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PESQUISA DE CAMPO GINÁSTICA LABORAL EM TRANSPORTADORA
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
A cada ano que se passa, identificam-se mais doenças ocupacionais como motivo de afastamento nas empresas. Pensando nisso algumas empresas e instituições estão preocupadas em investir na qualidade de vida dos seus funcionários,apesar da grande maioria se preocupar apenas com a sua produtividade. Após certa resistência dos empresários brasileiros, a ginástica laboral, agora também conhecida como cinesioterapia laboral, vem adentrando nosso ambiente de trabalho, desde 1969 quando foi introduzida por executivos nipônicos na Ishikawajima do Brasil Estaleiros S.A. (Ishibrás). Contribuindo na prevenção e na redução dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, os exercícios laborais visam à promoção da saúde e a melhora das condições de trabalho e conseqüentemente o interpessoal gerando um maior retorno financeiro para empresa. O levantamento e transporte manual de cargas tem sido uma das grandes causas de traumas nos trabalhadores, principalmente quando a empresa não tem recursos para investir em equipamentos. Uma vez que o colaborador tem flexibilidade postural esse quadro de traumas pode diminuir, pois a flexibilidade é a capacidade física que determina a amplitude dos movimentos de uma articulação sem lhe ocasionar alguma lesão. Um dos maiores vilões da coluna é mesmo o levantamento excessivo de peso. Isso significa que os trabalhadores braçais estão potencialmente expostos a lesões vertebrais de origem dinâmica. Todo trabalho braçal obriga a musculatura da coluna a ter um esforço extra. Ao mesmo tempo em que precisa equilibrar o corpo, ativando os músculos anti-gravitacionais, o trabalho dinâmico também tem que acionar a musculatura de braços e pernas para levantar ou carregar pesos. Mediante todas as condições que agravam o trabalho do colaborador surge a ergonomia: o estudo científico das adaptações dos instrumentos, condições e ambiente de trabalho às capacidades psicofisiológicas, antropométricas e biomecânicas do homem, estudando diversos aspectos do comportamento humano e as conseqüências do trabalho. A cinesioterapia laboral pode ser encarada como uma intervenção ergonômica. Sendo assim utilizada como ergonomia de conscientização. A ergonomia de conscientização visa conscientizar os
colaboradores através de palestras, intervenções ergonômicas e até mesmo exercícios laborais, proporcionando assim o entendimento do posto de trabalho e bem estar físico e mental aos colaboradores.
O objetivo do estudo é analisar a flexibilidade da musculatura de tronco, lombossacra e ísquiostibiais com ênfase em coluna lombar, depois da implantação
A fisioterapia durante muito tempo foi mantida enclausurada nos limites das clínicas, hospitais e leitos domiciliares. O mais perto que chegávamos das empresas e, conseqüentemente, dos trabalhadores era nos CRPs- Centros de Reabilitação Profissional do INSS. A função desses Centros de Reabilitação era a de tornar novamente aptos ao trabalho àqueles que se acidentaram, ficaram afastados por um período longo. Em alguns casos, os trabalhadores que ficaram incapacitados de exercer a função anterior seriam treinados e outros ofícios para exercerem nova função na empresa. Foi uma excelente opção, para não aposentarem as pessoas, muitas delas ainda novas com potencial produtivo alto, impedindo que fossem relegadas a um ostracismo doloroso, gerador de depressão e outros problemas. Ficaria muito caro investir para atender às novas demandas de trabalho que surgiram no país, logo sua capacidade de reabilitar reduziu-se rapidamente. Porém, esse tipo de pressão aguçou a criatividade dos especialistas, que descobriram na prevenção um meio de esvaziar os CRPs. (BARBOSA, 2000, p. 92-93) As intervenções preventivas realizadas atualmente trabalham com um grupo de atividades centradas nos indivíduos. Por exemplo; a ginástica laboral, os exercícios de pausa compensatória, as correções posturais, e os treinamentos de manejo. Entretanto, há quem defenda estratégias de prevenção como a mudança na organização do trabalho, a melhora dos locais de trabalho e das condições ergonômicas, a eliminação da repetitividade com o uso do sistema de revezamento na realização das tarefas, o descanso intercalado à jornada laboral e a conscientização dos trabalhadores pelas atividades educativas (LESCH & HOEFEL, 1996 apud DELIBERATO, 2002, p. 119-120) Os fisioterapeutas começaram a entrar nas empresas, tendo suas intervenções reconhecidas como úteis na manutenção do processo produtivo. O trabalhador que recebe o atendimento preventivo transforma-se em multiplicador, que leva para seu lar, atingindo diretamente seus vizinhos e indiretamente os familiares destes, conhecimentos novos e de extrema utilidade. (BARBOSA, 2000, p.
3.1.1 ERGONOMIA
A palavra é de origem grega: ERGO = que significa trabalho/ NOMOS = que significa regras. Definição: “Estudo entre o homem e o seu trabalho, equipamentos e meio ambiente” (SERRANO, 1996, p. 6) A ergonomia tem sido fator de aumento de produtividade e da qualidade do produto bem como da qualidade de vida dos trabalhadores, na medida em que a mesma é aplicada com a finalidade de melhorar as condições ambientais, visando a interação com o ser humano. (SERRANO, 1996, p. 12) Ao abordarmos as origens da ergonomia, podemos visualizar com maior clareza o papel do ergonomista no contexto da produção e dos produtos, nos projetos de postos de trabalho, na concepção ou adequação de máquinas, ferramentas e equipamentos, nos programas de produtividade, qualidade, segurança do trabalho, bem como na qualificação de mão-de-obra. (DELIBERATO, 2000, p.
Existem as Normas Regulamentadoras, as quais significaram um grande passo no sentido de regulamentar alguns parâmetros na saúde do trabalhador, seja do ponto de vista do próprio trabalhador, seja do ponto de vista das empresas. (BARBOSA, 2002, p. 9) N.R 17.1 (em anexo 1) esta Norma Regulamentadora visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2006)
3.1.1.1 Tipos de ergonomia
Há quatro tipos de implementação para a abordagem ergonômica:
entre 42 e 65% das pessoas que executavam um programa de ginástica de pausa. Na Europa (França, Bélgica e Suécia) a ginástica era utilizada como fonte de pesquisas para investigação da fadiga, condições físicas e psicológicas, realizavam também questionários e entrevistas buscando resultados sobre interesses e sentimentos das pessoas envolvidas. A mesma autora relata que em 1928, teve origem no Japão com exercícios diários executados pelos funcionários dos Correios a fim de se descontraírem e cultuar a saúde. Conforme Polito e Bergamaschi (2003, p. 25), após a Segunda Guerra Mundial, este hábito foi difundido por todo o país, e atualmente, um terço dos trabalhadores japoneses exercitam-se diariamente, tendo obtido como resultados, em 1960, a diminuição dos acidentes de trabalho, o aumento da produtividade e a melhoria do bem-estar geral dos trabalhadores. As autoras destacam que, essa grande difusão das atividades laborais no Japão, deve-se à adaptação de um programa da Rádio Taissô, que consiste em um tipo de ginástica rítmica, com exercícios específicos, acompanhados por música própria. Esta atividade acontece todas as manhãs, sendo transmitida pela rádio, por pessoas especialmente preparadas, e é praticada não somente nas fábricas ou ambiente de trabalho, mas também nas ruas e residências. O programa é acompanhado de palestras de curta duração sobre assuntos relativos à saúde, ao trabalho, à circulação sangüínea e ao aumento de produtividade. Zilli (2002, p. 36) diz que, no Brasil os primeiros registros a que se temos acesso sobre a ginástica laboral datam de 1966, nos estaleiros Ishikavajima, introduzida por executivos nipônicos e, em 1973, na Federação de Ensino Superior (FEEVALE) com experiências realizadas por meio da aplicação de programas de atividades físicas que em conjunto com o SESI implantaram o programa de Ginástica Laboral Compensatória em cinco empresas da região do Vale dos Sinos. Já as autoras Polito e Bergamaschi (2003, p. 26), intitulam um projeto deste mesmo ano como “Educação Física Compensatória e Recreação”, e que após cinco anos a mesma instituição junto com a Associação Pró-ensino Superior em Novo Hamburgo (ASPEUR) e o SESI, implantaram o projeto denominado: “Ginástica Laboral Compensatória”, há relatos que o projeto tinha caráter experimental e visava aprofundar estudos nesta área. Esse tipo de projeto visava, também, combater uma doença que no princípio era chamada de tenossinovite, popularmente conhecida
como “Doença dos Digitadores”, que foi a primeira doença reconhecida como doença profissional, por meio da portaria nº. 4602 do Ministério da Previdência e Assistência Social. Após a experiência no Vale dos Sinos, esse tipo de atividade caiu no esquecimento por um longo período. Concluíram que a atividade laboral não evoluiu naquele período, devido aos objetivos da pesquisa realizada pela FEEVALE, ASPEUR E SESI serem apenas de estudo e de não haver naquela época uma visão de que favorecendo a implantação deste tipo de trabalho e mostrando seus resultados seria uma base para implantação do programa em outras empresas. (POLITO e BERGAMASCHI, 2002, p. 27) Segundo Oliveira (2007, p. 2), ainda em 1978, em Betim/MG, na fábrica Fiat de Automóveis, iniciou-se o “Programa de Ginástica Laboral. Este programa do SESI abrange todo o País, atualmente. Figueiredo e Alvão (2008, p. 67 apud LIMA, 2003) relatam que, em 1981, devido à dificuldade de encontrar documentos arquivados referentes às experiências esportivas e de lazer nas empresas, o Banco do Estado de São Paulo (BANESPA) patrocinou um encontro entre profissionais, a fim de obter informações. Em 1989, a Associação Nacional de Medicina do Trabalho declarou que o Ministério da Saúde deveria exigir a implantação da prática de atividades físicas como meio de prevenção de doenças crônico-degenerativas. Com efetivo apoio dos sindicatos e dos trabalhadores, em curto prazo os benefícios foram visualizados principalmente pela melhoria das condições psicofísicas dos trabalhadores e a conseqüente diminuição dos índices de absenteísmo. Entre os anos de 1990 e 2000, mais especificamente de 1995 em diante, a atividade laboral começou a ser compreendida como um bom instrumento na melhoria da saúde física do trabalhador, reduzindo e prevenindo problemas ocupacionais.
3.3 CONCEITOS DA CINESIOTERAPIA/ GINÁSTICA LABORAL
Ginástica nas empresas, ginástica laboral, ginástica matinal, ginástica preparatória, ginástica de pausa, ginástica compensatória, ginástica corretiva, ginástica do trabalho e muitas outras denominações ou formas de atuação da atividade laboral nas empresas. Zilli (2002, p.67) acredita que a expressão mais apropriada para denominação geral– cinesioterapia laboral. Cinesio significa
3.4.1 Ginástica de Aquecimento ou Preparatória
É aquela realizada antes da jornada de trabalho e tem como objetivo principal preparar o indivíduo para o início do trabalho, aquecendo os grupos musculares que serão solicitados nas suas tarefas e despertando-os para que se sintam mais dispostos. (FIGUEIREDO e ALVÃO, 2008, p. 71)
3.4.2 Ginástica de Pausa ou Compensatória
É “realizada durante as pausas obrigatórias, objetiva o impedimento da instalação de vários vícios de postura, em face da posição em que o indivíduo é obrigado a permanecer durante suas atividades habituais”. (POLITO e BERGAMASCHI, 2003, p. 28-29) “... Tem como aliviar as tensões, fortalecer os músculos do trabalhador, além de interromper a monotonia operacional e, acima de tudo, promover exercícios específicos de compensação para esforços repetitivos... “(FIGUEIREDO e ALVÃO, 2008, p. 71)
3.4.3 Ginástica de Relaxamento
É uma ginástica utilizada no final da jornada de trabalho, em que o trabalhador poderá descansar acalmar-se e relaxar antes de ir para casa, tendo como objetivo a redução do estresse, alívio das tensões, redução dos índices de desavenças no trabalho e em casa, com conseqüente melhora na função social. (ZILLI, 2002, p. 60)
3.4.4 Ginástica Corretiva ou Postural
Também realizada durante as pausas, tem como função restabelecer o antagonista muscular, utilizando exercícios específicos que visam encurtar os músculos que estão alongados. (POLITO e BERGAMASCHI, 2003, p. 29)
3.4.5 Ginástica Terapêutica
Tem como objetivo o tratamento de distúrbios, patologias ou alterações posturais com grupo de funcionários avaliados previamente e separados por queixas. Tal modalidade tem que ser acompanhada e ter diagnóstico médico, em razão da objetividade do tratamento. Deverá ser realizada em local apropriado, de preferência afastado do grupo de trabalhadores sem queixa. Sua duração pode chegar a 30 minutos. (ZILLI, 2002, p. 61)
3.4.6 Ginástica de Manutenção
É um programa que dá continuidade após a obtenção do equilíbrio muscular alcançado pelas técnicas corretivas ou terapêuticas citadas, podendo evoluir para um programa de condicionamento físico aeróbico associado a reforço muscular e alongamentos. Sendo necessário que a empresa disponha de sala especial para o treinamento (mini academias ou mini ginásios) para que o funcionário possa utilizar seus horários de folga. (ZILLI, 2002, p. 61-62) A mesma autora relata que existem técnicas e exercícios aplicados na cinesioterapia laboral como: ▲ Exercícios de respiração diafragmática e a pressão abdominal como papel importante para redução de níveis de estresse. ▲ Exercícios de alongamento e flexibilidade ▲ Exercícios posturais adaptando postura do RPG (Reeducação Postural Global) ▲ Exercícios de força e resistência ▲ Iso Stretching, conhecida como ginástica de higiene e manutenção utilizando o trabalho respiratório como expiração máxima. ▲ Lian Gong, uma técnica que une medicina terapêutica e a cultura física. ▲ (^) Exercícios de equilíbrio e coordenação ▲ Yoga buscando equilíbrio harmônico entre corpo, alma e mente. ▲ Tai Chi Chuan, combate ansiedade e stress, exercícios que buscam o equilíbrio e a harmonia dos movimentos. ▲ Automassagem, o próprio colaborador aplica sobre seus músculos e seu efeito se dá nos sistemas circulatório e nervoso. ▲ Shiatsu, a técnica fundamenta-se em que a pressão nos pontos da acupuntura restaura o equilíbrio natural do corpo.
-intensidade leve ou moderada (baixo custo) Quadro 1.0 - Benefícios do programa de exercícios laborais Fonte: Adaptado Deliberato, 2002. Zilli (2002, p. 66-68) diz que, os benefícios da cinesioterapia/ginástica laboral podem ser: -Benefícios para a empresa, melhorando a imagem da empresa junto à sociedade, valorizando funcionários, redução de custos com assistência médica, melhora da produtividade, redução dos acidentes de trabalho enfim outros itens que são benéficos para empresa. -Benefício da atividade física previne e controla doenças do tipo diabetes, osteoporose e etc. -Benefícios aos sistemas, respiratórios, circulatório e digestivo. A mesma autora relata que a cinesioterapia/ ginástica laboral pode trazer benefícios psicológicos e sociais, além dos benefícios fisiológicos como o aumento da circulação e da oxigenação muscular reduzindo o ácido láctico e as toxinas, melhora da postura, melhora da amplitude articular e a flexibilidade, redução das tensões musculares, redução dos índices de alterações gástricas por tensões, facilidade de adaptação postural, melhora da coordenação motora, melhora da agilidade e concentração, melhora da força e resistência muscular, melhora das habilidades físicas e motoras, promoção do auto-conhecimento orgânico, equilíbrio funcional, melhora da ativação neuromuscular e etc.
3.7 FLEXIBILIDADE
Flexibilidade refere-se à extensibilidade dos tecidos periarticulares para permitir movimento normal ou fisiológico de uma articulação ou membro. A palavra flexibilidade significa diferentes coisas para pessoas diferentes, dependendo de seu ponto de vista. O termo pode ser definido de várias formas diferentes, dependendo da disciplina ou da natureza da pesquisa. A palavra flexibilidade é derivado do latim flectere ou flexibis, “curvar-se”. (ALTER, 1999, p.18)
Aurélio (2000, p. 254) diz que, tem o significado de flexível: “ 1. Que se pode dobrar ou curvar. 2. Elástico. 3. Fácil de manejar; maleável. 4. Dócil, submisso. Fle- xi-bi-li-da-de ”. A flexibilidade pode ser definida pela máxima amplitude de movimento voluntário em uma ou mais articulações sem lesioná-las. (ACHOUR, 1996, p.10) “Conceito: é a habilidade de mover o corpo e suas partes dentro dos seus limites máximos sem causar danos nas articulações e nos músculos envolvidos. (JOHNSON e NELSON,1969 apud ACHOUR,1999, p.11) A flexibilidade é fundamental para facilitar os movimentos nas diversas atividades profissionais e nas tarefas diárias. O estilo de vida, pouco ativo e a falta de exercícios específicos de alongamento, geralmente não propiciam movimentos amplos, diminuindo a flexibilidade. O alongamento permite ao corpo retornar à postura normal, mas a postura correta, por si só, não desenvolve a flexibilidade, confirmando a importância dos exercícios de alongamento com um pouco de desconforto (tensão) muscular para aumentar a flexibilidade. O exercício de alongamento que requer muita flexibilidade de alguma articulação pode ser prejudicial para as estruturas músculo-articulares de pessoas pouco flexíveis, em especial, quando não se tem predisposição genética para ser muito flexível. (ACHOUR, 1999, p. 18) É insuficiente medir a flexibilidade; o que se pretende é analisar precisamente os resultados dos testes, a fim de se indicar os efeitos dos exercícios de alongamento em benefício da saúde, no desempenho atlético ou na doença. Quantificar a flexibilidade é relativamente simples, mas estabelecer valores exatos e necessários de cada articulação ainda está para ser resolvido. (ACHOUR, 1996, p.
A eficácia do movimento na maioria das atividades é influenciada pelo grau de flexibilidade corporal. Podendo ser definida como amplitude de movimento da articulação. Ela se refere ao grau de facilidade com que o corpo consegue flexionar- se ou se contorcer, contraindo ou relaxando os músculos. (ALLSEN et al, 2001, p.
elásticas do núcleo pulposo e o anel fibroso, agindo em conjunto, permitem que o disco agüente grandes cargas. (ALTER, 1999, p. 256-272) O núcleo pulposo é composto de um material incompressível como gel que está envolto em um recipiente elástico. Uma proteína polissacarídica forma sua composição química. Sua principal função é ser como um amortecedor hidráulico, recebendo primariamente, as forças verticais dos corpos vertebrais e redistribuí-los em um plano horizontal. (VAN DE GRAAFF, 2003, p. 159) Uma importante característica da coluna vertebral é a presença de quatro curvas distintas quando vistas de lado. No nascimento, a coluna do bebê tem somente uma curva longa. Essa curva estende-se sobre todo seu comprimento e é posteriormente convexa (em forma de C). Contudo, uma vez que o bebê começa a levantar sua cabeça, a curva cervical começa a desenvolver-se. Essa curva anteriormente convexa é chamada de lordose cervical. Mais tarde, quando a criança começa a ficar de pé e caminhar, a curva lombar desenvolve-se na parte inferior das costas. Essa curva também é convexa anteriormente e é conhecida como lordose lombar. (ALTER, 1999, p.256-272)
3.7.1.2 Função da coluna vertebral
A coluna vertebral tem várias funções diferentes. Provavelmente, a função mais importante que ela exerce é proteger a medula espinhal. Ela também fornece um suporte firme para o tronco e apêndices. Assim, ela serve como uma haste de sustentação para manter a posição ereta do corpo. Fornece inserções musculares, serve como uma âncora para a caixa torácica age como um amortecedor e fornece uma combinação de força e flexibilidade que proporciona proteção e estabilidade máximas com restrição de modalidade mínima. (ALTER, 1999, p. 256-272) O mesmo autor relata que a coluna vertebral tem quatro funções:
3.7.1.3 Coluna vertebral X Trabalho
Não há dúvida de que a maioria das pesquisas de flexibilidade relacionada com os aspectos de saúde preocupa-se com a coluna lombar. A postura corporal e os exercícios físicos podem demonstrar significativamente uma excelente prevenção aos problemas da coluna lombar. Pessoas mais fracas necessitam de mais esforços para realizar determinadas tarefas, ficando mais expostas a lesões, e pessoas pouco flexíveis, em geral têm dificuldades de manter as várias posturas e estressam os discos vertebrais. (HEYWARD, 2004, p. 207) A resistência aeróbia é muito reconhecida na profilaxia de doenças do sistema cardiorrespiratório. Pouco, porém, contribuem para evitar as desordens da coluna. Mas quando o indivíduo tem o peso acima do padrão normal considerado normal, pode alterar a mecânica de alinhamento do quadril e do joelho, ocasionando uma acentuação da lordose. A hiperlordose é um dos fatores primitivos da incidência de problema na coluna. Instalam-se cedo na vida e já no princípio da adolescência manifesta os sintomas dolorosos. A dor na coluna pode ser de herança, sentado no banco escolar ou em frente à televisão pode provocar a disfunção ou aumentá-la, se já instalada. O mais grave acontece na idade adulta nas atividades do trabalho e/ou com o desuso das articulações. O ambiente escolar e o local de trabalho podem ser muito apropriados, para se estruturar um programa de exercício físico com a finalidade de conservar a integridade da coluna. (ACHOUR, 1996, p. 58) O problema de dor na coluna afeta 80% das pessoas de países industrializados, em alguns momentos da vida. Felizmente a maioria dos problemas são resolvidos em 6 a 8 semanas. Embora grande parte do problema de coluna, seja passageiro, ele influi em 25% de todas as incapacidades por lesão ocupacional e causa uma perda de 1400 dias de trabalho por 1000 (mil) trabalhadores em cada ano, nos Estados Unidos. Este problema é o segundo na freqüência de visitas médicas, o terceiro em hospitalização, o terceiro em procedimento cirúrgico e o terceiro na categoria de doença aguda. Indivíduos com dor na coluna têm menor rendimento profissional e limitam seus movimentos reduzindo a produtividade e tendo dificuldade em realizar determinadas funções diárias. Estas situações limitantes podem sugerir que a carga na coluna deve ser um fator de desordem, que os esforços cooperativos das diversas áreas da ciência são imprescindíveis para a integridade da coluna. (ACHOUR, 1996, p. 28)
central de um músculo inteiro é chamada de ventre. O ventre compreende compartimentos menores chamados fascículos. Cada fascículo consiste em compartimentos de fibras musculares e assim cada fibra muscular constitui uma única célula muscular. (VAN DE GRAAFF, 2003, p. 235-236) Se um músculo está encurtado, os músculos adjacentes se contraem para evitar movimentos que poderiam lesioná-los. Isto por sua vez reduz o fornecimento nutricional nos tecidos e torna a pessoa cada vez mais limitada em realizar movimentos que exijam flexibilidade. A tensão muscular pode ser um mecanismo que precipita a desordem na coluna. Além disso, com a inatividade física, pode agravar-se o sistema de nutrição vertebral. Esses são os fatores que podem ocasionar a deterioração precoce dos discos vertebrais. Os exercícios físicos podem facilitar a nutrição dos discos e prevenir a degeneração precoce. O encurtamento também pode ocorrer nos ísquiostibiais, tornando a carga na coluna exagerada, em particular nas atividades de levantamento e condução de peso. (ALTER, 1999, p. 256-272). Estudos relatam que a falta de constatação científica dos índices de flexibilidade como indicadores de problemas futuros na coluna não impossibilita prever se um programa que induz alteração na flexibilidade e do controle postural. A coluna vertebral pode realizar movimento multiplanar, pois sua força e flexibilidade não são proporcionais em toda sua porção. A região lombar possui maior capacidade de extensão e flexão do que de rotação. (ACHOUR, 1999, p. 57- 58)
3.8 FATORES QUE INTERFEREM NA FLEXIBILIDADE
As estruturas que interferem na flexibilidade são: óssea, músculo, tendão, ligamento e cápsula articular. (ACHOUR, 1999, p. 3) Há vários fatores que podem limitar a amplitude de movimento de uma articulação, incluindo equilíbrio muscular impróprio, controle muscular, idade do músculo e a imobilização ou não do músculo. (ALTER, 1999, p.147-154) Os músculos e seus tendões, juntamente com as bainhas fasciais circundantes, são responsáveis com maior freqüência pela limitação da amplitude de movimento. Ao realizar exercícios de alongamento para melhorar a flexibilidade em uma determinada articulação, você está tentando tirar partido das propriedades altamente elásticas dos músculos. Com o tempo, é possível aumentar a elasticidade
ou a extensão em que um dado músculo pode ser alongado. Os indivíduos que apresentam boa quantidade de movimento em uma determinada articulação tendem a ter músculos altamente elásticos e flexíveis. (PRENTICE e VOIGHT, 2003, p. 84) O mesmo autor relata que, a estrutura óssea pode restringir o ponto final da amplitude. A gordura também pode limitar a capacidade de realizar o movimento total. A pele também pode ser responsável pela limitação de movimento. O tecido conjuntivo que circunda a articulação, como os ligamentos e as cápsulas articulares têm certa elasticidade e, no entanto, se uma articulação for imobilizada durante certo período, essas estruturas tendem a perder um pouco de elasticidade e, na verdade, encurtam.
3.9 AVALIAÇÕES E OS PRINCÍPIOS DE TREINO DE FLEXIBILIDADE
Um treinamento de flexibilidade tem que ser específico e qualificado para cada indivíduo. Os instrumentos de flexibilidade têm por sua função quantificar em graus ou centímetros as diferentes articulações do corpo humano. Uma pessoa com boa flexibilidade gasta menos energia ao se movimentar do que uma pessoa sem flexibilidade. (ALLSEN e et al, 2001, p. 38)
3.9.1 Avaliação da flexibilidade
Os fatores individuais e complexos vão influenciar os diversos níveis de flexibilidade medidos, como os aspectos biomecânicos, fisiológicos e até psicológicos. Para qualquer medida da flexibilidade algumas variáveis devem ser consideradas: o nível de atividade física, a temperatura, a diferença sexual e a idade. Pois, estas influenciam nas propriedades físicas dos tecidos. A elasticidade, por exemplo, é a capacidade do organismo de resistir à deformação. (RIBEIRO, 2006, p.102) A medida exata de flexibilidade necessária a um indivíduo não foi cientificamente determinada, devendo-se ressaltar que ela é específica para cada articulação do corpo. (ALLSEN e et al, 2001, p.38) No entanto, é difícil estabelecer os limites e dimensionar. Qualificar a flexibilidade é relativamente simples, mas estabelecer valores exatos de amplitudes de movimento ainda está para ser resolvido. É insuficiente identificar o grau de