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Postura do leitor - Apostilas - Psicologia, Notas de estudo de Psicologia

Apostilas de Psicologia sobre o estudo da Postura do leitor no ato de ler e escrever, importância do ato de ler e de escrever, de forma consciente, postura do leitor no ato de estudar.

Tipologia: Notas de estudo

2013

Compartilhado em 24/04/2013

Selecao2010
Selecao2010 🇧🇷

4.4

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UM COMENTÁRIO SOBRE A POSTURA DO LEITOR NO ATO DE LER E DE ESCREVER.
1. A importância do ato de ler e de escrever, de forma consciente.
O ato de escrever, para que seja algo costumeiro e espontâneo, deve ter início no ensino
escolar básico, passando pelo fundamental e ganhando maior força no ensino médio, onde a
preparação para concursos vestibulares exige do aluno maior conhecimento e intimidade não só
com a capacidade de produzir um texto linear, coerente e coeso, mas com a interpretação de
textos simples, que visam medir o nível de compreensão dos jovens, que, na maioria das vezes,
são vítimas do analfabetismo funcional. Nesse processo de leitura e produção de textos deve-se
praticar uma leitura qualitativa, onde há uma interação entre o texto e o leitor, já que existe uma
seqüência contínua do ler para o escrever.
Embora alguns afirmem que “Quem não lê não escreve” (e aí vai uma manifestação de
concordância por parte do autor deste material), há outros que discordam dessa afirmação,
defendendo o fato de que o conhecimento popular, muitas vezes, acaba por substituir as
informações necessárias para a construção de um texto.
Muitos estudantes dizem, quando não conseguem ter uma interpretação clara de um texto:
“Li, mas não compreendi”.
No mínimo, quando se lê um texto, procura-se decodificar o sinal gráfico, atribuindo-lhe
significado e buscando ampliar uma leitura de mundo. Se isso não ocorre dentro dessa
seqüência, é porque o leitor parou logo na primeira etapa do processo de leitura, ou seja, na fase
da decodificação.
A falta de estímulo para o hábito da leitura pode ocorrer pelas mais diversas formas, que
vão desde o baixo poder aquisitivo que predomina na maioria dos brasileiros, associado ao alto
custo dos livros, até a quase que inexistência de bibliotecas comunitárias, de fácil acesso aos
estudantes.
2. A postura do leitor no ato de estudar.
Quando chegamos à Universidade é que percebemos o quão críticos devemos ser na
leitura dos textos que nos cercam, já que fazem parte de nossa vida acadêmica, desde o início
até o fim.
Na academia, vivemos em meio ao universo dos textos, e, por isso, devemos adotar uma
postura de Sujeito e não de Objeto dessa leitura obrigatória.
Entenda-se por Leitor Sujeito aquele que adota uma postura crítica e interativa com o
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UM COMENTÁRIO SOBRE A POSTURA DO LEITOR NO ATO DE LER E DE ESCREVER.

1. A importância do ato de ler e de escrever, de forma consciente.

O ato de escrever, para que seja algo costumeiro e espontâneo, deve ter início no ensino escolar básico, passando pelo fundamental e ganhando maior força no ensino médio, onde a preparação para concursos vestibulares exige do aluno maior conhecimento e intimidade não só com a capacidade de produzir um texto linear, coerente e coeso, mas com a interpretação de textos simples, que visam medir o nível de compreensão dos jovens, que, na maioria das vezes, são vítimas do analfabetismo funcional. Nesse processo de leitura e produção de textos deve-se praticar uma leitura qualitativa, onde há uma interação entre o texto e o leitor, já que existe uma seqüência contínua do ler para o escrever.

Embora alguns afirmem que “Quem não lê não escreve” (e aí vai uma manifestação de concordância por parte do autor deste material), há outros que discordam dessa afirmação, defendendo o fato de que o conhecimento popular, muitas vezes, acaba por substituir as informações necessárias para a construção de um texto.

Muitos estudantes dizem, quando não conseguem ter uma interpretação clara de um texto: “Li, mas não compreendi”.

No mínimo, quando se lê um texto, procura-se decodificar o sinal gráfico, atribuindo-lhe significado e buscando ampliar uma leitura de mundo. Se isso não ocorre dentro dessa seqüência, é porque o leitor parou logo na primeira etapa do processo de leitura, ou seja, na fase da decodificação.

A falta de estímulo para o hábito da leitura pode ocorrer pelas mais diversas formas, que vão desde o baixo poder aquisitivo que predomina na maioria dos brasileiros, associado ao alto custo dos livros, até a quase que inexistência de bibliotecas comunitárias, de fácil acesso aos estudantes.

2. A postura do leitor no ato de estudar.

Quando chegamos à Universidade é que percebemos o quão críticos devemos ser na leitura dos textos que nos cercam, já que fazem parte de nossa vida acadêmica, desde o início até o fim.

Na academia, vivemos em meio ao universo dos textos, e, por isso, devemos adotar uma postura de Sujeito e não de Objeto dessa leitura obrigatória.

Entenda-se por Leitor Sujeito aquele que adota uma postura crítica e interativa com o

texto e seu autor, com humildade e disciplina, compreendendo a mensagem, e, ao mesmo tempo, verificando se ela apresenta de forma coerente e coesa a realidade.

O Leitor Sujeito deve estar sempre atento para alguns pontos:

a) Buscar a compreensão, e nunca a memorização da mensagem, pois só assim poderá, ao final do processo, entrar no mérito do que o autor quis dizer e executar um processo integrado de conhecimentos.

b) Adotar uma postura avaliativa de tudo aquilo o que lê, julgando sempre a compatibilidade da expressão com a realidade apresentada pela fonte, já que, em muitas situações, julgamos de forma equivocada uma mensagem por não compreendermos a temática abordada.

c) Ter curiosidade, e, por conseqüência, uma atitude de constante questionamento, perguntando, buscando e dialogando com o autor do texto. Promover uma leitura processando aquilo que é relevante para o autor, e, ao mesmo tempo, compreender a sua mensagem global, sem, contudo, deixar de observar aquilo que é relevante para nós, leitores. Em algumas situações, aquilo que está nas entrelinhas é o que mais nos interessa; em outras, um comentário despretensioso, à parte. A partir do momento em que mantemos esse diálogo com o autor, passamos a compreender sua mensagem com maior clareza e confiança, fazendo uma avaliação, um questionamento, e, por fim, caminhando para a criação de novas interpretações acerca do que absorvemos da leitura.

Quanto ao Leitor Objeto , percebe-se que sua postura é pouco comprometida com a construção do conhecimento, já que, em seu processo de captação das informações, verifica-se a falta de compromisso.

É um leitor que se encanta com o teor do texto que lê, de forma magnetizada, sem estar preocupado com a real mensagem nele contida. Além disso, não desperta o interesse pela compreensão, mas sim, pela eficiência no modo como armazenar as informações, já que somente as reproduzirá, quando necessário, tornando-se um arquivo de qualidade duvidosa, repetindo da mesma forma que captou, tudo o que absorveu. Nesse momento ocorre o Verbalismo*.

  • Situação em que a aprendizagem não está relacionada propriamente a uma compreensão da realidade, mas a uma mera retenção de dados, de forma alienante, das informações apresentadas para, posteriormente, serem reproduzidas quando forem solicitadas.

O Leitor Objeto apresenta algumas características que o fazem ser o oposto do Leitor Sujeito; dentre as quais:

a) Lê de forma mecânica, visando sempre decorar as informações contidas nas fontes

Quantos de nós, em algum momento da vida escolar em que fomos provocados a apresentar algum trabalho, com sua respectiva defesa, ou avaliados através de questões subjetivas, não tivemos a preocupação de somente decorar o conteúdo pesquisado, para depois, da mesma forma como o autor havia escrito, repetir aquelas informações, que nem sempre reproduziam a nossa real opinião?

Nos casos em que ocorre esse comportamento, percebe-se que muito se deixa de aprender, pois sem a consciência de que servimos somente de depósito de informações e reprodutores de conceitos alheios, tornamo-nos vítimas involuntárias de nós mesmos.

4. Conclusão.

A partir de uma leitura com qualidade, em que adotamos a postura de sujeito do ato de ler, como leitores autores, críticos, sem contudo termos a obrigação de sermos sempre opositores radicais, poderemos fazer da Academia um lugar onde efetivamente, constrói-se o conhecimento, já que, dotados de informações devidamente analisadas e processadas, passadas pelo crivo da ação, interação e reação entre leitor e autor, deixamos de ser simples depósitos de informação para nos tornamos agentes fazedores do conhecimento.

Não se deve portanto, privilegiar a memória em detrimento do raciocínio. Deve-se, ao invés de memorizar informações para repassá-las em avaliações ou no dia-a-dia, raciocinar e construir novas fontes que sirvam inclusive, de referência para outros futuros estudos e pesquisa.

A partir do exposto, concluimos que com todo esse referencial de busca e construção de informações, teremos, por conseqüência, cabedal vocabular e de conhecimento para desenvolver de forma linear, coerente, coesa e lógica, excelentes textos que retratem algo que pode ser chamado de fruto do conhecimento.

O LEITOR SUJEITO:

O Leitor Sujeito , como pudemos verificar no capítulo “ Um comentário acerca da postura do leitor no ato de ler e de escrever ”, adota uma postura crítica na prática da leitura. Consulta as fontes relacionadas com o objeto de sua pesquisa, sendo crítico e especulativo. Nessa busca por algo novo, cruza as informações/fontes e interage com elas utilizando o senso investigativo que deve nortear toda a leitura e, consequentemente, a pesquisa acadêmica.

Faz-se mister que o leitor sujeito armazene suas informações em algum lugar para que, posteriormente, possa utilizá-las na composição de sua conclusão. Nesse caso, o local em questão é o repositório mnemônico.

O bom uso do repositório mnemônico é de fundamental importância para a organização das informações e sua seqüencial distribuição de forma linear, coerente e coesa, dentro de uma linha conclusiva de raciocínio.

Imaginemos a seguinte situação:

Um determinado professor pede aos alunos que pesquisem sobre a FOME.

Nessa pesquisa, o aluno que adota a postura de Leitor Sujeito se vê obrigado a apresentar uma solução para o problema apresentado pelo professor. A partir daí, a postura adotada inicia com a seleção prévia de algumas fontes, que, preferencialmente, abordem o referido assunto dentro de linhas diferentes de raciocínio.

A fonte “ A ”, no exemplo em questão, trata a fome a partir de um enfoque voltado para a questão fisiológica, ou seja, para o fato dela representar a necessidade que nosso organismo tem de repor nutrientes, sais minerais e outras fontes de subsistência;

A fonte “ B ”, por sua vez, apresenta a fome como sendo o grande problema para o desenvolvimento de uma sociedade justa e igualitária, a partir de uma problemática política-social;

Por sua vez, a fonte “ C ” apresenta o mesmo assunto como algo explorado pela maioria dos governantes que praticam, ainda hoje, o pensamento e o ideal maquiavélico.

A partir da leitura dessas três referências, o aluno é capaz de, cruzando as informações, interagindo e questionando-as, chegar ao que podemos chamar de produção “ D ”.

Essa tal produção “ D ” nada mais é do que a conclusão pessoal obtida pelo nosso leitor pesquisador através de uma leitura crítica e interessada.

Isso pode ser representado da seguinte maneira:

FOME

Fonte A Fonte B Fonte C

D

LEITOR SUJEITO

A B C

REPOSITÓRIO

MNEMÔNICO

passa a sentir-se na obrigação de comportar-se como Leitor Sujeito, passando a ter mais gosto, inclusive, pela leitura com qualidade.

Isso pode ser representado da seguinte forma:

FOME

Fonte A Fonte B Fonte C

A, B, C

LEITOR OBJETO

Como demonstrado na ilustração acima, o Leitor Objeto freqüenta as fontes previamente selecionadas ( A+B+C ); em seguida procura guardar o maior número de informações possíveis de cada uma delas no repositório mnemônico para depois, apresentá-las da mesma forma como cada autor a apresentou em sua obra ( A+B+C ).

O Leitor Objeto é facilmente desarmado e desmascarado quando a ele perguntamos POR QUÊ às suas colocações. Como a única coisa que ele sabe concluir é a repetição das idéias apresentadas pelos autores das fontes visitadas, não tem argumentação e nem capacidade persuasiva para ir além do seu repertório copiado.

Se no meio de uma argüição, por exemplo, for interrompido com algum questionamento acerca do que está falando, perde-se no seu raciocínio e falta-lhe conteúdo próprio para fazer qualquer tipo de observação. Na melhor das hipóteses, adota a linha de raciocínio de um certo autor e acaba

A B C

REPOSITÓRIO

MNEMÔNICO

por falar, pensar, comportar-se em suas atitudes e adotar sua postura como se fosse a única. É como se fosse um leitor fundamentalista, na real acepção da palavra.

TÉCNICAS DE LEITURA

Atualmente, percebe-se que a maioria dos jovens universitários não costuma ter o hábito sadio da leitura, talvez por falta de interesse, por falta de recursos para a aquisição de material de leitura, ou até mesmo por achar que isso não irá contribuir efetivamente para sua formação.

Ouvimos muito, por parte dos alunos; principalmente, que não conseguem chegar ao final de uma leitura, na maioria das vezes, por não entenderem o que é lido.

Em sala de aula, costumamos sugerir ao discente que faça a eleição de palavras-chave, através da separação de estruturas que causem estranheza. Em seguida, orientamos o desvendamento desses pontos tidos como complicadores dentro do processo de compreensão, e consequentemente, de leitura, através de um dicionário.

Ora! Como podemos esperar compreender um texto, por mais simples que pareça, sem estarmos contextualizados com o assunto principal a que ele se refere? Como podemos nos sentir atraídos para dentro da proposta contida na produção textual se não estivermos, em primeiro lugar, com o mínimo necessário de predisposição para digeri-lo?

Muitas das vezes, o que ocorre é que, em algumas palavras está o fulcro do assunto a que se refere o texto. E isso só poderá ser descoberto através da humildade que cada leitor deverá ter diante do mesmo.

Dessa forma, o segredo para obtermos sucesso na leitura, essencial para o desenvolvimento acadêmico, é desvendarmos o que até então parece ser o complicador no texto, ou seja, as estruturas desconhecidas.

ESTRANHEZA NAS ESTRUTURAS

Ao nos depararmos com um texto, normalmente encontramos palavras ou frases que nos causam muita estranheza; ou porque não as conhecemos ou pelo simples fato de não termos uma visão de fora para dentro quanto ao seu significado. Isso implica em uma imediata repulsa para com a leitura que sabemos ser fundamental no sucesso da defesa de um seminário, em um trabalho escrito ou em uma avaliação formal.

Para vencermos essa grande barreira existente entre a dificuldade de compreender e a vontade de ler associada à necessidade de ter sucesso ao final do texto, temos que, primeiramente,

Embora pareça um pouco confuso, este método trabalha de forma seqüencial e lógica, já que faz uso de estruturas previamente detectadas, desvendadas e internalizadas, que nos chamaram a atenção desde o primeiro contato visual. Trabalharemos, na verdade, com o consciente e o subconsciente.

Se partirmos do princípio de que cada estrutura, frase ou palavra nova representa um universo de significado, e que esse significado nos remete a um novo todo contextual, poderemos utilizar esses fragmentos como mecanismos de compreensão através da interligação semântica e compreensão do texto.

Como exemplo, analisemos o texto abaixo baseando-nos na seleção de palavras-chave carregadas de significado e na interligação semântica proporcionada a partir das mesmas (de tais palavras).

TEXTO I

A ILUSÃO DA NEUTRALIDADE DA CIÊNCIA

Como a ciência se caracteriza pela separação e pela distinção entre o sujeito do conhecimento e o objeto ; como a ciência se caracteriza por retirar dos objetos do conhecimento os elementos subjetivos ; como os procedimentos científicos de observação, experimentação e interpretação procuram alcançar o objeto real ou o objeto construído como modelo aproximado do real; e, enfim, como os resultados obtidos por uma ciência não dependem da boa ou má vontade do cientista nem de suas paixões, estamos convencidos de que a ciência é neutra ou imparcial. Diz à razão o que as coisas são em si mesmas. Desinteressadamente.

Essa imagem da neutralidade científica é ilusória.

Quando o cientista escolhe uma certa definição de seu objeto, decide usar um determinado método e espera obter certos resultados, sua atividade não é neutra nem imparcial, mas feita por escolhas precisas. (...) O racismo (por exemplo) não é apenas uma ideologia social e política. É também uma teoria que se pretende científica, apoiada em observações, dados e leis conseguidos com a biologia, a psicologia, a sociologia. É uma certa maneira de construir tais dados, de sorte a transformar diferenças étnicas e culturais em diferenças biológicas naturais imutáveis e separar os seres humanos em superiores e inferiores, dando aos primeiros justificativas para explorar, dominar e mesmo exterminar os segundos.

(Adaptado de CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. Rio de Janeiro: Ática, 1995.)

PROCEDIMENTOS DE LEITURA:

A primeira coisa a ser observada, e devidamente selecionada, é o assunto que será abordado no texto. Em nosso caso, A ILUSÃO DA NEUTRALIDADE DA CIÊNCIA.

É necessário que tenhamos um pouco de curiosidade e raciocínio lógico para iniciarmos nosso trabalho de leitura. No exemplo acima, percebemos tratar-se de um texto que se propõe a falar sobre o fato da ciência não ser tão neutra quanto aparenta.

A partir dessa premissa, deveremos nos ater não só ao desvendamento das palavras de difícil compreensão, mas também às que têm estreita relação com o assunto proposto no caput do texto.

Em um texto que fale sobre alimentos, por exemplo, palavras como sábado , João , futebol , entre outras diferentes do contexto, não têm o mesmo grau de importância que têm arroz , feijão e panelas.

Desta forma, no texto em questão, teremos que sublinhar as palavras ou estruturas que dizem respeito a essa pseudo-neutralidade da ciência (apresentados no primeiro parágrafo) e aos dados que se contrapõem a essa tese (apresentados no terceiro e quarto parágrafos da produção textual). Assim sendo, percebemos que se trata de um texto dividido em duas linhas de raciocínio, separadas por uma afirmação contida em um parágrafo que diz nas entrelinhas: “A partir daqui, o texto muda de linha argumentativa”, que é o segundo.

Quando elencamos palavras que têm relação com a proposta apresentada pela idéia central do texto, criamos uma idéia fragmentada, no primeiro momento, dos pontos relevantes a serem abordados durante sua apresentação e defesa, através de argumentos previamente escolhidos pelo autor. Em outras palavras, recortamos o texto macro em estruturas micro, não menos carregadas de informação e significado, que ficarão armazenadas em nosso subliminar como se fossem reservatórios de informações, prontos para serem explorados em um momento de leitura em que o leitor não dispõe de muito tempo, mas precisa do máximo de compreensão possível acerca do que leu.

Voltando ao nosso texto-exemplo, encontraremos algumas palavras-chave que deverão ser previamente sublinhadas e que servirão como estruturas carregadas de significado.

Quando relacionamos as estruturas destacadas entre si e atribuímos a elas valor semântico ligado ao todo textual, percebemos que, a partir de uma segunda leitura, as veremos como pontos de ligação dentro do parágrafo, dando sentido rápido e imediato ao significado macro, ou seja: não precisamos ler todo o parágrafo para sabermos do que ele fala, e, tampouco, temos que nos preocupar em decorar tudo para, em seguida, reproduzi-lo da mesma forma que está escrito, repetindo a idéia do autor, sem apresentar algo novo, baseado em nossa conclusão pessoal. A postura a ser adotada a partir de agora nos levará a um resgate subliminar dos conteúdos semânticos previamente eleitos, fazendo com que suas relações criem imagens e conceitos interpretativos do parágrafo e, progressivamente, do texto como um todo. A partir de agora,

A linguagem pode ser dividida, a partir do sistema de sinais que utilizar, em:

MODALIDADES:

Linguagem oral e Linguagem escrita:

Há algumas diferenças entre a Linguagem oral e a Linguagem escrita que são bem acentuadas. Para termos noção dessas diferenças basta lembrarmos que uma mesma história pode ser contada tanto oralmente como de forma escrita.

Através da Linguagem Escrita podemos perceber que alguns reforços de expressão visual deixam de ser apresentados, já que é impossível transmitirmos com a mesma emoção alguns aspectos físicos existentes no que se pretende contar e na forma como se conta. Só podemos contar com a capacidade de, através de figuras de linguagem e outros recursos que envolvem a arte do bem escrever, tentar da melhor forma possível, passar emoções, sentimentos, gestos e comportamentos. Uma alternativa utilizada para compensar a ausência desses recursos é a ilustração através de figuras, a título de reforço, do texto que narra a história.

Já com a linguagem oral, a mesma história passa a ganhar alguns recursos áudio-visuais proporcionados pelas expressões corporais, faciais e inflexões de voz, além de outros proporcionados pela habilidade que o homem tem de se comunicar e transmitir seus pensamentos. Isso faz com que a história contada tenha a possibilidade de levar a pessoa que a escuta a reações bem mais próximas das pretendidas pelo narrador.

Apresentamos abaixo algumas características de cada uma das Linguagens Oral e Escrita:

Língua falada Língua Escrita

*** A mensagem é transmitida imediatamente em uma situação de comunicação.**

*** A mensagem não é transmitida imediatamente, em uma situação de comunicação.

  • Normalmente, o conhecimento entre o emissor e o receptor quanto a situação e as circunstâncias deve existir. Quando isso não ocorre, estará havendo problemas na comunicação ou, então, não há mensagem.**

*** Não há necessidade de o receptor conhecer de forma direta, a situação do emissor e nem o contexto da mensagem.**

*** A brevidade na transmissão da mensagem costuma ser feita com o objetivo de se economizar palavras.

  • Com a possibilidade de surgir um interlocutor que pode interromper a qualquer momento a conversa, costuma-se empregar construções mais simples, frases incompletas,**

*** Construções mais complexas e mais planejadas são empregadas, já que subentende-se que o emissor dispôs de mais tempo para elaborar a mensagem, repassando-a e modificando-a. O uso de orações mais complexas, subordinadas, que exigem mais esforço de memória ou**

**enfatizando orações coordenadas. de raciocínio é mais comum.

  • Há elementos prosódicos, tais como entonação, pausa, ritmo e gestos, que têm como objetivo enfatizar o significado dos vocábulos e das frases.**

Já que não é possível o uso de elementos prosódicos da língua falada, o uso de sinais de pontuação tenta reconstituir alguns desses elementos.

Linguagem verbal

É aquela que usa as palavras como sinais para atos de comunicação. Esse tipo de linguagem é característico dos humanos, já que é o único que consegue, em circunstâncias normais, articular os sons, quando fala, de forma compreensível e convencionada e, ao mesmo tempo, codificar e decodificar o pensamento através da escrita.

Quando procuramos manter comunicação através da língua falada, estamos utilizando a linguagem verbal.

Verbal vem de verbale, que deriva de verbu, termo latino que significa palavra.

Como exemplos de linguagem verbal podemos dar uma carta, um discurso político, entre outras formas de expressar nossas idéias através da verbalização.

A linguagem verbal pode ser expressa de forma oral ou escrita. Apesar de sabermos que a linguagem oral é muito mais utilizada que a escrita, o aspecto mais permanente existente na linguagem escrita, segundo estudiosos gramaticais, é o que serve como base para suas teorias de estudo.

A linguagem oral difere da escrita, entre outras coisas, pelo fato de ser normalmente informal, enquanto a escrita prende-se às normas cultas da língua, dependendo da situação.

Ao analisarmos alguns aspectos referentes à norma, percebemos que, embora sejamos frenados, de certa forma, pela Gramática Normativa, visto que ela nos dá uma referência do que é certo e errado, na Língua Portuguesa, não temos os mesmos cuidados e critérios quando falamos, ou seja, não escrevemos da mesma forma que falamos.

Se considerarmos que a Gramática Normativa nos apresenta a maneira como deveríamos falar e escrever sem, contudo, lembrarmos que não falamos e nem escrevemos, cotidianamente, da forma com que ela determina, estaríamos desprezando a comunicação como um todo, já que, atualmente e felizmente, somos amparados pela linha gramatical que privilegia as variações lingüísticas e a comunicação, no real sentido da palavra.

forma concreta em um momento de comunicação, através da fala. É linguagem que utiliza a palavra como sinal de comunicação.

Quando nascemos, já nos deparamos com a língua formada e em funcionamento, o que demonstra seu caráter social. Ela independe de nós para existir, pois, mesmo depois de morrermos ela ainda continuará.

A língua funciona como um código, um grupo de elementos e de regras que possibilita a permuta de informações. Ela é conhecida e, consequentemente, utilizada, por um grupo social. Mesmo constituindo um sistema fechado, permite a transmissão de mensagens. Seu emprego é limitado.

Deve-se evitar qualquer confusão entre língua e escrita, já que tratam-se de sistemas distintos. Antes de aprendermos a escrever, aprendemos a utilizar a língua. Os analfabetos, por exemplo, utilizam a língua sem saber representar seu pensamento através da escrita. Existem aproximadamente 3 mil línguas no mundo, das quais somente 110 têm sua representação feita por alguma forma de escrita. Quando uma língua não tem representação escrita, dá-se a ela o nome de ágrafa.

Embora saibamos que a linguagem falada é infinitamente mais utilizada que a escrita, as teorias gramaticais tradicionais baseiam seus estudos nesta, dado seu aspecto mais permanente que aquela.

Fala

Quando ocorre a realização concreta de uma língua, feita por um indivíduo de uma comunidade em um determinado ato de comunicação, temos a fala. É a forma pessoal que cada indivíduo faz da língua, de forma exclusiva. Ela se modifica de acordo com a vontade pessoal residente em cada falante, que cria um estilo próprio de se expressar.

Níveis da fala:

Existem vários falares dentro de uma língua, já que, por exemplo, no Brasil, percebemos variações lingüísticas das mais diversas, que tornam-se únicas de acordo com a região, a comunidade, a classe social, entre outras particularidades.

De acordo com o meio sociocultural em que vive o indivíduo e os modos variados com que utiliza a língua, podemos perceber os níveis da fala.

Os falantes utilizam uma mesma língua de formas variadas. Isso ocorre em função de alguns fatores, entre os quais, destacam-se:

a) fatores regionais: quando observamos uma pessoa que nasceu e reside no Rio de Janeiro conversar com outra que nasceu e reside em São Paulo, por exemplo, percebemos o quão diferente são as expressões usadas por cada um, bem como a forma como algumas palavras são pronunciadas. O carioca tende a uvular o fonema /r/ da palavra PORTA, com mais intensidade que qualquer outro falante do português falado no Brasil. De forma diferente, o paulista pronunciando a mesma palavra, tende a usar o fonema /r/ de modo vibrante. Outras variações podem ser percebidas também, quando ouvimos o falar de uma pessoa que vive na capital e o de outra que vive na área rural.

b) fatores culturais: outro fator que também influencia as variações na forma de falar diz respeito ao grau de escolarização e a formação cultural do falante. Existe muita diferença entre o modo de falar existente entre uma pessoa culta e escolarizada e outra inculta, com baixo grau de escolarização.

c) fatores contextuais: dependendo da situação em que se encontra, um falante poderá alterar sua fala. Não é comum encontrarmos em uma mesa de bar, por exemplo, falantes utilizarem a língua com a mesma formalidade com que a usariam em uma situação formal.

d) fatores naturais: o falante também sofre influência de fatores naturais relacionados a idade e sexo. A linguagem infantil não pode ser comparada a de um adulto, por isso a chamamos de linguagem infantil, diferente da linguagem adulta. Há diferenças também entre o falar das mulheres e o dos homens, já que, por tabus morais, o falar das mulheres inclui menos palavrões que o dos homens. Existe também a diferença entre a forma como se fala e a forma como se escreve, pois não escrevemos da mesmo jeito como falamos. A linguagem oral conta com elementos que contribuem para reforçar o pensamento e os objetivos dentro do processo da comunicação, como por exemplo, expressão facial, gestos de reforço, inflexão de voz, entre outros. Os mesmos não estão presentes na linguagem escrita.

Por conta desses fatores observamos diversos níveis da fala , conhecidos também como níveis de linguagem:

a) nível coloquial-popular: usado no dia-a-dia pela maioria das pessoas, em situações informais, é bastante espontâneo. Não são observados os preceitos da Gramática Normativa, do certo e do errado, já que o pretendido é que seja estabelecida a comunicação entre os falantes que compõem um diálogo.

O nível coloquial-popular é normalmente usado por adolescentes e por pessoas que, naturalmente, expressam seus pensamentos de forma despreocupada e informal. O uso do

Apresentando-lhe cordiais cumprimentos, dirijo-me a Vossa Senhoria para solicitar a sua prestimosa colaboração no sentido de ceder a Sede Social desse Clube, em função do Baile de Formatura dos alunos desta Instituição, que ocorrerá no dia 24 de março de 2007.

Certo da costumeira atenção de Vossa Senhoria, antecipo os agradecimentos com protestos de elevado apreço.

Atenciosamente,

CRISTÓVÃO COLOMBO DE JESUS

Diretor de Marketing

Ao Senhor

Dr. PEDRO ÁLVARES CABRAL Presidente do Olímpia Futebol Clube

c) nível técnico ou profissional: trata-se da linguagem específica de alguns grupos profissionais, também chamada de jargão.

Serve, de uma certa maneira, para encurtar o raio de compreensão dentro de um determinado grupo, fazendo com que o entendimento seja às vezes involuntariamente, restrito aos que fazem parte daquela comunidade. É o caso da linguagem usada por profissionais de determinadas áreas, como os economistas, os médicos, os advogados, os profissionais da informática, entre outros.

Um comentário econômico, comum em noticiários televisivos, em jornais e outros periódicos escritos, não é compreendido pela maioria dos espectadores e leitores se os mesmos não tiverem uma certa intimidade com a área em questão ou não forem economistas, já que a linguagem usada é carregada de termos técnicos específicos. Por isso é que a maioria da população brasileira, por exemplo, não sabe muito bem o que querem dizer os termos juros altos , inflação , custo de vida , PIB , Risco Brasil , etc.

Preste atenção a esse fragmento de um comentário econômico e certifique-se do que estamos nos referindo:

Executivos brasileiros são os mais bem pagos da América Latina, indica pesquisa.

Da Redação

Em São Paulo

Os executivos brasileiros são os mais bem-pagos dentre os latino-americanos, segundo mostra pesquisa envolvendo cerca de 600 empresas nacionais e estrangeiras, presentes em 18 países da região. De acordo com o levantamento, feito pela consultoria Watson Wyatt, as disparidades dos vencimentos recebidos pelos executivos da região são marcantes.

Por exemplo, levando-se em consideração o salário fixo, a parte variável e os benefícios pagos a estes profissionais, as empresas do Brasil chegam a desembolsar, em média, o dobro do que ocorre na Argentina, 64% a mais do que na Venezuela e 24% além dos vencimentos do México -país que até o ano passado era tido como o melhor pagador da América Latina.

Dois países da América Central se destacam logo a seguir do Brasil: as empresas da Costa Rica são as que ocupam o segundo lugar no ranking das que melhor pagam seus executivos; seguidas pelas companhias de Honduras, no terceiro posto.

A consultoria alerta, no entanto, que a diferença de vencimentos não significa, necessariamente, que os executivos brasileiros tenham um maior poder de compra em relação aos demais, já que os valores estão atrelados ao custo de vida local.

Site: http://www.uol.com.br/economia

ci) gíria: Quando a língua padrão varia de modo proposital, em função da utilização de certos grupos sociais, em contextos especiais, temos a gíria. Cada grupo que pretende se distinguir dos demais tende a se fechar social e culturalmente através da forma de expressar seus pensamento, criando sua própria gíria. Isso explica sua variedade: a dos presidiários, a dos jovens, a dos esqueitistas, a dos pichadores, entre outras diversas tribos.