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Epidural: é utilizada para cirurgias abdominais em gran- des animais. Intra-articular: é utilizada quando se necessita de efeito anti-inflamatório localizado em uma determinada articulação. Outras vias podem ser utilizadas com fins definidos para os diferentes procedimentos terapêuticos (intra-arterial, in- traocular etc.). = Vias transmucosas ou tópicas São utilizadas normalmente para obtenção de efeitos tera- pêuticos não sistêmicos, isto é, localizados. Essa via é consi- derada bastante segura, porém, em certos casos, pode ocorrer intoxicação, pois é possível que haja absorção mesmo através da pele integra. Outro fator a ser levado em consideração para essa via é a exis- tência de lesões na pele onde o medicamento será aplicado, o que pode acarretar, dependendo da extensão e da gravidade da lesão cutânea, absorção de quantidades consideráveis do princípio ativo, levando a efeitos sistêmicos indesejáveii A pele confere uma barreira importante para 0s animais. Esta barreira varia entre as espécies, c dentro da mesma espécie pode diferir de região para região onde é aplicado o medica mento. Assim, considerando as diferentes espécies animais em ordem decrescente, a pele na qual se observa maior penetração do medicamento e, consequentemente, o aparecimento na c culação sistêmica, tem-se: coelhos > ratos > cobaias > gatos > cães > suínos > seres humanos. Em relação à região corpórea do animal, a pele é mais espessa, por exemplo, na região da linha do dorso em comparação com a região abdominal; portanto, a absorção é maior na região onde a pele é menos espessa. Quando aplicadas sobre a pele, as formulações farmacêuticas de uso transdérmico liberam o medicamento continuamente, numa velocidade que tornece a concentração plasmática de- scjável para uma duração específica. É o caso de formulação contendo fentanila, concebida para liberar continuamente por um período de 72 horas; pode ser aplicada em cães no con- trole da dor pós-cirúrgica (ainda não disponível no comércio brasileiro). « Aplicação tipo pour on ou spot on É uilizada principalmente para controle de ectoparasitas, em pequenos e grandes animais. O medicamento é aplicado sobre o dorso (pour on) ou cernelha (spot on) do animal. São exemplos os praguicidas organofosforados e piretroides, que são substâncias lipossolúveis; estes se difundem pela camada gordurosa existente sobre a epiderme, agindo em toda a su perfície corpórea. Esta via é considerada como via tópica, porém. dependendo do princípio ativo utilizado e do veículo, o princípio ativo pode ser absorvido pelo organismo, apresentando efeitos sistêmicos. = Via inalatória Pode ser utilizada quando o agente terapêutico é um gás, sendo em medicina veterinária de utilização restrita à aneste- sia inalatória. Uma das principais características farmacológicas dos ane: tésicos inalatórios é a potência, que é baseada na concentração alveolar e que, por sua vez, resulta nos efeitos clínicos. A po- tência anestésica de determinado agente inalatório é expressa como concentração alveolar mínima (CAM) (para detalhes, ver capítulo sobre anestésicos inalatórios). Capitulo 4 / Farmacocinética 33 intramamária Esta via é utilizada normalmente para o tratamento de do- enças nas glândulas mamárias. Para mais detalhes sobre a ut lização desta via, veja o capítulo sobre o uso de antimicrobia- nos na mastite. = BIODISPONIBILIDADE DE MEDICAMENTOS O conceito de biodisponibilidade foi criado em 1945 por Oser e cols., estudando a absorção relativa de vitaminas exis- tentes em diferentes formas farmacêuticas. A biodisponibilidade mede a quantidade de um medica: mento contido em determinada forma farmacêutica, que, ao ser administrada a um organismo vivo, atinge a circulação san- guínea de forma inalterada. Um conceito mais abrangente considera ainda a biodispo- ibilidade como a quantidade de medicamento que atinge não só a circulação sanguinea como também o local de ação, isto é, a biofase. Graficamente, a biodisponibilidade pode ser ilustra- da por curvas de concentração de medicamento em tecidos ou liguidos biológicos em função do tempo. Os dados de hiodisponibilidade são utilizados para deter- mina - a quantidade de um medicamento absorvido a partir de uma determinada forma farmacêutica; » a velocidade de absorção do medicamento; - a permanência do medicamento nos líquidos do orga- nisimo e sua correlação com as respostas farmacológicas e/ou tóxicas. Estas informações tém importância para a determinação da posologia de um medicamento e da sua forma farmacêu- tica, principalmente quando da utilização de medicação com pequena margem de segurança, como os digitálicos, alguns antibióticos etc. Os estudos de biodisponibilidade também têm grande im- portância para a adequação da dose utilizada em pacientes por- tadores de insuficiência hepática ou renal, A aplicação dos conhecimentos de biodisponibilidade em estudos comparativos de duas ou mais formulações diferentes contendo o mesmo princípio ativo, administrado na mesma dose, pela mesma via e na mesma espécie animal é denomina- do bioequivalência. Os estudos de bioeguivalência são utilizados para avalia- ção entre especialidades farmacêuticas com o mesmo princípio ativo, porém de fabricantes diferentes, ou para mudanças em procedimentos farmacotécnicos distintos. À resolução núme- ro 280 de 7 de maio de 1998 do Conselho Nacional de Saúde, órgão vinculado ao Ministério da Saúde, exige estudos de bioe quivalência para os medicamentos genéricos (ver capítulo sobre prescrição e legislação brasileira de medicamentos), possibili- tando a intercambialidade entre especialidades farmacêuticas produzidas por laboratórios distintos. Entre as várias espécies animais, existem diferenças na biodis- ponibilidade de um medicamento, c estas são marcantes quando são comparadas espécies monogástricas e poligástricas. A Figura 4.2 mostra uma curva típica para o estudo de bio- disponibilidade de um medicamento administrado em dose única. Nesta curva, observam-se três parâmetros: a) Pico de concentração máxima (C, . ), que representa a concentração mais elevada no compartimento intravascular após administração oral do medicamento.