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Resenha do livro a bolsa e a vida de Jacques Le Goff
Tipologia: Resumos
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Não perca as partes importantes!
Prof. Dr. Fernando Vojniak Alessandra do Amaral Pereira Marcelino^1 LEGOFF, Jacques. A Bolsa e a Vida: Economia e Religião na Idade Média. Tradução: Rogério Silveira Muoio. Revisão técnica: Hilário Franco Junior.2 ed. São Paulo: Brasiliense. 1989. Jacques Le Goff foi um importante historiador francês, que se dedicou ao estudo da Idade Média. Fez parte da terceira geração da “Escola dos Annales”, dedicando grande parte de sua obra à História das Mentalidades. Fez estudos aprofundados sobre a cultura e a mentalidade do homem na Idade Média. Abordou, em suas obras (mais de 40 livros), aspectos sociológicos, psicológicos, religiosos, antropológicos, artísticos, comportamentais, econômicos e sociais. Suas obras são consideradas referências de extrema importância para o estudo da Idade Média. É considerado um dos principais historiadores da Nova História ( Nouvelle Histoire ). Le Goff nasceu na cidade de Toulon (França) em 1 de janeiro de 1924. Foi professor nas universidades de Paris e Lille, diretor da École des Hautes Études en Sciences Sociales entre os anos de 1972 e 1977. Faleceu na cidade de Paris (França), em 1 de abril de 2014 (aos 90 anos).^2 Jacques Le Goff em sua obra A Bolsa e a Vida, discute a relação entre a usura^3 na idade média, a imagem do usurário^4 e a condenação da igreja aos praticantes da usura. No início do livro ele fala que o usurário tinha somente dois caminhos segundo a crença que consta nos documentos estudados por Le Goff ( Atas de Concílios, ordenanças reais, manual dos confessores, Tratados teológicos, Exempla ). O autor cita histórias que foram relatadas por pessoas que segundo os seus confessores do período medieval, tiveram experiências sobrenaturais, afirmando assim a idéia de que o usurário tinha somente duas escolhas ou abandonar suas práticas e salvar sua alma ou continuar e perdê-la eternamente. Assim sendo a (^1) Aluna do curso de licenciatura de História da Universidade Federal da Fronteira Sul, e-mail: leamaral2711@gmail.com. (^2) Fonte: https://www.suapesquisa.com/quemfoi/jacques_le_goff.htm (^3) A usura é a prática de arrecadação de juros por um emprestador nas operações que não devem dar lugar ao juro(LE GOFF,p.14) (^4) Pessoa que pratica a usura
única maneira encontrada pela igreja de salvação ao usurário era, a criação do Purgatório (local onde as penas são as mesmas do inferno, porém com uma porta de saída de lá que leva ao céu) a partir de relatos do imaginário coletivo. Dessa forma mesmo após sua morte, se o usurário não tivesse tempo de expiar suas penas, outras pessoas poderiam fazê-lo pelo falecido. A obra é dividida em nove partes, que são elas: “ Entre o dinheiro e o Inferno: a usura e o usurário; A bolsa: a usura; O ladrão de tempo; O usurário e a morte; A bolsa e a vida: o Purgatório; O coração também tem suas lágrimas”. Em cada um dos temas abordados ele conta histórias de usurários que foram atormentados pelos terrores do inferno, que foi relatado aos monges, e como alguns se salvaram desse terror. E como cria-se um local alternativo dando assim uma chance a mais de salvação, não só ao usurário, como aos pecadores em geral. Segundo o autor, a usura entre os séculos XII e XIX, é uma mistura de economia e religião, de dinheiro e salvação. A imagem do usurário acaba por ser comparada e até assimilada com a dos judeus, que eram tachados como “infanticidas e profanadores de hóstia”. Ligando a imagem do usurário com a dos judeus, faz crescer o antissemitismo. Le Goff cita a diferença entre os julgamentos dos usurários cristãos (que eram julgados pelo tribunal eclesiástico) e dos judeus que eram julgados pela justiça laica (que segundo o autor era mais severa). A igreja considerava os usurários cristãos piores que os judeus, pois os judeus não emprestavam com usura aos seus irmãos, porém os cristãos sim. O usurário é um especialista em empréstimo a juros, isso é um grande problema para o século XIII, pois a Igreja proíbe a usura. Um símbolo da usura que Le Goff utiliza é a bolsa, que se enche com a arrecadação de juros dos empréstimos, e se o usurário não mudar suas práticas terá como destino para a alma, o inferno e para isso ele deve se separar da bolsa, sinal da corrupção causada pela usura, se arrepender e devolver tudo o que ganhou ilicitamente, doando aos pobres e a Igreja. Ser usurário nesse período é desonroso, mas em meio a pobreza da época a usura poderia ser um meio de ascender na sociedade, segundo Etienne de Bourboun e a Tabulla exemplorum , citado por Le Goff, “ser usurário é uma maldição que se estende também aos seus herdeiros, caso eles não obedeçam ao dever de restituir os lucros obtidos”(p.41). O autor cita vários exemplos em seu livro, narrando várias histórias referentes a usurários que, segundo relatos obtidos em sua pesquisa, foram levados ao inferno e de outros que se arrependendo foram ao purgatório, também apresenta exemplo de esposas de usurários que, se responsabilizando em devolver tudo que foi ganho com usura consegue a salvação dos maridos usurários como pode ser observado no trecho a seguir citado em seu livro: Quanto ao usurário, ele não é uma pessoa "totalmente má"? Ora, eis o que encontramos no último capítulo do Dialogus miraculorum de Cesário de Heisterbach