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Resumo Faringotonsilite, Resumos de Pediatria

Sinais e sintomas, etiologia, métodos diagnósticos, conduta, complicações

Tipologia: Resumos

2020

Compartilhado em 01/10/2020

luizabmartins1
luizabmartins1 🇧🇷

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Tutoria
Caso 5: Faringotonsilite
Objetivo 1: Compreender sinais e
sintomas da faringotonsilite e a
diferenciação etiológica (vírus ou
bactérias)
Definição
As faringotonsilites ou faringoamigdalites
agudas são definidas como qualquer processo
inflamatório e/ou infeccioso agudo da mucosa
faríngea.
Quando afetam as tonsilas palatinas são
denominadas amigdalites, quando afetam a faringe,
de faringites, e, acometendo ambas, são as
faringoamigdalites ou faringotonsilites, também
denominadas anginas.
Sinais e Sintomas
Origem Viral:
- Dor de garganta
- Disfagia
- Mialgia
- Febre baixa
- Coriza
- Espirros
- Obstrução nasal
- Conjutivite
- Diarréia
- Exsudato na faringe e tonsilas
- Ausência de adenopatia ou adenopatia
difusa
Correspondem a 75% dos casos nas faixas
etárias em geral
Exsudato presente em:
- Epstein-Barr (rash após tratamento com
amoxilina)
- Adenovírus
- Raramente em Influenza A e B.
Epstein-Barr (mononucleose):
- Transmissão ocorre pela saliva ou contato
próximo
- Primeiro mal estar e coriza
- Depois a tríade clássica de angina, febre e
linfadenomegalia cervical volumosa
- A febre pode ser alta e acompanhada de
astenia intensa
- Faringite intensa com exsudato
proeminente e persistente
- Tonsilias hipertrofiadas, eritematosas,
podendo apresentar exsudato branco
amarelado
- Pode ser pseudomembranosa
- Edema de úvula e palato são sinais
característicos
- Hepatoesplenomegalia
- Rash após tratamento com amoxilina
Enterovírus (doença mão--boca):
- Febre alta
- Prostração
- Vesículas em faringe
Figura 8. Mononucleose Infecciosa: edema e
hipere-mia de tonsilas com pseudomembrana
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Tutoria

Caso 5 : Faringotonsilite

Objetivo 1: Compreender sinais e

sintomas da faringotonsilite e a

diferenciação etiológica (vírus ou

bactérias)

Definição As faringotonsilites ou faringoamigdalites agudas são definidas como qualquer processo inflamatório e/ou infeccioso agudo da mucosa faríngea. Quando afetam as tonsilas palatinas são denominadas amigdalites, quando afetam a faringe, de faringites, e, acometendo ambas, são as faringoamigdalites ou faringotonsilites, também denominadas anginas. Sinais e SintomasOrigem Viral:

  • Dor de garganta
  • Disfagia
  • Mialgia
  • Febre baixa
  • Coriza
  • Espirros
  • Obstrução nasal
  • Conjutivite
  • Diarréia
  • Exsudato na faringe e tonsilas
  • Ausência de adenopatia ou adenopatia difusa  Correspondem a 75% dos casos nas faixas etárias em geral  Exsudato presente em:
    • Epstein-Barr (rash após tratamento com amoxilina)
    • Adenovírus
    • Raramente em Influenza A e B.  Epstein-Barr (mononucleose):
  • Transmissão ocorre pela saliva ou contato próximo
  • Primeiro mal estar e coriza
  • Depois a tríade clássica de angina, febre e linfadenomegalia cervical volumosa
  • A febre pode ser alta e acompanhada de astenia intensa
  • Faringite intensa com exsudato proeminente e persistente
  • Tonsilias hipertrofiadas, eritematosas, podendo apresentar exsudato branco amarelado
  • Pode ser pseudomembranosa
  • Edema de úvula e palato são sinais característicos
  • Hepatoesplenomegalia
  • Rash após tratamento com amoxilina  Enterovírus (doença mão-pé-boca):
  • Febre alta
  • Prostração
  • Vesículas em faringe Figura 8. Mononucleose Infecciosa: edema e hipere-mia de tonsilas com pseudomembrana .
  • Lesões em mãos e pés ⚫ Origem Bacteriana:  EBHGA (agente bacteriano mais comum- Streptococcus pyogenes):
  • Dor de garganta de início súbito
  • Febre maior ou igual a 38ºC
  • Cefaléia
  • Odinofagia intensa, podendo ter otalgia
  • Náusea, vômitos, dor abdominal sugerem linfadenite mesentérica associada
  • Hiperemia faringotonsilar
  • Hipertrofia das tonsilas com ou sem exsudato
  • Exsudato faringotonsilar
  • Petéquias no palato
  • Nódulos linfáticos anteriores dolorosos à palpação
  • Exantema escarlatiforme  A infecção por EBHGA não tratada pode resultar em complicações supurativas locais, febre reumática ou gromerulonefrite EtiologiaVírus:
  • Adenovírus (mais frequentes, 20% dos casos)
  • Rinovírus
  • Coronavírus
  • Influenza
  • Parainfluenza
  • Coxsackie
  • Vírus sincicial respiratório
  • Herpes
  • Vírus Epstein-Barr (EBV): causador da mononucleose ⚫ Bactérias:
  • EBHGA (20-30%)
  • Staphylococcus aureus (20%)
  • Haemophillus sp. (15%)
  • Moraxella catarrhalis (15%)
  • Pneumococo (1%)
  • Germes anaeróbios
  • Clamídia
  • Micoplasma pneumoniae  Com menos de 3 anos de idade:
  • Menor prevalência de infecções bacterianas devido à IgG materna  Entre 3 a 15 anos:
  • EBHGA mais frequentes  Adultos:
  • Infecções virais mais prevalentes

Objetivo 2: Conhecer os principais

métodos diagnósticos para o agente

etiológico

⚫ Diagnóstico deve ser feito através de:

  • Dados clínicos
  • Epidemiológicos
  • Confirmado por exame cultural ou pelo teste rápido de detecção do antígeno estreptocócico. Teste Rápido
  • Especificidade de 95% e sensibilidade de 75%
  • Pode ser utilizado o ELISA, imunoensaios óticos (OIA) ou sondas (probes de DNA)
  • Resultado positivo: não precisa confirmar com cultura  tratamento imediato
  • Resultado negativo: Figura 10. Aparência típica de faringoamigdalite bacteriana: tonsilas eritematosas, edemaciadas, hipertrofiadas e exsudativas.

Conduta do Caso ⚫ Quando o teste rápido for negativo, algumas autoridades preconizam a introdução dos antibióticos por alguns dias (até chegar o resultado da cultura) e interromper o tratamento se o resultado der positivo ⚫ Outras acreditam que é possível esperar o resultado da cultura, usando somente medicamentos sintomáticos e só administrar antibióticos quando o resultado da mesma for positivo  Problemas do uso indiscriminado dos antibióticos

  • Iatrogenias, custos mais elevados, surgimento de cepas bacterianas resistentes aos antimicrobianos
  • Uso repetido de antibióticos pode causar desequilíbrio da flora bacteriana
  • Ex.: Streptococcus viridans é a bactéria mais encontrada nas tonsilas palatinas em indivíduos não doentes e inibe o crescimento ou aderência de outras potencialmente patogênicas  antibióticos desequilibram Quadro viral
  • Uso de sintomáticos e hidratação.
  • Reavaliar em 48 a 72h quando não houver remissão da febre - Pastilhas e sprays:  As pastilhas têm efeito melhor que os sprays, mas não devem ser utilizadas em crianças com menos de 4 a 5 anos pelo risco de engasgo.  Substâncias: - Mentol - Ambroxol - Lidocaína - Benzocaína - Benzidamina - Difenidramina - Analgésicos e anti-inflamatórios  Paracetamol - Dose^ de^325 a^ 650mg^ a^ cada^4 a 6h, não excedendo 4000mg/dia  Crianças devem tomar doses de até 10mg/kg até 5x/dia  Dipirona
  • Dose de 500mg a 1g 4x/dia  Crianças: doses de 20 mg/kg/dia 4x/dia, podendo administrar até 30mg/kg em dose única  Ibuprofeno
  • Analgesia: 200 - 400 mg a cada 4-6h
  • Anti-inflamatório: 300 mg/6-8 h ou 400- 800 mg 3-4 vezes/dia  Crianças:
  • Antipirético: 5-10 mg/kg a cada 6 h (máximo 40 mg/kg/dia)
  • Anti-inflamatório: 20 - 40 mg/kg/dia fracionados em 3-4 doses  Nimesulida
  • Dose de 50 a 100mg 2x/dia, não devendo exceder 200mg.  Criança é de 2,5mg/kg; 2x/dia - Remédios caseiros:  Gargarejo com água morna e sal  Sopas mornas Quadro bacteriano
  • Uso de antibióticos deve ocorrer em até 9 dias do surgimento da doença - Fármacos de primeira escolha:  Penicilina G benzatina/intramuscular. 1 dose. <27kg: 600.000 UI, >27kg: 1.200.000 UI indicada para os que não aderem ao tratamento pelo prazo recomendado  Penicilina V/oral por 10 dias.
  • Crianças: 250mg. 2 ou 3 vezes por dia.
  • Adolescentes e adultos: 250mg, 4 vezes/dia ou 500mg, 2 vezes/dia.

 Amoxilina/oral por 10 dias. 50mg/kg/dia, 2 ou 3 vezes/dia (máximo de 1000 mg/dia).

- Indivíduos alérgicos à penicilina: Macrolídeos  Azitromicina: - Adultos: 500mg via oral durante 3 dias - Crianças: administrar somente em crianças que pesam mais de 45 kg. 20mg/kg/dia. 3 dias. (máximo de 500mg por dia)  Claritromicina: - Casos de falha terapêutica:  Amoxilina + ácido clavulânico. 40 - 50 mg/kg/dia - 10 dias  Cefalosporinas de segunda geração por 5 a 10 dias

Objetivo 4: Investigar as possíveis

complicações que podem ocorrer

na faringotonsilite exsudativa ou

não exsudativa

⚫ Só ocorrem em caso de bactérias EBHGA Não SupurativasEscarlatina  Causada pela produção de exotoxinas piogênicas  Manifestações:

  • Rash cutaneopapular e eritematoso deixando a pele áspera
  • Linfadenopatia
  • Vômitos
  • Cefaleia
    • Febre
    • Eritema de amígdalas e orofaringe
    • Sinal de Filatov: palidez perioral
    • Sinal de Pastia: surgimento de petéquias e hiperpigmentação em dobras
    • Língua em framboesa: As papilas linguais estão hipertrofiadas, salientes sobre fundo intensamente eritematoso  Febre Reumática  Principal causa de cardiopatia adquirida na infância e na adolescência  Incidência maior entre 5 e 15 anos de idade.  Manifestações surgem 2-3 semanas após faringite estreptocócica  Doença autoimune  Manifestações:
  • Febre baixa (37,5ºC)
  • Artrite
  • Sopro
  • Cardite
  • Eritema
  • Prostração
  • Falta de ar  Sem tratamento adequado tem alta taxa de mortalidade (crianças)  Para o diagnóstico utilizamos o critério de Jones modificado, sendo confirmado na presença de 2 critérios maiores ou 1 critério maior e 2 menores, associados à evidência de infecção estreptocócica recente. Figura 11. Aspecto de língua de paciente com escarlatina. A coloração avermelhada e o edema das papilas dão aspecto de “língua em framboesa”
  • Alteração no timbre da voz, podendo apresentar a voz de “batata quente”
  • Trismo: por conta do comprometimento dos músculos pterigóides  Ao exame físico:
  • Eritema
  • Edema da loja amigdaliana
  • Deslocamento da amigdala em direção à linha média
  • Úvula desviada no sentido contrário ao do lado do comprometimento
  • Flora polibacteriana  Conduta:
  • Drenagem
  • Aspiração do material purulento com agulha
  • Higiene oral
  • Antibioticoterapia
  • Dieta leve  Abscesso parafaríngeo  Exibe com frequência:
  • Trismo
  • Limitação dos movimentos cervicais
  • Pode ocorrer meningismo em função da irritação dos músculos paraespinhais  Ao exame físico:
  • Desvio da parede lateral da faringe e da amigdala em direção à linha média
  • Endurecimento dos tecidos moles cervicais  Infecções do espaço retrofaríngeo  Pode se originar do comprometimento dos linfonodos presentes nesse espaço por bactérias que infectam primariamente nariz, faringe e seios paranasais (disseminação linfática)  Mais frequente em crianças  Geralmente apresenta:
  • Dor
  • Febre
  • Leucocitose
  • Odinofagia
  • Disfagia
  • Deslocamento anterior da parede posterior da faringe
  • Pode haver assimetria da faringe
  • A inflamação dos músculos paraespinhais pode provocar opistótono

Classificação Clínica das

Faringotonsilites

Tonsilas FaríngeasAdenoidite aguda:  Quadro muito difícil de diferenciar de IVAS generalizada, ou mesmo de rinossinusite bacteriana  Apresenta-se com:

  • Febre
  • Rinorréia
  • Obstrução nasal
  • Roncos  Adenoidite aguda recorrente:  4 ou mais episódios de adenoidite aguda em 6 meses  Pode ser muito difícil de diferenciar de sinusite aguda recorrente  Adenoidite crônica:  Apresenta-se:
  • Rinorréia constante
  • Halitose
  • Secreção em orofaringe
  • Congestão crônica  Uma das causas é o refluxo faringo-laríngeo  Hiperplasia adenoidiana:  Obstrução nasal crônica com:
  • Roncos
  • Respiração bucal
  • Rinorréia
  • Voz hiponasal Tonsilas PalatinasAmigdalite aguda:
  • Febre
  • Dor de garganta
  • Disfagia
  • Adenomegalia cervical com hiperemia de amigdalas
  • Pode haver exsudato  Amigdalite aguda recorrente:  Episódios recorrentes ou frequentes de infecções agudas que acometem as tonsilas palatinas, faríngeas ou mucosa de faringe  Amigdalite Crônica:
  • Dor de garganta crônica
  • Halitose
  • Cálculos amigdalianos excessivos
  • Edema periamigdaliano
  • Adenopatia cervical amolecida persistente  Hiperplasia amigdaliana:
  • Roncos
  • Apnéia obstrutiva do sono
  • Disfagia
  • Voz hipernasal  Em casos extremos:
  • Obstrução nasal muito intensa que pode causar insuficiência respiratória aguda

Classificação Clínica das Anginas

⚫ As tonsilites faríngeas são mais difíceis de serem diagnosticadas do que as palatinas (que são facilmente visualizadas) ⚫ O acometimento agudo da orofaringe e das amígdalas é também conhecido como angina e elas podem ser divididas em eritematosas, eritematopultáceas, pseudomembranosas, vesiculosas e ulceronecróticas  Anginas eritematosas:  Correspondem a 90% dos casos  Caracterizam-se por:

  • Hiperemia difusa
  • Aspecto congesto de toda mucosa orofaríngea
  • Amígdalas edemaciadas e às vezes hipertrofiadas
  • Pode apresentar pequenos pontos de exsudatos  Anginas eritemato-pultáceas:  Apresentam além da hiperemia e congestão inflamatória da orofaringe:
  • Placas confluentes de exsudato esbranquiçado sobre as amígdalas que se desprendem facilmente da mucosa com o abaixador de língua  É a segunda angina mais frequente Figura 1. Angina eritematosa em um paciente Figura 2. Paciente com faringoamigdalites eritêmato-pultáceas