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II - Trabalhando com Alunos: Subsídios e Sugestões9. A Educação Esp, Notas de estudo de Educação Física

inclusão educação fisica

Tipologia: Notas de estudo

2016

Compartilhado em 23/06/2016

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simaia-gomes-6 🇧🇷

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II - Trabalhando com Alunos: Subsídios e Sugestões
9. A Educação Especial na Educação Inclusiva
A Educação Inclusiva é a educação para todos, que visa reverter o percurso da exclusão, ao
criar condições, estruturas e espaços para uma diversidade de educandos. Assim, a escola
será inclusiva quando transformar, não apenas a rede física, mas a postura, as atitudes e a
mentalidade dos educadores, e da comunidade escolar em geral, para aprender a lidar com o
heterogêneo e conviver naturalmente com as diferenças.Os sistemas de ensino devem dar
respostas às necessidades educacionais de todos os alunos, pois o movimento inclusivo nas
escolas, por mais contestado, que ainda seja, até mesmo pelo caráter ameaçador de toda e
qualquer mudança, especialmente no meio educacional, é irreversível e convence a todos pela
sua lógica e pela ética do seu posicionamento social.
O momento é refazer a educação escolar, seguindo novos paradigmas, preceitos, ferramentas
e tecnologias educacionais.
A sustentação de um projeto escolar inclusivo implica necessariamente mudanças nas
propostas educacionais da maioria das nossas escolas e em uma organização curricular
idealizada e executada pelos seus professores, diretor, pais, alunos, e todos os que se
interessam pela educação na comunidade em que a escola se insere.
As propostas educacionais que dão conta de uma concepção inclusiva de ensino refletem o
que é próprio do meio físico, social, cultural em que a escola se localiza; e são elaboradas a
partir de um estudo das características deste meio. Embora mais difíceis de serem
concretizadas, elas não são utópicas, e demandam inúmeras ações, que são descritas e
estruturadas no plano político-pedagógico de cada escola.
De acordo com a Profª Dra. Leny Magalhães Mrech (Faculdade de Educação da Universidade
de São Paulo), os Projetos da Escola, devem apresentar as seguintes características:
1- Um direcionamento para a Comunidade - Na escola inclusiva o processo educativo é
entendido como um processo social, onde todas as crianças portadoras de necessidades
especiais e de distúrbios de aprendizagem têm o direito à escolarização, o mais próximo
possível do normal. O alvo a ser alcançado é a integração da criança, portadora de deficiência,
na comunidade.
2- Vanguarda - Uma escola inclusiva é uma escola líder em relação às demais. Ela se
apresenta como vanguarda do processo educacional. O seu objetivo maior é fazer com que a
escola atue através de todos os seus escalões para possibilitar a integração das crianças que
dela fazem parte.
3- Altos padrões - Há em relação às escolas inclusivas altas expectativas de desempenho por
parte de todas as crianças envolvidas.O objetivo é fazer com que as crianças atinjam o seu
potencial máximo. O processo deverá ser dosado às necessidades de cada criança.
4- Colaboração e cooperação - Há um privilegiamento das relações sociais entre todos os
participantes da escola, tendo em vista a criação de uma rede de auto-ajuda.
5- Mudando os papéis e responsabilidades - A escola inclusiva muda os papéis tradicionais
dos professores e da equipe técnica da escola. Os professores tornam-se mais próximos dos
alunos, na captação das suas maiores dificuldades. O suporte aos professores da classe
comum é essencial, para o bom andamento do processo ensino-aprendizagem.
6- Estabelecimento de uma infra-estrutura de serviços - Gradativamente, a escola inclusiva
irá criando uma rede de suporte para a superação das suas maiores dificuldades. A escola
inclusiva é uma escola integrada à sua comunidade.
7- Parceria com os pais - Os pais são os parceiros essenciais no processo de inclusão da
criança na escola.
8-Ambientes educacionais flexíveis - Os ambientes educacionais têm que visar o processo
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II - Trabalhando com Alunos: Subsídios e Sugestões

9. A Educação Especial na Educação Inclusiva

A Educação Inclusiva é a educação para todos, que visa reverter o percurso da exclusão, ao criar condições, estruturas e espaços para uma diversidade de educandos. Assim, a escola será inclusiva quando transformar, não apenas a rede física, mas a postura, as atitudes e a mentalidade dos educadores, e da comunidade escolar em geral, para aprender a lidar com o heterogêneo e conviver naturalmente com as diferenças.Os sistemas de ensino devem dar respostas às necessidades educacionais de todos os alunos, pois o movimento inclusivo nas escolas, por mais contestado, que ainda seja, até mesmo pelo caráter ameaçador de toda e qualquer mudança, especialmente no meio educacional, é irreversível e convence a todos pela sua lógica e pela ética do seu posicionamento social.

O momento é refazer a educação escolar, seguindo novos paradigmas, preceitos, ferramentas e tecnologias educacionais.

A sustentação de um projeto escolar inclusivo implica necessariamente mudanças nas propostas educacionais da maioria das nossas escolas e em uma organização curricular idealizada e executada pelos seus professores, diretor, pais, alunos, e todos os que se interessam pela educação na comunidade em que a escola se insere.

As propostas educacionais que dão conta de uma concepção inclusiva de ensino refletem o que é próprio do meio físico, social, cultural em que a escola se localiza; e são elaboradas a partir de um estudo das características deste meio. Embora mais difíceis de serem concretizadas, elas não são utópicas, e demandam inúmeras ações, que são descritas e estruturadas no plano político-pedagógico de cada escola.

De acordo com a Profª Dra. Leny Magalhães Mrech (Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo), os Projetos da Escola, devem apresentar as seguintes características:

1- Um direcionamento para a Comunidade - Na escola inclusiva o processo educativo é entendido como um processo social, onde todas as crianças portadoras de necessidades especiais e de distúrbios de aprendizagem têm o direito à escolarização, o mais próximo possível do normal. O alvo a ser alcançado é a integração da criança, portadora de deficiência, na comunidade.

2- Vanguarda - Uma escola inclusiva é uma escola líder em relação às demais. Ela se apresenta como vanguarda do processo educacional. O seu objetivo maior é fazer com que a escola atue através de todos os seus escalões para possibilitar a integração das crianças que dela fazem parte.

3- Altos padrões - Há em relação às escolas inclusivas altas expectativas de desempenho por parte de todas as crianças envolvidas.O objetivo é fazer com que as crianças atinjam o seu potencial máximo. O processo deverá ser dosado às necessidades de cada criança.

4- Colaboração e cooperação - Há um privilegiamento das relações sociais entre todos os participantes da escola, tendo em vista a criação de uma rede de auto-ajuda.

5- Mudando os papéis e responsabilidades - A escola inclusiva muda os papéis tradicionais dos professores e da equipe técnica da escola. Os professores tornam-se mais próximos dos alunos, na captação das suas maiores dificuldades. O suporte aos professores da classe comum é essencial, para o bom andamento do processo ensino-aprendizagem.

6- Estabelecimento de uma infra-estrutura de serviços - Gradativamente, a escola inclusiva irá criando uma rede de suporte para a superação das suas maiores dificuldades. A escola inclusiva é uma escola integrada à sua comunidade.

7- Parceria com os pais - Os pais são os parceiros essenciais no processo de inclusão da criança na escola.

8-Ambientes educacionais flexíveis - Os ambientes educacionais têm que visar o processo

ensino-aprendizagem do aluno.

9- Estratégias baseadas em pesquisas - As modificações na escola deverão ser introduzidas a partir das discussões com a equipe técnica, alunos, pais e professores.

10- Estabelecimento de novas formas de avaliação - Os critérios de avaliações antigos deverão ser mudados para atender às necessidades dos alunos portadores de deficiência.

11- Acesso - O acesso físico à escola deverá ser facilitado aos indivíduos portadores de deficiência.

12- Continuidade no desenvolvimento profissional da equipe técnica - Os participantes da escola inclusiva deverão dar continuidade aos seus estudos, aprofundando-os.

A inclusão é um processo constante que precisa ser continuamente revisto. Segundo relatório da ONU, todo mundo se beneficia da educação inclusiva. Veja as vantagens:

Estudantes com deficiências:

  • aprendem a gostar da diversidade;
  • adquirem experiência direta com a variedade das capacidades humanas;
  • demonstram crescente responsabilidade e melhor aprendizagem através do trabalho em grupo, com outros deficientes ou não;
  • ficam melhor preparados para a vida adulta em uma sociedade diversificada:entendem que são diferentes, mas não inferiores.

Estudantes sem deficiências:

  • têm acesso a uma gama bem mais ampla de papéis so-ciais;
  • perdem o medo e o preconceito em relação ao diferente; desenvolvem a cooperação e a tolerância;
  • adquirem grande senso de responsabilidade e melhoram o rendimento escolar;
  • são melhor preparados para a vida adulta porque desde cedo assimilam que as pessoas, as famílias e os espaços sociais não são homogêneos e que as diferenças são enriquecedoras para o ser humano.

O MEC avalia, através do Censo Escolar, um avanço na Educação Inclusiva.

Os desafios de promover no Brasil uma escola pública inclusiva e de qualidade vêm apresentando bons resultados, conforme os dados levantados pelo Censo Escolar 2004/INEP. Percebe-se no quadro acima, que nos últimos três anos houve um avanço significativo das matrículas dos alunos com necessidades educacionais especiais, com um aumento na esfera pública, representando 57% dos 566.753 alunos.

O Censo indicou ainda que, além de superar a esfera privada em número de matrículas a partir de 2002, as escolas públicas, em 2004, já concentram 57,7% dos alunos com necessidades educacionais especiais em classes comuns de escolas regulares. E a tendência é atender, a cada ano, um número maior de alunos através do Programa Educação Inclusiva.

Isso porque existe hoje, dentro da Secretaria de Educação Especial do MEC, um movimento cada vez mais freqüente de estímulo para que os alunos com necessidades educacionais especiais sejam recebidos pelas escolas públicas inclusivas.

A inclusão escolar, enquanto política educacional, tenta resgatar uma dívida com um segmento populacional que, historicamente, tem ficado à margem da sociedade. Reflete também, a inequívoca opção, socialmente construída, pelo princípio fundamental da dignidade da pessoa humana, bem como pelos valores de respeito e valorização da diversidade, direito à igualdade de oportunidades e condições para o exercício da cidadania.

Nesse processo de transformação, a Educação Especial vem desempenhando um importante papel: desenvolver um conjunto de conhecimentos, recursos humanos, estratégias e materiais que, postos pedagogicamente a serviço do sistema educacional - ao longo de todos os níveis

e 8 (oito) classes de Educação Especial (DA, DM e DF).No seu Projeto Pedagógico, já há alguns anos, está inserida a inclusão de alunos portadores de necessidades especiais nas classes de ensino regular. A escola mantém uma parceria com a Fundação Rotariana (Cotia), através da qual Professores da Fundação , especializados em "Libras" -Linguagem de Sinais, acompanham, desde 2002, alunos portadores de deficiência auditiva nas classes de ensino regular.

Também em 2002, a Escola desenvolveu um Projeto denominado "Auto -Estima", envolvendo toda a Equipe Escolar e a Instituição Religiosa Pequeno Cotolengo de Dom Orione, onde a escola está inserida.

O fator determinante deste projeto foi trabalhar a auto- estima de todos os envolvidos, através da colaboração e cooperação em ações desenvolvidas não só nas salas de aulas, mas também em todas as datas comemorativas do calendário escolar, como no exemplo abaixo:

Dia da Saúde: Mostrar que um ambiente tem que estar limpo, e que a higiene começa pelo nosso corpo.

Prevenção de doenças infecto- contagiosas *Apresentação de teatro, com personagens representando animais nocivos à saúde, como o mosquito da Dengue,etc...

Páscoa: Trabalhar o verdadeiro sentido da Páscoa. Apresentação de coral e danças-(entrosamento de todos os alunos inclusos e comunidade escolar)

Dia do Índio: Pesquisar sobre as tribos indígenas, costumes, alimentação, vestes, cultura ,etc. Montagem de painel com trabalhos alusivos a data, confeccionado pelos próprios alunos. Bandinha-para a execução da dança da chuva. Comida típica.

Dia das Mães: Missa realizada na Instituição Religiosa "Pequeno Cotolengo", pelo padre ,da coordenação deste projeto. Apresentação de dança com bambolês com os alunos portadores de necessidades especiais, auxiliados pelos alunos do ensino regular.

Oficina de Artes para as Mães: Trabalhar a auto-estima das mães de alunos portadores de necessidades especiais, através de aulas de artesanato, culinária, palestras educativas, pois muitas dessas mães permanecem o período todo na escola, para dar uma assistência individual aos seus filhos, principalmente nas necessidades físicas, pois a escola não conta com funcionários especializados.

Linguagem Brasileira de Sinais (Libras): Professores de Deficiência Auditiva ministrando linguagem de sinais para os professores do Ciclo I do Ensino Fundamental Regular.

Grupo de Expressão Corporal: Atividades propostas para favorecer o desenvolvimento das capacidades necessárias na construção do conhecimento: analisar, criticar, comparar, sintetizar, identificar, abstrair, generalizar e concluir."Todas as atividades desenvolvidas num ambiente descontraído e alegre, pois os estudos afirmam que "rir" melhora a respiração e oxigena o cérebro, facilitando a aprendizagem "(Agenda Almanaque para Educadores).

Oficinas de Artes para alunos portadores de necessidades especiais: A arte é sem dúvida a melhor forma de expressão interior, é através dela que o indivíduo pode visualizar concretamente seus sentimentos e anseios.

Pessoas que se permitem inovar e criar diminuem intensamente emoções como medo, insegurança e falta de fé.

Nesta oficina os alunos apresentam lentamente valores de coragem e ousadia.

Projeto Tietê-Salesópolis: Desenvolver a integração: Turismo, Meio Ambiente, Preservação e Educação.

Desenvolver e cultivar o espírito de colaboração e solidariedade com os colegas, professores e demais participantes.

Alguns tópicos trabalhados nos locais:Cinturão verde, Barragem da ponte nova, Nascente do

rio Tietê; Senzala, Estação de tratamento de água e Almoço (sistema self-sérvice).

Neste projeto, foi fundamental a colaboração e cooperação dos alunos do ensino regular, para com os alunos portadores de necessidades especiais.

Avaliação do Projeto Auto-Estima.

Os objetivos propostos foram atingidos, na medida em que toda a equipe escolar participou ativamente das atividades propostas. As mães desses alunos estavam muito emocionadas e satisfeitas porque os filhos estavam tendo uma oportunidade inédita.

Em 2005 a E.E. Pequeno Cotolengo montou mais um projeto, denominado ' Oficina/Sala Ambiente.", para que os alunos com deficiência pudessem dar a sua contribuição para a construção da comunidade escolar, apesar das diferenças nas suas habilidades".

A oficina, neste caso, pode ser considerada uma forma de viabilizar situações de ensino e aprendizagem com propostas mais próximas das necessidades dos alunos. Os professores precisam desenvolver um ambiente de trabalho seguro, pacífico, pois, se o aluno não confia no ambiente escolar, ele não se sentirá à vontade e não aprenderá com eficiência.

Ressaltamos três diferentes aspectos que foram abordados e compreendidos:

" Artísticos : seria o criar propriamente dito; seu valor está no "fazer".

" Artesanais : são trabalhos manuais que podem ser transmitidos de geração para geração, mantendo vivas nossa cultura, tradições, desenvolvendo habilidades manuais, distinguindo semelhanças e diferenças.}

" Terapêuticos : situações de vivências prazerosas, envolvendo imagens, sons, leitura de histórias, dramatização, expressão oral e corporal, etc. fazendo com que o aluno discrimine o que está a seu redor.

Objetivos: Proporcionar aos alunos com necessidades educativas especiais situações que promovam experiências enriquecedoras e gratificantes, através de atividades concretas e significativas, desenvolvendo habilidades diversas tais como: coordenação, expressão corporal, criatividade, iniciativa, etc, buscando com isso a melhoria de sua qualidade de vida. Trabalhar em equipe, para:

  • Conhecer os interesses e possibilidades uns dos outros;
  • Discutir e trocar idéias, dar sugestões;
  • Atender, incentivar e apoiar as necessidades e interesses dos alunos;
  • Integração, sociabilização no grupo.
  • Rodízio de turmas de modo que os alunos possam ter contato com diferentes atividades permitindo melhorar suas aptidões.A participação do aluno, dependendo de seu grau de comprometimento, poderá ser parcial, mas o mesmo jamais será excluído de qualquer atividade.

O professor deverá saber lidar com a temporalidade de cada um, sabendo portanto o que e como será exigido.

Recursos : Os ambientes serão divididos e adaptados de acordo com as propostas pré- estabelecidas.

Duas salas de aula deverão estar equipadas com lousa, painel para cartazes, armários, carteiras normais e adaptadas, mesas para cadeirantes (alunos que ficam o tempo todo em cadeiras de roda), ventilador, boa iluminação, pintura adequada, cortinas, jogos pedagógicos, computador, relógio de parede.

Uma sala estará preparada para atividades de artesanato, pintura com várias técnicas de trabalho, etc, com mesa e bancada em forma de U, com cadeiras para alunos e adaptações para cadeirantes, uma cadeira giratória para que o professor tenha acesso a todos os alunos, prateleiras para guardar materiais.

MANTOAN, Maria Teresa Égler- Uma Escola de todos, para todos e com todos: O Mote da Inclusão e a Educação Especial no Brasil: Da Exclusão à Inclusão. SASSAKI,R.K. Construindo uma sociedade para todos .Rio de Janeiro; WVA, 1997 Revista Nova Escola STAINBAK, S. Inclusão:Um guia para Educadores :Tradução- Magda França Lopes.Porto Alegre:Artes Médicas.