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O presente trabalho apresentar um relato de experiência referente a uma atividade de campo realizada na disciplina Laboratório de Ensino em Geografia - LEG -1-Abordagem Sistêmica da Natureza no Ensino Fundamental e Médio, pertencente ao currículo do curso de Licenciatura e Bacharelado em Geografia da Universidade Estadual de Feira de Santana-UEFS.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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GDE – Experiências em programas institucionais de formação docente e Estágio Supervisionado em Geografia PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO-PEDAGÓGICO: UMA INTERVENÇÃO NA ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA EM VALENTE - BA Edson da Silva Santos 1 Universidade Estadual de Feira de Santana edsonsporte@hotmail.com Adriano Almeida Alves 2 Universidade Estadual de Feira de Santana adriano_alves_2008@hotmail.com José Pedro Oliveira de Araújo Neto 3 Universidade Estadual de Feira de Santana pedrinho_1501@hotmail.com RESUMO O presente trabalho apresentar um relato de experiência referente a uma atividade de campo realizada na disciplina Laboratório de Ensino em Geografia - LEG -1-Abordagem Sistêmica da Natureza no Ensino Fundamental e Médio, pertencente ao currículo do curso de Licenciatura e Bacharelado em Geografia da Universidade Estadual de Feira de Santana-UEFS. Tal, atividade ocorreu em 2013, com alunos de uma Escola Família Agrícola-EFA, situada no Povoado de Colônia, zona rural pertencente ao Munícipio de Itaetê-BA. E objetivou realizar oficinas as quais teriam como produto final materiais didático-pedagógicos, produzidos em conjunto com alunos da EFA, passivei de serem utilizados no processo de ensino-aprendizagem na instituição. Palavras-chave: Laboratório de Ensino em Geografia. Material didático. Educação Geográfica. Introdução A formação inicial dos discentes nos cursos de licenciatura é um momento imprescindível para o exercício da profissão docente, pois as disciplinas por meio de contribuições, teórico-metodológicas-práticas, juntamente com o incentivo e exercício de pesquisar, possibilitam uma formação profissional e pessoal, comprometida com o processo de ensino-aprendizagem dos futuros professores, mais significativo para que se tornem sujeitos críticos, autônomos e atuantes, no exercício de sua cidadania. Para tanto, é importante que o currículo do curso contribua nesse sentido.
Diante disto, na intenção de trazer melhorias e atender a determinações federais o curso de Licenciatura e Bacharelado em Geografia da UEFS, conforme o Projeto Pedagógico deste Curso (2005) criou os Laboratórios de Ensino em Geografia (LEGs^1 ), componentes curriculares obrigatórios, pertencentes ao núcleo específico do curso de Licenciatura em Geografia da UEFS, instituídos obedecendo à determinação prevista na Resolução CNE/CP4^2 2, de 19 de dezembro de 2002, a qual estabeleceu como carga horária mínima 400 horas destinada a Prática como Componente Curricular. No curso de licenciatura em Geografia da UEFS essas 400 horas foram distribuídas em sete LEGs^3 , ofertados a partir do 3º semestre e se prolonga até o 7º, e tem como uma de suas finalidades, desenvolver temas e atividades pertinentes à educação e ao ensino de nível fundamental II e médio, as quais subsidiarão cinco estágios supervisionados, também obrigatórios e ofertados a partir do 5º sementes e se prolonga até o 8º os quais devem ser desenvolvidos em escolas. O LEG -1- “Abordagem Sistêmica da Natureza no Ensino Fundamental e Médio” é ofertado no 2º semestre totalizando uma carga horária de 60 horas. Este LEG de acordo com o ementário curricular do curso de Licenciatura e Bacharelado em Geografia da UEFS, objetiva desenvolver nos educandos a: Capacidade de analisar a natureza numa perspectiva sistêmica e transformar o conteúdo em elementos adequados ao trabalho nos níveis fundamental e médio; Capacidade de elaborar materiais didático-pedagógicos e avaliar aqueles já existentes. Vale frisar que os LEGs, a princípio, primam pela reflexão-ação-reflexão da prática docente e aliam teoria e prática, através da simulação de aulas e produção de materiais didáticos para o ensino de geografia no ensino fundamental II e médio. (^1) De agora em diante os Laboratórios de Ensino em Geografia serão citados apenas como LEGs. (^2) Art. 1º A carga horária dos cursos de Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, será efetivada mediante a integralização de, no mínimo, 2800 (duas mil e oitocentas) horas, nas quais a articulação teoria-prática garanta, nos termos dos seus projetos pedagógicos, as seguintes dimensões dos componentes comuns: I - 400 (quatrocentas) horas de prática como componente curricular, vivenciadas ao longo do curso; (^3) LEG – 1 – Abordagem Sistêmica da Natureza no Ensino Fundamental e Médio; LEG – 2 – Cartografia e Geoprocessamento no Contexto do Ensino Fundamental e Médio; LEG – 3 – A Geografia Cultural no Contexto do Ensino Fundamental e Médio; LEG – 4 – Espaço Urbano e Rural no Contexto do Ensino Fundamental e Médio; LEG – 5 – Organização do Espaço em Múltiplas Escalas no Contexto do Ensino Fundamental e Médio; LEG – 6 – Espaço, Rede e Território no Contexto Fundamental e Médio.
material no processo de ensino-aprendizagem. Tem-se que “material didático em sentido abrangente é, qualquer produto usado no ensino. Em sentido especifico material didático ou material institucional é aquele elaborado intencionalmente com fins didáticos”. (SENAI, 1994, p. 9). A produção de material didático-pedagógico concreto é importante, pois são capazes de tornar as aulas mais dinâmicas e significativas, tanto para alunos quanto para os professores. Nesse sentido, para Freitas (2007, p. 94) “[...] material concreto é tudo aquilo que serve como recurso didático e pode ser manipulado, tocado, sentido pela criança, de forma que faça significado para ela”. Nesse universo segundo Silva (2012) encontram-se as maquetes, material didático concreto que representa um modelo tridimensional, passível de contribuir com a abstração de algo teórico. Quanto as EFAs entende-se que são escolas situadas na zona rural as quais, assim como muitas outras instituições de ensino no Brasil e em muitos outros países, como na França, adotam a pedagógica da alternância. Trata-se de um princípio que vai muito além dos 15 dias que os educandos passam estudando na EFA e 15 dias em casa e/ou na comunidade, aplicando técnicas agrícolas e conhecimento apreendidos na escola. Uma vez que as EFAs conseguem integrar familiares que contribuem com a troca de experiências, apoio na limpeza e na preparação dos alimentos. Ademais, as EFAs para Calvo (20002) são capazes de tornar os educandos mais responsáveis, ao passo que os prepara-los para a vida adulta, pois em escalas alternadas, fazem tarefas domesticas, como, limpar, lavar, arrumar, além das atividades limpeza. Além disso, essas escolas, nucleadas na zona rural, de acordo com Bergnami (2002) contribuem com a frequência, diminuem a evasão escolar, gastos com transportes e os riscos que as crianças passam diariamente ao ir e vir para os centos urbanos que, ao estudar nestes por vezes sofrem preconceitos ou passam a gostar desse ambiente, contribuindo para o êxodo rural. Outro ponto positivo das EFAs são que, ao estudarem no meio rural a partir de suas realidades os discentes passam a conhecer, admirar, gostar e sentirem-se cada vez mais pertencentes a esse ambiente, por meio de uma educação do/no para o campo fortalecendo suas identidades para com este e assim evita a migração dos jovens para o ambiente urbano.
Vale ressaltar que, concomitante com esses estudos teóricos dividiu-se a turma em cinco equipes, onde cada uma destas seria responsável por uma esfera terrestre, a saber: Atmosfera, Hidrosfera, Biosfera, Litosferas e Noosfera, criadas para que os futuros monitores pudessem: estudar, elaborar e desenvolver oficinas com discentes da EFA. No caso em estudo, os autores deste trabalho ficaram responsáveis pela Biosfera. Durante esses período de incubação foi pensando uma forma de criar materiais didáticos para serem desenvolvidos junto com os alunos da EFA, pois o objetivo do trabalho de campo não seria dar aulas e sim criar materiais didáticos para que os alunos pudessem utilizar na escola. A EFA em estudo esta situada na zona rural do município de Valente-Ba, região semiárida do estado da Bahia. Adota a pedagógica da alternância. Todavia, dispõe apenas do 6º ao 9º ano, após concluírem este último nível os alunos devem buscar outra escola para iniciar e finalizar o ensino médio, sendo muito comum posteriormente a conclusão deste, optarem pela formação em técnicos agrícolas. O espaço físico da escola esta dividido entre dois dormitórios^4 , quatro banheiros, duas salas de aulas, biblioteca, sala de informática, secretária, refeitório, lavanderia, campo de futebol, galinheiro, chiqueiro, horta, pomar, entre outros. Ao chegar à EFA, os grupos de monitores participaram de uma reunião com professores, monitores, educandos e demais membros da escola, momento em que estes se apresentaram. Posteriormente foi à vez dos monitores que ao se apresentarem, falaram um pouco das oficinas que seriam desenvolvidas e os objetivos de cada uma. Já para a aplicação das oficinas os alunos foram divididos aleatoriamente para que fossem encaixados em uma das cinco oficinas supramencionadas. Diante disso, percebe-se que concomitantes com a oficina Biosfera, realizavam-se outras oficinas, com demais monitores. Metodologia Para a realização dessa atividade o presente trabalho foi desenvolvido em três momentos, a saber: o primeiro momento foi desenvolvido em sala de aula, e contou com o embasamento teórico sobre: abordagem sistêmica, material didático, produção de material didático, educação do campo e pedagogia da alternância; o segundo momento destinou-se a (^4) Os alunos dormem separados das meninas e todos os dias alguns são designados a fazer algumas tarefas.
objetivos da atividade que seria desenvolvida, para que não pensassem que seria um mero passatempo. Posteriormente, foram distribuídos os materiais que seriam utilizados para a confecção da maquete, ou seja: uma Cola de Isopor, um Mapa de Vegetação do Brasil (2004) e um mapa de Biomas Brasileiros (2004), uma placa de isopor, de 50 x100–10 mm; alfinetes com cabeça plástica, possuindo 1,7 cm; três folhas de EVA de 110 x 60 cm X 4 mm, nas cores verde, vermelho e amarelo. As instruções disponibilizadas aos alunos consistiram em primeiramente: colar no Isopor o mapa de Vegetação do Brasil, posteriormente sobe este, com auxilio de alfinetes deveram ser fixadas as folhas de EVA, onde cada cor deveria delimitar e corresponder a um dos biomas existente no estado da Bahia, segundo o Atlas Geográfico Escolar - Ensino Fundamental - do 6º ao 9º ano (2010). Após esse momento, os educandos deveriam retirar as folhas de EVA uma de cada vez e observar os tipos de vegetação que estaria por baixo, a partir da análise da legenda existente no mapa de Vegetação do Brasil. Ao produzir essa maquete dos biomas existentes no estado da Bahia, os alunos perceberam que, onde há generalizações, nas imagens presentes nos livros didáticos e até mesmos no atlas de Biomas Brasileiro do IBGE (2004). Na verdade é possível encontrar vários tipos de vegetação e atividades agrícolas, se observarem o mapa de Vegetação do Brasil e conferir com a legenda, referente ao local correspondente a cada bioma. Durante essa atividade os educandos se mostraram atenciosos, envolvidos, explanados e questionadores, pois segundo eles não imaginavam que existisse tantas formações vegetais, com nomes que não fazem parte do vocabulário deles, principalmente na caatinga, bioma este que faz parte do dia-a-dia de seu lugar de vivência. Sendo uma oportunidade para transformar nomes de formações vegetais oriundos do senso comum presentes nas falas dos educandos, em conceitos geográficos. Evidenciado, a parir do momento, no qual os educandos passaram a compreender a espacialização das formações vegetais por meio de uma linguagem geográfica. Tal conhecimento contribui para o exercício da cidadania, pois perceberam que são agentes transformadores ao observarem no mapa área de plantações. Consistindo em uma das facetas da Educação Geográfica, que segundo Filho (2006, p. 6) [...] “ está inspirada na
possibilidade de uma linguagem própria da Geografia que precisa ser apreendida e explicitada quando da necessidade de interpretar, explicar e intervir no espaço”. Essa atividade é pertinente, pois muitos mapas de Biomas Brasileiros, presentes nos livros didáticos, apresentam generalizações com relação aos tipos de vegetação, como se não existisse zonas de transição, desmatamento, produção agrícola ou enlouses de espécies vegetais, em áreas que não é de sua característica encontrá-las. Ou seja, é como se no bioma caatinga só existisse espécies vegetais típico da caatinga. Por fim, houve um momento de socialização com a apresentação de todos os trabalhos que foram realizados pelas cinco oficinas em conjunto com os alunos. Nessa etapa os educandos de cada equipe apresentaram o que foi apreendido nas oficinas que participaram, explicando para a plateia como foram confeccionados as maquetes e cartazes, assim como a importância do que foi realizado para as suas vidas. CONCLUSÃO A produção de um material concreto confeccionada por alunos da EFA, representado Biomas e Vegetação da Bahia, mostrou-se proveitosa, pois os educandos mostraram-se interessados e envolvidos na produção da maquete, assim como na apresentação da mesma, no dia da avaliação. Além do mais foi uma experiência de suma importância para os monitores, pois os possibilitaram ter um primeiro contato com educandos em sala de aula, assim como conhecer e vivenciar uma EFA. Vale ressaltar que, os resultados proveitosos da oficina foram alcançados devido a vários fatore, dentre eles, destaca-se: i) as contribuições teóricas sobre abordagem sistêmica, educação do campo, pedagogia da alternância, material didático-pedagógico e como produzi- los; ii) o auxílio do plano da oficina utilizado como guia, pois constava os objetivos e todas as etapas que deveriam ser seguidas, para que o trabalho transcorresse orientado; iii) a disponibilidade de todos materiais utilizados na confecção da maquete, que foram selecionados previamente. Quanto às experiências trocadas durante a vivência na EFA, aprendeu-se com os alunos sobre técnicas de plantio e observou-se que eles vivem um ajudando o outro nas diversas atividades que são realizadas na escola. Essa prática tende a fortalecer a bagagem
BERGNAMI, J. B. Experiência das Escolas Famílias Agrícolas EFAs do Brasil. In:____. UNEFAB – União Nacional das Escolas Famílias Agrícolas do Brasil. Pedagogia da Alternância – Formação em Alternância e desenvolvimento sustentável. II Seminário internacional da Pedagogia da Alternância. Brasília, 2002. BRASIL. Atlas geográfico escolar - ensino fundamental - do 6º a 9º ano. 2. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Disponível em: <http://loja.ibge.gov.br/atlas-geografico-escolar-ensino- fundamental-do-6-a-9-ano.html> Acesso em: 22 de mar. 2017. BRASIL. Índice de Cartas e Mapas. 3. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2004. Disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br/Cartas_e_Mapas/Mapas_Murais/ Acesso em: 22 de mar. 2017. CALVO, P. P. Formação Pessoal e Desenvolvimento Local. In:____. UNEFAB – União Nacional das Escolas Famílias Agrícolas do Brasil. Pedagogia da Alternância – Formação em Alternância e desenvolvimento sustentável. II Seminário internacional da Pedagogia da Alternância. Brasília, 2002. CLARO, L. S. Objetos que tem o poder de fazer pensar : Design e educação no ensino fundamental. Rio de Janeiro. 2008. Dissertação (Mestrado em Artes e Design) – PPGDesign, PUC-Rio. FILHO, M. M. S. Educação Geográfica na Escola: elementos para exercício da cidadania. In:___. Tamoios. Rio de Janeiro. v. 2, n. 2, pp. 1-9, jun./dez. 2006. Disponível em:< http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/tamoios/article/view/613/645> Acesso em: 22 de mar. 2017. FREITAS, O. Equipamentos e materiais didáticos. Brasília: Editora UnB, 2007. PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LICENCIATURA E BACHARELADO EM GEOGRAFIA. UEFS. DCHF. Colegiado de Geografia. Feira de Santana, 2005. Disponível em:<http://www1.uefs.br/portal/colegiados/geografia/menus/projeto_pedagogico_curso_geog rafia_uefs2005%20-1.pdf>. Acesso em: 22 de mar. 2017. SANTOS, J. M. Na Esteira da Abordagem Sistêmica. In:____. SANTOS, J. M.; FARIA, M. (Org.). Reflexões e construções geográficas contemporâneas. Salvador, 2004. Cap. 3, pp 35-57. SENAI. Departamento Regional de São Paulo. Manual de elaboração de material didático impresso. São Paulo: SENAI, 1994. SILVA, E. M. Maquete como recurso didático no ensino de geografia. 2012 68 f. Monografia (Graduação) – Instituto Federal Minas Gerais, Campus Ouro Preto. Licenciatura em Geografia. Ouro Preto, 2012.