no Brasil, como Copa do Mundo em 2014 e Olimpíadas de Verão em 2016 e até mesmo os X-Games, que serão realizados durante três anos na cidade (2013, 2014 e 2015) com a possibilidade de se tornar a cidade sede deste evento que é a olimpíada do esporte radical, é grande a responsabilidade de agradar os visitantes e oferecer variados tipos de hospedagem. Com a ideia de atender um público diferenciado, o hostel é uma alternativa de hospedagem que vem crescendo. Geralmente estabelecidos em edificações já existentes, ele é adaptado para receber uma grande quantidade de pessoas em pouco espaço. Sendo um dos meios de hospedagem mais barato, o hostel é largamente frequentado por jovens, ecoturistas e também é um ponto de encontro de mochileiros. Apesar de frequentados também por famílias, não é esse o público geralmente encontrado. Os hostels geralmente são instalados em casa ou edificações antigas, que são adaptadas para receber um grande número de pessoas no menos espaço possível.

1 REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 CONCEITOS DE HOSPEDAGEM/HOSPITALIDADE

A ideia de hospitalidade é tão antiga quanto à própria civilização. Seu desenvolvimento, desde o antigo costume de dividir o pão com um estranho de passagem até as complexas operações dos multifacetados conglomerados de hospitalidade de nossos dias, constitui uma leitura fascinante. (GRINOVER, 2007) A palavra hospitalidade deriva de hospice (asilo, albergue), uma antiga palavra francesa que significa “dar ajuda/abrigo aos viajantes”. (WALKER, 2002) Conforme Grinover (2007) a hospitalidade além de virtude é uma qualidade social. Ela contribui para a vida cotidiana onde o ser humano se realiza. A hospitalidade faz parte da civilização, podendo desconstruir categorias familiares, sociais e políticas, permitindo ao mesmo tempo ser pensadas juntas. A hospitalidade permite que pessoas ou famílias, que são de lugares diferentes, que possam conviver socialmente num mesmo ambiente e que há grande reciprocidade. (GRINOVER, 2007) Pode-se empregar a hospitalidade de diferentes modos: no Estado, referente a legislação sobre pessoas vindas de fora do país; comercialmente através da reciprocidade ou gratuidade. (GRINOVER, 2007) Chon (2003) conta que os historiadores traçaram o desenvolvimento da indústria da hospitalidade ao longo de milhares de anos e várias culturas. Observar a indústria por meio das lentes da história ajuda a mostrar a estreita relação existente entre a maneira como ela se apresenta e as necessidades e expectativas das diferentes sociedades. Como as sociedades mudam continuamente seus desejos e necessidades, a indústria da hospitalidade também muda. Hoje criou-se a chamada indústria da hospitalidade A indústria da hospitalidade compreende uma grande variedade de negócios, todos dedicados a prestar serviços a pessoas que estão longe de suas casas. Hoje, como no passado, os principais componentes da indústria são aqueles que satisfazem a necessidade de abrigo e acomodação e aqueles que fornecem alimentos e bebidas aos seus clientes. (CHON, 2003)

1.2 HOTELARIA

A origem da hotelaria vem da hospedaria, que era para viajantes, tinha pouco conforto ou então em castelos onde existiam muito luxo e muitos empregados. Desde esta época a evolução foi inevitável, a hotelaria deixou de ser um auxilio e passou ser foco de investimento. (ANDRADE, 2005) Configurada como uma das atividades mais antigas do mundo, a hotelaria não só transformou e economias, mas mudou seus conceitos desde sua origem. (JANEIRO, 1997) A hotelaria, sendo uma das partes mais importante do turismo, tem se mostrado mais atraente para quem trabalha com isso, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) declarou no Congresso da Indústria Hoteleira que a hotelaria é à base do turismo, e que contribui muito para atividade empregadora. (ANDRADE, 2005) A grande movimentação de turistas pelo mundo gera grandes somas, e cerca de 40% destes valores são destinados à hotelaria e se não há hotelaria não há turismo, pois toda a base do turismo se apoia na hotelaria. (MARQUES, 2003) Nos dias de hoje, valores muito altos, antes associados a grandes indústrias, estão ligados a projetos hoteleiros. Isso se deve aos investimentos e regularidade do desenvolvimento deste campo. Projeções feitas pela Organização Mundial do Comércio (OMT) reforça a tendência de crescimento e aponta os investimentos para área. (MARQUES, 2003)

1.2.1 Hotelaria no Mundo

Desde o século VI A.C. já havia demanda para hospedagem, pois havia um grande fluxo de comerciantes entre as cidades da Europa e na região do mediterrâneo, tudo era bem artesanal e coletivo, era uma espécie de autosserviço. (DUARTE, 1996)

Os jesuítas, envolvidos pelo sentimento de caridade, também recebiam pessoas nos conventos, eram pessoas importantes e hóspedes comuns também, tanto que foi construído no mosteiro de São Bento no Rio de Janeiro (na metade do século XVIII) uma ala exclusiva para hospedagem. (ANDRADE, 2005) Surgiu no Rio de Janeiro, no século XVIII, estalagens, ou casas de pasto, que ofertavam alojamento a pessoas que necessitavam, os futuros hotéis davam início nessas estalagens. Estas casas de pasto a princípio ofertavam refeições e depois passou a oferecer lugares para dormir. (ANDRADE, 2005). Com a chegada da corte portuguesa no Brasil, incentivou-se a criação de hospedarias, pois o fluxo de estrangeiros era grande e consequentemente a demanda por alojamentos aumentou, as hospedarias evoluíram e passaram denominar-se hotel. (ANDRADE, 2005). No ano de 1966 é criada a EMBRATUR que ajuda na implantação de grandes hotéis. Já no ano de 1990 as cadeias hoteleiras mundiais entram definitivamente no Brasil. (ANDRADE, 2005). Sob cuidados da EMBRATUR, uma crescente demanda foi reprimida através dos novos empreendimentos de luxo. Muitos segmentos turísticos tinham demanda diferente das dos hotéis de luxo, deixando assim, as categorias mais baixas mal servidas. (PEREIRA & COUTINHO, 2007) Desde o surgimento da hotelaria no Brasil até os anos de 1970 a hotelaria não era um negocio lucrativo, só através de força de lei, dando incentivos fiscais. Nesta época grandes complexos hoteleiros foram instalados no país, inclusive uma Escola de hotelaria em Caxias do Sul, no Rio Grande dos Sul. (PEREIRA & COUTINHO, 2007) Atualmente o setor hoteleiro do Brasil está bem segmentado, muitas vezes categorias diferentes não competem entre si, pois já tem seu próprio público. Hoje, o Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem mostra esta segmentação através das diversas categorizações. (MELLO & GOLDENSTEIN,

O mercado brasileiro de turismo vem crescendo nos últimos anos através do número de desembarques, ocupação dos leitos, aumento dos gastos dos turistas, aumento do faturamento da indústria do turismo, sem contar os incentivos do governo através de financiamentos. (MELLO & GOLDENSTEIN, 2011)

1.3 MEIOS DE HOSPEDAGEM E SUA CLASSIFICAÇÃO

Chon (2003) diz que devido às mudanças constantes dos meios de hospedagem, pode não ser fácil a uma pessoa leiga saber sobre cada meio de hospedagem e o que cada tipo oferece. A necessidade de classificar os meios de hospedagem surge quando eles passam a atender diferentes tipos de públicos e gostos, antes havia somente duas opções: hotel de luxo ou econômico, hoje há um amplo campo para cada tipo de hóspede. (CHON, 2003) Em virtude do rápido crescimento econômico mundial e o aumento da oferta, os hoteleiros começaram a diferenciar-se no mercado, ofertando diversos tipos de acomodações. Esta diferenciação faz parte da evolução e desenvolvimento da própria hotelaria. No princípio, os hotéis eram somente para passar uma noite, hoje atrai congressos, convenções, pessoas em busca de lazer e descanso. Uma maior diversidade de pessoas ou grupo de pessoas pode ser atendida nos atuais meios de hospedagem. (CHON, 2003) A classificação destes meios de hospedagem se fez necessário até mesmo como uma questão de marketing. (CHON, 2003) Andrade (2005) classifica e define os hotéis:  Segundo o padrão e características de suas instalações, pelo conforto, preço e qualidade dos serviços. A ABIH e a EMBRATUR classificam os hotéis dessa maneira, para orientar tanto o público, quanto a investidores. Conforme o padrão e as características das suas instalações, ou seja, o grau de conforto, a qualidade dos serviços e os preços.  Segundo o local: hotéis nas cidades, na montanha, na praia ou até mesmo de aeroporto.  Segundo a sua destinação: para turismo, lazer, negócio, convenção, etc. Na tabela 1 estão descritos os meios de hospedagem segundo a Deliberação Normativa 367, de 23/11/96:

Tabela 1 – Meios de hospedagem e as características que os distinguem. Os meios de hospedagem de turismo e as características que o distinguem Tipo Localização Natureza da Clientela Infraestrutura

para pessoas com 60 anos ou mais. Na maior parte das vezes as acomodações são nos dormitórios do campus. European Plan (EP)

Acomodações hoteleiras em cuja tarifa não estão incluidas as refeições Hotel all-suite Acomodações no estilo de um apartamento, cuja tarifa pode incluir café da manhã e/ou bebidas de cortesia. Hotel-cassino Hotel que oferece infraestrutura para jogos de azar. Hotel de trânsito Estabelecimento que oferece apenas o quarto com suas comodidades básicas. Hotel residencial Estabelecimentos que oferecem serviços a hóspedes que querem se hospedar por longos períodos de tempo – um mês, uma temporada ou mais. Hotel resort Estabelecimentos que oferecem, além das acomodações, infraestrutura para lazer e entretenimento. Meia pensão Acomodações hoteleiras que incluem a hospedagem, o café da manhã e mais uma refeição. Modified American Plan (MAP)

Acomodações hoteleiras que incluem, além do café da manhã, almoço ou jantar no valor da tarifa.

Pensão completa Termo utilizado na Europa para acomodações cujo preço inclui três refeições diárias. Spa Acomodações construídas em região rica em recursos naturais que oferecem comodidades relacionadas à saúde – água mineral, sol, ar puro, dietas especiais e exercícios físicos. Fonte: Chon, 2003.

1.4 HOSTEL

Segundo Leal (2000, p. 71) “Hostel – Designação que se dá a unidade hoteleira de tarifas moderadas, geralmente utilizadas por jovens” Conforme define o site da Hostelling International (2013) Os hostels são uma diferente forma para hospedagem. O hostel é um lugar diferente onde se podem conhecer pessoas e se divertir, onde você pode disfrutar de bons momentos. Por ser uma categoria especial de hospedagem, os preços são mais baixos, o ambiente é mais descontraído e a amizade entre os hóspedes são parte marcante de um hostel. (HOSTELLING INTERNATIONAL, 2013). Há algumas opções de hospedagem, em quartos privativos ou compartilhado, podendo ter duas ou mais camas. Os banheiros podem ser coletivos, dentro ou fora dos quartos. Há também espaço para guardar os pertences de forma segura. Há quartos divido por gêneros também. (HOSTELLING INTERNATIONAL, 2013).

Segundo Chon (2003, p. 102), “albergues são acomodações no estilo de dormitórios para grupos específicos como jovens, em que as instalações são básicas, compartilhadas e inspecionadas”.

1.4.1 Surgimento e crescimento do hostel no mundo e no Brasil

O hostel surgiu com uma filosofia de viagem que mistura a descoberta de culturas e pessoas com um turismo econômico e acessível a todos. (KARR, 2011). No ano de 1909, um professor alemão chamado Richard Schirmann idealizou a criação dos hostels e no final dá década de 20, o alberguismo já tinha se difundido por toda a Europa. Durante a Segunda Guerra Mundial o movimento permaneceu estagnado e só em 1934 o alberguismo chegou ao continente americano. (KARR, 2011). Originalmente criado para ajudar os jovens com limitada experiência para viajar, inclusive fora do país, o hostel agora é o coração do turismo internacional e de um largo grupo de idade. Os hostels têm de receita cerca de US$ 1,4 bilhão por ano. (HI HOSTEL, 2013). Desde 1909, quando o hostel nasceu das excursões de um professor alemão, tornou-se uma das grandes comunidades internacional, com cerca de três milhões de membros e com uma filosofia que nunca foi tão relevante. (HI HOSTEL, 2013). Foi só no ano de 1961, através de um casal de professores é que o hostel foi implantado no país. O casal do Rio de Janeiro, Ione e Joaquim Trotta, trouxeram a ideia depois de uma viagem na França no ano de 1956. (APAJ, 2013). Com o nome de Residência Ramos, o primeiro hostel do Brasil foi implantado no bairro de Ramos. Ficou aberto de 1965 até 1973, na mesma época já funcionavam dois hostels na cidade de São Paulo e outro em Campos do Jordão, ambos foram fechados pelo Governo Militar por reunir universitário. (APAJ, 2013). No ano de 1971, foi fundada no Rio de Janeiro, a Federação Brasileira de Albergues da Juventude (FBAJ) e no ano de 1984 a Associação Paulista de Albergues da Juventude (APAJ), que recebeu grande apoio do então governador Franco Montoro, uma das ajudas foi a doação de quarto imóveis a entidade. Já em