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A forma de utilizar materiais reciclados para que se possa obter o aumento das casas populares e as necessidade de interesse social
Tipologia: Teses (TCC)
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HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL - A SUSTENTABILIDADE APLICADA EM CONSTRUÇÕES POPULARES Alex Ferreira dos Santos¹ – UNITOLEDO Jhonata da Silva¹ – UNITOLEDO Carlos Adriano Rufino da Silva² – UNESP RESUMO Tema abordado mundialmente, a sustentabilidade é um recente e crescente conceito que começou a tomar forma a partir da década de 1970 devido a preocupações com gastos energéticos. Desde então, o tema evolui e abrange cada vez mais questões ligadas ao meio ambiente e aos aspectos sociais da qualidade de vida humana, refletindo na busca por um planeta mais saudável e com menor desigualdade, equilibrando as questões econômicas, ambientais e sociais através da sustentabilidade nas edificações populares. No âmbito da habitação, a relação da moradia com a humanidade é inerente desde os primórdios da pré- história. Atualmente os elevados índices de déficit habitacional comprometem um dos direitos sociais estabelecidos pelo Estatuto da Cidade, o direito à moradia. O objetivo geral é estabelecer uma relação com os aspectos do desenvolvimento sustentável e as Habitações de Interesse Social (HIS). Palavras-chave: Habitação; Conjuntos habitacionais; Sustentabilidade; Déficit Habitacional. 1 – Introdução O termo Habitação de Interesse Social está relacionado com à produção de moradias de baixo custo destinado à vários segmentos sociais cuja a renda é fator determinante para conseguir adquirir um imóvel. Segundo ABIKO, (1995) existe três tipos de categorias de Habitação de Interesse Social, que são elas:
Europa, período no qual a população rural passa a migrar por enxergar a implantação das industrias nas cidades como uma oportunidade de emprego e de melhora da qualidade de vida (Baron, 2011, p. 103). Essa população migrante, em sua maioria com pouca condição financeira, passou a residir em locais precários de condições sanitárias nos grandes centros urbanos próximos as fábricas, causando proliferação e de epidemias. Posteriormente essa situação veio a se agravar com as Guerras Mundiais (Folz, 2002, p.11). 4.1 – Histórico dos Programas Habitacionais No Brasil o problema habitacional surge mais tarde, por volta do fim do século XIX e início do XX. As influências europeias com relação as questões habitacionais chegaram ao Brasil, e foi durante os regimes populistas de Vargas (1930-1945) e Dutra (1946-1951) que surgiram os primeiros órgãos federais para atuar diretamente na produção de conjuntos habitacionais, como os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs) e a Fundação Casa Popular (Folz, 2002, p. 9). Entretanto, a política habitacional brasileira veio se consolidar apenas após o golpe militar de 1964, com a criação do Banco Nacional de Habitação (BNH) (Bonduki, 2004, p.101). Da perspectiva econômica, o BNH foi um grande impulsionador na garantia da casa própria e no desenvolvimento da indústria da construção civil no país. Entretanto do ponto de vista urbanístico e social, Bonduki (2008, p. 73) destaca que a intervenção foi um verdadeiro desastre devido uma série de erros nos conjuntos desde a sua implantação, as soluções de projeto e as questões ambientais negligenciadas. Em 1986 teve início uma nova fase na política de habitação conhecida como “pós- BNH”, um vácuo entre a extinção do BNH e a implantação do Ministério das Cidades em
Figura 1 Fonte: http://www.pt.org.br/minha-casa-minha-vida-reduz-em- 30 - conta-de-energia-eletrica/ Autor: Guilherme Ferreira, da Agência PT de Notícias, 2015 Apesar da construção de grandes conjuntos habitacionais desde a década de 1930 modificando o tecido urbano brasileiro, o déficit habitacional avança e chega ao século XXI correspondendo a 6.186.503 milhões de domicílios, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD) de 2015 (Fundação João Pinheiro, 2017, p. 13). 5 – Políticas Públicas para Construções Sustentáveis De acordo com o Site Obras Sustentáveis (2012), devido aos problemas ocasionados pela crise econômica em alguns países recentemente, dentre os quais o desemprego, muitas nações têm investido em ações relacionadas à recuperação econômica, como é o caso dos da União Europeia. Assim, investimentos em eficiência energética em edifícios, nos transportes, nos aparelhos elétricos, bem como na diversificação da oferta de energia – priorizando-se as energias de fontes renováveis, como eólica, solar e biomassa, especialmente no caso de países em desenvolvimento – , têm sido fundamentais para a restauração de ecossistemas, além de gerar inúmeros empregos “verdes”, permitindo a retomada do crescimento econômico de forma sustentável. Alguns setores econômicos como a construção, tem o potencial para mitigar as mudanças climáticas, reduzindo-se as emissões de gases de efeito estufa. E com ajuda de alguns setores, sendo eles a mineração, do ferro, do aço, da indústria química e dos transportes, a diminuição será maior. Para minimizar ainda mais esses impactos o poder
no qual a capacidade de absorção da poluição gerada pelos seres humanos é limitada. Naquela época, a posição do Brasil baseava-se na ideia de que “a pior poluição é a miséria”, demonstrando, assim, a falta de preocupação ambiental dos governantes. Quinze anos após a Conferência, em 1987, foi publicado o Relatório “Nosso Futuro Comum”, elaborado pela Comissão Brundtland e fruto da avaliação do resultado de quinze anos de Estocolmo. Referido Relatório apresentou o conceito de Desenvolvimento Sustentável, qual seja, o “desenvolvimento que permite o atendimento das necessidades das presentes gerações sem comprometer o atendimento das necessidades das futuras gerações”. No mesmo ano, foi publicada a primeira imagem de satélite do buraco na camada de ozônio, na Antártica, fato histórico que sensibilizou o mundo para a urgência da questão ambiental. Em seguida, em 1988, é criado o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), com o objetivo de avaliar as informações científicas, técnicas e socioeconômicas mais recentes sobre o tema. Em 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro – e mais conhecida como RIO-92 ou ECO- 92 – , marcou a adoção do conceito de desenvolvimento sustentável, o que gerou produtos como a Agenda 21 e a Convenção sobre a Mudança do Clima. A Agenda 21 corresponde a um plano de ação constituído por princípios para a implementação de um novo padrão de desenvolvimento para o século XXI, baseado na sustentabilidade ambiental, social e econômica. (CADERNO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL – HABITAÇÃO SUSTENTÁVEL, 2 012 ). 5.2 – O que é Sustentabilidade De acordo com o site Uniprime (2016), a palavra “Sustentabilidade” é relativamente nova. Esse termo surgiu em 1992, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) colocou oficialmente a sustentabilidade na agenda global – e de uma maneira nunca feita antes. Em outras palavras, significa que pela primeira vez foi criado um programa detalhado direcionado aos governos de todo o mundo, com uma lista de atividades que visavam a proteção e renovação dos recursos ambientais. (UNIPRIME, 2016). Com base ainda no site Uniprime (2016): O conceito de desenvolvimento sustentável faz parte de uma história que começou no final do século XVII, onde países europeus utilizavam, em grandes quantidades, madeiras na construção de navios, passaram a gerenciar esses recursos, resguardando a matéria-prima pra usos futuros. Somente com a “Agenda 21” em 1992, que o termo
sustentabilidade, se tornou uma das prioridades da ONU, pois começaram a entender a necessidade de um país sustentável, e com isso a discussão pode finalmente chegar nas salas de reuniões corporativas. (UNIPRIME, 2016). O sociólogo e escritor britânico John Elkington, foi o primeiro a falar de sustentabilidade no âmbito dos negócios e a considerá-la como parte de um tripé, adicionando às discussões ambientais o viés econômico e social. O “Triple Bottom Line ”, conforme figura 2 , expressão que traduz a teoria de Elkington, define que, para ser sustentável, uma organização ou um negócio deve ser financeiramente viável, socialmente justo e ambientalmente responsável. (UNIPRIME, 2016). Figura 2 Fonte: http://ecolmeia.org.br/o-que-e-mesmo-sustentabilidade/ Autor: Eng. Paulo F C Pereira, 2018 5.3 – Sustentabilidade na Construção Civil De acordo com o Ministério do Meio Ambiente ( 2018 ?): Reconhecidamente, o setor da construção civil tem papel fundamental para a realização dos objetivos globais do desenvolvimento sustentável. O Conselho Internacional da Construção – CIB aponta a indústria da construção como o setor de atividades humanas que mais consome recursos naturais e utiliza energia de forma intensiva, gerando consideráveis impactos ambientais. Além dos impactos relacionados ao consumo de matéria e energia, há aqueles associados à geração de resíduos sólidos, líquidos e gasosos. Estima-se que mais de 50% dos resíduos sólidos gerados pelo conjunto das atividades humanas sejam provenientes da construção. Tais aspectos ambientais, somados à qualidade de vida que o ambiente construído proporciona, sintetizam as relações entre construção e meio ambiente.
certificação ou selo ecológico” definem diretrizes e níveis de eficiência para se avaliar a incorporação de estratégias sustentáveis a uma edificação, comparando - a com prédios convencionais. Romero ( 2011 ) aborda o tema numa perspectiva processual, trazendo o conceito para a cidade, ampliando a visão além da simples dimensão ecológica: “a construção da sustentabilidade nas cidades brasileiras significa enfrentar várias questões desafiadoras, como a concentração de renda e a enorme desigualdade econômica e social, o difícil acesso a educação de boa qualidade e ao saneamento ambiental, o déficit habitacional e a situação de risco de grandes assentamentos, além da degradação dos meios construído e natural, e dos acentuados problemas de mobilidade e acessibilidade”. Romero (20 11 ) propõe ainda um urbanismo sustentável baseado em premissas de desenho participativo, arquitetura da paisagem, bioclimatismo e eficiência energética. A sustentabilidade emerge da integração de quatro elementos:
mobilidade reduzida ou, no mínimo, possibilidade de adaptação posterior; atenção para a orientação solar adequada, evitando-se a repetição do mesmo projeto em orientações diferentes; utilização de coberturas verdes; e a suspensão da construção do solo (a depender do clima). Com relação à energia, recomenda-se o uso do coletor solar térmico para aquecimento de água, de energia eólica para bombeamento de água e de energia solar fotovoltaica, com possibilidade de se injetar o excedente na rede pública. Sobre águas e esgoto, é interessante prever: a coleta e utilização de águas pluviais, utilização de dispositivos economizadores de água, reuso de águas, tratamento adequado de esgoto no local e, quando possível, o uso de banheiro seco, conforme figura 4. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2018 ?). Figura 4 Fonte: https://www.institutodeengenharia.org.br/site/events/1a-casa-familiar-certificado-leed- residencia-unifamiliar-sustentavel/ Autor: Instituto de Engenharia, 2018 A respeito do tratamento das áreas externas, recomenda-se a valorização dos elementos naturais no tratamento paisagístico e o uso de espécies nativas, a destinação de espaços para produção de alimentos e compostagem de resíduos orgânicos, o uso de reciclados da construção na pavimentação e de pavimentação permeável, a previsão de passeios sombreados no verão e ensolarados no inverno. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2018 ?). 5.4 – Sustentabilidade x Habitação Social Os diálogos sobre meio ambiente e sustentabilidade não são tão recentes como muitos acreditam. O que ocorre é que com o mundo mais globalizado e as informações se
Os pontos principais para um planejamento sustentável são a análise da obra e do local de implantação. Uma vez que também será feito a Análise dos 8 Ciclo de Vida (ACV) para ser feito as orientações necessárias no próprio projeto, resultando, assim, na determinação dos materiais e tecnologias. No entanto, também deve ser feito analise de projeto e intervenções, materiais e tecnologias, projeto de arquitetura, o planejamento geral de todo o projeto, estudo de consumo de energia e materiais e também do solo (geotecnia).
análises técnicas específicas como diferencial ( parâmetros econômicos, sociais, segurança da infraestrutura e de processo de concepção do empreendimento).
8 – Conclusão O reconhecimento de que possuímos interesses e necessidades diferentes foi o primeiro passo rumo à humanização de projetos de interesse social (conjuntos habitacionais destinados à população cujo nível de renda dificulta ou impede o acesso à moradia através dos mecanismos normais do mercado imobiliário). Entretanto, mesmo pautado no avanço tecnológico e na abordagem social do tema, o progresso ainda está enraizado à padronização: esse tipo de habitação aqui no Brasil ainda não respeita, de fato, aos moradores, pois há notável insistência na priorização do enriquecimento das incorporadoras no mercado imobiliário e pouco se escuta dentro das comunidades que usufruem dessas residências. Há muito a se fazer, já que as iniciativas dos Governos Federal, Estadual e Municipal, para estimular o setor da construção são tímidas, mas acredita-se que o PMCMV possa contribuir para um grande avanço. O Brasil pode ter mais resultados, o que falta é disseminar o conhecimento e informação, tanto para o público consumidor, quanto para as incorporadas e construtoras. Havendo a cooperação de todos, será possível construir cidades sustentáveis para as próximas gerações. Podemos observar que as tecnologias sustentáveis utilizadas nem sempre são fruto de pesquisas realizadas anteriormente. Assim, a qualidade dos componentes empregados deve ser sempre analisada para que os usuários finais não sejam utilizados como cobaias das novas tecnologias. Atualmente, as licitações públicas normalmente atendem ao pré-requisito de aplicação de produtos em conformidade com as normas técnicas brasileiras, porém ao se tratar de tecnologias inovadoras, muitas delas ainda não possuem normas técnicas reguladoras. Sendo assim, faz-se necessária uma avaliação técnica que não somente verificam em laboratório as características destes novos produtos, como também forneça informações a respeito de seu desempenho quando aplicado. O objetivo é identificar o seu devido uso e alimentar os fabricantes destas tecnologias com informações fundamentais para aprimoramento das mesmas, até que então, uma vez difundidas, possam ser normalizadas.
GOLÇALVES, Joana Carla Soares; DUARTE, Helena Silva. Arquitetura Sustentável: uma integração entre ambiente, projeto e tecnologia em experiências de pesquisa, prática e ensino. Ambiente Construído. Porto Alegre, v. 6, n.4, p. 51 - 81, 2006 KEELER, Marian; BURKE, Bill. Fundamentos de projeto de edificações sustentáveis. Tradução técnica: Alexandre Salvaterra. Porto Alegre: Bookman, 2010. LAMBERTS, Roberto et al. Sustentabilidade nas edificações: contexto internacional e algumas referências brasileiras na área. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), 2008. MATEUS, Ricardo. Novas tecnologias construtivas com vista à sustentabilidade da construção. Disponível em: Acesso em: novembro/ Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: http://www.mma.gov.br/cidades- sustentaveis/urbanismo-sustentavel/constru%C3%A7%C3%A3o-sustent%C3%A1vel.html. Acesso em: 11/11/ Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: http://www.mma.gov.br/responsabilidade- socioambiental/agenda-21/agenda- 21 - global.html. Acesso em: 17/11/ MONTES, María Andrea Triana. Diretrizes para incorporar conceitos de sustentabilidade no planejamento e projeto de arquitetura residencial multifamiliar e comercial em Florianópilis. Florianópolis, 2005. 188 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Programa de Pós - graduação UFSC. Florianópolis, 2005. Obras Sustentáveis – Políticas Públicas das Construções Sustentáveis. (2012) Disponível em: http://obrassustentaveis.com.br/desenvolvimento-das-cidades/97-politicas-publicas-das- construcoes-sustentaveis. Acesso em: 11/11/ REVITA – HABITAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL NO BRASIL. Disponível em: https://revitap4.wordpress.com/2016/04/25/habitacoes-de-interesse-social-no-brasil/ Acesso em: 11/11/ ROMERO, Marta Adriana Bustos. Arquitetura do lugar: uma visão bioclimática da sustentabilidade em Brasília. São Paulo, Editora Nova Técnica, 2011. SustentArqui. Disponível: https://sustentarqui.com.br/selos-para-contrucao-sustentavel/. Acesso em: 11/11/ Universo Uniprime. Autora: Jornalista Loraine Santos. Edição nº 1 – Outubro/2016. Disponível em: https://www.uniprimebr.com.br/artigo/edicao01/o-que-e-sustentabilidade-. Acesso em: 11/11/