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Monografia sobre Classificação de Risco
Tipologia: Teses (TCC)
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Não perca as partes importantes!
Varginha – MG 2009
Monografia apresentada como parte das exigências para conclusão do curso de Enfermagem, da Universidade José do Rosário Vellano. Orientadora: Gilmara B. Paiva
Varginha- MG 2009
Dedicamos este trabalho a nossa família sempre presente, torcendo por nosso sucesso. Aos nossos amigos, companheiros de caminhada, que dividiram conosco descobertas, medos, cansaço, e com quem dividimos mais essa vitória. Aos nossos mestres, sempre dispostos a dividir seus conhecimentos, nos moldando dia a dia, enfermeiros. A minha companheira de TCC pela paciência, companheirismo e compreensão nos momentos inoportunos.
Agradecemos primeiramente a Deus, que está sempre presente nos guiando e iluminando em nossa trajetória. Aos nossos pais que se esforçaram para que o nosso sonho se tornasse real. A nossa orientadora Profª Gilmara, sempre disposta a nos ajudar em nossos questionamentos, não só durante essa pesquisa, mas em nossa vida acadêmica, nos transmitindo conhecimento, experiências e amizade. A bibliotecária Renata, sempre presente, atendendo prontamente nossas dúvidas. A amiga Nidia Rocha, pelas dúvidas esclarecidas e disponibilidade para nos ajudar. E a todos que de forma direta ou indiretamente, contribuíram para que esse trabalho fosse concluído.
The area of emergency care is in an important component of health care. And we can observe in recent years, the growth in demand for services and overhead in this area. And in trying to order the attendance to emergencies and emergencies, the Ministry of Health implemented the code with Home Equity, which must be present in every emergency room by 2010. Although some form of screening has always been made in emergency and rescue followed, however, the logic of exclusion, and Risk Classification does not imply exclusion but stratification. This study aimed to evaluate the knowledge of the population of an Emergency Department of Varginha, about the differentiation of emergency and urgency. Was conducted by searching with qualitative and quantitative approach, supported by a literature search, with sampling of 30 users of emergency care. Data were collected through a questionnaire with 8 descriptive questions and multiple choice questions related to sex, age, educational level, differentiation of urgency / emergency case study in the emergency / urgency of the current conditions UAPS. Identified with this work that the population knows differentiate conceptually emergency room, but when applied to practical situations that reality is reversed and most do not know how to differentiate.
Keywords: Risk Classification. Knowledge of the population. Difference between urgency and emergency.
O interesse pelo tema Classificação de Risco em serviços de emergência é recente. A ineficácia do Sistema de Saúde é um dos motivos que contribuem para o aumento da procura pelos serviços de emergência, assim surgiu à necessidade de selecionar quais clientes deveriam ser atendidos prioritariamente. Abbês, (2009) em suas considerações comenta que com a crescente demanda e procura dos serviços de urgência e emergência observou-se um enorme fluxo de “circulação desordenada” dos usuários nas portas desses serviços, tornando-se necessário a reorganização do processo de trabalho desta unidade, de forma que a assistência prestada fosse de acordo com diferentes graus de necessidades ou sofrimento e não mais impessoal e por ordem de chegada A busca indevida pelos serviços de emergência mobiliza desnecessariamente recursos humanos e materiais especializados, reforça a desvalorização da ação preventiva e soluciona, paliativamente, os problemas de saúde da população, acarretando um agravamento tanto das condições de trabalho nestes serviços como da qualidade da atenção prestada. (SHIROMA, 2008) A realidade que se observa, de uma vida estressante, falta de tempo, horários incompatíveis com os oferecidos pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS), podem levar os clientes a procurar como primeira opção os serviços de emergência, por funcionarem 24 horas. E também, como cita Shiroma (2008), devido à cultura da população sobre o setor de emergência conseguir propiciar um atendimento mais ágil e com maior potencial de resolubilidade para os problemas de saúde, devido à característica do serviço de centralizar o atendimento em um único local. Pois esses serviços mesmo superlotados, impessoais e atuando sobre a queixa principal, disponibilizam recursos como consultas médicas, medicamentos, raio X, exames laboratoriais, procedimentos de enfermagem, internações, entre outros, enquanto as unidades básicas, na maioria das vezes, oferecem basicamente a consulta médica. Considerando a importância do serviço de emergência e a demanda crescente de clientes, devem-se buscar alternativas que garantam o atendimento rápido e com qualidade, priorizando o atendimento de clientes graves. Uma estratégia que vem sendo utilizada por alguns serviços é a Classificação de Risco. (CALIL; PARANHOS 2007)
Conforme citado por Brasil (2009), muitos serviços de atendimento às urgências convivem com grandes filas onde as pessoas disputam o atendimento sem critério algum a não ser a hora da chegada, isso muitas vezes faz com que alguns casos se agravem na fila, ocorrendo às vezes até a morte de pessoas pelo não-atendimento no tempo adequado. A principal finalidade do serviço de Classificação de Risco é escolher quais clientes devem ter prioridade no atendimento, ou seja, fazer com que os clientes mais graves sejam atendidos primeiro. Não tem a finalidade de rejeitar ou excluir o usuário, mas, sim, organizar o fluxo de cliente no sistema de saúde e selecionar os meios adequados para o diagnóstico e tratamento do problema de saúde apresentado. Assim espera-se melhorar tempos e recursos utilizados. (CALIL; PARANHOS, 2007) Alguma forma de triagem sempre foi feita em serviços de urgência e emergência, onde havia uma lógica de exclusão. Já Classificação de Risco não pressupõe exclusão e sim estratificação. Atualmente o termo triagem foi substituído por Classificação de Risco pelo MS. No âmbito dos serviços de emergência, a Classificação de Risco apresenta- se como uma das ações decisivas para reorganizar e implementar a promoção de saúde em rede. Englobando aspectos como, ampliar o acesso sem sobrecarregar as equipes e sem prejudicar a qualidade; aumentar a interação entre profissionais de saúde e usuários; reconfigurar o trabalho médico integrando-o no trabalho da equipe; aumentar a capacidade dos trabalhadores em distinguir e identificar riscos e agravos, sem extrapolar as competências relativas ao exercício profissional de sua categoria. (SHIROMA, 2008) O manejo da classificação de risco num Pronto Socorro requer equipes envolvidas, preparadas, e capazes de identificar necessidades e prioridades do paciente, para avaliação correta das situações estabelecidas no protocolo. Cada Serviço de Saúde deverá adaptar a classificação com base no perfil de sua demanda, dados epidemiológicos, em sua experiência, recursos, diferenças culturais, área física, leitos de retaguarda disponíveis, risco ou existência de superlotação, uso de protocolos, etc. (MAFRA, 2009)
De acordo com Smeltzer e Bare (2002), os serviços de emergência utilizam vários sistemas de classificação, com terminologias diferentes, mas todos com a característica de uma hierarquia fundamentada no potencial para perda da vida. Um sistema básico e amplamente utilizado emprega três categorias: ¾ Emergentes: categoria de triagem que significa lesões com risco de vida, real ou potencial, ou doenças que exijam o tratamento imediato. ¾ Urgente: categoria de triagem que significa doença ou lesão grave que não comporta risco de vida imediato. ¾ Não-urgente: categoria da triagem que significa pequena lesão ou doença episódica em que o tratamento pode ser retardado várias horas ou por mais tempo sem que a morbidade seja aumentada.
2.1 História
Triagem existe desde que o primeiro serviço de urgência foi criado; em alguns lugares antes do registro, em outros, após. Em 1898 em Glasgow, Sir D'Arcy Powerin descrevia um hospital em Londres onde os pacientes começavam a se amontoar nas escadas às 08h30min, mas eram atendidos só as 09h. As portas eram então abertas para um paciente por vez e a enfermeira perguntava sua queixa para depois o encaminhar para o clínico ou para o cirurgião. Nos EUA (Estados Unidos da América), a triagem foi usada inicialmente pelos militares, que estabeleciam prioridades no tratamento dos soldados feridos em batalha. Os feridos eram classificados por gravidade de suas lesões: a primeira identificação eram os gravemente traumatizados considerados não viáveis, em seguida observa-se os que necessitavam cuidado imediato; por último aqueles que podiam aguardar tratamento com segurança. Nesse caso o grande objetivo da triagem era devolver o mais rápido possível, o maior número de soldados para o campo de batalha e sendo usada em guerras ou grandes catástrofes. Nos anos 1950 e 1960 os PS americanos foram forçados a avaliar alternativas na abordagem do aumento da demanda de atendimento. No final dos anos 50 houve mudanças no sistema de saúde americana: as visitas médicas em residência se transformaram em consultas agendadas em
descritores de urgência e necessidade de cuidados médicos e ficou conhecida como Ipswich Triage Scale. Nos anos 90, o Ipswich Triage Scale foi informatizado e testado em hospitais australianos quanto à utilidade, aplicabilidade e validade. Em 1993, o Australasian College of Emergency Medicine (ACEM) adotou esta escala e a chamou National Triage Scale (NTS) como parte das Políticas de Triagem. Ela agora é conhecida como Australasian Triage Scale (ATS) e tem sido adotada pelas autoridades de saúde e pelo Australian Council on Health Care Standards (ACHS) como base de avaliação do desempenho das Unidades de Emergência. A Escala compreende 05 categorias, que são elas: Pacientes com risco de vida imediato, Risco de vida iminente, Potencial risco de vida, Pacientes potencialmente graves, Menos urgentes. (GRUPO, 2009) De acordo com Grupo (2009), no Brasil, Dr. Flávio de Sá, docente, recém vindo do Canadá onde conheceu e trouxe o protocolo canadense, se reuniu com o gerente do Pronto Socorro do Hospital Municipal de Paulínia, Dr. Paulo Bonilha. Decidiram implantar o protocolo do Canadá adaptado à realidade local. A Classificação de Risco era feita por auxiliares de enfermagem com área exclusiva para este fim. Foi escrito então um documento com esta sistemática que serviu de base para implantação no Hospital Municipal Mário Gatti em 2001. Esse documento foi apresentado ao Programa Nacional de Humanização e então elaborado uma cartilha. Vários outros hospitais com auxílio dessa cartilha, também implantaram a Classificação de Risco.
2.2 Objetivos
A missão do acolhimento com classificação de risco é ser instrumento capaz de acolher o cidadão e garantir um melhor acesso aos serviços de urgência/emergência. E tem como principais objetivos: ¾ Humanizar o atendimento mediante escuta qualificada do cidadão que busca os serviços de urgência/emergência; ¾ Classificar, mediante protocolo, as queixas dos usuários que demandam os serviços de urgência/emergência, visando identificar os que necessitam de atendimento médico mediato ou imediato;
¾ Utilizar o encontro com o cidadão como instrumento de educação no que tange ao atendimento de urgência/emergência; ¾ Construir os fluxos de atendimento na urgência/emergência considerando a rede dos serviços de prestação de assistência à saúde. (SANTOS JUNIOR,
Agora, outros aspectos são citados, de acordo com Projeto (2009):
¾ Avaliar o paciente logo na sua chegada ao Pronto Socorro humanizando o atendimento; ¾ Descongestionar o Pronto Socorro; ¾ Extinção da triagem por porteiro ou funcionário não qualificado; ¾ Reduzir o tempo para o atendimento médico, fazendo com que o paciente seja visto precocemente de acordo com a sua gravidade; ¾ Determinar a área de atendimento primário, devendo o paciente ser encaminhado diretamente às especialidades conforme protocolo. Ex Ortopedia, ambulatórios, etc; ¾ Informar os tempos de espera; ¾ Retornar informações a familiares.
Por outro lado segundo Brasil (2004), alguns pontos críticos devem ser considerados ao realizar a classificação de risco, veja as descrições a seguir: primeiro ampliar o acesso sem sobrecarregar as equipes, sem prejudicar a qualidade das ações, e sem transformar o serviço de saúde em excelente produtor de procedimentos. Segundo, superar a prática tradicional, centrada na exclusividade da dimensão biológica, de modo que amplie a escuta e que recoloque a perspectiva humana na interação entre profissionais de saúde e usuários. Um terceiro aspecto é reconfigurar o trabalho médico no sentido de superar o papel central que ele vem ocupando e integrá-lo no trabalho da equipe, garantindo o compartilhamento de saberes para um ganho na potência das diferentes categorias. Quarto aspecto, transformar o processo de trabalho nos serviços de saúde, no sentido de aumentar a capacidade dos trabalhadores de distinguir os problemas, identificar riscos e agravos, e adequar respostas à complexidade de problemas trazidos pelos usuários. Além disso, potencializar profissionais comuns e especializados, sem extrapolar as
2.3.1 O Enfermeiro e a Classificação de Risco
O enfermeiro é capacitado para realização da Classificação de Risco mediante capacitação e a existência de protocolos aprovados pela a instituição (SILVA; PEIXOTO; FREIAS, 2007) Segundo Gatti (2009), o profissional enfermeiro é considerado capacitado para a função, pois a sua formação é enfatizada na valorização das necessidades biológicas, sociais e psicológicas do cliente. Além disso, está habituado a exercer a liderança, o que o leva ter uma visão abrangente do setor, incluindo recursos humanos, área física e fluxo de pacientes, aspectos esses que devem ser levados em conta no momento da priorização do atendimento. Um enfermeiro de Classificação de Risco deve apresentar três habilidades fundamentais: avaliação, conhecimento e intuição. A intuição se desenvolve com experiência, sensibilidade e o uso da observação. Todas essas características estão bem desenvolvidas em um enfermeiro de Pronto Socorro com experiência. Sendo assim, o enfermeiro é o primeiro contato da equipe de emergência com o paciente, cabendo ai o papel de orientador, coletando dados sobre a sintomatologia, medicações em uso e detectando possíveis déficits de conhecimento nesses aspectos, ou ainda relativos à outras questões de fluxo e especificidade de atendimento do setor. Existe também um papel de "relações públicas", que favorece significativamente a relação hospital-paciente, aliviando a ansiedade do mesmo.
2.4 Estrutura Necessária
Para que a Classificação de Risco seja implantada com sucesso no serviço de emergência, é necessário além de tudo uma área física com uma estrutura e equipamentos adequados. Projeto (2009) cita os itens e procedimentos estruturais necessários para agilizar o processo de classificação de risco e são eles: Fácil acesso com comunicação direta com a área de acolhimento; Telefone com a emergência; Área física que possibilite a visão dos que esperam pelo atendimento; A sala de enfermagem com privacidade para a entrevista, exame físico e procedimentos iniciais; Mobiliário como, mesa, cadeira, mesa de exames, escadinha, mesa auxiliar; Disponibilidade de macas e cadeiras de rodas; Disponibilidade de material e equipamento para atendimento básico de urgência; Saídas de ar
comprimido, oxigênio e vácuo; Medicamentos de emergência; Aspirador; Material de intubação adulto e infantil; Monitor e eletrocardiógrafo; Oxímetro de pulso; Glicosímetro; Aparelho de pressão; Estetoscópio; Ambú adulto e infantil; Desfibrilador / cardioversor; Bomba de infusão contínua. Deve-se também levar em consideração alguns fatores para que seja introduzido o sistema de classificação de risco, como: ¾ Número de atendimento por dia; ¾ Horários de pico dos atendimentos; ¾ Recursos humanos disponíveis; ¾ Qualificação das equipes de acolhimento e classificação de risco; ¾ Sistema de redirecionamento de consultas ambulatoriais ou outras áreas de atendimento; ¾ Espaços físicos e logísticos.