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Relatorio de campo da disciplina geologia urbana, Slides de Geoquímica

Relatório de campo da disciplina geologia urbana, mostrando parte da cidade com problemas geologicos

Tipologia: Slides

2020

Compartilhado em 14/03/2022

alex-lima-alves-7
alex-lima-alves-7 🇧🇷

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ
INSTITUTO DE ENGENHARIA E GEOCIÊNCIAS
PROGRAMA CIÊNCIAS DA TERRA
BACHARELADO EM GEOLOGIA
ALEX ALVES LIMA
NOEVERTON MAIA DO CARMO
RELATÓRIO DE CAMPO
GEOLOGIA URBANA E AMBIENTAL
SANTARÉM-PARÁ
2019
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE ENGENHARIA E GEOCIÊNCIAS

PROGRAMA CIÊNCIAS DA TERRA

BACHARELADO EM GEOLOGIA

ALEX ALVES LIMA

NOEVERTON MAIA DO CARMO

RELATÓRIO DE CAMPO

GEOLOGIA URBANA E AMBIENTAL

SANTARÉM-PARÁ 2019

ALEX ALVES LIMA

NOEVERTON MAIA DO CARMO

RELATÓRIO DE CAMPO

GEOLOGIA URBANA E AMBIENTAL

Trabalho apresentado ao Programa Ciências da Terra, curso Bacharelado em Geologia como requisito parcial para a obtenção de nota da disciplina de Geologia Urbana e Ambiental. Universidade Federal do Oeste do Pará. Prof.ª Drª Christiane do Nascimento Monte.

SANTARÉM-PARÁ 2019

SUMÁRIO

    1. INTRODUÇÃO
    1. ÁREA DE ESTUDO
    1. GEOLOGIA REGIONAL
    • 3.1. LIMITES E CARACTERÍSTICAS DA BACIA DO AMAZONAS
    • 3.2. ARCABOUÇO LITOESTRATIGRÁFICO
    • 3.2.1 EMBASAMENTO
    • 3.2.2 MEGASSEQUÊNCIA PALEOZOICA.................................................................
      • 3.2.2.1 SEQUÊNCIA ORDOVÍCIO-DEVONIANA...................................................
      • 3.2.2.2 SEQUÊNCIA DEVONO-TOURNAISIANA
      • 3.2.2.3 SEQUÊNCIA NEOVISEANA
      • 3.2.2.4 SEQUÊNCIA PENSILVANIANO-PERMIANA.............................................
    • 3.2.3 MEGASSEQUÊNCIA MESOZOICA-CENOZOICA
    1. GEOLOGIA LOCAL
    1. DESCRIÇÃO DOS PONTOS E TIPOS DE RISCOS GEOLÓGICOS
    • 5.1 MAPIRI
    • 5.2 SERRA DO ÍNDIO
    • 5.3 SERRA DA MATINHA
    1. CONCLUSÃO
  • REFERÊNCIAS

1. INTRODUÇÃO

A Amazônia deveria se desenvolver e que as cidades deveriam fazer parte desse progresso, atrelado à exploração mecanizada fez com que se estimulasse um processo de migração intenso da zona rural para as cidades. Esse processo de migração acarretou em um crescimento desordenado na zona urbana de muitos municípios paraense, tais como Santarém, Ananindeua, Altamira, Parauapebas (CARDOSO, 2017). A cidade de Santarém, incialmente habitada pelo povo Tupaius e denominada Aldeia dos Tapajós, foi elevada primeiramente à categoria de Vila em 1758 com a expulsão dos Jesuítas que nela habitavam para catequisar os índios. A independência e o título de cidade vieram somente em 1848, com uma economia impulsionada pela busca da “droga-do-sertão” e posteriormente pelo cultivo de cacau, da borracha, juta, pimenta do reino e extração de ouro. Desde então a cidade que se tornou um polo estratégico passa por um intenso processo de crescimento populacional (CARDOSO, 2017). A falta de organização ou infra-estrutura habitacional/urbana em grandes cidades geram grandes problemas, um deles são a invasão de locais impróprios a moradias, a partir destas ocupações, formam-se as periferias das cidades, onde identifica-se o surgimento de numerosos bairros “ilegais” com grande quantidade populacional que são caracterizados por uma precária infraestrutura e serviços, além de ruas não asfaltadas e ausência de uma rede de esgoto (OLIVEIRA, 2008). A presente pesquisa traz um estudo de campo em três áreas distintas do município de Santarém, as quais sofreram modificações ao longo do tempo devidas ao processo de crescimento populacional e de moradias em áreas sem infraestrutura. Implicando não apenas na infraestrutura do município, como também em problemas ambientais. A presente pesquisa por meio de levantamento em campo em três áreas distintas do município de Santarém-Pa, as modificações ao longo do tempo devido processo de crescimento populacional desordenado causando problemas devido, estas famílias procuram lugares de riscos para construírem suas casas, além de que Santarém é uma cidade de grande interesse mobiliários, fazendo que alguma pessoa de má fé realize vendas de terrenos ilegais de alto risco para habitação.

2. ÁREA DE ESTUDO A área de estudo (Fig. 1) situa-se na área urbana de Santarém que está inserida na mesorregião do Baixo Amazonas no estado do Pará, Brasil. A cidade é banhada pelos rios Amazonas e Tapajós, limitada a norte pelos municípios de Alenquer, Monte Alegre e Óbidos,

de alívio na direção N-S, tendo ainda propagado-se para leste e oeste devido reativação de zonas de fraqueza pré-cambrianas. Caracterizada por seu eixo maior orientado na direção ENE-WSW, paralela ao vale do Rio Amazonas. A partir da ocorrência do resfriamento das massas magmáticas, dar-se início a subsidência térmica regional, com o desenvolvimento da sinéclise intracontinental. A Bacia do Amazonas teve sua efetiva sinéclise em torno de 450 M.a (Ordoviciano Superior). Por toda a era Paleozoica a Bacia do Amazonas apresentou grande estabilidade tectônica. Apenas nas eras Mesozoica e Cenosoica Linhas de fraqueza foram reativadas devido a ruptura dos continentes Pangea e Gondwana (CAPUTO, 2014). 3.2. ARCABOUÇO LITOESTRATIGRÁFICO 3.2.1 EMBASAMENTO Obtendo estabilidade no Neoproterozoico (1,0 G.a), o Cráton Amazônico compõe o embasamento da Bacia. Possuindo mais de 4,4 milhões de km² no Brasil, ainda há poucas informações sobre ele, em parte devido à complexidade em realizar mapeamento geológico na Amazônia. 3.2.2 MEGASSEQUÊNCIA PALEOZOICA A partir dos princípios da Estratigrafia de Sequências, a bacia apresenta duas sequências de primeira ordem realizadas em sinéclises, sendo chamadas de megassequências: Megassequência Paleozoica e Meso-cenozoica. A megasequência Paleozoica se encontra dividida em quatro sequências de segunda ordem, depositadas em sinéclises e delimitadas por discordâncias regionais (CUNHA et al. , 2007). Da mais antiga para a mais recente temos as seguintes sequências: Ordovício- Devoniana (caracterizada pela sedimentação do Grupo Trombetas), Devono-Tournaisiana (grupos Urupadi e Curuá), Neoviseana (Formação Faro) e Pensilvaniano-Permiana (Grupo Tapajós) (CUNHA et al., 2007). 3.2.2.1 SEQUÊNCIA ORDOVÍCIO-DEVONIANA Primeira sequência depositada em sinéclise na bacia através das formações do Grupo Trombetas. A Formação Autás-Mirim foi proposta por Proposta por Caputo (1984) corresponde à porção basal do Grupo Trombetas e não aflora em porção alguma da bacia. Possui litologia formada por arenitos e siltitos intercalados, cujo ambiente é tido como flúvio- estuarino de idade Neo-Ordoviciana. A Formação Nhamundá mais a oeste da faixa aflorante do Grupo Trombetas. Composta por arenitos finos a médios com estratificação cruzada e bioturbação na parte mais basal e folhelhos laminados de cor cinza, com intercalação de siltitos e diamictitos.

A Formação Pitinga às rochas que afloram nas bordas mais a norte e sul da bacia, depositadas em ambiente glácio-marinho. Constitui-se de folhelhos de cor cinza, arenitos finos de cor cinza claro a branco, caulínicos, com estratificação plano-paralela e cruzada, e diamictitos suportados por matriz argilo-arenosa com seixos angulosos de folhelho, quartzo e feldspato. A Formação Manacapuru com arenitos branco, muito fino, laminado e arenito médio com estratificação cruzada, bem classificado, com intercalações espessas de folhelho e siltito e com camadas ferríferas que ocorrem em todo o flanco norte da Bacia do Amazonas e no rio Xingu (CAPUTO, 2014). A Formação Jatapu litogia formada por arenitos finos, fossilíferos, bioturbados, com intercalações de folhelhos e siltitos cinza escuro (PASTANA, 1999). 3.2.2.2 SEQUÊNCIA DEVONO-TOURNAISIANA Essa vindo este a dar origem ao grupo Urupadi (composto pelas formações Maecuru e Ererê) e Curuá (composto pelas formações Barreirinha, Curiri e Oriximiná (CUNHA et al ., 2007). A Formação Maecuru é composta por sedimentação de ambientes fluvial e deltaico, ocorrência de arenitos de granulometria fina a média, estratificações horizontal e cruzada e em algumas porções, grãos grosseiros a conglomeráticos (CAPUTO, 2014). A Formação Ererê consiste em ambiente deposicional transicional em planície de maré, principalmente com intercalações entre siltitos e arenitos; os arenitos possuem coloração que vai de branco a avermelhada e os siltitos são cinza-esverdeados. A Formação Barreirinha depositada em ambiente marinho profundo sob condições anóxicas, a formação consiste em folhelhos negros a cinza-escuro, com alto conteúdo de matéria orgânica e denota a maior transgressão marinha. E dividida ainda em três membros: Abaxis, Urubu e Arariá. A Formação Curiri constituída principalmente por diamictitos, seguido por folhelhos, siltitos e arenitos (Caputo, 1984) de ambientes glacial e periglacial depositados no Neo- Devoniano. A Formação Oriximiná foi proposta por Caputo (1984), dizendo que predominam arenitos finos a médios com estratificação cruzada e bioturbação, localmente com intercalações de siltitos, folhelhos e diamictitos. O ambiente deposicional é fluvial e deltaico, com contribuição glacial. 3.2.2.3 SEQUÊNCIA NEOVISEANA Composta apenas pela Formação Faro separada das sequencias inferior e superior por causa da orogenia Acadiana que ocasionou um hiato deposicional. A Formação Faro em ambiente flúvio-deltaico a litorâneo com influência de tempestades. Há a dominância de arenitos finos quartzosos de coloração cinza a esverdeada, e arenitos médios ferruginosos,

Gurupá, com características distintas dos sedimentos terciários essencialmente argilosos da Formação Solimões (Mioceno/ Plioceno).

4. GEOLOGIA LOCAL A geologia da área estudada é composta pela formação Alter do Chão, na esta unidade distribui-se de litologias variando de intercalações de arenitos e argilitos a rochas com granulometria mais grossas bem como conglomerados e rochas lateríticas, possui ambiente fluvial como ambiente dominante. Mendes, Truckenbrod & Nogueira (2012) falam que a Formação Alter do Chão foi definida pela primeira por Kistler (1954) como a uma unidade sendo composta de arenitos avermelhados, argilitos, conglomerados e brechas intraformacionais, tradicionalmente atribuídos a sistemas fluvial e lacustre/deltaico. Pode notar-se em campo que as fáceis da área não havia uma variação litológica, mas apenas granulométrica, com relação granulométrica variando de areia média a areia fina, notou-se ainda a crosta laterítica aflorando em certo ponto da Serra do Índio. Em Santarém a Formação Alter do Chão é fortemente caracterizada nas porções leste, sul e oeste do município, constituindo uma morfologia típica, com elevações de topo plano, bordas escarpadas e fortemente ravinadas, na forma de platôs. Na porção de topo desses platôs, é frequente a presença de crosta ferruginosa (lateríta), por vezes constituindo um nível concrecionário. Essa crosta, possui função de ser responsável pela preservação dos platôs que caracterizam essa unidade (DE OLIVEIRA et al ., 2000). A Formação Alter do Chão corresponde a uma das unidades mais de topo e também mais recente da bacia e de grande ocorrência no município de Santarém, com boas exposições no rio Tapajós e ao longo da BR163. 5. DESCRIÇÃO DOS PONTOS E TIPOS DE RISCOS GEOLÓGICOS 5.1 MAPIRI Lago do mapiri/ Foz do igarapé do Irurá. Neste ponto 01, foi observada como estava disposto a antiga orla do Mapirí onde antigamente era um balneário, servindo como local de lazer a população, hoje é encontrado bancos de areias (Fig. 2A), e diversas poças de lama oriundo das saídas de esgoto doméstico que se acumulam (Fig. 2C,D), ocasionando mal cheiro a população que reside no entorno. As casas da localidade, quanto à estrutura e marcas de cheias, comprovam o quanto diminuiu o fluxo de água (Fig. 2B). Inclusive, por meio de relatos dos moradores, que até a década de 90, possuía a presença de peixes ornamentais.

Fonte: Autores (2019).

Observam-se espécies conhecidas como Rizofiltradoras (Fig. 2C,D), que são plantas fotorremediadoras bem como o aguapé, que nascem nas margens para o centro e não no canal principal, devido estarem relacionado ao fluxo de energia que no centro esse fluxo e a energia são maiores. Figura 2 - Lago do Mapiri. A- Bancos de areia, B- Casas de moradores preparadas para cheias, C e D exibem plantas Fitorremediadoras (Rizofiltradoras).

Na margem, por conta da energia ser menor há grande concentração de matéria orgânica, decorrente a grande carga de esgoto despejado, com isso gerando a eutrofização da aguas. A eutrofização é reconhecida como um dos problemas de qualidade da água de maior importância na atualidade. Dentre os males causados pela eutrofização destacam-se a proliferação acelerada de macrófitas aquáticas e algas que podem produzir substâncias tóxicas nocivas à saúde. Dependendo do nível de eutrofização as espécies podem cobrir todo o leito do rio, o que mostra a total diferença dentro da bacia. Este tipo de planta antes não existia no local e com o tempo passou a se proliferar em todo a microbacia. Vários problemas estão geralmente relacionados a atividades antrópicas, Segundo BRAGA et al ., (2005), as atividades antrópicas consistem em importante fator responsável pela diminuição da qualidade da água, uma vez que o desenvolvimento urbano promove entre outros impactos ambientais, a eutrofização dos rios. Ponte do Mapiri Neste ponto observa-se um ambiente devastado pela ação antrópica, devido também ao grande descarga de esgoto no rio Irurá (Fig. 3A,B,C), dessa forma, o que se libera a partir do esgoto é matéria orgânica, que consome oxigênio para poder ser decomposta. Visto que o

Figura 4 - Irurá- A e B mostram canal do Irurá, C- Estação de Tratamento^13 de Esgoto (ETE), D- Torre de Monitoramento.

Fonte: Autores (2019) Nos anos 2000 este local foi palco de pesca com a utilização de bombas, devido isso, foi construída uma torre de monitoramento para interferi os pescadores que utilizavam estas bombas (Fig. 4D). 5.2 SERRA DO ÍNDIO A Serra do Índio pertence à Formação Alter do Chão, que data do Cretáceo. Na área, exibe uma evolução erosiva, apresentando, sulcos, ravinas e até mesmo voçorocas no sopé e um topo praticamente, além do que, áreas de riscos foram observadas locais, variando desde risco baixo a risco alto. Sopé da Serra do Índio A base ou sopé da serra foi toda loteada há anos atrás e casas foram sendo implantadas e habitadas. Estas que antes eram em sua grande maioria de madeira passaram por uma renovação de padrão e hoje se apresentam na forma de alvenaria (Fig. 5). Por se tratar de uma área com terrenos com preços mais acessíveis, transformou-se em um bairro com casas de classe média que está em constante povoação. Juntamente com o crescimento populacional vieram as consequências: Um local com infraestrutura inadequada, que além de se tratar de uma área de risco por conta da serra, não apresenta redes de esgoto, o que acaba agravando a situação. Na base da serra, encontra-se um dos maiores problemas, erosão e movimento de massa (Fig. 5C), de acordo com CPRM e defesa civil é um local de risco geológico devido está muito próxima ao morrotes de areias, podendo ocorrer um movimento de massa e causar acidentes (Fig. 5 B).

Figura 5 - Sopé da Serra do Índio. A e B - Mostram casas em risco de deslizamento de terra, C - Deslizamento de terra, D - Despejo de lixo em Ravinas.

Fonte: Autores (2019) A erosão é outro problema sério que vem ocorrendo naquela região, devido ao aumento da urbanização no trecho próximo ao pé da serra, que antigamente era apenas uma espécie de beco, que foi transformado em rua após maquinas da prefeitura realizar manutenção da área. Observa-se no local o deslizamento do tipo rastejo, que devido intempéries vem afetando principalmente as residências mais próximas, onde o material carreado chega às cercas das moradias, que servem como anteparo e se descolam (Fig. 5B), dobram ou em alguns casos chegam até ser retiradas. A presença de lixo também colabora para movimentos de massa. Um dos principais problemas observado é a falta de redes de esgotos, por ser um bairro ‘’novo’’, que atrelado ás chuvas e sendo um local de escoamento de água, acabou gerando sulco e posteriormente ravinas que chega transportar agua e lixo para casa em cotas mais baixas. A área no entorno da Serra do índio apresenta vários riscos geológicos, como movimento de massa, ravinas, voçorocas e inundações que se intensificam nos períodos chuvosos. Além disso, a geomorfologia da área de estudo intensifica os processos erosivos, proporcionando que sedimentos, água da chuva e grande quantidade de lixo são carreados para as regiões de menor elevação do bairro.

De início foram observadas que esta porção da área possui um loteamento, onde há a presença de residências, algumas ainda em fase de construção outras já construídas. Percebe- se no caminho moradias revelam-se padrão mais alto mostrando moradores de classe média, porém sendo área de risco bem aparente. Esta área é de domínio municipal, no entanto está abandona pelo poder público que não tem interesse em realizar algum tipo de atividade ou urbanização. Visto pela falta de infraestrutura bem como asfalto, rede de esgoto e iluminação pública. Anos atrás, foram retirados materiais para aterrar outras áreas da cidade, além disso, o morrote foi rebaixado para não atrapalha o espaço aéreo de Santarém que antes situava seu aeroporto no bairro do aeroporto velho. Hoje, a vegetação é pouca aparente resultando um local bastante vulnerável a processos erosivos a deslizamento de terra (Fig. 7A,D). Em algumas porções da área foram vistos rolamentos de blocos, de baixas velocidades (Fig. 7 A,D), além de processos erosivos atuantes geradores de ravinas e posteriormente voçorocas que chegam em torno de 2 metros de altura (Fig. 7C,E). Os sedimentos da serra do índio são transportados por agente de transporte bem como água e vento para locais cota mais baixas, sendo depositados em bacias e microbacias, tais como do rio Irurá que detém desses sedimentos desta serra. O principal fator para geração de ravinas e voçorocas é a falta de vegetação e intensa ação da chuva. Figura 7 - Topo da Serra do Índio. A- Morrote da serra do índio, B- Cobertura Lateriticas, C-Voçorocas, D- Deslizamentos de blocos, E- Ravinas.

Fonte: Autores (2019). Em relação ao tipo de risco encontrado nesta porção, foi denominado por Muniz (2019), áreas (R3) Risco alto, devido apresentar processos erosivos e de sedimentação

desenvolvidos, representados por voçorocas por movimentos de massa nas áreas mais próximas ao talude, apresentando alta potencialidade de escorregamento (Fig. 7A), e se mantidas as condições existentes, é possível a ocorrência de eventos destrutivos durante chuvas torrenciais. Observa-se Lateritas ferruginosas na parte superior, gerando sustentação e estabilidade a serra, estas Lateritas (Fig. 7B) são características da Formação Alter do Chão que predominam toda cidade de Santarém. A serra, inserida na Formação Alter do Chão e pertencente aos Planaltos residuais da Amazônia, é constituída basicamente de arenitos, serve como fonte de material para construção civil. Nela se encontra estruturas sedimentares um tanto erodidas. 5.3 SERRA DA MATINHA Como em outras áreas, a serra da Matinha também é circundada por residências, que diferentemente das observadas na serra do índio, são em sua grande maioria de madeira. Outra diferença está na inclinação do terreno, que é um tanto mais elevada e é um fator agravante, no entanto, de acordo com CPRM e defesa civil são áreas de risco. De início foi visitada a porção deste bairro situado próximo a base da serra (Fig. 8) que geralmente é atingida principalmente por inundações. Com vegetação mais rasteira, com pouquíssimas árvores de grande porte que estabilizem o terreno, a ação intempérica e erosiva destruiu toda a estrutura. Questão que se agrava por se tratar da parte mais baixa da elevação, onde a água carreada das chuvas chega a atingir as residências devido à falta de infraestrutura e saneamento. Em períodos de chuvas torrenciais esta área fica quase intrafegável, as linhas ônibus ficam impossibilitadas de trafegar uma vez que as ruas, na verdade são vielas de areia, e tornam-se lamaçais. Deslocados principalmente em épocas de chuvas torrenciais, observa-se a presença de dois blocos já rolado (Fig. 8B,D) e outros em eminência de cair, pois as plantas, na parte superior da serra, estão com suas raízes à mostra, além disso na parte inferior na serra, há relatos que casa e até mesmo muro de uma escola foram destruídos por movimentos de massa. Nesta local também é uma área que sofre com a exploração de material para construção, atividade bem como areia, sendo que esta acelera o processo erosivo com a retirada constante de material pelas maquinas (Fig. 8A). Algumas medidas a serem tomadas pela prefeitura em relação ao problema ambiental desta localidade seria primeiramente o reflorestamento, a construção de um muro de contenção e a execução de obras de drenagem para o caminho das chuvas, melhorando a segurança e qualidade de vida dos moradores.

deslocadas, e servem como uma barreira, pois os sedimentos descem serra abaixo por rastejamento (Fig. 8C).

6. CONCLUSÃO No decorrer da atividade pratica, observa-se que parte dos problemas ambientais que afetam o município de Santarém se deu devido o crescimento populacional desordenado e, falta de programas sociais que integrem essas pessoas, gerando consequentemente, à implantação de moradias em áreas não apropriadas. Isto está atrelado devido à falta de infraestrutura e saneamento básico, que trouxe além dos riscos de deslizamento de terra, o assoreamento e poluição dos meios aquíferos. Os órgãos públicos deveriam realizar visitas e monitoramentos dos principais locais com risco de acidentes principalmente naqueles classificados R4 alto risco, dessa forma, pode-se evitar tragédias com famílias daqueles locais. O igarapé do Irurá por ser um canal que abrange grande parte dos pontos analisados é um dos mais atingidos com a poluição e carreamento de areia provindo, principalmente, em época de chuvas intensas. A estação de tratamento de esgoto atue 24h, além de realizar reflorestamento nas áreas de serra onde tem-se grande risco de deslizamento de terra, medidas estas que poderiam remediar alguns possíveis problemas encontrados.

REFERÊNCIAS

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T. L.; SPENCER, M.; PORTO, M.; NUCCI, N.; JULIANO, N.; EIGER, S.

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BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Informações por cidade e estado. Santarém. 2019. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados.html. Acessado em 09 de dezembro de 2019.

CAPUTO, M.V. Bacia do Amazonas: Estratigrafia, Tectônica e Magmatismo. 2014.

CAPUTO, M.V. Stratigraphy, tectonics, paleoclimatology and Paleogeography of Northern basins of Brazil. Tese doutorado, Universidade da California (EUA), 583 p. 1984a.

CARDOSO, M.C. Expansão urbana em Santarém, Pará: Uma análise a partir da ocupação Vista Alegre do Juá. Universidade de Santa Cruz do Sul. Programa de pós-graduação, mestrado e doutorado. Santa Cruz do Sul, RS, Brasil, Setembro de 2017.

CARVALHO, Celso Santos; MACEDO, Eduardo Soares de; OGURA, Agostinho T. Mapeamento de riscos em encostas e margem de rios. Brasília: Ministério das Cidades, 2007.

CUNHA, P. R. C.; GONÇALVES, J. H. G.; SILVA, O. B. Bacia do Amazonas. Boletim de Geociências da PETROBRAS, v. 15, p. 227-251, 2007.

DE OLIVEIRA, Josafá Ribeiro et al. Caracterização Hidrogeológica da Cidade de Santarém e das Vilas de Mojuí dos Campos e Alter-Do-Chão com Proposta Técnica para a Perfuração de Poços Tubulares Profundos. Águas Subterrâneas , 2000.

MENDES, Anderson Conceição; TRUCKENBROD, Werner; NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues. Análise faciológica da Formação Alter do Chão (Cretáceo, Bacia do Amazonas), próximo à cidade de Óbidos, Pará, Brasil. Revista Brasileira de geociências , v. 42, n. 1, p. 39 - 57, 2012.

MUNIZ, L,S. Título: Análise das áreas de risco geológico nas proximidades da Serra do Índio, Santarém - PA. 2019. TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – UFOPA, SANTARÉM, 2019.

OLIVEIRA, Janete Marília Gentil Coimbra de. Expansão urbana e periferização de Santarém- PA, Brasil: questões para o planejamento urbano. Actas del X Colóquio Internacional de Geocrítica. Barcelona: Univesitat de Barcelona, 2008.

PASTANA, J.M.N. Síntese geológica e favorabilidade para tipos de jazimentos minerais do Município de Monte Alegre-PA. Belém: CPRM, 34 p. il. 1999.