Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Ortogonal, Notas de estudo de Matemática

Geometria - Geometria

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 29/01/2010

josilandio-goncalves-de-souza-9
josilandio-goncalves-de-souza-9 🇧🇷

3 documentos

1 / 6

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
8CAP´
ITULO 5. PRODUTO INTERNO
5.3.2 Processo de Ortogonaliza¸ao de Gram-Schmidt
Bases ortonormais ao ´uteis, como visto na se¸ao anterior; mas como obtˆe-las?
Partindo-se de uma base qualquer de um subespa¸co, ao ´e dif´ıcil construir
uma base ortogonal (ou ortonormal) para o mesmo subespa¸co.
No processo de ortogonaliza¸ao de Gram Schmidt, uma base {v1,v2,...,vp}
´e substitu´ıda por outra ortogonal, {u1,u2, . . . , up}, com a caracter´ıstica adi-
cional de que, para cada i, existem α’s tais que ui=vi+Pi1
j=1 αjvj. Assim,
devemos ter:
u1=v1
u2=v2+αv1
u3=v3+βv1+γv2
.
.
. = .
.
.
up=vp+. . . .
Note que os espa¸cos gerados pelos primeiros u’s e pelos primeiros v’s ao
iguais, isto ´e, span{u1,u2, . . . , uk}= span{v1,v2, . . . , vk}, k = 1,2, . . . , p.
Desta forma, podemos ainda escrever
u1=v1
u2=v2+ ˜αu1
u3=v3+˜
βu1+ ˜γu2
.
.
. = .
.
.
up=vp+. . . .
A exigˆencia de que esta base seja ortogonal nos permite determinar os
coeficientes ˜α,˜
β, ˜γ,.... De fato,
u2=v2+ ˜αu1
hu2,u1i= 0 hv2,u1i+ ˜αhu1,u1i= 0 ˜α=hv2,u1i
hu1,u1i
u3=v3+˜
βu1+ ˜γu2
hu3,u1i= 0
hu2,u1i= 0
hv3,u1i+˜
βhu1,u1i= 0 ˜
β=hv3,u1i
hu1,u1i
u3=v3+˜
βu1+ ˜γu2
hu3,u2i= 0
hu1,u2i= 0
hv3,u2i+ ˜γhu2,u2i= 0 ˜γ=hv3,u2i
hu2,u2i
pf3
pf4
pf5

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Ortogonal e outras Notas de estudo em PDF para Matemática, somente na Docsity!

8 CAP´ITULO 5. PRODUTO INTERNO

5.3.2 Processo de Ortogonaliza¸c˜ao de Gram-Schmidt

Bases ortonormais s˜ao ´uteis, como visto na se¸c˜ao anterior; mas como obtˆe-las?

Partindo-se de uma base qualquer de um subespa¸co, n˜ao ´e dif´ıcil construir

uma base ortogonal (ou ortonormal) para o mesmo subespa¸co.

No processo de ortogonaliza¸c˜ao de Gram Schmidt, uma base {v 1 , v 2 ,... , vp}

´e substitu´ıda por outra ortogonal, {u 1 , u 2 ,... , up}, com a caracter´ıstica adi-

cional de que, para cada i, existem α’s tais que ui = vi +

i− 1 j=

αj vj. Assim,

devemos ter:

u 1 = v 1

u 2 = v 2 + αv 1

u 3 = v 3 + βv 1 + γv 2

. .

. =

up = vp +....

Note que os espa¸cos gerados pelos primeiros u’s e pelos primeiros v’s s˜ao

iguais, isto ´e, span{u 1 , u 2 ,... , uk} = span{v 1 , v 2 ,... , vk}, k = 1, 2 ,... , p.

Desta forma, podemos ainda escrever

u 1 = v 1

u 2 = v 2 + ˜αu 1

u 3 = v 3 + β˜u 1 + ˜γu 2

. .

. =

up = vp +....

A exigˆencia de que esta base seja ortogonal nos permite determinar os

coeficientes ˜α, β˜, ˜γ,.. .. De fato,

u 2 = v 2 + ˜αu 1

〈u 2 , u 1 〉 = 0

⇒ 〈v 2 , u 1 〉 + ˜α 〈u 1 , u 1 〉 = 0 ⇒ α˜ = −

〈v 2 , u 1 〉

〈u 1 , u 1 〉

u 3 = v 3 + β˜u 1 + ˜γu 2

〈u 3 , u 1 〉 = 0

〈u 2 , u 1 〉 = 0

⇒ 〈v 3 , u 1 〉 + β˜ 〈u 1 , u 1 〉 = 0 ⇒ β˜ = −

〈v 3 , u 1 〉

〈u 1 , u 1 〉

u 3 = v 3 + β˜u 1 + ˜γu 2

〈u 3 , u 2 〉 = 0

〈u 1 , u 2 〉 = 0

⇒ 〈v 3 , u 2 〉 + ˜γ 〈u 2 , u 2 〉 = 0 ⇒ ˜γ = −

〈v 3 , u 2 〉

〈u 2 , u 2 〉

5.3. BASES ORTONORMAIS 9

Assim,

u 1 = v 1

u 2 = v 2 −

〈v 2 , u 1 〉

〈u 1 , u 1 〉

u 1

u 3 = v 3 −

〈v 3 , u 1 〉

〈u 1 , u 1 〉

u 1 −

〈v 3 , u 2 〉

〈u 2 , u 2 〉

u 2

up = vp −

〈vp, u 1 〉

〈u 1 , u 1 〉

u 1 −

〈vp, u 2 〉

〈u 2 , u 2 〉

u 2 −... −

〈vp, up− 1 〉

〈up− 1 , up− 1 〉

up− 1

Se o objetivo for obter n˜ao apenas uma base ortogonal {u 1 , u 2 ,... , up},

mas sim ortonormal {qˆ 1 , 2 ,... , ˆqp}, basta normalizarmos ao final: qˆi =

‖ui‖

− 1 ui. Outra op¸c˜ao, ainda, ´e normalizar passo a passo; neste caso, os

denominadores desaparecem:

u 1 = v 1 ; qˆ 1 = ‖u 1 ‖

− 1 u 1

u 2 = v 2 − 〈v 2 , qˆ 1 〉ˆq 1 qˆ 2 = ‖u 2 ‖

− 1 u 2

u 3 = v 3 − 〈v 3 , qˆ 1 〉ˆq 1 − 〈v 3 , ˆq 2 〉qˆ 2 qˆ 3 = ‖u 3 ‖

− 1 u 3

up = vp − 〈vp, qˆ 1 〉ˆq 1 − 〈vp, ˆq 2 〉qˆ 2 −... − 〈vp, ˆqp− 1 〉qˆp− 1

Exemplo 4 Seja H = span

. Encontre uma

base ortonormal para H.

u 1 =

u 2 =

5.4. COMPLEMENTO ORTOGONAL 11

Desta forma, temos que 

 

´e base ortogonal de H. Para uma base ortonormal, basta normalizar estes

vetores.

‖u 1 ‖ =

2

  • 2

2

  • 3

2

  • 0

2

‖u 2 ‖ =

42 + 1^2 + 2^2 + 0^2 =

‖u 4 ‖ =

2

  • 2

2

  • 1

2

  • 15

2

´e base ortonormal de H.

5.4 Complemento Ortogonal

Defini¸c˜ao (complemento ortogonal) Seja V espa¸co vetorial com pro-

duto interno e H subespa¸co de V. O complemento ortogonal de H ´e o con-

junto dos vetores de V ortogonais a todos os vetores de H

H

⊥ = {v ∈ V | 〈v, u〉 = 0 ∀ u ∈ H}.

Observa¸c˜ao H

⊥ ´e subespa¸co vetorial.

Observa¸c˜ao

H

⊥ = {v ∈ V | 〈v, ui〉 = 0, i = 1, 2 ,... , p}.

onde {u 1 , u 2 ,... , up} ´e base de H.

Observa¸c˜ao Seja βH = {u 1 , u 2 ,... , up} base ortogonal de um subespa¸co

H. Seja β = {u 1 , u 2 ,... , up, up+1,... , un} uma extens˜ao de βH a uma base

ortogonal de V (sabemos como fazˆe-lo: estendemos βH a uma base qual-

quer e em seguida ortogonalizamo-na por Gram-Schmidt). Ent˜ao βH⊥ =

{up+1,... , un} ´e base de H

⊥ .

Corol´ario Se V ´e espa¸co vetorial n-dimensional com produto interno e H

´e subespa¸co p-dimensional de V ent˜ao dim(H

⊥ ) = n − p.

Corol´ario Se V ´e espa¸co vetorial com produto interno e H ´e subespa¸co

ent˜ao (H

⊥ )

⊥ = H.

12 CAP´ITULO 5. PRODUTO INTERNO

5.5 Rela¸c˜ao entre N(A) e Im(A

T

Sejam A ∈ R

m×n , v ∈ N(A) e y = A

T x ∈ Im(A

T ). Ent˜ao

〈v, y〉 = v

T y = v

T (A

T x) = (v

T A

T )x = (Av)

T x = 〈Av, x〉 = 〈 0 , x〉 = 0.

Qualquer vetor de N(A) ´e ortogonal a qualquer vetor de Im(A

T ).

2

Lembrando que dim(N(A))+dim(Im(A)) = n´umero de colunas de A =

n e que dim(Im(A)) = dim(Im(A

T )), temos que dim(N(A))+dim(Im(A

T )) =

n. Sejam β = {u 1 ,... , uν } e γ = {uν+1,... , uν+ρ} bases ortogonais de N(A)

e de Im(A

T ), respectivamente. {u 1 ,... , uν+ρ} ´e um conjunto ortogonal de

vetores n˜ao nulos (portanto LD) com n vetores, ent˜ao ´e uma base. Pela ob-

serva¸c˜ao da se¸c˜ao anterior, N(A) = Im(A

T )

⊥ , ou, equivalentemente,N(A)

Im(A

T ). Aplicando-se este resultado a A

T , temos ainda N(A

T ) = Im(A)

ou N(A

T )

⊥ = Im(A).

Observa¸c˜ao O leitor atento ter´a notado que nesta se¸c˜ao, ao contr´ario

das anteriores, nos ativemos ao produtro escalar canˆonoico do R

n , 〈u, v〉 =

u

T v. E se estivermos usando outro produto interno ou estivermos em um

espa¸co que n˜ao R

n ? A resposta ´e que continua valendo o resultado N(A) =

Im(A

T )

⊥ , desde que A

T e ⊥ sejam interpretados apropriadamente. N˜ao

vamos tratar aqui deste caso mais geral.

5.6 Base para H

Seja H ∈ R

n subespa¸co gerado por {v 1 ,... , vm}. Deseja-se obter uma base

para H

. Mas

v ∈ H

⊥ ⇐⇒ 〈v, vi〉 = v

T vi = v

T i v^ = 0,^ i^ = 1,... , m

v

T 1

v

T 2 . . .

v

T m

v =

⇐⇒ A

T v = 0 ,

onde

A =

[

v 1 v 2 · · · vm

]

(^2) Espa¸cos que quardam esta rela¸c˜ao s˜ao ditos ortogonais.