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Guias e Dicas
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Redes Eletrica Inteligentes, Manuais, Projetos, Pesquisas de Eletrotécnica

Rede inteligente; Medição inteligente; Medidor inteligente; Macro rede; Micro rede; comunicação; tecnologia.

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2020

Compartilhado em 13/10/2020

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LUANDA / 2017
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO METROPOLITANO DE
ANGOLA
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LUANDA / 2017

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO METROPOLITANO DE

ANGOLA

LUANDA / 2017

REDES

ELÉTRICAS

INTELIGENTES

Faculdade de Engenharia

 Curso: Engenharia Eletrônica e de Telecomunicações

 Cadeira: Sistema de Energia Elétrica em Telecomunicações

 Turma: LEE3M

 Turno: Manhã

 3ª ano

Participantes do Grupo:

 20123107 – Dulce Marcia Capitão Tomas

 201513607 – Garcia Sebastião Moisés

 201514388 – Telma Pascoal

Docente

_____________________________

LUANDA / 2017

RESUMO

A preocupação com a emissão de gases de efeito estufa (GEE), principalmente as relacionadas ao dióxido de carbono (CO2), o desenvolvimento de novas fontes renováveis de geração de energia ou menos poluentes, o interesse na melhoria da qualidade da energia fornecida ao consumidor e as preocupações com as tarifas estão motivando o setor elétrico a buscar soluções práticas que atendam os interesses de consumidores, distribuidores e geradores de energia elétrica. Uma solução, alvo de pesquisas, é a chamada Rede Inteligente ou Smart Grid. Este conceito tem como objetivo criar uma nova infraestrutura de distribuição de energia elétrica, possibilitando o desenvolvimento, a integração e a aplicação de tecnologias da comunicação, informática e eletrônica nas chamadas macro redes e micro redes, com a finalidade de otimizar o controle e operação das redes elétricas através do uso de controles e informações em tempo real. Então, neste trabalho são apresentados e discutidos alguns termos que se fazem necessários para a compreensão deste conceito, tais como macro rede e micro rede, quais as funções que a rede inteligente deverá apresentar, os benefícios gerados pela implantação de uma rede inteligente para concessionárias de distribuição de energia elétrica e consumidores residenciais, comerciais ou industriais e os desafios relacionados à implantação desse sistema. Palavras-chave: Rede inteligente; Medição inteligente; Medidor inteligente; Macro rede; Micro rede; comunicação; tecnologia.

ÍNDICE

  • INTRODUÇÃO
  • CAPITULO I
    1. Introdução à smart grids
  • 1.1. Conceito
  • 1.2. Características das smart grids
  • 1.3. Arquitetura
  • 1.3.1. Energy Box
  • 1.3.2. Distribution Transformer Controller
  • Capitulo II
    1. Sistemas integrados de comunicação
  • 2.1. Tecnologias..........................................................................................................
  • 2.2. Outras tecnologias
  • Capitulo III
    1. Sensoriamento e medição
  • 3.1. Macrorede e Microrede
  • 3.2. Funções De Uma Rede Inteligente
  • 3.3. Benefícios De Uma Rede Inteligente
  • 3.4. Medição Inteligente Na Rede De Baixa Tensão
  • CONCLUSÃO
  • BIBLIOGRAFIA

CAPITULO I

1. Introdução à smart grids

Termo rede elétrica inteligente (do inglês Smart grid) refere-se a um sistema de energia elétrica que se utiliza da tecnologia da informação para fazer com que o sistema seja mais eficiente (econômica e energeticamente), confiável e sustentável. A definição de redes elétricas inteligentes ainda não está completamente consolidada, mas nesse sistema devem constar os seguintes atributos: Sistemas de transmissão e distribuição transparentes e controláveis; Fontes de energia renovável, geração distribuída e armazenamento de energia nos dois lados do medidor; Capacidade para resposta à demanda e controle de demanda. Em termos gerais é a aplicação de tecnologia da informação para o sistema elétrico de potência (SEP ), integrada aos sistemas de comunicação e infraestrutura de rede automatizada. Especificamente, envolve a instalação de sensores nas linhas da rede de energia elétrica, o estabelecimento de um sistema de comunicação confiável em duas vias com ampla cobertura de diversos dispositivos e automação dos ativos. Esses sensores são embutidos com chips que detectam informações sobre a operação e desempenho da rede - parâmetros, tais como tensão e corrente. Os sensores, então, analisam essas informações para determinar o que é significativo, por exemplo, está com tensão muito alta ou muito baixa.

1.1. Conceito

Existem diversas definições para o conceito de redes elétricas inteligentes. Entretanto, pode-se destacar a seguinte: Redes Elétricas Inteligentes são o resultado da combinação de sistemas elétricos de potência e tecnologia da informação. De acordo com o departamento de energia dos Estados Unidos, o conceito de redes elétricas inteligentes engloba duas situações distintas:  Smarter Grid : consiste na integração entre as tecnologias digitais disponíveis atualmente e as redes elétricas;  Smart Grid : consiste na pesquisa e desenvolvimento de soluções que viabilizem redes elétricas capazes de garantir níveis de confiabilidade ainda maiores sem o aumento dos custos associados a esse benefício, integrar autoprodutores de energia, reduzir os níveis de emissão de gases do efeito estufa, etc. As Redes Elétricas Inteligentes foram concebidas inicialmente para transportar e distribuir energia, as já seculares redes elétricas dos países desenvolvidos apresentam atualmente dificuldades na capacidade de resposta causadas pelo aumento da procura de eletricidade por eletrodomésticos cada vez mais potentes e modernos e também, pela crescente implementação de veículos elétricos. O nascimento das redes inteligentes está relacionado com o processo de adaptação e modernização das redes energéticas atuais, seguindo critérios de otimização de recursos, eficiência, sustentabilidade, capacidade e fiabilidade. O seu desenvolvimento é indispensável para garantir uma maior presença das energias renováveis, devido às suas particularidades, e da utilização sustentável das mesmas.

As redes inteligentes surgiram porque a produção de origem não fóssil (como solar ou eólica) tem o inconveniente da imprevisibilidade do fornecimento, uma vez que depende de forças naturais, e que pode provocar graves problemas de estabilidade nas redes ou mesmo falha de fornecimento. É aqui que as redes inteligentes são fundamentais, já que garantem a estabilidade, tanto do transporte, como da distribuição. Neste tipo de rede é possível conservar o excedente energético em momentos de grande produção, e introduzi-los na rede quando a produção é mais escassa. Os sistemas de controlo e automação associados a estas soluções permitem que o sistema armazene energia ou a liberte, na medida certa em função da informação que recebe a cada momento.

1.2. Características das smart grids

A transmissão elétrica é feita através de linhas de transmissão de alta tensão a partir das geradoras de energia até as linhas de baixa tensão que chegam `as residências dos consumidores finais. Entre esses dois pontos da rede elétrica, existem as subestações, cujo papel é converter as altas tensões para tensões cada vez mais baixas, até que atinja os consumidores finais. As redes elétricas inteligentes trazem mais automação para a transmissão de energia. As redes elétricas inteligentes propõem a maior automação dás subestações utilizando Dispositivos Eletrônicos Inteligentes (Intelligent Electronic Devices- IEDs) e Unidades Terminais Remotas (Remote Terminal Units - RTUs) para melhorar a capacidade de controle e monitoramento de dados. As geradoras de energia normalmente encontram-se distantes dos consumidores. Assim, a energia precisa ser transmitida das plantas de geração até os centros de distribuição locais. A energia é transmitida em alta tensão para que a corrente seja baixa e reduza-se a perda de energia nas linhas de transmissão. Os centros de distribuição baixam a tensão para finalmente distribuir a energia aos consumidores.

1.3. Arquitetura

A arquitetura técnica baseia-se numa arquitetura hierárquica multinível, com capacidade de gerir simultaneamente a informação de cariz técnico e comercial. A arquitetura está dividida em três níveis:

Capitulo II

2. Sistemas integrados de comunicação

As comunicações representam uma componente fundamental no projeto, porque disponibilizam todo o suporte de infraestrutura a todas as funcionalidades e serviços. A infraestrutura divide-se nas seguintes redes:  WAN ( Wide Area Network ) – interliga os sistemas de informação/SCADA- DMS com os DTC;  TAN ( Transformer Area Network ) – interliga o DTC e os restantes dispositivos eletrônicos inteligentes existentes no posto de transformação;  LAN ( Local Area Network ) – interliga o DTC e as EB;  HAN ( Home Area Network ) – interliga a EB com dispositivos instalados na casa do consumidor/produtor). Sistemas de automação, proteção e controle são dependentes das informações coletadas nas redes elétricas e, portanto, não há redes elétricas inteligentes sem uma infraestrutura de comunicação adequada, sendo assim, a implantação de sistemas integrados de comunicação é considerada uma tecnologia fundamental, essa infraestrutura deve ser suficientemente abrangente, em termos de velocidade e capacidade, para permitir a comunicação entre equipamentos, dispositivos, operadores, consumidores, etc. Devido à abrangência dos requisitos para os sistemas de comunicação, é necessário especificá-los adequadamente (p. ex. velocidade, confiabilidade, redundância, etc.), uma vez que esses requisitos dependem do tipo de aplicação (p. ex. automação de subestações, de alimentadores, AMI, etc.), deve-se proceder com sua especificação, a priori; A arquitetura dos sistemas não é completamente aberta, o que inviabiliza o suporte a equipamentos e ferramentas do tipo plug & play. Para que os sistemas elétricos de potência sejam integrados no nível de informação, é necessário que os sistemas de comunicação também o sejam; para que isso ocorra, os sistemas de comunicação devem ser baseados em normas universalmente aceitas, atualmente existem inúmeras normas e padrões utilizados pela indústria de energia elétrica, porém não há consenso quanto à elaboração e utilização de normas universais. Uma exceção é a norma IEC61850, inicialmente definida para a automação de subestações. Futuramente essa norma deve abranger outros setores. Atualmente é utilizada uma variedade de meios de comunicação (p. ex. fiação de cobre, fibras ópticas, carrier, wireless, etc.); O processo de automação das subestações foi conduzido considerando essas alternativas; Desta forma, há pouco espaço para ampliações nesses sistemas, de modo a acomodar outras características (p. ex. participação ativa do consumidor com a utilização da precificação dinâmica). As tecnologias de comunicação que existem são: BPL – Broadband Over Powerline; Wireless; outras tecnologias.

2.1. Tecnologias

Os objetivos originais do desenvolvimento de tecnologias de banda larga nas redes de distribuição e linhas de transmissão foram o acesso à internet e a transmissão de voz pela internet; atualmente essa tecnologia vem sendo empregada para a troca de informações entre:  Consumidores e concessionárias (AMR e AMI, DR);  Geradores distribuídos e concessionárias (DER);  Vídeo monitoramento e outras aplicações que requerem grandes transferências de dados e concessionárias  Atende os requisitos para AMI, DER, DR, DA, vídeo monitoramento, etc.; Até o presente momento essas tecnologias ocupam lugar de pouca importância na infraestrutura de comunicação para supervisão, automação, proteção e controle. São elas  Rádio troncalizado consiste em um transmissor/receptor mestre e múltiplos receptores/transmissores que compartilham o mesmo canal de informação; pode ser utilizado para a transmissão de sinais e dados; é utilizado para a troca de informações nos sistemas SCADA e nos sistemas DA; flexível, confiável e de dimensões reduzidas.  Paging Sistema de transmissão de mensagens curtas para terminais móveis remotos; Os sistemas tradicionais são do tipo one-way, porém há sistemas do tipo two-way, cujo custo é proibitivo; Existe alguma padronização para os sistemas de paging, porém a maioria dos sistemas é proprietária.  Espalhamento espectral é uma tecnologia utilizada em sistemas de rádio; Ocupa as bandas ISM (Instrumentation, Scientific & Medical) definidas nas faixas de 900 [MHz], 2.4 [GHz] e 5.8 [GHz]; Normalmente empregado como elo de ligação entre o ponto final e o sistema de comunicação corporativo.  WiFi Utiliza os padrões definidos pelas normas IEEE 802.11b e IEEE 802.11g; A taxa de transferência de dados é de 5- 10 [Mbps] (802.11b) e 54 [Mbps] (802.11g); normalmente empregado em ambientes de escritório; O alcance é pequeno e normalmente inferior à 100 [m].  WiMax utiliza o padrão definido pela norma IEEE 802.16; Ao contrário do WiFi possui um alcance grande, que pode atingir cerca de 45 [km]; A taxa de transferência de dados é de 75 [Mbps]; Pode ser utilizado como a espinha dorsal de sistemas de comunicação da transmissão e distribuição, que utilizam WiFi para SA e DA.  3G A tecnologia 3G pode ser empregada em automação, controle e supervisão de subestações; espera-se que seja uma solução de custo reduzido e de rápida implantação; A área de cobertura dessa alternativa não é de 100%.

A macro rede , que consiste na comunicação entre o medidor eletrônico e o Centro de Controle de Medição (CCM) da concessionária, representado pelos equipamentos de gerenciamento de dados e sistemas de controle dinâmico e operações de distribuição, através do sistema de comunicação que pode ser realizado via cabeamento ou rádio frequência. A Rede Inteligente não contará apenas com as tradicionais fontes de geração de energia, caracterizada pelas grandes usinas hidrelétricas e termelétricas (convencionais e não convencionais). O sistema elétrico do futuro poderá apresentar grande participação de pequenos geradores (microgeradores) conectados de forma distribuída ao sistema de fornecimento de energia, principalmente ao sistema de distribuição. Estes microgeradores serão caracterizados por motores reversíveis, microturbinas, células a combustível, geradores estacionários a diesel, gasolina ou gás natural, sistema fotovoltaico e sistema eólico. Além dos dispositivos de geração haverá a presença de dispositivos para armazenamento de energia (acumuladores de baterias e plug-in de carros elétricos) para atendimento das necessidades energéticas dos consumidores em casos de falha no sistema de geração local (por exemplo, telhados fotovoltaicos e pequenos aerogeradores) ou na rede elétrica de distribuição, todos localizados e conectados de forma distribuída no sistema elétrico de média tensão (sistema de distribuição). Sendo assim, os micros geradores poderão ser conectados e desconectados a qualquer momento da rede de distribuição, dependendo unicamente do preço da energia elétrica fornecida pela rede principal (concessionária local de energia elétrica). Então, no caso em que a energia elétrica fornecida pela concessionária apresentar custo inferior ao da energia gerada pelas fontes distribuídas, a micro rede desconecta seus geradores e passa a comprar energia da rede da concessionária de energia. A energia gerada pelo micro rede e não utilizada poderá ser armazenada para posterior consumo em momentos em que houver falha no fornecimento principal ou em horários que a energia da rede principal for mais cara, principalmente em horários de pico. Além disso, os micros geradores poderão ser desconectados da rede caso a energia elétrica entregue à rede principal apresente desconformidade em relação aos parâmetros de qualidade exigidos para que a mesma possa ser injetada na rede. O mesmo princípio se aplicará aos consumidores que apresentarem problema que comprometa a qualidade da energia ou a integridade do sistema. Outra capacidade da micro rede será o gerenciamento do funcionamento de equipamentos não críticos, representados principalmente por equipamentos residenciais, como máquinas de lavar roupa, máquinas centrífugas, secadoras de roupas e bombas de piscinas, durante horários de pico ou de falta de energia na rede principal, promovendo o desligamento desses equipamentos e garantindo a continuidade do fornecimento para setores prioritários ou críticos, como hospitais, prontos socorros e delegacias de polícia. Portanto, uma microrede poderá se transformar em fornecedora de energia para a rede principal, sendo que em períodos de baixo consumo o consumidor poderá injetar na rede principal o excedente de potência gerada, passando para a categoria ou condição de gerador (microgerador), aumentando assim a qualidade do fornecimento de energia como um todo.

Uma vez definidos os conceitos de micro e macroredes e observando que elas podem ser consideradas componentes-chave de uma Rede Inteligente, é necessário o entendimento de quais serão as funções que a rede deverá apresentar e benefícios alcançados com a implantação desse sistema.

3.2. Funções De Uma Rede Inteligente

A Rede Inteligente deverá prevenir e solucionar eventuais problemas relacionados principalmente à qualidade da energia gerada, além de garantir a segurança de pessoas e equipamentos conectados em redes de média tensão, classes 15 kV e 25 kV, alimentados por micro geradores, sendo um desafio importante o controle do nível de tensão em redes de baixa tensão com elevada concentração de micro produtores. Além disso, a Rede Inteligente deve satisfazer sete funções ou princípios :

1. Antecipar a resposta às perturbações do sistema (auto diagnose e auto reparação – Self Healing ): Em um sistema inteligente que utiliza a informação obtida em tempo real através de sensores incorporados, o controle automatizado deverá ser capaz de prever, detectar e responder aos problemas do sistema elétrico, evitando ou atenuando quedas de energia, problemas e interrupções de serviços, mantendo assim a qualidade de energia dentro de padrões específicos; 2. Motivar a participação ativa de consumidores na operação da rede (resposta à demanda ou controle da demanda): A Rede Inteligente deverá permitir aos consumidores uma melhor gestão da utilização ou consumo da energia elétrica, permitindo assim a redução dos gastos com o consumo de energia elétrica. Esta característica utilizará o conceito de “preço em tempo real”, com o preço da energia elétrica sendo exibido dentro da unidade consumidora através de display integrado ao medidor eletrônico. Isso permitirá aos consumidores optarem por controlar diretamente certos dispositivos como condicionadores de ar, bombas de piscinas, aquecedores elétricos e chuveiros

de carga, principalmente nos horários de pico, reduzir custos e agilizar o processo de geração de fatura (billing, no inglês), reduzir perdas na transmissão e distribuição de energia elétrica, principalmente as perdas relacionadas ao furto de energia elétrica, e facilitar o controle e operação do sistema elétrico de transmissão e principalmente do sistema de distribuição. Para os consumidores, os benefícios com a implantação da Rede Inteligente através da medição inteligente serão a maior confiabilidade no processo de geração da fatura que passará a ser automático e preciso, a possibilidade de visualização em tempo real dos parâmetros de rede e indicadores de qualidade da energia consumida, a implantação de um novo sistema tarifário com diferentes faixas de valores ao longo do dia (postos tarifários) e a possibilidade de visualização do valor da energia consumida em tempo real, que juntos permitirão que o consumidor planeje a utilização dos equipamentos e com isso reduza o valor de sua fatura mensal. Também, devem-se analisar as possibilidades vislumbradas pela introdução de novas tecnologias no gerenciamento da geração e consumo de energia, ainda mais em um período no qual se discutem como evitar ou diminuir as emissões de gases de efeito estufa. Então, analisando as possibilidades de uma Rede Inteligente podem-se esboçar os seguintes panoramas:  Através do gerenciamento, a Rede Inteligente permitirá que as fontes geradoras mais poluentes sejam acionadas somente em períodos críticos de demanda e em menor frequência (macro gerenciamento por parte dos operadores/geradores);  Através do gerenciamento local da rede elétrica, a Rede Inteligente permitirá a integração da geração distribuída, realizada através de pequenos geradores, tais como pequenas turbinas eólicas, telhados fotovoltaicos e mini e microturbinas movidas a gás natural (micro geração por parte dos consumidores/geradores);  Através do conceito “preço em tempo real” permitirá o gerenciamento da demanda por parte do consumidor, fortalecendo assim o gerenciamento pelo lado da demanda;  Através do conceito “gerenciamento em tempo real” haverá a possibilidade de integração de fontes renováveis de geração de energia elétrica, como fotovoltaica e eólica, de forma eficiente à rede elétrica quando as condições de geração das mesmas forem favoráveis;  Através do gerenciamento em tempo real do consumo local (micro gerenciamento) existe a possibilidade de análise, escolha e implantação de projetos de eficiência energética. Assim, pode-se notar que com a diminuição na demanda, estimulada pelo mecanismo de preço em tempo real e pelo gerenciamento em tempo real, com a implantação de projetos de eficiência energética e com a interconexão de fontes renováveis de geração de energia elétrica (fotovoltaica, eólica, células a combustível, etc.), poderá haver uma menor necessidade de utilização de unidades geradoras, principalmente nos períodos de pico, que utilizam como combustíveis o gás natural ou os derivados do petróleo (gasolina, diesel e querosene), contribuindo dessa forma para a redução de emissão de gases de efeito estufa, principalmente dióxido de carbono (CO2) e monóxido de carbono (CO). Nesses casos, o atendimento da carga de base do sistema elétrico continuará sendo realizado pela geração de grande porte (usinas hidrelétricas, usinas termelétricas a gás e usinas

nucleares), garantindo dessa forma a robustez do sistema em relação à freqüência, nível de curto-circuito e confiabilidade. Então, descrito o que vem a ser a macro rede e micro rede, quais as funções que a Rede Inteligente deverá apresentar e os benefícios que poderão ser alcançados com a mesma, o próximo passo é analisar a medição inteligente na rede de baixa tensão já que, dentro do conceito de Rede Inteligente, esta será a parte mais visível ao consumidor residencial através da utilização dos medidores inteligentes que deverão substituir gradativamente os atuais medidores eletromecânicos.

3.4. Medição Inteligente Na Rede De Baixa Tensão

Os benefícios de uma Rede Inteligente serão alcançados com a utilização em larga escala de sensoriamento e automação de toda a rede de transmissão e distribuição de energia elétrica, os quais deverão ser suportados por uma infraestrutura de comunicação (telecomunicação) a fim de que os dados gerados nos diversos pontos de medições possam ser analisados. Dessa forma, o estado da rede poderá ser conhecido em tempo real, permitindo uma atuação mais eficiente em relação às prevenções ou quando da ocorrência de problemas na rede elétrica. Em resumo, o sensoriamento será utilizado para aquisição de dados em tempo real que após análise serão utilizados nas tomadas de decisões, também em tempo real, enquanto que a automação será empregada para que as decisões possam ser implementadas em tempo hábil e de forma remota, beneficiando tanto concessionárias quanto clientes. Sendo assim, a Rede Inteligente poderá e deverá realizar medições ao longo de toda a extensão da rede elétrica, seja na transmissão em alta tensão ou na distribuição em baixa tensão. A título de exemplo, a Rede Inteligente, poderá detectar sobrecarga em transformadores no sistema de transmissão através de dados de telemetria e monitorar a qualidade da energia através de oscilógrafa, entre outras funções; e no sistema de distribuição de energia elétrica estará presente através da medição inteligente (smart metering), sistema composto por medidores eletrônicos, comunicação dupla via e softwares. Para isso, os medidores inteligentes deverão ter capacidade de armazenamento e processamento de dados, e comunicação com o Centro de Controle de Medição da concessionária de energia elétrica através de infraestrutura de comunicação dupla via. Programas computacionais deverão dar suporte para que os dados dos medidores eletrônicos sejam adquiridos de forma automática e em intervalos de tempo programáveis, além de permitir o envio de comandos para controle dos medidores de forma remota e garantir a segurança da análise dos dados e o trânsito das informações. Dentro do contexto da Medição Inteligente existem alguns termos que devem ser explorados para melhor entendimento da evolução deste conceito que são:  A Leitura Automática do Medidor (AMR) Primeira tecnologia a ser implantada em uma rede elétrica, é um sistema de coleta de dados com comunicação unidirecional, ou seja, somente dados enviados dos medidores inteligentes ao Centro de Controle de Medição da concessionária de energia elétrica. Com este sistema, o processo de geração de fatura, também conhecido como billing, se torna mais confiável para o consumidor e elimina a necessidade dos liturgistas que para as concessionárias significa economia de tempo, maior agilidade no faturamento e economia com pessoal de campo.

CONCLUSÃO

Com base a análise feita durante a investigação e compilação do presente trabalho chegamos à Conclusão de que a transição do atual modelo de rede de transmissão e distribuição de energia elétrica para o modelo de rede inteligente ocorrerá de forma gradativa, sendo que o primeiro passo será a implantação dos medidores inteligentes nas unidades consumidoras de baixa tensão (grupo B e grupo AS), permitindo que as concessionárias distribuidoras de energia elétrica efetuem a leitura dos medidores de forma remota e automática. O processo de transição atingirá maturidade com a implantação do sistema de gerenciamento do medidor, permitindo que as concessionárias atuem sobre o medidor eletrônico através de canal de comunicação dupla via existente entre este e os centros de controle de medição. Esta funcionalidade possibilitará a aquisição de dados relacionados à qualidade da energia fornecida as unidades consumidoras além da aquisição e análise dos indicadores da rede, tais como fator de potência, duração de interrupção por unidade consumidora, frequência de interrupção por unidade consumidora e duração máxima de interrupção por unidade consumidora. Assim, a rede inteligente permitirá que as concessionárias de energia elétrica aumentem sua eficiência operacional, melhorem o atendimento aos consumidores, promovam o uso racional da energia elétrica, promovam o deslocamento de carga, principalmente nos horários de pico, reduzam custos operacionais, agilizem o processo de geração de fatura, reduzam perdas na transmissão e distribuição de energia elétrica, principalmente as perdas relacionadas a furtos de energia elétrica, maximizem a utilização do sistema elétrico de transmissão e principalmente do sistema de distribuição. Já para os consumidores, a implantação das redes inteligentes possibilitará a visualização em tempo real dos parâmetros de rede e indicadores de qualidade da energia consumida, assim como a visualização do valor da energia consumida em tempo real. Dessa forma, o consumidor poderá planejar a utilização de equipamentos ao longo do dia, promovendo o deslocamento de carga que juntamente com a implantação de sistema tarifário variável ao longo do dia contribuirá para a redução do valor da fatura mensal. Então, os benefícios alcançados tanto por concessionárias distribuidoras quanto por consumidores, aliados ao fato da necessidade de pequenas modificações na estrutura já existente justificam a adoção e implantação das redes inteligentes.

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