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Guias e Dicas
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Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo, Notas de aula de Arquitetura

Se trata sobre o Urbanismo como proposta de solução para as cidades. Cidades- Jardim e Urbanismo

Tipologia: Notas de aula

2022

À venda por 06/12/2022

bia-oliveira-76
bia-oliveira-76 🇧🇷

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Teoria e História da
Arquitetura e Urbanismo 2
Aula 7 - O Urbanismo como proposta de solução
para as cidades.
A SOCIEDADE INDUSTRIAL É URBANA A CIDADE É O SEU HORIZONTE.
URBANISMO
Françoise Choay (2018) – dicionário Larousse – Urbanismo como: “Ciência e
teoria da localização humana”.
Esse termo corresponde ao surgimento de uma nova realidade: pelos fins do século XIX, a
expansão da sociedade industrial dá origem a uma disciplina que se diferencia das artes
urbanas anteriores por seu caráter reflexivo e crítico, e por sua pretensão científica.
A origem do URBANISMO enquanto um modelo de estudo científico está associado ao
surgimento da cidade industrial.
• Essência do URBANISMO: estudo das relações entre o espaço e a sociedade que nele vive.
“O urbanismo é o estudo das relações entre determinada sociedade e o espaço que a abriga, bem
como das formas de sua organização e intervenção sobre elas com determinado objetivo.
(GONÇALVES JR. et. al., 2006, p. 15-16).
O Urbanismo como proposta de solução para as cidades
O URBANISMO COMO SOLUÇÃO
• O Urbanismo quer resolver um problema (o planejamento da cidade maquinista) que foi
colocado a partir das primeiras décadas do século XIX, quando a sociedade industrial começava a
tomar consciência de si e a questionar suas realizações.
No momento em que a cidade do século XIX começa a tomar forma própria, ela provoca um
movimento novo, de observação e reflexão. Aparece de repente como um fenômeno exterior aos
indivíduos a que diz respeito. Estes encontram-se diante dela como diante de um fato natural, não
familiar, extraordinário, estranho.
Assim, em meados do século XIX, nascia a disciplina Urbanismo, a partir de então definida como a
arte de produzir ou mudar a forma física das cidades.
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Teoria e História da

Arquitetura e Urbanismo 2

Aula 7 - O Urbanismo como proposta de solução

para as cidades.

A SOCIEDADE INDUSTRIAL É URBANA A CIDADE É O SEU HORIZONTE. URBANISMO Françoise Choay (2018) – dicionário Larousse – Urbanismo como: “Ciência e teoria da localização humana”. Esse termo corresponde ao surgimento de uma nova realidade: pelos fins do século XIX, a expansão da sociedade industrial dá origem a uma disciplina que se diferencia das artes urbanas anteriores por seu caráter reflexivo e crítico, e por sua pretensão científica.

  • A origem do URBANISMO enquanto um modelo de estudo científico está associado ao surgimento da cidade industrial.
  • Essência do URBANISMO: estudo das relações entre o espaço e a sociedade que nele vive. “O urbanismo é o estudo das relações entre determinada sociedade e o espaço que a abriga, bem como das formas de sua organização e intervenção sobre elas com determinado objetivo.” (GONÇALVES JR. et. al., 2006, p. 15-16).
O Urbanismo como proposta de solução para as cidades

O URBANISMO COMO SOLUÇÃO

  • O Urbanismo quer resolver um problema (o planejamento da cidade maquinista) que foi colocado a partir das primeiras décadas do século XIX, quando a sociedade industrial começava a tomar consciência de si e a questionar suas realizações. No momento em que a cidade do século XIX começa a tomar forma própria, ela provoca um movimento novo, de observação e reflexão. Aparece de repente como um fenômeno exterior aos indivíduos a que diz respeito. Estes encontram-se diante dela como diante de um fato natural, não familiar, extraordinário, estranho. Assim, em meados do século XIX, nascia a disciplina Urbanismo, a partir de então definida como a arte de produzir ou mudar a forma física das cidades.
  • A disciplina seria formada por ações e práticas de organização do espaço que se apoiam sobre um corpo de saberes, em conjunto a técnicas e instrumentos de intervenção, que se traduzem por meio de prescrições dirigidas aos gestores da cidade.
  • Nova profissão: engenheiros e arquitetos construtores – arte de construir Trata-se de uma disciplina do espaço e do tempo, voltada à práxis (prática consciente) (HALL, 2002).
    • Desde seu momento inicial, a ENGENHARIA fundou-se na investigação científica dos problemas físicos que lidava, até marcar o grande desenvolvimento do século XIX e o engenheiro ser considerado o “homem moderno por excelência”. Foi ele quem resolveu os novos problemas funcionais, que requeriam soluções originais, principalmente através das novas técnicas e materiais.
  • As origens da urbanística moderna deram-se a partir de dois grupos de agentes que se propuseram a transformar a cidade industrial, a saber: A. Reformadores urbanos ou urbanistas neoconservadores: agentes e executores de grandes intervenções de renovação de alguns centros europeus que, diante da necessidade de dotar as cidades de condições para o enfrentamento das mudanças produzidas pela industrialização, reforçaram o caráter técnico do urbanismo, voltando-se para reformas grandiosas; B. Socialistas utópicos ou pré-urbanistas: na maioria, historiadores, economistas e políticos – que apresentaram uma série de propostas, que não passavam de obras hipotéticas, de cunho essencialmente utópico já que se pensava ser possível o restabelecimento da “ordem”. PRÉ-URBANISMO Ao mesmo tempo em que se efetivavam, nas grandes capitais europeias, as medidas práticas de remodelação urbana pelos urbanistas neoconservadores, surgiram modelos utópicos de comunidades alternativas, cujo conjunto recebe o nome de PRÉ-URBANISMO, já que consistiam em propostas hipotéticas, feitas por generalistas, na maioria de cunho político-econômico e/ou sociocultural, mas que se caracterizavam como uma mostra de indignação diante das condições em que vivia o proletariado. PRÉ-URBANISMO - Socialistas utópicos Sua importância de estudo está no fato de que, pela primeira vez na história das cidades tinha-se uma visão integrada do significado das relações sociais e econômicas na influência sobre as questões da estruturação física e estética dos espaços urbanos.
    • Apesar de algumas tentativas de aplicação prática e pouquíssimas bemsucedidas, tais modelos não passaram de utopia, inclusive por proporem uma intervenção radical não só na distribuição de riquezas dentro da sociedade, como também na vida em família, por exemplo, com a divisão por sexo e idade.
Charles Fourier (1772-1837)
  • O utópico Charles Fourier propõe a construção de comunidades ideais chamadas de falanges que seriam alojadas em falanstérios. As famílias morariam em “falanstérios” ou “palácios societários” diferente da realidade do morar em “um caos de casinhas rivalizando em sujeira e deformidade”.

O espaço vazio será duplo no segundo anel, ou local dos arrabaldes, e triplo no terceiro anel, chamado subúrbio. As ruas deverão estar voltadas para paisagens campestres ou monumentos de arquitetura pública ou privada: o monótono tabuleiro de xadrez será abolido. Algumas ruas serão curvas (serpenteantes) para evitar a uniformidade. As praças deverão ocupar pelo menos um oitavo da superfície. Metade das ruas deverão ser arborizadas (com árvores variadas)(Fourier, apud.Choay)

  • Ao mesmo tempo urbanos e rurais, os falanstérios seriam autossuficientes trocando bens entre si, dispondo de terras para agricultura e outras atividades econômicas, para moradias e uma grande casa comum.
  • Segundo Fourier, os falanstérios seriam criados através da associação voluntária de seus membros e nunca deveriam ser compostos por mais de 1.600 pessoas, que viveriam juntas em um mesmo complexo edificado para acomodar todos os serviços coletivos
  • No Brasil, a Comunidade Cecília (Paraná, 1890-1894) e o Falanstério do Saí (Santa Catarina, 1841- 1843, sobreviveu até 1864), obtiveram autorização de D. Pedro II; terminaram por escassez de recursos ou conflitos internos.
  • Claude Henri de Rouvroy (1760-1825)
  • Etienne Cabet (1788-1856)
  • Robert Owen (1771-1858)
    • James Silk Buckingham (1786-1855)
    • Pierre Joseph Proudhon (1809-63)
  • Jean-Baptiste André Godin (1817-88) - familistério
PARK MOVEMENT
  • Em meados do século XIX, a baixa qualidade de vida nas cidades decorrente dos efeitos negativos da industrialização, bem como dos graves processos de exploração da natureza exercidos pela agricultura e pecuária em expansão nos EUA conduziram os americanos para o desenvolvimento do chamado Park Movement.
  • Este movimento contribuiu para uma radical transformação no significado da relação entre homem e natureza, além de promover uma grande campanha pela conservação dos recursos naturais, assim como pela renovação das paisagens deterioradas pela ação humana naquele país.
  • Foi sem dúvida Frederick L. Olmsted (1822-1903) o arquiteto paisagista que, através de seus trabalhos em Nova York, Chicago, Detroit, San Francisco, Washington, Filadélfia e Boston, além de outras, forjou um papel definitivo para os parques urbanos no século XIX, estabelecendo-os em estreita relação com a diminuição dos problemas ambientais e sociais da cidade naquela época.
    • Ele é considerado o pai da arquitetura paisagística.
  • O primeiro projeto de Olmsted foi o Central Park, que levou a muitos outros projetos de parques urbanos.
    • Olmsted defendeu o uso econômico do espaço livre, procurando melhorar o clima urbano e minorar a poluição do ar e da água, além de mitigar as enchentes e proporcionar um espaço agradável para passeio e moradia; fornecendo um contraponto naturalístico aos edifícios e ruas congestionadas. Via nos parques a possibilidade de assegurar comodidade, segurança, ordem e economia nas grandes cidades e, mais ainda, via-os como sinônimo de justiça social e de participação democrática (CASTELNOU, 2005).
WHITE CITY MOVEMENT
  • Em fins do século XIX, diante da situação crítica das cidades americanas industriais, surgiram várias críticas à sua conformação.
  • Contra tal situação, desenvolveu-se uma série de movimentos, entre 1890 e 1900, cujo conjunto ficou conhecido como White City Movement, consistindo na primeira mobilização baseada em um controle coordenado da cidade norte americana.
  • Tal movimento caracterizou-se pela defesa de uma ação coordenada de funções destinadas a tornar a cidade higiênica e “mais saudável”, tais como a pavimentação e iluminação das ruas; o abastecimento de água e implantação da rede de esgoto; a coleta de lixo e o controle dos incêndios; um conjunto de medidas sanitárias em geral, que deveria ser tratado pelas regras ditadas pela ciência e tecnologia.

Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo 2

Aula 8 -O Urbanismo como proposta de solução

para as cidades: Garden- Cities / Cidades- Jardim.

GARDEN-CITIES - CIDADES – JARDIM

  • Revolução industrial: muitas cidades europeias testemunharam um crescimento em ritmo acelerado, intensificado pelo movimento das pessoas do campo para os centros urbanos na busca por maiores oportunidades.
    • Mas, se de um lado as cidades tornavam-se cada vez mais atrativas, também se intensificaram problemas como a poluição e o crescimento das ocupações irregulares. Em outro contexto, se o campo permitia o contato próximo à natureza e uma abundância de recursos naturais, também sofria com certo isolamento e redução nas possibilidades de emprego.
  • Com essas questões em vista, surge, na virada do século XIX para o XX, o conceito das Garden-Cities ou Cidades-Jardim, idealizado por Ebenezer Howard (1850-1928).
    • Este modelo de planejamento caracterizou-se por ideais progressistas para solucionar os problemas decorrentes do êxodo rural e consequente crescimento desordenado dos centros urbanos.
    • To-morrow a Peaceful Path to Real Reform (1898), livro editado e lançado quatro anos depois com o título Garden Cities of Tomorrow (1902) – alternativa para solucionar os problemas que as cidades estavam enfrentando.
  • Além das publicações, Howard contribuiu para a formação da Garden City Association na Inglaterra em 1899, como uma maneira de difundir ideias de justiça social, eficiência econômica, embelezamento, saúde e bem-estar no contexto do planejamento urbano que advogava em seus livros. A PROPOSTA CIDADE X CAMPO
  • Para Howard era necessário equacionar a relação entre a cidade e o campo.
    • Para isso ele fez uma síntese das vantagens e dos problemas tanto de um ambiente como de outro.
  • Ambos atuariam como “ímãs”, atraindo as pessoas para si
  • Características da Cidade:
  1. Afastamento da Natureza; 9.Jornada excessiva de trabalho;
  2. Oportunidades Sociais; 10. Exército de desempregados;
  3. Isolamento das multidões; 11.Nevoeiros e seca;
  4. Locais de entretenimento; 12.Drenagem custosa;
  5. Distância do trabalho; 13. Ar pestilento e céu sombrio;
  6. Altos salários; 14. Ruas bem iluminadas;
  7. Aluguéis e preços altos; 15. Cortiços e bares;
  8. Oportunidades de emprego; 16. Edifícios palacianos;
  • Características do Campo:
  1. Falta de Vida Social; 9. Ar fresco;
  2. Beleza da Natureza; 10. Alugueis baixos;
  3. Desemprego; 11. Falta de drenagem;
  4. Terra Ociosa; 12. Abundância de água;
  5. Matas; 13. Falta de entretenimento;
  6. Bosques,campinas, florestas; 14. Sol brilhante;
  7. Jornada longa – salários baixos; 15. Falta de espírito público;
  8. Casas superlotadas; 16. Carência de reformas; Resumindo:
  • Cidade: espaço da socialização, da cooperação e das oportunidades, especialmente de empregos, mas padecia de problemas relacionados ao excesso de população e insalubridade.
  • Campo: espaço da natureza, do sol e das águas, da produção de alimentos, mas sofria com a falta de empregos e de infraestrutura e carência de oportunidades sociais.
  • Solução:
  • Cidade-Campo: criação de um ímã que pudesse contrabalancear as forças atratoras representadas pela cidade e pelo campo.
  • Terceira via: além das vidas urbana e rural, teria o que ele chamou de CidadeCampo (Town-Country).
  • Ao redor de todo o Parque Central estaria localizado o “Palácio de Cristal”, uma grande arcada envidraçada que se destinaria a abrigar as atividades de comércio e a se constituir num jardim de inverno, estando distante no máximo 558m de qualquer morador. Nesse local, poderiam ser comercializadas as mercadorias que requerem “o prazer de escolher e decidir” (HOWARD, 1996, p. 115).
  • Defronte à Quinta Avenida e ao Palácio de Cristal, existiria um conjunto de casas ocupando lotes amplos e independentes.
  • Mais adiante, estariam os lotes comuns, de cerca de 6,1 x 40m, em número de 5.500.
    • A população estaria próxima de 30.000 habitantes na cidade e 2.000 no setor agrícola.
  • A Grande Avenida dividiria a cidade em duas partes e possuiria 128 m de largura.
  • Ela constituiria, na verdade, mais um parque, com 46,5 ha, e nela estariam dispostas, em seis grandes lotes, as escolas públicas. Também nessa avenida estariam localizadas as igrejas necessárias para atender à diversidade de crenças existentes na cidade
  • No anel externo estariam os armazéns, mercados, carvoarias, serrarias, etc., todos defronte à via férrea que circunda a cidade.
  • Dessa forma, o escoamento da produção e a recepção de mercadorias e matéria-prima seria facilitado (e barateado), evitando também a circulação do tráfego pesado pelas ruas da cidade, diminuindo a necessidade de manutenção. A VIABILIZAÇÃO
  • Howard concebeu um mecanismo engenhoso para viabilizar a criação e a manutenção de uma Cidade- Jardim.
  • Inicialmente, um terreno localizado em área rural deveria ser comprado por um grupo de pessoas, para abrigar a futura cidade.
  • Esse terreno seria comprado por um preço baixo, compatível com o preço de terras rurais, a partir de um financiamento.
  • O aumento do número de habitantes nessas terras seria capaz de diluir os juros do financiamento e de constituir um fundo para ir quitando aos poucos o principal. Assim, a partir de pagamentos relativamente pequenos, os habitantes da Cidade- Jardim poderiam quitar a dívida assumida e ainda obter recursos para as ações coletivas necessárias (construção de edificações públicas, manutenção dos espaços abertos, etc.).
  • Na área rural, a competição natural entre os produtores, as culturas e os modos de produção deveriam indicar quais produtos seriam cultivados. Aqueles que conseguissem gerar mais renda se estabeleceriam nos arredores da Cidade- Jardim.
  • A renda, entretanto, não seria apropriada por um único indivíduo, já que a terra teria sido adquirida coletivamente.
  • Os benefícios obtidos em termos financeiros pelo aumento do valor da terra e, como consequência, pelo incremento da renda fundiária, seriam convertidos em menores impostos e mais investimentos coletivos (HOWARD, 1996). E quando crescesse?
MECANISMO DE CRESCIMENTO
  • Howard propôs que um sistema de cidades fosse construído dentro de distâncias não muito grandes.
    • Assim, tão logo a população da primeira cidade-jardim atingisse seu máximo, outra cidade seria construída em local próximo, cuidando entretanto para que uma área rural fosse mantida entre as duas.
  • Estas seriam conectadas por estradas de ferro, que se encarregariam de possibilitar o intercâmbio de mercadorias. Letchworth - 1903
  • Em 1903, Howard e Raymond Unxin projetaram e estabeleceram a primeira cidade-jardim da Inglaterra, chamada Letchworth.
  • Letchworth provou ser um sucesso. “No início do século XX, duas grandes novas invenções tomaram forma diante dos nossos olhos: o avião e a Cidade Jardim, ambos presságios de uma nova era: o primeiro deu ao homem asas e o

Les Demoiselleis d` Avignon, Dinamismo de um automóvel, Luigi Russolo , 1913 Composição com vermelho, Pablo Picasso , 1907 amarelo e azul, Piet Mondrian, 1921 São correntes antiornamentais e racionalistas – principalmente CUBISMO, PURISMO, FUTURISMO e NEOPLASTICISMO – que surgem como movimentos de reforma das artes figurativas (pintura e escultura) e também tendências para as artes aplicadas (arquitetura e decoração), as quais preparam o campo para o MODERNISMO.

  • Na arte, o PURISMO foi um movimento que defendia uma pintura sem valores emocionais, racional e rigorosa. Sem subjetividade e qualidades decorativas.
  • O movimento foi fundado por Amédée Ozenfant, pintor e escritor, e Le Corbusier, em 1918. Existe uma simplificação das formas, geometrização. Representam a natureza morta sem volume, somente com as duas dimensões.
  • O purismo é caracterizado pela utilização de formas geométricas puras, no âmbito da arquitetura, como símbolo de uma construção racional As correntes artísticas que formaram a base do MOVIMENTO MODERNO (1915/45) trouxeram uma nova concepção da arquitetura como síntese das artes plásticas, de formas puras, ortogonais e sem ornamentos. Adotou-se uma atitude antirromântica em relação ao passado, negando-se o classicismo por suas formas habituais, que repudiava a vida nas metrópoles e a industrialização. As correntes pós-realistas e a arquitetura de ferro dos engenheiros apontavam as direções do novo século.
ESCOLA DE CHICAGO
  • Embora se considere a Alemanha como o berço oficial do MODERNISMO , o ambiente norte - americano, bastante propício às novidades trazidas com a industrialização, apresentou importante faceta ao desenvolvimento da arquitetura moderna, esta representada pela experiência precursora de Chicago IL.
    • Fundada em 1804 por John Kinzie (1763-1828), a partir de um forte às margens do lago Michigan, a cidade de Chicago possuía suas características urbanas baseadas na tradição americana de se dividir o terreno de modo reticular, além de ser inteiramente em madeira, no tradicional sistema do balloon frame.
  • Em 1871 - incêndio - arquitetos e engenheiros civis experimentaram novos materiais e sistemas construtivos, formando uma corrente pioneira do racionalismo arquitetônico.
    • Denominou-se ESCOLA DE CHICAGO o conjunto de protagonistas que participaram desse processo de reconstrução, tratando-se de um esforço de renovação caracterizado por uma série de tentativas isoladas que foram pioneiras na busca da forma pura.
  • Todas elas apropriaram-se dos avanços tecnológicos que estavam ocorrendo, além de difundir o conceito funcionalista na arquitetura.
  • Entre suas contribuições mais importantes para o modernismo, pode-se citar:
  • Aperfeiçoamento de novos sistemas de fundações e de elevadores (hidráulicos e elétricos);
  • Aplicação de novas tecnologias na construção de estruturas em esqueleto de aço, que permitia maior rapidez e economia na execução;
  • Desenvolvimento do conceito do skyscraper, isto é, do edifício vertical constituído de estrutura de sustentação independente de paredes internas e externas somente para a vedação, que se transformaria no símbolo da metrópole americana.
Fundamentos da Arquitetura Moderna Americana:
  • Nessa época 2 arquitetos merecem destaque:
  • Henry Hobson Richardson (1838-1886) • Louis Sullivan (1856-1924) Henry Hobson Richardson, Marshall Field Wholesale Store,Chicago,1885- Rotschild Building (1881), Louis Sullivan
BAUHAUS (1919-33)
MOVIMENTO MODERNO (1915/45)
  • O MOVIMENTO MODERNO (1915/45) consistiu em uma série de transformações no modo de pensar, fazer arquitetura e cidade, tendo sido constituído por várias correntes vanguardistas que buscavam a expressão de uma arquitetura definitiva para a sociedade industrial, que seria baseada:
  • na funcionalidade, form follows function – a forma segue a função
  • pureza geométrica e
  • industrialização dos materiais e métodos. Vítima de reveses e insultos enquanto viveu, este Leonardo moderno é hoje reconhecido como um dos mais criativos e controvertidos do mundo.
Charles-Édouard Jeanneret (1887-1965)

Casa Domino - L’Ossature Standard Dom-Ino (1914), Le Corbusier

  • De modo geral, pode-se dividir o período do MOVIMENTO MODERNO em 02 (duas) fases: I. FASE TRIUNFALISTA: Ocorrida das primeiras manifestações após a Primeira Guerra Mundial até a década de 1920, foi marcada pela enorme necessidade de divulgação do pensamento funcional, aproveitando-se da ocasião do pós-guerra para demonstrar que os novos princípios podiam ser aplicados com sucesso aos problemas modernos, tais como a carência de moradias, a implantação de indústrias, a planificação de cidades, etc. Caracterizou-se pela ação racional da arquitetura como responsável pelo estabelecimento da justiça e igualdade sociais (Racionalismo). II. FASE REVISIONISTA: Acontecida principalmente na década de 1930, durante a crise política, econômica e social que acabou conduzindo à Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando se anularam parcialmente os produtos da primeira fase, o que se fez voltar a pseudo-estilos históricos em países dominados por governos autoritários (Arquitetura e Urbanismo de Celebração). Entretanto, paralelamente, surgiu uma corrente crítica que apontava as limitações da postura racional e resultaria em uma tendência orgânica no Norte europeu (Organicismo ) URBANISMO MODERNO
  • Somente no final do século XIX e especialmente nas primeiras décadas do século XX, com os problemas trazidos com a Primeira Guerra Mundial (1914/18), que as bases do urbanismo moderno se assentaram com propostas mais realistas e viáveis que as dos socialistas utópicos.
  • O URBANISMO MODERNO estudava a cidade a partir de sua decomposição – setores, bairros, quadras e ruas, células ou unidades

elementares –; metodologia que objetivava a economia de meios de realização, já que respondia a critérios de produção industrial. SOCIEDADE INDUSTRIAL

URBANISMO MODERNO
  • Devido à complexidade temática e a necessidade de atualização constante da arquitetura e urbanismo funcionalistas, foram realizados a partir de 1928 os CONGRESSOS INTERNACIONAIS PELA ARQUITETURA MODERNA – CIAM’s, que ocorriam periodicamente. Os CIAM ocorriam periodicamente, para:
  • Divulgação do pensamento funcionalista: carência de moradias, urgência na implantação de indústrias e necessidade de planificação de cidades, etc.
    • Convencer que a NovaArquitetura (Modernismo) funcionava melhor:
  • confrontar as experiências modernas e se aprofundar em problemas; - apresentar soluções
CARTA DE ATENAS
  • Os ideais modernos em relação à questão urbana tiveram sua consagração definitiva a partir do 4º CIAM, cujo tema central era a Cidade Funcional ocorrido em 1933 em um cruzeiro marítimo de 15 dias entre Marselha e Atenas, onde foi formulada a CARTA DE ATENAS, um documento que reunia 95 conclusões tiradas a partir da análise de 33 cidades, trazendo os princípios e soluções para os problemas urbanos acumulados no último século
  • A CARTA DE ATENAS (1933) foi publicada de forma anônima por Le Corbusier (1887-1965) somente em 1943, que se identificou como o autor do texto apenas em 1957.
  • A Carta considerava o Planejamento urbano como uma atividade de caráter científico estruturada em 3 grandes instâncias:
  1. Planejar: implicava realizar investigações minuciosas sobre a realidade urbana e suas tendências, para com métodos estatísticos projetar essas tendências e prever a construção das cidades para os 50 anos seguintes, pelo menos.
  2. Urbanizar: é a operação que distribui os componentes urbanos no território.
  3. Arquitetar: consiste em desenhar as tipologias que correspondem a cada zona funcional.

Aula 12 Urbanismo Moderno : Contextualização URBANISMO RACIONALISTA Tony Garnier Walter Gropius Le Corbusier

  • Tendo como principal precursor o francês Tony Garnier (1869-1948), o urbanismo racionalista encontrou entre seus maiores expoentes o francês Le Corbusier (1887-1965) e o alemão Walter Gropius (1883-1969).
  • Considerando essencialmente os aspectos quantitativos da cidade, seus representantes viam o homem apenas como uma unidade dentre tantas.
    • Preocupavam-se mais com as questões de circulação, eficiência, habitação e produtividade (baseados nos preceitos da Carta de Atenas (1933)) – “cidades-máquina”.
  • Para os racionalistas, as grandes densidades demográficas, sob o aspecto econômico, eram altamente aceitáveis, fazendo-se uma apologia ao arranha-céu, este entendido como a verdadeira “máquina de morar”. Le Corbusier era fascinado pelas grandes cidades, segundo o qual seriam “células ardentes do mundo (...), delas surge a paz ou a guerra, a abundância ou a miséria, a glória, o espírito triunfante ou a beleza. A grande cidade, expressa as potências do homem”(FERRARI, 1991 “cidades-máquina” urbanismo “máquina de morar” Racionalista “células ardentes do mundo” funcionalista Depois da destruição feita pela Primeira Guerra Mundial, era necessária uma solução rápida, social e econômica para a construção de novas habitações, sendo a habitação coletiva uma solução para os problemas da época. Após Guerra, o déficit habitacional estava em um nível sem precedentes. 1928: CIAM – Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna – declarações e cartas – difundiram o ideário da arquitetura moderna. Assim, com o Movimento Moderno, começa-se a estudar as possibilidades da habitação coletiva, que consistia na conjugação de várias habitações num só bloco, vindo este a ser o elemento principal do século XX. QUANTIDADE = linguagem arquitetônica e linha de produção com influências modernas.

as habitações eram construídas rapidamente em muitos lugares do mundo tomando proporção governamental.

  • Seguindo os preceitos modernos do CIAM, Le Corbusier projetou moradias que romperam com a concepção de lar, as quais não faziam referências às moradias antigas dos operários . • Eram edificações que refletiam a indústria e a tecnologia, nos espaços de concreto, nas superfícies sem decoração e nas lâmpadas elétricas nuas, sem lustres. Dessa forma para os modernistas, a casa transformou-se literalmente em uma máquina de morar. (BOTTON, 2006).
  • Os racionalistas desenvolveram uma série de propostas, principalmente no período entre- guerras, muitas das quais foram aplicadas na criação de novos bairros de cidades europeias, voltados às classes proletárias e aos refugiados de guerra.
    • Esses NOVOS BAIRROS eram compostos de modo unitário e em bloco (“edifícios-vila”), com cuidados de iluminação e ventilação, separação de tráfego e arborização. Tudo isso baseado na racionalização (padronização de elementos construtivos e pré-fabricação visando a industrialização) e na estandardização (adoção de modelos para as unidades habitacionais). O foco era a vida comunitária para todos os moradores, um lugar para fazer compras, divertir-se, viver e socializar, uma "cidade-jardim vertical“ – UNITÉS H’ABITATION.
  • 1.600 moradores;
  • Ao projetar para um número tão significativo de habitantes, o instinto natural é projetar horizontalmente espalhando-se sobre a paisagem. Em vez disso, Le Corbusier projetou a comunidade que poderia ser encontrada dentro de um bairro com uso misto, um edifício moderno, residencial e de grande altura;
  • 18 pavimentos;
  • a maioria dos aspectos comuns não ocorrem no interior do edifício; mas inseridos na cobertura. A Unidade de Habitação foi construída em concreto armado aparente, que era o material mais acessível na Europa pós-guerra. COBERTURA: terraço jardim com uma pista de corrida, um clube, um jardim de infância, um ginásio e uma piscina rasa. Ao lado, há lojas, instalações médicas, e até mesmo um pequeno hotel distribuído por todo o interior da edificação. A Unite d’Habitation é essencialmente uma "cidade dentro da cidade", que é espacialmente, bem como funcionalmente, otimizada para os moradores.