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TÉCNICA DE COLOCAÇÃO DO COLAR CERVICAL, Trabalhos de Traumatologia

CARACTERÍSTICAS DO COLAR CERVICAL MEDIDA DO TAMANHO DO COLAR CERVICAL: INDICAÇÕES CONTRA-INDICAÇÕES RISCOS E ACIDENTES TÉCNICA DE COLOCAÇÃO DO COLAR

Tipologia: Trabalhos

2020

Compartilhado em 30/11/2020

usuário desconhecido
usuário desconhecido 🇧🇷

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INTRODUÇÃO
De acordo com o Ministério da Saúde, em 2018 morreram 32.655 pessoas em
decorrência do trânsito brasileiro. Conforme os dados do Ministério da Saúde, os
motociclistas foram os que mais perderam a vida nas vias e rodovias do Brasil. Foram 11.435
mortos nessa condição. Em seguida estão os ocupantes de automóveis (7.282) e os pedestres
(6.018). A faixa etária mais vulnerável, segundo os dados, está entre 20 e 29 anos.
O atendimento à vítima de trauma deve iniciar-se o mais precocemente possível, uma
vez que prognósticos satisfatórios nos doentes traumatizados estão fortemente relacionados
aos cuidados iniciais, particularmente nas primeiras horas após o trauma, a chamada golden
hour. Isso implica que o atendimento seja iniciado já no local da ocorrência e haja a melhor
integração possível entre o atendimento prestado no local, os cuidados durante o transporte e
o tratamento definitivo. Os cuidados inadequados podem contribuir no aumento da incidência
dos óbitos evitáveis, atingindo até 35%.
O uso do colar cervical pode evitar trauma cervical e obstrução das vias aéreas, pois
impede o movimento de flexão do pescoço.
Assim, é fundamental que no controle da coluna cervical você lembre-se sempre que
em toda vítima de trauma suspeita-se de lesão na medula espinhal até que tenha sido
finalmente excluída essa possibilidade por meio de exames radiológicos (CELCE, 2020).
A avaliação da coluna cervical permite obter parâmetros de identificação das
alterações do padrão respiratório e provável comprometimento dos reflexos neurológicos. Na
avaliação clínica, interação e observação, a presença de hematoma, equimose e dor cervical
sugerem lesão nesta área, o que forte indicação para imobilização desse segmento
corpóreo. Ao palparmos esta área e percebermos crepitação óssea, teremos instado uma
fratura de vértebra cervical, tornando imperativa a imobilização completa da coluna com colar
cervical rígido e protetor lateral de cabeça. Se manipularmos inadvertidamente a vítima sem
levar em consideração a possibilidade de lesão cervical, podemos ocasionar uma instabilidade
maior na coluna com consequente lesão do canal medular e compressão ou ruptura da medula
espinhal (CELCE, 2020).
O movimento excessivo pode tanto causar como agravar lesões neurológicas, porque
pode ocorrer compressão óssea se a coluna estiver fraturada (CELCE, 2020).
A lesão da coluna cervical afeta a manutenção da respiração, pois o centro respiratório
localiza-se no tronco encefálico emitindo estímulos para a contração e o relaxamento dos
músculos respiratórios e também propicia a imobilidade permanente por falta de reflexos
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INTRODUÇÃO De acordo com o Ministério da Saúde, em 2018 morreram 32.655 pessoas em decorrência do trânsito brasileiro. Conforme os dados do Ministério da Saúde, os motociclistas foram os que mais perderam a vida nas vias e rodovias do Brasil. Foram 11. mortos nessa condição. Em seguida estão os ocupantes de automóveis (7.282) e os pedestres (6.018). A faixa etária mais vulnerável, segundo os dados, está entre 20 e 29 anos. O atendimento à vítima de trauma deve iniciar-se o mais precocemente possível, uma vez que prognósticos satisfatórios nos doentes traumatizados estão fortemente relacionados aos cuidados iniciais, particularmente nas primeiras horas após o trauma, a chamada golden hour. Isso implica que o atendimento seja iniciado já no local da ocorrência e haja a melhor integração possível entre o atendimento prestado no local, os cuidados durante o transporte e o tratamento definitivo. Os cuidados inadequados podem contribuir no aumento da incidência dos óbitos evitáveis, atingindo até 35%. O uso do colar cervical pode evitar trauma cervical e obstrução das vias aéreas, pois impede o movimento de flexão do pescoço. Assim, é fundamental que no controle da coluna cervical você lembre-se sempre que em toda vítima de trauma suspeita-se de lesão na medula espinhal até que tenha sido finalmente excluída essa possibilidade por meio de exames radiológicos (CELCE, 2020). A avaliação da coluna cervical permite obter parâmetros de identificação das alterações do padrão respiratório e provável comprometimento dos reflexos neurológicos. Na avaliação clínica, interação e observação, a presença de hematoma, equimose e dor cervical sugerem lesão nesta área, o que dá forte indicação para imobilização desse segmento corpóreo. Ao palparmos esta área e percebermos crepitação óssea, teremos instado uma fratura de vértebra cervical, tornando imperativa a imobilização completa da coluna com colar cervical rígido e protetor lateral de cabeça. Se manipularmos inadvertidamente a vítima sem levar em consideração a possibilidade de lesão cervical, podemos ocasionar uma instabilidade maior na coluna com consequente lesão do canal medular e compressão ou ruptura da medula espinhal (CELCE, 2020). O movimento excessivo pode tanto causar como agravar lesões neurológicas, porque pode ocorrer compressão óssea se a coluna estiver fraturada (CELCE, 2020). A lesão da coluna cervical afeta a manutenção da respiração, pois o centro respiratório localiza-se no tronco encefálico emitindo estímulos para a contração e o relaxamento dos músculos respiratórios e também propicia a imobilidade permanente por falta de reflexos

neurológicos nos membros da vítima. Assim, na avaliação inicial é imprescindível que avaliemos as vias aéreas e estabilizemos a coluna cervical (CELCE, 2020). CARACTERÍSTICAS DO COLAR CERVICAL O colar cervical apresenta vários tamanhos, cujos velcros tem cores específicas, conforme Tabela (isso facilita, prontamente, a equipe a localizar o colar cervical). Tabela : Dimensões dos colares cervicais Fonte: Linhas de Cuidado em Enfermagem Uma vez colocado o colar cervical, mantenha o paciente na prancha rígida (ou em uma superfície rígida), e coloque o coxim lateral de cabeça. O colar cervical é um excelente dispositivo auxiliar na imobilização, porém não limita completamente os movimentos laterais e de flexão-extensão, devendo, portanto, ser utilizado em conjunto com o imobilizador de cabeça e o dispositivo de fixação do tronco (CELCE, 2020). O colar cervical evita apenas o movimento de flexão do pescoço, não impedindo os movimentos de lateralidade da cabeça. É um dispositivo a ser escolhido com critério, não sendo pequeno a ponto de comprimir os vasos localizados na região cervical nem grande a ponto de não cumprir com o objetivo para o qual ele foi criado e ainda dificultar a abertura da via aérea. Os resultados esperados quando o colar cervical é aplicado corretamente são as vias aéreas desobstruídas e protegidas de aspiração traqueobrônquica e a ausência de trauma cervical secundário, resultante de fraturas por instabilidade da coluna vertebral cervical. O colar cervical deve possuir um desenho assimétrico, ser dobrável e plano, com janela para acesso à região cervical, além de fornecer uma boa adaptação a cabeça e ao ombro da vítima. Confeccionado em polietileno, é radiotransparente (deve ser mantido durante o raio-X de coluna cervical até ser descartado lesão nesta área).

INDICAÇÕES A instalação do colar não é prioridade máxima no atendimento ao politraumatizado enquanto a estabilização manual da cabeça puder ser realizada de forma eficiente por um profissional. No entanto, esse dispositivo é importante para a imobilização, pois limita os movimentos da coluna cervical e ajuda a sustentar o pescoço, protegendo a coluna de compressão. O paciente que apresenta comprometimento das vias aéreas, respiração ou circulação deve receber as intervenções de correção desses problemas antes da instalação do colar cervical, enquanto um profissional executa a estabilização manual da cabeça. Assim que for possível, o colar deverá ser instalado. No paciente consciente, com boa ventilação e circulação e no paciente inconsciente sem comprometimento das vias aéreas, o colar cervical pode ser aplicado concomitantemente ao controle manual da coluna. A proteção da coluna cervical constitui medida universal no atendimento do paciente vítima de trauma, devendo ser mantida até a confirmação de não haver lesão neurológica ou lesão óssea. Os colares devem ser de tamanho adequado para cada paciente e não devem impedir a abertura da boca do paciente, espontânea ou realizada pelo profissional caso ocorra vômito. Sempre se deve observar se após a colocação do colar houve uma obstrução ou uma dificuldade de ventilação. CONTRA-INDICAÇÕES Objeto encravado no local de colocação do colar. Nesses casos o objeto deve ser fixado e o controle manual mantido em associação a outras estratégias de fixação para evitar a movimentação da cabeça. Ferimento com sangramento intenso (fazer curativo compressivo antes da colocação do colar). Em situações onde o alinhamento não possa ser obtido. Nesses casos, o posicionamento da cabeça deve ser mantido com controle manual e outras estratégias de fixação para evitar movimentação.

RISCOS E ACIDENTES Compressão das vias aéreas e /ou compressão circulatória, quando o colar estiver mal posicionado ou muito apertado. Tração excessiva quando do posicionamento do pescoço para a colocação do colar. TÉCNICA DE COLOCAÇÃO DO COLAR

  1. Utilizar EPI.
  2. Identifi car-se e explicar o procedimento ao paciente à medida do possível.
  3. Realizar manobra conforme indicado: O profissional 1 realiza a estabilização manual da cabeça com a duas mãos e com a ajuda de uma leve tensão no sentido axial, realiza o alinhamento em posição neutra. Atenção: O alinhamento deve ser evitado ou interrompido se houver resistência ou dor ao movimento, piora da condição ventilatória ou ocorrência de espasmos musculares do pescoço e parestesia. O profissional 2 realiza a avaliação do pescoço e região mentoniana para rápida detecção de lesões que necessitem de abordagem antes da instalação do colar ou que impeçam sua instalação. Devem ser avaliados rapidamente: face, pescoço, traqueia, condições de jugulares, clavículas, coluna cervical e pulso carotídeo. Em seguida, o profissional 2 utiliza seus dedos para medir o pescoço do paciente, (distância entre a mandíbula e o ombro). Usando esta medida aproximada, o profissional 2 seleciona o tamanho adequado do colar. No caso de colares ajustáveis, deve-se realizar o ajuste o tamanho indicado, certificando-se que este está travado no tamanho selecionado; Enquanto a estabilização e alinhamento da cabeça são mantidos, o profissional 2 instala o colar. Pode haver variação da técnica de instalação a depender da posição do paciente:
  • paciente em DDH, a colocação se inicia com a passagem do colar por trás, entre o pescoço e a superfície, complementando-se pelo ajuste do apoio mentoniano à frente, sob o mento;
  • paciente sentado ou em pé, a instalação do colar se inicia pela adequação do apoio mentoniano do colar sob o mento complementando-se com a passagem por trás do pescoço.

Após a colocação do colar cervical, a estabilização manual da cabeça e do pescoço deve ser mantida até que o paciente seja colocado na prancha e seja instalado o imobilizador lateral de cabeça.