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Palavras-chave: Dificuldade de leitura e escrita. Dislexia. Intervenção Psicopedagógica. Page 5. 3. 1 INTRODUÇÃO. Este artigo tem ...
Tipologia: Slides
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Resumo: Este artigo tem como objetivo relatar uma intervenção psicopedagógica clínica junto a uma criança que apresenta sintomas de dislexia. A escolha deste objeto de estudo baseou-se em um estudo de caso realizado no cumprimento da disciplina de Estágio Supervisionado Clínico, no qual exige o trabalho de avaliação e intervenção da pessoa em atendimento. Como ponto de partida, foi encaminhada a queixa de dificuldade de leitura e escrita, e que o mesmo apresenta uma caligrafia ilegível. A partir da inicialização da avaliação do estudo de caso, verificamos as possíveis contribuições de intervenções psicopedagógica clínica para trabalhar junto a uma criança com hipótese diagnóstica de dislexia, sendo executadas de maneira preventiva e terapêutica para melhoria do desenvolvimento da leitura do indivíduo. Metodologicamente a pesquisa se caracteriza por ser um estudo de caso clínico, com abordagem exploratória, de analise com base a luz da pesquisa qualitativa, pois atende ao entendimento e a análise do caso através da avaliação e intervenções realizadas, no qual a pessoa em atendimento desenvolveu indícios para a leitura. Neste caso específico, o infante possui 8 anos de idade e cursa o 3º ano do Ensino Fundamental I e não ler absolutamente nada, embora não esteja com distorção idade/série. Acreditamos que esse trabalho é relevante e trará contribuições para a psicopedagogia, no sentido de oferecer formas para intervir com uma criança que tenha a mesma dificuldade do estudo de caso.
Palavras-chave: Dificuldade de leitura e escrita. Dislexia. Intervenção Psicopedagógica.
Este artigo tem como foco relatar um caso clínico com base em uma intervenção psicopedagógica, ocorrida na experiência de estágio supervisionado do curso de graduação em Psicopedagogia, realizado com uma criança que apresenta sintomas de dislexia, uma disfunção neurológica, relacionada ao processamento fonológico, no qual reflete a dificuldade de leitura e escrita que dura por toda a vida.
Portanto, a escolha deste objeto de estudo baseou-se na experiência, em um caso realizado no cumprimento da disciplina de Estágio Supervisionado Clínico, no qual exige o trabalho de avaliação e intervenção psicopedagógica do aprendente em atendimento.
Como ponto de partida, foi encaminhada a queixa de dificuldade de leitura e escrita, e que o mesmo apresenta uma caligrafia ilegível. Contudo, tivemos em foco a dificuldade de aprendizagem causada pelos comprometimentos do possível transtorno: Dislexia. A partir da inicialização da avaliação do estudo de caso levantamos o seguinte problema: quais as possíveis contribuições de intervenção psicopedagógica clínica para trabalhar o desenvolvimento da leitura junto a uma criança com hipótese diagnóstica de Dislexia?
No caso específico de avaliação e intervenção desse caso clínico, cuja hipótese diagnóstica é a Dislexia, foi indicado um acompanhamento interventivo de um psicopedagogo, visando às devidas transformações do aprendente que apresenta o possível transtorno, tendo suporte psicopedagógico para melhoria no desenvolvimento das habilidades necessárias ao seu desenvolvimento nos aspectos cognitivos, emocionais, sociais.
Diante disto, o objetivo geral desse estudo foi o de demonstrar a atuação psicopedagógica clínica, junto a uma criança com hipótese diagnóstica de Dislexia, e especificamente, apontar as dificuldades de aprendizagem do distúrbio e relatar maneiras de intervenções psicopedagógicas para desenvolver melhor o processo de ensino-aprendizagem de uma pessoa com o referido problema.
Neste caso específico, o infante possui 8 anos de idade e cursa o 3º ano do Ensino Fundamental I e não ler absolutamente nada, embora não esteja com distorção idade/série. Acreditamos que esse trabalho é relevante e trará contribuições para a psicopedagogia, no sentido de oferecer formas para intervir com uma criança que tenha a mesma dificuldade do estudo de caso.
De acordo com o estudo do problema, algumas etiologias ficaram mais claras e foi constatado que a Dislexia era algo que ia além de um sério problema de leitura. Contudo, a Federação Mundial de Neurologia declara um conceito sobre tal: “[…] desordem que se manifesta pela dificuldade em aprender a ler, sem que tal esteja relacionado com instrução convencional, adequação intelectual e oportunidades socioculturais.” (INSTITUTO NACIONAL DE SAÚDE E DESENVOLVIMENTO HUMANO, 1996, apud LOPES, 2011).
Conforme Johnson e Myklebust (1983, apud MORAES, 1997), o distúrbio da Dislexia não é apenas detectada no indivíduo de maneira única, ela é encontrada também associada a outros distúrbios.
No ano de 2003, a Associação Internacional de Dislexia ([s. d.], apud GONÇALVES; NAVARRO, 2009) alegou que a Dislexia é de natureza neurobiológica, sendo ela definida por uma insuficiência intrínseca de aprendizagem. A qual é descrita por uma defasagem na fluência e correção de leitura e na ortografia. Estes problemas causados pelo distúrbio são provenientes de um déficit fonológico, imprevisível, com base às demais capacidades cognitivas e às condições educativas.
Segundo a Classificação Internacional das Doenças - CID 10, da Organização Mundial da Saúde - OMS, a Dislexia é definida como um conjunto de transtornos nos quais os padrões normais de aquisição de habilidades de leitura são perturbados desde os estágios iniciais do desenvolvimento da criança, sendo identificadas na escola no decorrer da alfabetização.
A Dislexia se mostra com uma carência no processamento fonológico, é um distúrbio especifico da linguagem de origem constitucional caracterizado pela dificuldade em decodificar palavras simples depois da idade esperada, de acordo com a Associação Internacional de Dislexia ([s. d.], apud GONÇALVES; NAVARRO, 2009). Então, esse distúrbio não acontece devido a uma falta de inteligência do individuo ou por uma falta de oportunidade de aprender e nem são resultantes de doença cerebral adquirida.
O conceito de Dislexia mais utilizada é a do Comitê de Abril de 1994, da International Dyslexia Association - IDA, no que diz respeito a:
Dislexia é um dos muitos distúrbios de aprendizagem. É um distúrbio específico da linguagem, de origem constitucional, caracterizado pela dificuldade de decodificar palavras simples. Mostra uma insuficiência no processo fonológico. Estas dificuldades de decodificar palavras simples não são esperadas em relação à idade.
Apesar de submetida a instrução convencional, adequada inteligência, oportunidade sócio-cultural e não possuir distúrbios cognitivos e sensoriais fundamentais, a criança falha no processo de aquisição da linguagem. A dislexia é apresentada em várias formas de dificuldade com as diferentes formas de linguagem, frequentemente incluídos problemas de leitura, em aquisição e capacidade de escrever e soletrar.
2.2 ETIOLOGIA E INCIDÊNCIA
As causas da Dislexia são de origem neurobiológicas e genéticas. Contudo, foram descobertos em estudos posteriores explicações que dão conta que a Dislexia pode ser causada por fatores ambientais (GORMAN, 2003; PENNINGTON, 1997, apud D’AFFONSECA, 2005 ).
Capretz (2012), fala que a Dislexia pode ser adquirida desde o nascimento e é de origem neurológica. A Dislexia é dividida por dois tipos, a adquirida, que é causada por alguma lesão cerebral ou algum traumatismo, no qual mesmo a pessoa sabendo ler e escrever anteriormente ao acidente, ela passa a não conseguir escrever corretamente; e a evolutiva ou de desenvolvimento, que aparece nas fases iniciais da criança quando está se desenvolvendo a leitura e escrita, essa dificuldade perturba mesmo o ensino sendo tradicional, a inteligência adequada e as chances socioculturais sendo suficientes; se deve a uma insuficiência cognitiva fundamental, frequentemente de natureza própria (CRITCHLEY, 1970).
Embora o distúrbio da Dislexia apresente sintomas nas fases anteriores à alfabetização, ela só se evidencia nesta série. Sendo ela um distúrbio que “[...] é hereditário e a incidência é maior em meninos, numa proporção de 3/1, sendo que a ocorrência é de cerca de 10% da população Mundial”. (NICCO, 2005, apud D’AFFONSECA, 2005). Frequências altas de 20% a 30% foram relatadas (HALLAHAN; KAUFFMAN, 2000).
De acordo com artigos publicados na mídia, segundo o texto “O massacre dos inocentes”, de Gilberto Dimenstein, publicado no jornal Folha de São Paulo em 13 de maio de 2007: “Se seu filho ou aluno é esperto, mas tem muita dificuldade de aprender, preste atenção a estas estatísticas de associações psiquiátricas: entre 5% e 17% dos brasileiros sofrem de dislexia, perturbação na aprendizagem da leitura que leva a pessoa a embaralhar letras e números; pelo menos 7% têm, em algum nível, distúrbio de atenção e hiperatividade [...]”
Para Kamhi (1992, apud HENNING, 2005), a Dislexia se conceitua por um desajuste no desenvolvimento da linguagem, no qual sua maior característica reside em uma
inversões e confusões entre letras sílabas com diferenças sutis de grafia, como m/n; linguagem hesitante (ah..., hum...); dificuldade de soletrar; história familiar positiva; nível de leitura inadequado para a idade e instrução oferecida; evidências de uma fraqueza circunscrita ao módulo fonológico da linguagem, com outros níveis de processamento linguísticos preservados (semântico, sintático, pragmático, abstração e inferência); evidências de que o desempenho é inesperado para o nível geral de inteligência; motivação adequada.
Conforme a orientação da ABD (Associação Brasileira de Dislexia), ([s. d.], apud KAPPES; FRANZEN; TEIXEIRA; GUIMARÃES, 2006) empregada em 1983, o diagnóstico de uma criança só pode ser realizado depois da alfabetização, entre o primeiro e segundo ano do Ensino Fundamental, porque a escola alfabetiza precocemente, e o indivíduo não muitas vezes acompanha a programação da turma devido à falta de maturidade neurológica adequada.
Para respaldar o exposto buscamos em Pennington (1997, p. 65), o dito por ele acerca do diagnóstico em dislexia:
A dislexia normalmente não é diagnosticada até a idade escolar, usualmente não antes do final da primeira ou segunda série. Contudo, está se tornando progressivamente claro que percussores da dislexia estão presentes antes da idade escolar. Clinicamente, as histórias pré–escolares de alguns disléxicos, mas não todos, contém informações sobre retardo leve ao falar, dificuldades de articulações, problemas ao aprender os nomes das letras ou nome das cores, problemas para encontrar palavras, sequência errada das sílabas (“aminais” por animais, “donimós” por “dominós”) e problemas para lembrar endereços, números telefônicos e outras sequências verbais. Indagar sobre cada um desses possíveis problemas é uma parte importante a ser registrada na história clínica em caso de suspeita de dislexia.
2.4 PROGNÓSTICO
O prognóstico da dislexia é muito variado, no entanto é difícil fazer previsões, pois em cada pessoa gera variados níveis de gravidade e diversos sintomas. A dislexia afeta uma boa parte da população e é um distúrbio presente durante toda a vida do indivíduo, sendo ela uma dificuldade relacionada ao processamento fonológico, acarretando defasagem na leitura, podendo sim ser aperfeiçoada, através de mecanismos compensatórios que essas pessoas criam, no qual a velocidade da leitura seja sempre inferior ao esperado de sua idade (MAIA, 2011).
Pessoas disléxicas por mais que não tenham tanto sucesso no processo escolar, possuem uma inteligência a cima da média dos não-disléxicos, Conforme Moraes (1997), indivíduos com dislexia tem um nível intelectual normal ou acima do padrão, independentemente das suas dificuldades de leitura e escrita. São pessoas criativas e inovadoras. Porém, ao falar de dislexia não envolve só a dificuldade de leitura e sim outros fatores que dificultam a vida diária desses indivíduos, como a defasagem da escrita, na obediência a instruções, na capacidade de memorização, nas relações espaciais, sequencia temporal.
Segundo Johson e Myklebust (1983, apud MORAES, 1997), falam dos distúrbios de memória, que podem ser eles a curto prazo, ou a longo prazo. Os mesmos retratam também a desorientação temporal dos disléxicos, sendo elas a complicação para denotar as horas, atinar os dias da semana e os meses do ano.
O indivíduo que tem o distúrbio da Dislexia tem como uma das características a autoestima baixa, sendo assim, muitas vezes uma pessoa triste e deprimida, devido aos constantes fracassos em suas dedicações para vencer suas dificuldades. Nessa perspectiva, esses sujeitos geralmente passam a se tornar agressivos e ficar angustiados. As pessoas disléxicas sofrem um excessivo sentimento de inferioridade, refletindo assim nos acontecimentos escolares, no qual provocam frustações, em sequência a reprovação e o refugio escolar. O nível emocional pode ser atingido com mais profundidade, como diminuição do autoconceito, reações revoltosas e desobediências. (KAPPES; FRANZEN; TEIXEIRA; GUIMARÃES, 2006).
2.5 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM/ SINTOMAS DA DISLEXIA
A linguagem é o maior recurso que o ser humano precisa, para interagir desde sua infância para toda a vida, porém o distúrbio da dislexia atrapalha o desenvolvimento desse processo nos indivíduos que a possuem.
Os sintomas da Dislexia são divididos em quatro tipos (D’AFFONSECA, 2005):
Primário: Problema com leitura e soletração, problema na codificação fonológica da linguagem escrita. Correlatado: Problemas nos processos da linguagem (articulação, rotulação, memoria verbal a curto e longo prazo).
Secundário: Baixo autoestima baixa, inversão de letras, diferenças no movimento dos^ desempenho em compreensão da leitura e em matemática, olhos durante a leitura.
intervêm no processo de ensino e aprendizagem, visando identificar as necessidades educativas de determinados alunos ou alunas que apresentem dificuldades em seu desenvolvimento pessoal ou desajustes com respeito ao currículo escolar por causas diversas, e a fundamentar as decisões a respeito da proposta curricular e do tipo de suportes necessários para avançar no desenvolvimento das várias capacidades e para o desenvolvimento da instituição. Só a partir da avaliação psicopedagógica é que o psicopedagogo parte para a intervenção propriamente dita, ou com enfoque preventivo ou terapêutico. A esse respeito Golbert (1985, p. 13) afirma que:
O objeto de estudo da Psicopedagogia deve ser entendido a partir de dois enfoques: preventivo e terapêutico. O enfoque preventivo considera o objeto de estudo da Psicopedagogia o ser humano em desenvolvimento enquanto educável. O enfoque terapêutico considera o objeto de estudo da psicopedagogia a identificação, análise, elaboração de uma metodologia de diagnóstico e tratamento das dificuldades de aprendizagem. A intervenção é feita por psicopedagogos, em casos de desempenho fraco na escola, um método no qual ajuda os indivíduos a melhorar suas dificuldades, as quais bloqueiam a assimilação do conteúdo ensinado. Ela atua diretamente no processo de aprendizagem da criança ou adolescente e é planejada de acordo com a dificuldade de cada ser humano.
Conforme Gonçalves (2005), a intervenção psicopedagógica deve ser centrada em buscar as habilidades das pessoas disléxicas, e não os fracassos, pois deve ser trabalhadas intervenções de forma que seja boa para a autoestima dessas pessoas, cuja mesma é bastante abalada, no qual ao decorrer desse momento, caso seja algo compensatório para os disléxicos, eles se percebem capazes de produzir, refletindo assim no seu melhor desempenho de aprendizagem e recuperação de sua autoestima. Outro aspecto que a clínica psicopedagógica deve trabalhar como processo de intervenção com essas pessoas são formas que façam com o que seja gratificante aprender, tipo como atividades próprias para desenvolver a leitura e a escrita, jogos de tabuleiro ou de computador que ajudam no desenvolvimento da aprendizagem, leituras compartilhadas, atividades que trabalhem as habilidades de memória e atenção, entre outros.
Segundo Capretz (2012), é mais adequado utilizar do lúdico para intervir com pessoas disléxicas explorando assim a aprendizagem multissensorial. Fazendo com o que as pessoas entrem no mundo das letras sem sentir, saindo apenas do papel e sim alternando com
maneiras diferentes, como formar as letras com massinha de modelar, com tinta e com a oralidade, entre outros.
A inserção de jogos de tabuleiro, entre outros, é interessante para a intervenção, pois o lúdico desenvolve aspectos no aprendente, sendo assim muito importante para o processo de aprendizagem do ser humano, tanto para saúde física como mental, instigando e estimulando o mesmo para aprender de maneira significativa e prazerosa. Para Piaget (1990), o período de 7-11 anos é marcado pelo início da cooperação e do raciocínio lógico. Essa fase, tanto a linguagem se socializa, favorecendo relações interpessoais, como as explicações para os problemas se aproximam mais da realidade. Então, seu pensamento é limitado pelo mundo concreto. É nessa fase que o jogo de regras se constitui como uma atividade do ser socializado, prolongando-se durante toda a sua vida.
O método das boquinhas é um recurso utilizado no processo de aprendizagem da leitura, pois serve como uma técnica eficiente para alfabetizar e recuperar a alfabetização de qualquer indivíduo seja qual for sua idade, esse método foi aprovado pelo MEC em 2009 até 2011, como uma forma atual de ensinar. Tem como objetivo capacitar o educador com estratégias práticas de mediação dos distúrbios da leitura e da escrita. Tem fundação multissensorial, fônica-vísuo-articulatória, possibilitando autoconfiança e agilidade com letra na associação fonema ao grafema, contribuindo para o real aprendizado e recuperação da leitura e escrita, resultando de forma positiva na aprendizagem e na melhora da autoestima de ambas as partes, tanto de quem ensina como de quem está aprendendo, incluindo assim a clínica terapêutica. Esse método pode ser utilizado por alunos que não possuem dificuldade, assim como os que fazem a troca de letras.
Segundo Kappes, Franzen, Teixeira e Guimarães ( 2006 ), alguns autores argumentam a favor do método fônico na alfabetização dos disléxicos e não disléxicos, no que se refere a um método de alfabetização que ensina o indivíduo a ler passo a passo, começando pela decodificação das letras, depois pela consciência silábica. É introduzido primeiro o som de cada letra, até que a pessoa aprenda a associar o grafema ao fonema das letras, logo após essa etapa, é inserida para a mesma, a junção dos sons dessas letras, das mais simples para as mais complexas, que formam assim sílabas e novos sons, até alcançar a pronuncia completa da palavra, adquirindo assim a leitura.
Contudo, o método fônico ajuda a adquirir aprendizagem, como para desenvolver a consciência fonológica, principalmente para os disléxicos que possuem dificuldades, fazendo
delimitação da unidade-caso; b) coleta de dados; c) seleção, análise e interpretação dos dados; d) elaboração do relatório.
3.1.1 Instrumentos
Para coletar os dados foi preciso a utilização dos seguintes instrumentos:
Entrevista contratual: Este instrumento ANEXO A, serve para coletar dados básicos pessoais sobre o contexto de vida afetiva, familiar e social do paciente. Ouvir a queixa e fazer o enquadramento de dias, horários e valores (nesse caso não usufruído). Como mostra no apêndice A. (SAMPAIO, 2012).
E.O.C.A.: Esse instrumento tem objetivo de indagar e analisar os vínculos da criança com os objetos e aprendizagem escolar, sendo percebido o que a mesma sabe e não sabe fazer. É um momento de conquistar o indivíduo e observar suas habilidades. (SAMPAIO, 2012).
Anamnese: Esse instrumento serve para conhecer o sujeito da pesquisa. De acordo com Sampaio (2012), este instrumento tem como objetivo colher dados importantes da história de vida toda, desde a gestação, da pessoa em atendimento para que possam ser esclarecidos fatos observados durante a avaliação, até a hipótese diagnóstica.
Atividades de intervenção: Esse instrumento nos levou a caminhos de melhor desenvolvimento para a leitura da criança. Dentre elas foram:
Entrevista: A entrevista é um instrumento indispensável, pois nos favoreceu a interação entre pesquisador e sujeitos, nos viabilizando assim a expressão de seus conteúdos cognitivos, atitudinais e afetivos. A escolha do instrumento para a coleta de dados é fundamental para a construção do objeto de pesquisa. Sobre essa concepção, Sá comenta que:
Um primeiro problema que se coloca a todo pesquisador, mesmo que não advertido nesses termos, diz respeito à coleta de dados. Embora tal atividade tenha obrigatoriamente que ser complementada pelo tratamento ou análise dos dados, parece oportuno enfatizar sua importância na construção do objeto, bem como sua dependência em relação a eleições teórico-conceituais prévias (1996, p. 100 -101).
Por fim foi procedida à devolutiva, a qual serviu para dar um feedback do sujeito para os pais, retratando seus resultados obtidos durante a investigação feita para conseguir a hipótese diagnostica, são feitos também os encaminhamentos (SAMPAIO, 2012).
3.2 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
Os procedimentos éticos em pesquisas com seres humanos implicam na minimização de riscos ao sujeito da pesquisa. Esse estudo foi pontual nesse sentido, pois buscamos preservar a identidade do sujeito do relato do caso clínico. Portanto, para realizar a pesquisa foram seguidos os passos de acordo com a resolução 466/12 e 510/16. A principal recomendação dos referidos documentos normativos é a assinatura pelo responsável do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (ver ANEXO A), o qual deixa claro os riscos (mesmo que mínimo) e os benefícios. Após a leitura do termo, este foi devidamente assinado.
3.3 A RESPEITO DA ANÁLISE DE DADOS
Este estudo trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa. A pesquisa qualitativa é um método que enfatiza as especificidades de um fenômeno em termos de suas origens e de sua razão de ser (HAGUETTE, 2003). No entanto, esta abordagem qualitativa tem a intenção de analisar questões voltadas à subjetividade dos indivíduos e promove uma ação de fortalecimento das questões particulares dos sujeitos, ou seja, seu referencial identitário cultural, suas crenças, seus valores, vontades e costumes (MINAYO, 2000).
De acordo Ludke e André (1986), mediante a uma pesquisa qualitativa o pesquisador deve partir das interrogações que ele faz referentes aos dados, baseado em tudo o que ele conhece do assunto, em toda teoria acumulada a respeito; a partir daí começa a construir o conhecimento sobre o tema pesquisado. O pesquisador tem a função de interagir as evidências acumuladas na área juntamente com as novas evidências que serão estabelecidas a partir da pesquisa.
É com base nesses elementos e conceitos de pesquisa que buscaremos compreender os fatores que contribuem para que a avaliação e intervenção psicopedagógica junto à aprendentes com Dislexia realmente leve ao desenvolvimento cognitivo e, consequentemente, a sua autoestima desses indivíduos.
Ao relatarmos o estudo de caso clínico fazemos uma reflexão do que foi realizado com o aprendente em atendimento, bem como as suas reações diante dos estímulos propostos através dos instrumentos utilizados.
Como ponto de partida aplicamos a entrevista contratual (ver ANEXO B), que tem como objetivo coletar dados básicos do contexto de vida do indivíduo. Esse instrumento é sugerido por Sampaio (2012), para ser o ponto de partida do trabalho psicopedagógico. Nesse foi trazido a queixa da dificuldade de leitura e escrita de uma criança com 8 anos, que chamaremos nesse estudo de AD (Aprendente D), o qual não sabia ler absolutamente nada, e que já cursava o 3º ano do Ensino Fundamental I. Ressaltamos que esse instrumento é aplicado com um dos pais para um maior conhecimento do indivíduo em estudo.
Então, através da entrevista e no decorrer das sessões seguintes, com observações, utilização de outros instrumentos de avaliação e intervenções feitas para a dificuldade de leitura, foi notado que a criança não decodificava todas as letras do alfabeto, que fazia trocas de letras e que realmente não sabia ler nada, então, foi levantada a hipótese diagnóstica da Dislexia, que é definida como um distúrbio especifico da linguagem de origem constitucional, caracterizado pela dificuldade em decodificar palavras simples, depois da idade esperada (ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE DISLEXIA, [s. d.], apud GONÇALVES; NAVARRO, 2009).
De acordo com a Associação Nacional de Dislexia (2005); Ianhez (2002), apud D’AFFONSECA, ( 2005 ), a Dislexia significa dificuldade de linguagem, e é caracterizada por uma falta de habilidade na linguagem que incide na leitura, no que se refere ao individuo não conseguir ler tão facilmente como os demais que não possuem o distúrbio, ela é definida também por uma demasiada dificuldade em recordar letras, pronunciar palavras e descriminar sons específicos de letras, a criança com Dislexia estar sujeito sempre há trocar letras (ex. d por b) mesmo após a idade esperada para tal comportamento.
Pinto (2003), afirma que a decodificação e a compreensão de palavra são princípios básicos a serem processados nos indivíduos, desde os primeiros estágios de aprendizagem inicial da leitura e dispensa a possibilidade de não ser assimilado até o 5º ano do Ensino Fundamental I, já que a possibilidade de um distúrbio em um dos alunos impede que a aprendizagem da leitura ocorra no ciclo correto até o entendimento leitor superior.