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Prática Inovadora: Construção do Conhecimento Geométrico na Escola Municipal Nova Friburgo, Notas de aula de Matemática

Um projeto inovador de ensino de matemática desenvolvido em 2010 na escola municipal nova friburgo, que objetivou implementar uma prática de ensino centrada no aluno e na construção intersubjetiva de significados. O projeto buscou melhorar o ensino-aprendizagem de matemática para as turmas do 7º ano, enfatizando a importância de questionar a tradicional forma de ensino de matemática e de enfatizar a construção do conhecimento em vez da simples transmissão de conteúdos.

Tipologia: Notas de aula

2011

Compartilhado em 31/10/2011

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LUDICIDADE NA MATEMÁTCIA.
Elizete Pereira da Silva Zei.
Resumo: Uma aula prática que objetivou, no campo do ensino-aprendizagem da
Matemática, a implementação, na escola Municipal Nova Friburgo no município da Cidade
Ocidental-Go nas turmas do 7º ano do ano de 2010 .
Objetivamos, também, no campo da ciência, pesquisar a mudança da prática de professoras,
procurando olhar para a experiência vivida por elas ao praticarem um ensino centrado no
aluno e que buscou a construção intersubjetiva, com significados ao invés da simples
transmissão de conteúdos. Apresentamos o trabalho efetuado na escola e o que se nos mostrou
importante neste projeto de pesquisa que desenvolvemos.
Palavras-chave: matemática; mudança; ensino; construção.
INTRODUÇÃO
Desenvolvemos, no ano de 2010, um projeto dentro do programa do município de
trabalhar projetos, com conteúdos interdisciplinares para melhorar o ensino aprendizagem de
Matemática, foi o de implementar uma prática de ensino dos conteúdos que possibilitasse um
aprendizado significativo às turmas especificas do 7º ano.
A justificativa para este trabalho foi o conhecimento do quadro extremamente
desfavorável do aprendizado da Geometria nos ensinos Fundamental e Médio. As avaliações
realizadas pelos órgãos oficiais apontam para o não aprendizado dos seus conteúdos e para o
não desenvolvimento de habilidades e competências relacionadas a este tema.
Além disso, autores de várias pesquisas têm destacado que os próprios professores
apresentam dificuldade no entendimento da matemática, e principalmente da didática para
melhor compreensão desta disciplina.
Na medida em que alguns desses alunos se tornarão professores, tende-se a uma
repetição do processo, que certamente sustentará este quadro desfavorável.
Vale ressaltar que esta insatisfação com o aprendizado da Geometria é parte de um
quadro maior de insatisfação com o aprendizado de toda a Matemática.
Entendemos que a dificuldade no aprendizado da Matemática reside, principalmente,
na sua forma tradicional de ensino.
Tradicionalmente, concebe-se a Matemática como uma ciência do rigor, formal e
abstrata. Dessa forma, seu ensino é praticado de uma forma a-histórica, dissociada da
realidade, sendo o conhecimento considerado cumulativo e a apresentação de cada conceito
ou propriedade é justificado pela sua necessidade na seqüência dos conteúdos. Concebe-se,
nessa forma tradicional, que a aprendizagem é obtida naturalmente através da reprodução do
exposto e dessa forma o aluno demonstra que aprendeu o conteúdo se puder reproduzi-lo
corretamente. Entendemos que devemos questionar essa ideologia tradicional, realçar e
apontar alternativas às suas concepções e práticas de ensino. Devemos discutir que o
conhecimento é construído e não acumulado e que reproduzir corretamente é indicativo
apenas do aprendizado da reprodução do conteúdo e não da sua compreensão, o que pode ser
inferido das avaliações efetivadas que se preocuparam com outros aspectos da aprendizagem
que não simplesmente com a reprodução mecânica.
É necessário que se enfoque a aprendizagem matemática dos alunos e como a
mesma se processa. No nosso trabalho, concebemos que aprender um conteúdo não é só o
entendimento do conceito matemático, mas a sua utilização em situações problemas, a sua
relação com outros conteúdos da própria Matemática e das outras Ciências, a sua
aplicabilidade na compreensão e a atuação no mundo, ou seja, a aprendizagem da Matemática
significa possibilidades de acesso ao conhecimento acumulado na História da humanidade, de
significação do mundo, de reflexões e críticas e de transformação da realidade.
Nosso entendimento é que para os alunos das séries iniciais conseguirem esse
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LUDICIDADE NA MATEMÁTCIA.

Elizete Pereira da Silva Zei.

Resumo: Uma aula prática que objetivou, no campo do ensino-aprendizagem da Matemática, a implementação, na escola Municipal Nova Friburgo no município da Cidade Ocidental-Go nas turmas do 7º ano do ano de 2010. Objetivamos, também, no campo da ciência, pesquisar a mudança da prática de professoras, procurando olhar para a experiência vivida por elas ao praticarem um ensino centrado no aluno e que buscou a construção intersubjetiva, com significados ao invés da simples transmissão de conteúdos. Apresentamos o trabalho efetuado na escola e o que se nos mostrou importante neste projeto de pesquisa que desenvolvemos. Palavras-chave : matemática; mudança; ensino; construção.

INTRODUÇÃO

Desenvolvemos, no ano de 2010, um projeto dentro do programa do município de trabalhar projetos, com conteúdos interdisciplinares para melhorar o ensino aprendizagem de Matemática, foi o de implementar uma prática de ensino dos conteúdos que possibilitasse um aprendizado significativo às turmas especificas do 7º ano. A justificativa para este trabalho foi o conhecimento do quadro extremamente desfavorável do aprendizado da Geometria nos ensinos Fundamental e Médio. As avaliações realizadas pelos órgãos oficiais apontam para o não aprendizado dos seus conteúdos e para o não desenvolvimento de habilidades e competências relacionadas a este tema. Além disso, autores de várias pesquisas têm destacado que os próprios professores apresentam dificuldade no entendimento da matemática, e principalmente da didática para melhor compreensão desta disciplina. Na medida em que alguns desses alunos se tornarão professores, tende-se a uma repetição do processo, que certamente sustentará este quadro desfavorável. Vale ressaltar que esta insatisfação com o aprendizado da Geometria é parte de um quadro maior de insatisfação com o aprendizado de toda a Matemática. Entendemos que a dificuldade no aprendizado da Matemática reside, principalmente, na sua forma tradicional de ensino. Tradicionalmente, concebe-se a Matemática como uma ciência do rigor, formal e abstrata. Dessa forma, seu ensino é praticado de uma forma a-histórica, dissociada da realidade, sendo o conhecimento considerado cumulativo e a apresentação de cada conceito ou propriedade é justificado pela sua necessidade na seqüência dos conteúdos. Concebe-se, nessa forma tradicional, que a aprendizagem é obtida naturalmente através da reprodução do exposto e dessa forma o aluno demonstra que aprendeu o conteúdo se puder reproduzi-lo corretamente. Entendemos que devemos questionar essa ideologia tradicional, realçar e apontar alternativas às suas concepções e práticas de ensino. Devemos discutir que o conhecimento é construído e não acumulado e que reproduzir corretamente é indicativo apenas do aprendizado da reprodução do conteúdo e não da sua compreensão, o que pode ser inferido das avaliações efetivadas que se preocuparam com outros aspectos da aprendizagem que não simplesmente com a reprodução mecânica. É necessário que se enfoque a aprendizagem matemática dos alunos e como a mesma se processa. No nosso trabalho, concebemos que aprender um conteúdo não é só o entendimento do conceito matemático, mas a sua utilização em situações problemas, a sua relação com outros conteúdos da própria Matemática e das outras Ciências, a sua aplicabilidade na compreensão e a atuação no mundo, ou seja, a aprendizagem da Matemática significa possibilidades de acesso ao conhecimento acumulado na História da humanidade, de significação do mundo, de reflexões e críticas e de transformação da realidade. Nosso entendimento é que para os alunos das séries iniciais conseguirem esse

aprendizado matemático é necessário relacioná-lo às suas vivências. Nada mais natural, pois a origem do conhecimento matemático está enraizada na vivência humana. A Matemática surgiu como conhecimento empírico a partir das necessidades e percepções dos homens. Essa Matemática utilitária era praticada pelos gregos, mas estes ao mesmo tempo desenvolveram um pensamento abstrato, com objetivos religiosos e rituais. Começa assim um modelo de explicações que vai dar origem às ciências, à filosofia e à matemática abstrata [D’Ambrosio, 1996, p.35]. Os abstratos objetos matemáticos passaram a ser, então, estudados com um rigor lógico-estrutural, rigor que passa a caracterizar a Matemática sendo que a forma abstrata e formal de estudos dos pesquisadores matemáticos passou a ser modelo para o ensino da Matemática [Imenez, 1989]. Reforçamos a necessidade de realçar e discutir alternativas a esta forma tradicional de ensino de Matemática, pois sua prática concebida no âmbito desse modelo formal é uma das principais causas da dificuldade do aluno aprender Matemática, em especial nas séries iniciais. Não há como despertar o interesse das crianças quando se faz uma apresentação de conteúdos desprovidos de significados para elas, quando se prioriza a reprodução e não a construção do conhecimento. Pode-se questionar: o que é construção do conhecimento?Fundamentados na Fenomenologia, concebemos a construção do conhecimento como um processo dinâmico no qual a pessoa torna-se o agente dessa construção ao vivenciar situações, estabelecer conexões com o seu conhecimento prévio, perceber sentidos e construir significados. Cada pessoa é um agente, porém está sujeita a contingências como um ser lançado no mundo, que vive e convive com outras pessoas num ambiente familiar, comunitário, social. É um ser que tem sentimentos, emoções, desejos, pensa e expressa seus pensamentos, ensina e aprende. Nesse viver ele cria / constrói seu conhecimento e realidade. Assim conhecimento e realidade são compreendidos como um mesmo movimento no qual o mundo faz sentido para a pessoa, onde sempre se está como o outro, onde se dá a atribuição de significados e onde se participa da construção da realidade mundana, que tem a ver com a materialidade histórica [Bicudo, 2000, p.15]. No projeto objetivamos o desenvolvimento de uma prática de ensino que conduzisse à construção do conhecimento geométrico. Como construir o conhecimento de objetos geométricos? Como fazer com que os alunos se relacionassem com os objetos abstratos da Geometria, principalmente nas séries iniciais? No nosso entendimento de construção do conhecimento a percepção é o fundo sobre o qual o ato de conhecer se destaca e é pressuposto por esse ato. Para Merleau-Ponty (1996) a percepção oferece verdades como presença, isto é, ela é uma verdade percebida com nitidez no momento em que o sentido se faz para a pessoa. Este sentido não é uma verdade lógica nem intelectual, posto que ela não está intelectualmente articulada no plano da percepção. Na existência da pessoa esta percepção pode se dissipar ou pode ser retida e desenvolvida constituindo-se num fundo para o processamento de significações para a pessoa e para o mundo. Significação possibilitada pela expressão dos sentidos percebidos e calcada na construção intersubjetiva de significados. Dessa forma, o professor, para que o aluno construa seu conhecimento geométrico, deve se preocupar inicialmente em inseri-lo em atividades que sejam interessantes e compreensíveis para ele, tais como jogos, brincadeiras, observações, leituras, tarefas, resolução de problemas, enfim, atividades que permitam ressaltar posteriormente, num trabalho coletivo de síntese que envolva numa busca de significações sobre o vivido, o aspecto geométrico envolvido. No primeiro momento, de participação nas atividades, as percepções oferecem verdades como “presença”, isto é, se colocam sentidos que certamente estão relacionados com o conhecimento e experiências anteriores do aluno. Sentidos sobre o que ele faz, como faz, o

As turmas ficaram entusiasmadas com as aulas práticas. Observamos que nas aulas práticas os alunos não faltam, e avisam aos que faltaram que foi aula prática, e nas outras aulas todos comparecem. A primeira aula foi difícil, pois a maioria não tinha trago material para usar na confecção dos tangrans. Fizemos depois um desafio. Eles deveriam fazer uma pesquisa para saber a origem do tangran e sua aplicabilidade. Os alunos fizeram um ótimo trabalho. Foi muito compensador. As outras turmas ficaram reclamando por não terem aula prática de matemática.

O TRABALHO DESENVOLVIDO

O projeto foi realizado conjuntamente com outra professoras do período da tarde da mesma escola. Inicialmente, discutimos acerca do projeto, seus objetivos e implementação junto aos alunos da escola. Ao indagarmos as professoras sobre a geometria e seu ensino, observamos suas dificuldades em responderem. Realizamos, então, discussões sobre Geometria, sua história, os objetivos e principais dificuldades de seu ensino. Conversamos sobre o conteúdo a ser trabalhado quatro bimestres e da Apostila do Opet nas turmas do 7º ano ao qual trabalho. Discutimos os conceitos matemáticos envolvidos, ocasião em que percebemos que algumas professoras não conheciam alguns deles, o que não era de se estranhar, devido as suas formações e o quadro precário do ensino de geometria que já comentamos. E a maioria dos professores que lecionam matemática tem formação em outras academias que não a de matemática. A partir de todas as discussões efetuadas, as próprias professoras propuseram um trabalho com a brincadeira da amarelinha. Desta forma, elas reuniram as crianças no pátio da escola que já tem a amarelinha pintada de forma alegre. Com formato de diferentes polígonos. Em seguida, na sala de aula, num trabalho de síntese sobre o vivido, nós professoras exploramos as figuras geométricas envolvidas, os segmentos de reta, além da contagem e das quatro operações. Procuramos, dessa forma, caracterizar os polígonos e classificá-los.

O próximo passo foi ensinar às crianças a arte do tangran. Nós juntamente com os alunos construímos, no contexto de aulas de educação artística, várias figuras a partir de folhas de sulfite. Todos os alunos do período da manhã confeccionaram suas figuras e elas foram expostas nas dependências da escola. Posteriormente, quando dos relatos sobre a experiência de aprender a construir

figuras de navios, aviões, sapos, flores, etc, exploramos segmentos paralelos e perpendiculares, ângulos e polígonos. Passamos então a planejar uma gincana geométrica para todos os alunos da escola. Coube ao grupo de professoras participantes do projeto selecionar as atividades da gincana e providenciar os materiais necessários para a realização das mesmas. Este projeto tem a culminância na feira de ciência que será realizada no dia 20 de novembro, na própria escola. A Turma está muito animada com o trabalho e já vamos dar inicio a segunda parte do projeto. Foram várias as brincadeiras realizadas, exemplos: derrubar sólidos geométricos atirando bolas de meia; corrida de obstáculos saltando sobre cones e paralelepípedos; provas que utilizaram bexigas, garrafas plásticas,argolas; salto à distância (demarcada por segmentos paralelos) e pescaria com peixes confeccionados pelos alunos. Trabalhamos ainda conjuntos dos números Inteiros (positivos e negativos) como segue as fotos abaixo:

Este jogo teve efeito positivo nas turmas que aplicamos. Os alunos produziram seu próprio jogo e disse que vai ensinar seus irmãos a jogarem também. O importante é que eles compreenderam na pratica o valor dos números positivos e dos números negativos. E fixaram o conteúdo, através deste jogo trabalhamos soma, subtração, lucros, prejuízos. Equações do primeiro grau e regra de 3 simples. Todos participaram de maneira prazerosa na realização das atividades, principalmente na gincana que foi um sucesso e servirá de base para a continuidade de novas descobertas nas séries subseqüentes”. “O projeto foi muito bom, me proporcionou aumento de conhecimento na área de Geometria....meus alunos se sentiram bastante atraídos quando apresentei a eles as atividades com tangran trabalharam com entusiasmo e criatividade...Dentre outras atividades trabalhadas, a gincana das formas geométricas, uma maneira gostosa de ensinar brincando, mostrou a aprendizagem de uma forma diferente e prendeu muito a atenção dos alunos. O projeto foi muito válido, as crianças gostaram ... e atingiram as habilidades propostas para a série no conteúdo de Geometria”.