Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Metodologia da Pesquisa: Guia Completo para Elaboração de Trabalhos Científicos, Notas de estudo de Metodologia da Investigação

Este livro é de grande ajuda para fazer um trabalho cíentifico

Tipologia: Notas de estudo

2019

Compartilhado em 23/08/2019

carla-fonseca
carla-fonseca 🇦🇴

5

(1)

1 documento

1 / 99

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
Análise dos
dados obtidos
O mito como
primeira forma de
conhecimento
Conhecer as normas que
fundamentam a redação e a
editoração dos textos acamicos.
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Professora Dra. Siderly do Carmo Dahle de Almeida
ciência e conhecimento
científico
UNIDADE I
citações, refencias,
classificação das pesquisas
e análise de dados obtidos
UNIDADE II
trabalhos científicos:
estrutura, forma e conteúdo
UNIDADE III
ISBN 978-85-8084-731-4
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12
pf13
pf14
pf15
pf16
pf17
pf18
pf19
pf1a
pf1b
pf1c
pf1d
pf1e
pf1f
pf20
pf21
pf22
pf23
pf24
pf25
pf26
pf27
pf28
pf29
pf2a
pf2b
pf2c
pf2d
pf2e
pf2f
pf30
pf31
pf32
pf33
pf34
pf35
pf36
pf37
pf38
pf39
pf3a
pf3b
pf3c
pf3d
pf3e
pf3f
pf40
pf41
pf42
pf43
pf44
pf45
pf46
pf47
pf48
pf49
pf4a
pf4b
pf4c
pf4d
pf4e
pf4f
pf50
pf51
pf52
pf53
pf54
pf55
pf56
pf57
pf58
pf59
pf5a
pf5b
pf5c
pf5d
pf5e
pf5f
pf60
pf61
pf62
pf63

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Metodologia da Pesquisa: Guia Completo para Elaboração de Trabalhos Científicos e outras Notas de estudo em PDF para Metodologia da Investigação, somente na Docsity!

Análise dos

dados obtidos

O mito como

primeira forma de

conhecimento

Conhecer as normas que

fundamentam a redação e a

editoração dos textos acadêmicos.

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Professora Dra. Siderly do Carmo Dahle de Almeida

ciência e conhecimento científico

UNIDADE I

citações, referências, classificação das pesquisas e análise de dados obtidos

UNIDADE II

trabalhos científicos: estrutura, forma e conteúdo

UNIDADE III

ISBN 978-85-8084-731-

Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Comunidade do Conhecimento. Essa é a característica principal pela qual a UNICESUMAR tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, atemporal, global, de- mocratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais. De fato, as tecnologias de informação e comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da edu- cação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em diferentes lugares e da mobilidade dos celulares. As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram a informa- ção e a produção do conhecimento, que não reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em segundos. A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das desigualdades, propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a co- nhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está disponível. Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas fer- ramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura e transformando a todos nós. Priorizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância (EAD), significa possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos em informações e interatividade. É um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso que a EAD da UNICesumar se propõe a fazer.

Pró-Reitor de EaD Willian Victor Kendrick de Matos Silva

boas-vindas

sobre pós-graduação

a importância da pós-graduação

O Brasil está passando por grandes transformações, em especial nas últimas décadas, motivadas pela estabilização e crescimento da economia, tendo como consequência o aumento da sua impor- tância e popularidade no cenário global. Esta importância tem se refletido em crescentes investimentos internacionais e nacionais nas empresas e na infraestrutura do país, fato que só não é maior devido a uma grande carência de mão de obra especializada. Nesse sentindo, as exigências do mercado de trabalho são cada vez maiores. A graduação, que no passado era um diferenciador da mão de obra, não é mais suficiente para garantir sua emprega- bilidade. É preciso o constante aperfeiçoamento e a continuidade dos estudos para quem quer crescer profissionalmente. A pós-graduação Lato Sensu a distância da UNICESUMAR conta hoje com 16 cursos de especialização e MBA nas áreas de Gestão, Educação e Meio Ambiente. Estes cursos foram planejados pensando em você, aliando conteúdo teórico e aplicação prática, trazendo informações atualizadas e alinhadas com as necessida- des deste novo Brasil. Escolhendo um curso de pós-graduação lato sensu na UNICESUMAR, você terá a oportunidade de conhecer um conjun- to de disciplinas e conteúdos mais específicos da área escolhida, fortalecendo seu arcabouço teórico, oportunizando sua aplicação no dia a dia e, desta forma, ajudando sua transformação pessoal e profissional.

Professor Dr. Renato Dutra Coordenador de Pós-Graduação , Extensão e Produção de Materiais NEAD - UNICESUMAR

A disciplina de Metodologia Científica é importante não apenas em sua vida acadê- mica, mas também em sua vida profissional, enquanto pesquisador(a) em sua área de estudo. Os conteúdos privilegiam, na pri- meira unidade, a importância, os tipos de conhecimento e as possibilidades de fontes de pesquisa, ou seja, “onde pesquisar”. Muitas vezes, não nos preocupamos muito com essa questão, acreditando que, em tempos de tecnologia de informação e comunicação, tudo já está escrito e disponível na internet. É preciso, porém, um olhar criterioso para seu uso, pois nem tudo que está disponível é verdadeiro. A segunda unidade contempla concei- tos de pesquisa e oferece um “passo a passo” de como os projetos de pesquisa devem ser elaborados, elucidando as diferenças entre título e tema, a importância de ter muito claro

qual é o problema que se pretende pesqui- sar e as relações entre esse problema e os objetivos da pesquisa. Também, pretende-se explicar como descrever uma justificativa, de que modo selecionar os autores que darão a fundamentação teórica em seus estudos e, por fim, por que e como fazer um cronogra- ma da pesquisa. Ainda nesta unidade, vamos verificar como as pesquisas são classificadas, ou seja, que métodos e técnicas podemos utilizar, e como aplicar essas técnicas para obter os melhores resultados. Na última parte, vamos analisar como es- truturar nossa pesquisa, de modo a torná-la compreensível aos leitores, para assim poder disseminá-la por meio de publicações em periódicos, congressos, livros etc. Desejo muito sucesso em sua vida pessoal, acadêmica e profissional!

sumário

01

12 História do Conhecimento Científico 14 O Mito: a Forma Mais Elementar doConhecimento 16 Categorias de Conhecimento 19 Concepção de Ciência 21 Identificando as Fontes Para aPesquisa 30 Passos Para o Desenvolvimento deuma Pesquisa 40 Considerações Finais 40 Atividades de Autoestudo

CIÊNCIA E CONHECIMENTO

CIENTÍFICO

1

CIÊNCIA E CONHECIMENTO CIENTÍFICO

Professora Dra. Siderly do Carmo Dahle de Almeida

Plano de estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estu- dará nesta unidade:

  • Olhar histórico sobre o conhecimento
  • O mito como primeira forma de conhecimento
  • Tipos de conhecimento
  • Definições de ciência
  • Possibilidades de fontes de pesquisa
  • Localização das fontes
  • Elaboração de projeto de pesquisa
  • Tópicos que compõem o projeto

Objetivos de Aprendizagem

  • Reconhecer o significado do conhecimento sob um olhar histórico da humanidade.
  • Diferir os tipos de conhecimento: científico, popular, filosófico e religioso ou teológico.
  • Comparar distintos conceitos de ciência.
  • Discernir as diferentes possibilidades de fonte para a realização de pesquisas de cunho científico.
  • Entender o projeto de pesquisa como primeiro passo para o desenvolvimento de uma pesqui- sa científica.
  • Compreender a estrutura de um projeto de pes- quisa, distinguindo e estabelecendo conexões entre os tópicos que compõem esse projeto.

A história da humanidade e sua evolução confundem-se com a história da ciência e da produção do conhecimento. A neuroci- ência tem analisado que o desenvolvimento da mente humana obedeceu etapas sucessivas, e, a partir dessas, novas possibili- dades e habilidades foram sendo introduzidas nos complexos circuitos neurais da mente. Ainda que não possamos fazer uma análise histórica de longo alcance no que diz respeito à sistematização do conhecimen- to (pois, enquanto a evolução do cérebro registra em torno de 100 milhões de anos, a ciência pode esmiuçar apenas os últimos 10 mil anos de sua história), indicaremos alguns fatos significativos para que se compreenda o processo histórico de desenvolvimento da ciência e do conhecimento. Neste capítulo, veremos ainda a importância de um projeto de pesquisa, analisando cada tópico que deve compor esse projeto e como disponibilizar sistematicamente as informações mais relevantes em cada um desses tópicos.

Pós-Graduação |^ Unicesumar 13

conservar a carne ou ainda outros alimentos, clarear sua habitação à noite e se aquecer em dias de muito frio. O período paleolítico ou Idade da Pedra Lascada, o neolítico ou Idade da Pedra Polida e a Idade dos Metais representam períodos diversos em que a humanidade passou da coleta de alimentos e hábitos nômades para se fixar ao solo, sistematizando as técnicas de agricultura, pastoreio e pesca. A aplicação da força animal e dos ventos e a invenção da roda e dos barcos a vela me- lhoraram consideravelmente a produção e estimularam a multiplicação de tarefas dos camponeses, artesãos e comerciantes. Nasce a escrita como uma necessidade para o controle dos negócios, e as atividades rotineiras vão se tornando mais comple- xas, exigindo mais conhecimento para sua execução. Quando se chega à Civilização Egípcia, verificam-se inúmeras descobertas que esta trouxe à humanidade. Apresentava

uma religião repleta de mitos e crenças. Mumificava os cadáveres dos faraós, guar- dando-os nas pirâmides, com o propósito de preservar o corpo para a próxima vida. Com isso, muito se aprendeu sobre o funciona- mento do corpo humano e de seus órgãos. Os egípcios foram excepcionais no que tange às ciências, pois, incitados pela pre- mente necessidade de estimar as condições do tempo, para evitar maiores estragos com as cheias do Rio Nilo, a fim de se defende- rem. Os egípcios conceberam o relógio de sol e o de água, configuraram plantas ce- lestes nas quais posicionavam os pontos cardeais e idealizaram o mais primitivo calendário. Além disso, promoveram os princípios da aritmética e da geometria, criaram a soma e a subtração e instituíram ângulos e retângulos. No que diz respeito à escrita, registraram, de sua rotina, tudo o que podiam, em suas paredes e objetos, originando a escrita hieroglífica que signi- fica “gravação sagrada”.

Na Grécia, no período en- tre 469 a.C. e 399 a.C., viveu Sócrates, um dos fundadores da filosofia ocidental que fi- cou famoso principalmente

por meio dos relatos de seus alunos Platão e Xenofonte. Sócrates foi condenado à morte por insistir na infinita ignorância que nos absorve.

Reflita sobre uma de suas mais célebres frases: “Só sei que nada sei”

Metodologia da pesquisa 14

Metodologia da pesquisa 14

C

onsultando o Dicionário Houaiss (2002), em uma visão antropológi- ca, mito é definido como um “relato simbólico, passado de geração em geração, dentro de um grupo, que narra e explica a origem de determinado fenômeno, ser vivo,

acidente geográfico, instituição, costume social etc.” Assim, observa-se que não tem a intenção de “explicar” o mundo, mas somente posicionar a existência humana no espaço. Por isso, não é fundamentado a partir do raciocínio lógico, mas de metáforas

O MITO

forma mais elementar do conhecimento

Metodologia da pesquisa 16

C

onhecer é o exato momento em que se passa de um estado de ignorân- cia sobre determinado assunto a um estado de saber, ainda que esse saber seja superficial ou insignificante; é a busca por distintos saberes, para substituir um estado de incompetência. Verifica-se uma disposição nos meios de comunicação, no sentido de fortalecer a ideia de que a ciência se encontra acima dos outros tipos de conhecimento. Desse modo, o mito, a religião, o senso comum, a filosofia

e outros conhecimentos são considerados menos importantes. É preciso termos claro que existem dife- rentes tipos de conhecimentos e o científico é apenas um deles. Para que o ato de conhecer se consolide, são imprescindíveis os seguintes elementos: a. O indivíduo que deseja conhecer. b. O objeto ou aquilo sobre o que se deseja conhecer (não necessariamente um objeto, podendo ser outra pessoa ou o

CATEGORIAS DE

CONHECIMENTO

Pós-Graduação |^ Unicesumar 17

próprio reflexo em um espelho). c. A imagem mental que resulta da relação estabelecida entre sujeito- objeto e que passa a formar a subjetividade daquele que conhece.

Abaixo, vamos perceber e distinguir quatro tipos de conhecimento, para melhor apre- ender essa concepção.

o conhecimento

científico

O conhecimento científico é o mais conhe- cido e também chamado de racional, pois tem relação com circunstâncias ou fatos, va- lendo-se de experimentos, confirmações e observações. Trata-se de um conhecimento sistemático, uma vez que legitima e auten- tica o que deseja provar. Unido às tecnologias, é o que mais tem aproximado o ser humano da qualidade de vida que tanto ambiciona, facultando evoluções no que diz respeito à saúde, se- gurança, educação e aos serviços. Esse tipo de conhecimento se encontra em frequente transformação, pois, a cada nova descober- ta, uma verdade anterior é desmistificada. O filósofo da ciência Karl Popper (

    1. propõe três universos distintos para melhor compreender esse conhecimento. Primeiro: o mundo dos objetos físicos ou de estados materiais; segundo: o mundo de estados de consciência ou de estados mentais, ou talvez ainda, do que ele chama de “disposições comportamentais para agir”;

e um terceiro mundo: o mundo dos conteú- dos objetivos de pensamento, especialmente de pensamentos científicos, poéticos e de obras de arte (POPPER, 1974). Popper esclarece também que a busca pelo conhecimento não acontece apenas a partir da observação da realidade, mas, aliado a isso, a partir de um quadro de referências não mais satisfeito. Assim, sempre há uma in- tenção nas observações realizadas, alterando o quadro de referências existente. O cientista então propõe uma hipótese geral e dessa se deduzem consequências que possibilitam novas experiências. Com isso, é possível refutar a teoria anterior, esta- belecendo-se um novo conceito, por meio do critério de falseabilidade.

o conhecimento popular

O conhecimento popular, ou de senso comum, baseia-se nas experiências de vida e é em- pregado desde a origem da civilização. É um saber que se obtém nas vivências e é passado de geração em geração. Compreende tradi- ções, costumes, normas e hábitos. O senso comum, ao contrário do co- nhecimento científico, não é sistematizado, aprofundado e metodológico, o que resulta em um conhecimento também denomina- do vulgar. Não requer um parecer da ciência, que busca certificar o que foi exposto, pois é totalmente informal, valendo-se de opiniões, preconceitos e é acrítico. Não há preocupa- ção com a fidedignidade dos fatos.

Pós-Graduação |^ Unicesumar 19

A

ciência conceitua-se como uma ampla sistematização do conheci- mento, a qual incorpora diversas proposições que se inter-relacionam a respei- to de determinado fato ou fenômeno que se busca estudar. De acordo com Trujillo Ferrari (apud LAKATOS; MARCONI, 2008, p. 80), “a ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com objeto limitado, capaz de ser submetido à verifi cação”. De acordo com Lakatos e Marconi (2008, p. 80),

as ciências possuem a. Objetivo ou finalidade: preocupação em distinguir a característica comum ou as leis gerais que regem determina- dos eventos. b. Função: aperfeiçoamento, através do crescente acervo de conhecimentos, da relação do homem com o seu mundo. c. Objeto: subdividido em:

  • Material, aquilo que se pretende estudar, analisar, interpretar ou verificar, de modo geral.
  • Formal, o enfoque especial, em face das diversas ciências que possuem o mesmo objeto material.

ciência

A comunidade científica desloca a ciência do olhar dos processos sociais e, com isso, tira de si o compromisso pelo uso dos resultados alcançados pelas pesquisas. Depois do uso sistemático das ciências e das tecnologias na construção de instrumentos que serviriam à Primeira Guerra, ao período entre guerras, assim como à Segunda Guerra Mundial, a co- munidade científi ca sentiu-se “imoral”, pois, pela primeira vez, relacionava-se a pesquisa científi ca às questões políticas. Os processos que garantem a transfor- mação do que se chama “conhecimento científi co” em tecnologia propriamente dita e suas aplicações pela sociedade são origina- dos de modo linear, principiando-se com o conceito de ciência até a produção de bem- -estar social. Essa concepção de ciência, como busca da verdade por meio da razão e da expe- rimentação, com o objetivo de garantir a extensão do conhecimento verificado, conforme Merton (1938 – 1973), também coloca o conteúdo do conhecimento fora dos limites da análise sociológica. De acordo com essa concepção, o conhecimento cien- tífico só pode ser produzido por cientistas

concepção de

Metodologia da pesquisa 20

especificamente treinados para produzir co- nhecimento objetivo. Para justificar que pessoas carregadas de interesses e sujeitas às relações sociais e influências culturais mais variadas sejam capazes de produzir conhecimento objeti- vo, é fundamental a contribuição seminal de Robert Merton sobre as normas da ciência. Essas, que são chamadas de uni- versalismo, comunismo, desinteresse e

Além de objetiva, a ciência é vista como a base, a origem da tecnologia. Essa, por sua vez, é uma forma de conhecimento subordinada e dependente da ciência. O processo de transformação d o c o n h e c i m e n t o científico em tecnologia e sua apropriação pela sociedade são concebidos de forma linear, iniciando- se com a ciência até produzir bem-estar social (ciência básica, ciência aplicada, desenvolvimento tecnológico, inovação,

difusão da inovação, crescimento econômico e benefício social). Por essa razão, esse paradigma foi denominado de “ciência como motor do progresso”, tudo se inicia com a ciência. Uma das principais evidên- cias dessa visão da relação entre CTI e sociedade foi o documento elaborado por Vannevar Bush, a pedido do Presidente Roosevelt, dos EUA - entregue ao Presiden- te Truman, em 1945, e que se constituiu, posteriormente, em um símbolo desta con-

cepção: o célebre Science: the Endless Frontier. Nele, detalha-se o fundamento do chamado modelo linear de inovação, em que se idealiza- va a ciência como uma “fron- teira sem fim”. Esses conceitos passaram a ser a base de um novo contrato social entre a comunidade científica e o Es- tado (Ronayne, 1984). Essa visão exprime uma fé quase religiosa na ciência, no poder da ciência para a solução de problemas (Dickson, 1988:3).

ceticismo organizado, modelam e nor- matizam o comportamento esperado dos membros da comunidade de pesquisa, para garantir a produção de conhecimen- to livre de valores e de influências sociais. Para o trabalho de Merton, contribuíram vários de seus discípulos, que estenderam as normas e as testaram empiricamente (Norman Storer, Barber, Jonathan e Steven Cole, Harriet Zuckerman).