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SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO
JOSÉ LEÔNCIO FEITOSA
SECRETÁRIO DE ESTADO DE SAÚDE
JOSÉ RICARDO PERET ANTUNES
SUBSECRETÁRIO DE SAÚDE
ANGELA CHRISTINA ARANDA
SUPERINTENDENTE DE SAÚDE
MAIO - 2002
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EQUIPE DE ELABORAÇÃO
Alessandra Marins Pala Presidente da CCIH do Hospital Municipal Nossa Senhora do Loreto / Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro. Médica Pediatra e Infectologista da CCIH do Instituto de Pediatria e Puericultura Martagão Gesteira / IPPMG-UFRJ; Mestra em doenças Infecciosas e parasitárias / UFRJ.
Enaldo Góes Silva Presidente da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Instituto de Pediatria e Puericultura Martagão Gesteira / IPPMG-UFRJ.
Ianick Souto Martins Médica Infectologista da Superintendência de Saúde; Mestra em Doenças Infecciosas e Parasitárias na UFRJ.
Ieda Azevedo Nogueira Enfermeira Especialista em Controle de Infecção Hospitalar; Coordenadora Estadual de Controle de Infecção Hospitalar - SES /RJ.
Magdalena Torres Fuster Campaner Enfermeira da Coordenação Estadual de Controle de Infecção Hospitalar SES/RJ; Mestre em Educação ; Especialista em Enfermagem do Trabalho – São Camilo /RJ; Especialista em Nefrologia - SOBEN; Especialista em Administração Hospitalar – São Camilo/RJ.
Margareth Portella Médica Coordenadora da UTI neonatal do Hospital Estadual Pedro II/RJ.
Rosangela Chagas Dionísio Enfermeira Coordenadora UTI neonatal do Hospital Maternidade Alexandre Fleming/RJ.
Sheyla Shincáglia
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 6 2 1 - DESCRIÇÃO DO PICC....................................................................................... 7 3 2 – INDICAÇÕES..................................................................................................... 7 4 3 - CONTRA-INDICAÇÕES..................................................................................... 7 5 4 – VANTAGENS...................................................................................................... 7 5.1 4.1 – Relacionadas aos pacientes:......................................................................... 8 6 5 - INSERÇÃO DO CATETER................................................................................. 8 6.1 5.1 - ESCOLHA DO ACESSO VENOSO................................................................. 8 6.2 5.3 - ESCOLHA DO CATETER................................................................................ 9
- ................................................................................................................................. 6.4 5.4 - MATERIAL NECESSÁRIO ............................................................................. 9
- ................................................................................................................................. 6.6 5.5 - RECURSOS HUMANOS................................................................................. 10 6.7 5.6 - TÉCNICA DE INSERÇÃO ............................................................................... 10 7 Com o paciente já posicionado em decúbito dorsal, e membro em ângulo de 90º, realizar anti-sepsia do sítio de inserção com solução degermante por no mínimo 3 minutos, retirar o excesso com solução salina a 0,9%;...................................................................... 11 8 OBSERVAÇÕES DURANTE A INSERÇÃO DO CATETER..................................... 13 9 Não é recomendado o início da ministração de drogas antes da confirmação da localização da ponta do cateter pela radiografia;................................................................ 15 10 6 - MANUTENÇÃO DO CATETER.......................................................................... 15 10.1 6.3 - AVALIAÇÃO DO SÍTIO DE PUNÇÃO.............................................................. 15 10.2 6.4 – CURATIVO...................................................................................................... 16 10.3 6.4 – EQUIPO.......................................................................................................... 17 10.3.1 Usar via exclusiva para infusão de NPT e hemoderivados...................................... 17 11 OBSERVAÇÕES GERAIS PARA MANUSEIO DO CATETER................................. 17 12 7 – REGISTROS...................................................................................................... 18 12.1 Preencher Protocolo de Instalação e Manutenção do PICC (anexos: III e IV) , anotando as características do cateter escolhido (diâmetro e priming), sítio de inserção, intercorrências durante o procedimento, laudo da radiografia de controle da punção................................. 18 13 ................................................................................................................................. 14 8 - RETIRADA DO CATETER.................................................................................. 19 15 ................................................................................................................................. 15.1 8.1 - INDICAÇÃO..................................................................................................... 19 16 OBSERVAÇÕES EM CASO DE RESISTÊNCIA À RETIRADA DO CATETER....... 21 (^17) OBSERVAÇÕES NA SUSPEITA DE INFECÇÃO RELACIONADA AO CATETER.. 21 18 9 – COMPLICAÇÕES.............................................................................................. 22 18.1 9.1 - DURANTE A INSERÇÃO................................................................................. 22 18.2 9.2 - NAS PRIMEIRAS 24 HORAS.......................................................................... 22 18.3 9.3 - COMPLICAÇÕES TARDIAS (após 24 horas)................................................. 22 19 ................................................................................................................................. 19.1 9.4 - DURANTE A RETIRADA................................................................................. 23 20 BIBLIOGRAFIA........................................................................................................ 24 21 ................................................................................................................................. 22 ................................................................................................................................. 23 ................................................................................................................................. 24 ................................................................................................................................. 25 ANEXOS.................................................................................................................. 27 26 ................................................................................................................................. 27 ................................................................................................................................. 28 ................................................................................................................................. 29 ................................................................................................................................. 30 ................................................................................................................................. 31 ................................................................................................................................. 32 ................................................................................................................................. (^33) ................................................................................................................................. 34 ................................................................................................................................. 35 ................................................................................................................................. 36 ................................................................................................................................. 37 .................................................................................................................................
38 ................................................................................................................................. 38.1 Inserção de Cateter Periférico Central, pelos Enfermeiros...................................... 27 38.2 Parecer Técnico nº 09/2000-12-13 –COREN / RJ................................................... 29 1 Orientações para o preenchimento.......................................................................... 1 1 .................................................................................................................................
1 - DESCRIÇÃO DO PICC
É um dispositivo vascular de inserção periférica com localização central, com lúmen único ou duplo. São constituídos de poliuretano ou silicone, sendo os de silicone mais flexíveis e em sua maioria inertes (causando menor irritação à parede dos vasos e interação medicamentosa). Possuem parâmetros como: calibre, comprimento, diâmetro interno, diâmetro externo e priming (volume interno), que estão especificados em tabelas de conversão que devem acompanhar o produto. Estes dispositivos podem ser encontrados em duas formas de apresentação:
Kit completo: campos cirúrgicos, torniquetes, fita métrica, soluções anti- sépticas, agulha introdutória, tesoura ou guilhotina, seringas, pinça auxiliar para inserção, gases, adesivos transparentes e cateter.
Mini Kit: fita métrica, agulha introdutória e cateter.
2 – INDICAÇÕES
- (^) Obter e manter acesso venoso profundo por tempo prolongado;
- (^) Ministrar soluções hiperosmolares (ex: nutrição parenteral, solução glicosada em concentração maior que 12,5%, aminas vasoativas);
- Ministrar soluções vesicantes e irritantes.
3 - CONTRA-INDICAÇÕES
Ministrar grandes volumes “em bolus” e sob pressão; Difícil acesso venoso periférico por punções repetidas com formação de hematoma e trombo; Lesões cutâneas no local da inserção.
4 – VANTAGENS
4.1 – Relacionadas aos pacientes:
- Manter preservados demais acessos venosos;
- Menor risco de infecção em relação a outros dispositivos vasculares centrais;
- Melhor hemodiluição das drogas, diminuindo a agressão ao sistema vascular;
- Não há risco de trombose de sistema porta;
- Menor desconforto e dor para o paciente;
- Menor restrição da mobilidade;
- Diminuição do estresse do paciente.
4.2 –Relacionadas à equipe / instituição
- Maior facilidade de inserção/manuseio quando comparado com outros dispositivos vasculares;
- Diminuição do estresse da equipe pelas punções repetitivas;
- Maior relação custo/benefício.
5 - INSERÇÃO DO CATETER
5.1 - ESCOLHA DO ACESSO VENOSO
5.1.1 - Veias preferenciais para inserção: basílica, cefálica, ou mediana cubital.
5.1.2 - Características das veias escolhidas: palpáveis, calibrosas, e “retas” o suficiente para a inserção e adequação da agulha introdutória.
5.1.3 - A pele sobrejacente à veia escolhida deverá estar íntegra e não apresentar sinais de:
- Hematomas;
- Infecção (flebites, celulites e abscessos);
- Alteração Anatômica.
Clorexidina a 2% ou 4% ou PVP-I degermante a 10% com 1% de iodo livre; Solução salina a 0,9%; Seringa de 5 ml; Fita métrica não estéril; Cateter de calibre adequado (acompanhado de fita métrica, conjunto de agulha e introdutor estéreis); Curativo transparente; Esparadrapo;
O Kit utilizado (Mini Kit ou Kit completo), deverá vir acompanhado de instruções para leitura prévia.
5.5 - RECURSOS HUMANOS
Para realização do procedimento, são necessários 02 profissionais (enfermeiros e/ou médicos) com treinamento teórico prático. Este procedimento não pode ser realizado por técnico ou auxiliar de enfermagem.
5.6 - TÉCNICA DE INSERÇÃO
Este procedimento é de responsabilidade técnica dos profissionais enfermeiros / médicos. Para a execução correta do mesmo é indispensável que estes profissionais tenham treinamento teórico-prático. Deve ser observada a técnica de barreira máxima: gorro, máscara, capote estéril, luvas estéreis, campos estéreis (com exceção do local de inserção).
5.6.1 - Medidas prévias à inserção do PICC
- Comunicar ao setor de radiologia a necessidade de se realizar a radiografia imediatamente ao término do procedimento;
- Lavar as mãos;
- Avaliar as condições clínicas do paciente;
- (^) Reunir/conferir os materiais necessários para a execução do procedimento (atentar para o calibre do cateter escolhido);
- Posicionar o paciente em decúbito dorsal e colocar o membro selecionado para punção (preferencialmente MSD) em ângulo de 90º em relação ao tórax;
- Garrotear o membro escolhido para a punção;
- Realizar o exame físico dos vasos sangüíneos através da técnica de inspeção e palpação;
- Retirar o garrote após exame físico;
- Mensurar com a fita métrica:
- perímetro braquial;
- distância entre o possível ponto de punção e a articulação escápulo- umeral, deste ponto até a fúrcula esternal e em seguida até o 3º espaço intercostal, acrescentar ao valor mensurado, aproximadamente 3cm.
5.6.2 – Procedimento de inserção do PICC
Para a realização deste procedimento o profissional que fará a punção deverá ser auxiliado por outro (s) profissional (is).
- Colocar gorro, máscara e óculos (todos os profissionais envolvidos no procedimento);
- Lavar as mãos com sabonete líquido comum;
- Abrir o material reunido previamente com técnica asséptica;
- Lavar as mãos com solução degermante;
- Calçar luvas estéreis; - Com o paciente já posicionado em decúbito dorsal, e membro em ângulo de 90º, realizar anti-sepsia do sítio de inserção com solução degermante por no mínimo 3 minutos, retirar o excesso com solução salina a 0,9%;
- Retirar as luvas;
- Fazer anti-sepsia das mãos com solução degermante;
- colocar sobre a gaze o curativo transparente (se houver) ( b^ ) ;
- Fixar a fita adesiva em chevronF 0E 2 sobre o curativo transparente.
- Retirar a paramentação;
- Lavar as mãos com sabonete líquido comum;
- Encaminhar o paciente para realizar a radiografia, para confirmar a posição do
cateter. ( a^ ) Para os cateteres que possuam o conjunto - agulha e cateter introdutor (tipo jelcoF 0E 2 ), a agulha deve ser retirada após a punção, deixando no interior do vaso, apenas o cateter. ( b^ ) Não dispondo de curativo transparente, é sugerida a utilização de curativo convencional.
OBSERVAÇÕES DURANTE A INSERÇÃO DO CATETER
- Evitar tocar no cateter com luvas, pois o talco poderá desencadear flebite química. Utilizar somente as pinças estéreis (delicadas) para manipular o cateter;
- Se preferir poderá retirar o fio guia antes do início da introdução do cateter;
- Ao sentir resistência durante a introdução, não forçar a passagem do cateter; Durante a introdução, caso haja resistência à progressão do cateter, pode-se injetar simultaneamente solução salina 0,9% para abrir as válvulas venosas, facilitando assim a progressão.
- Estar atento para a ocorrência de arritmias durante o procedimento. O paciente deverá estar sendo monitorizado.
- Limitar o número de tentativas de punção em até 04 (quatro) vezes. Número superior a quatro tentativas aumenta o risco de infecção.
- Inspecionar, apalpar o local de inserção e o trajeto da veia , a fim de observar sinais de infecção ( dor, rubor, enduração, calor, secreção );
- Aferir as circunferências dos membros. Um aumento nestes valores, quando comparadas às medidas entre o membro puncionado e o contra lateral ou em relação às medidas anteriores , indicará a suspeita de trombose ou extravasamento.
6.4 – CURATIVO
6.4.1 - Primeira troca: deverá ser realizada sempre após 24 horas do procedimento.
6.4. 2 - Trocas subseqüentes
- Curativo transparente ou convencional : deverá ser trocado, apenas em caso de sujidade, umidade ou desprendimento. Nas trocas subseqüentes dos curativos transparentes não é necessária a utilização de gaze.
6.4.3 - Material Necessário
- Máscara;
- 01 par de luvas de procedimento;
- 01 par de luvas estéreis;
- Compressa de gaze estéril;
- Solução salina a 0,9%;
- Curativo transparente (de preferência);
- Clorexidina aquosa a 2 ou 4%;
- Clorexidina ou PVP-I degermante;
- Álcool a 70% glicerinado.
6.4.4 – Procedimento
- Colocar a máscara;
- Lavar as mãos com solução degermante;
- Calçar luvas de procedimento;
- Retirar o curativo com solução salina a 0,9%;
- Fazer fricção das mãos com álcool a 70% glicerinado;
- Calçar luvas estéreis;
- Embeber compressa de gaze (estéril), em solução salina a 0,9%;
- Fazer a limpeza da área de inserção;
- Secar a área, com compressa de gaze estéril;
- Não utilizar soluções alcoólicas ou pomadas antimicrobianas no sítio de inserção;
- Verificar a posição do cateter, certificando-se de que não houve migração, do mesmo (Não reintroduzir o cateter caso este tenha migrado) ;
- Inspecionar o sítio de inserção;
- Fechar o curativo, conforme técnica já descrita;
- Retirar a paramentação;
- Lavar as mãos com sabonete líquido comum;
- Datar o curativo;
- Fazer registros (anexo III e IV).
6.4 – EQUIPO
Trocar o equipo a cada 96 horas (datar a troca); Trocar o equipo imediatamente após infusão de NPT, hemoderivados e quimioterápicos;
- Usar via exclusiva para infusão de NPT e hemoderivados.
OBSERVAÇÕES GERAIS PARA MANUSEIO DO CATETER Lavar as mãos com solução degermante antes e após manusear o cateter e o circuito;
Friccionar álcool a 70%, por três vezes durante 20 segundos nas conexões e tampas rosqueadas utilizando gaze estéril, ao manusear o cateter;
Não tracionar o cateter;
8 - RETIRADA DO CATETER
8.1 - INDICAÇÃO
Término da terapia proposta;
Sinais flogísticos de infecção no sítio de inserção ou ao longo do trajeto da veia: dor, calor, rubor, enduração, edema ou secreção; Febre ou hipotermia sem outro foco de infecção identificável (neste caso contactar a CCIH); Trombose; Obstrução.
8.2 – TÉCNICA DE RETIRADA
8.2.1 - MATERIAL NECESSÁRIO
- Luvas de procedimento;
- Solução salina a 0,9%;
- Gaze;
8.2.2 – Procedimento
Lavar as mãos com sabão líquido comum; Fechar os equipos; Calçar luvas de procedimento; Remover a fixação e o curativo, utilizando solução salina 0,9%; Observar o aspecto local; Firmar o cateter próximo ao sítio de inserção; Tracionar o cateter, exteriorizando-o lentamente; Fazer compressão utilizando compressa gaze, no sítio de inserção; Medir o comprimento do cateter retirado, comparar com a medida de inserção inicial e registrar na ficha de protocolo; Retirar a paramentação; Lavar as mãos com sabonete líquido comum; Efetuar os registros nas fichas de controle do PICC (anexos III e IV)