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Um estudo sobre o conhecimento etnobotânico de jangadeiros especialistas, aqueles que dominam a confecção da embarcação tradicional chamada de jangada, em relação à espécie destaque na sua construção: o pau-de-jangada (apeiba tibourbou). O estudo foi realizado através de entrevistas semiestruturadas com 30 especialistas residentes em urucuca, ilheus e canavieiras, ba. Os resultados mostram que todos os entrevistados são homens com idade média de 50 anos, e que conhecem o local de ocorrência da espécie, informações sobre o tempo de crescimento e uso na embarcação, e menos informações sobre floração, frutificação, tempo de vida, sementes e germinação.
Tipologia: Resumos
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Pau-de-Jangada: conhecimento etnobotânico dos jangadeiros no sul da Bahia, Brasil. Introdução: A jangada tradicional é uma embarcaç ão utilizada e construí da por pescadores artesanais, conhecidos como jangadeiros, que, ao longo de geraç õ es, mantê m e aperfeiç oam os conhecimentos relacionados a essa prá tica, e a utilizaç ão das espé cies vegetais que necessitam como mat éria prima. A jangada tradicional, outrora frequente no litoral nordestino, tem desaparecido dessas paisagens. Hoje, grupos ativos de jangadeiros podem ser encontrados somente na faixa litorâ nea sul baiana. Objetivo: Analisar o conhecimento etnobotâ nico de jangadeiros especialistas, aqueles que dominam a confecção da embarcação, em relação ao pau de jangada (Apeiba tibourbou) , espécie destaque na construção da jangada. Método: Foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas com 30 especialistas, que residem nos municípios de Uruç uca, Ilhé us e Canavieiras, BA. Nas entrevistas, foram abordados temas centrais relacionados a botânica da espécie. Os dados obtidos foram analisados de forma quali- quantitativa. Para análise qualitativa foi empregada a técnica de análise do conteúdo, ao passo que a análise quantitativa foi realizada empregando-se análise de correlação simples entre ‘idade dos especialistas’ e ‘nível de conhecimento etnobotânico’ para tanto, os dados foram organizados em classes com intervalos de 5 anos, de 30 a 69 anos; e foram atribuídas notas as respostas apresentadas por cada especialista. Resultados: Todos os entrevistados são do sexo masculino com idade média de 50 anos. Na análise do conteúdo das respostas, todos os entrevistados conhecem o local de ocorrência da espécie, sendo apontados locais de mata e capoeira. A informação sobre tempo de crescimento da espécie para o uso na embarcação foi apresentada em 78% das entrevistas. O conhecimento sobre floração, frutificação e tempo de vida da espécie foi de domínio de 37%, 37% e 70% dos especialistas respectivamente. Informações sobre as sementes e tempo de germinação foram citadas por apenas 33% dos entrevistados. Não foi encontrada correlação significativa ( =5%), entre a idade dos especialistas e o nível de conhecimento etnobotânico em relação a espécie, contudo, há uma tendência de especialistas mais jovens apresentarem maior nível de conhecimento. Discussão: Os jangadeiros são pescadores que detém o conhecimento em relação às espécies arbóreas em função da atividade de pesca com a jangada. A análise do conteúdo das respostas evidencia essa informação, apontando que o local de ocorrência e tempo necessário de crescimento para o corte, são de domínio da maior parte dos entrevistados. E que pouco de sabe sobre o conhecimento do tempo de reprodução e germinação das sementes. Apesar de não existir relação significativa entre idade dos pescadores e conhecimento botânico da espécie, existe uma tendência de que jangadeiros mais jovens detenham mais informação sobre esse aspecto. Essa tendência pode estar associada ao grau de escolaridade destes, levando a uma maior percepção sobre as especificidades da espécie. Conclusões/Considerações finais: Considerando a importância da A. tibourbou na confecção da jangada, e o escasso conhecimento dos jangadeiros em relação a reprodução da espécie, tornam-se necessárias ações junto a essa comunidade, buscando a troca de conhecimento para melhor preservação da espécie. Palavras chaves: Apeiba tibourbou, jangada, conhecimento ecológico local