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sistemas contingencial
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Aqui faz-se a indicação do tema. Delimitar com precisão o tema é defini-lo sob a perspectiva da qual será tratado. Geralmente o tema se define a partir de pesquisas, consulta de documentos e/ou de temas já abordados por outras pessoas. É o ponto inicial de toda a pesquisa. Assunto que representa alguma contribuição social, de certa forma ligada à atualidade. A escolha do tema deve ser baseada em observações da vida profissional, situações pessoais, experiência científica, etc.
1 INTRODUÇÃO
Com o advento da cultura ambientalmente responsável, percebe-se, com frequência as organizações preocupadas em adotar medidas que tornem seus empreendimentos mais sustentáveis e ambientalmente corretos, seja por obrigação (leis) ou como fonte de vantagem competitiva. Nesse sentido, diversos são os mecanismos utilizados na busca de medidas que auxiliem as organizações na adoção dessas práticas ambientais. Como não poderia deixar de ser, a Contabilidade surge como uma importante aliada das organizações na obtenção das medidas ambientalmente corretas bem como na tomada de decisões que auxiliem no aprimoramento de suas atividades operacionais sem agredir o meio ambiente. A questão da responsabilidade ambiental começa a ganhar importância no Brasil no final do século XX com a ECO-92 e a Agenda 21 bem como com a implementação da ISO 14000. Esta que segundo Nascimento (1997) refere-se às normas de gestão ambiental que afetam todos os aspectos da responsabilidade ambiental da gerência de uma empresa, estando relacionada com o desempenho ambiental e com a eficiência da empresa. Na busca por procedimentos que visem registrar corretamente as ações voltadas aos aspectos ambientais, surge a Contabilidade Ambiental, a qual, de acordo com Ribeiro (2006) tem como objetivo: identificar, mensurar e esclarecer os eventos e transações econômico-financeiros que estejam relacionados com a
proteção, preservação e recuperação ambiental, ocorridos em um determinado período, visando à evidenciação da situação patrimonial de uma entidade.
É o ASSUNTO de fato a ser desenvolvido para que nele, se contextualize o problema que engendrará a pesquisa. O tema deve ser iniciado por discussões mais amplas e depois o acadêmico deve ir conduzindo sua escrita para o assunto mais pontual com o qual trabalhará. Isto porque: para que se crie uma linha de raciocínio que norteará e delimitará o trabalho. O trabalho é desenvolvido a partir do estabelecimento de um problema, com apresentações de propostas para solucioná-lo ou minimizá-lo. Tais propostas são hipóteses, soluções provisórias ao problema. Problema é uma dificuldade teórica ou prática, no conhecimento de algo que possua real importância, para qual se deve encontrar solução. Um problema de pesquisa científica é uma questão, uma sentença em forma interrogativa. A resposta à questão é procurada na pesquisa. A formulação de um problema requer conhecimento prévio e uma imaginação criadora. Deve-se cuidar para não incluir na formulação do problema a justificativa. Antes de formular o problema de pesquisa, é interessante investigar os trabalhos já realizados em torno do assunto.
1.1 Problemática De Estudo
Juntamente com o avanço da preocupação com o meio ambiente observa-se o desenvolvimento da área de pesquisa contábil. Um exemplo disso se deu a partir da criação do Congresso de Controladoria e Contabilidade da USP em 2001 e da ANPCONT com os programas de mestrado e doutorado em contabilidade no país. Devido a esta evolução alguns pesquisadores passam a realizar estudos que visam catalogar as publicações na área contábil dos artigos relacionados à gestão ambiental como, por exemplo, o artigo “A Questão Social e Ambiental na Revista Brasileira de Contabilidade: Uma Análise dos Artigos Publicados no Final do Século XX”. Neste artigo, o autor se propõe a identificar qual o reflexo do crescente
Trata-se de definir o que se visa com a pesquisa. São os resultados a que se pretende chegar. É o ponto de chegada, a meta final. É a contribuição do projeto ( a pesqu isa) quer para determinado tema. É o que se pretende atingir e não o que será feito! Objetivo geral está ligado a uma visão geral e abrangente do tema. Em linhas gerais, o que se quer alcançar em termos de compreensão/resultados com este estudo? Esta pergunta ajuda a compreender o objetivo geral. A pergunta “para quê” ajuda a construir o objetivo: compreender, analisar, estudar, entender algum fenômeno... Os Objetivos Gerais são complexos. Caracterizam-se por apresentarem enunciados mais amplos, que expressam uma filosofia de ação (que dão conta do problema). Os verbos possíveis de muitas interpretações podem ser usados em objetivos gerais (sentido aberto). Exemplos: compreender, conhecer, desenvolver, conscientizar, entender, saber.
1.2 Objetivo Geral
Identificar as preocupações intelectuais e práticas recorrentes na pesquisa em contabilidade ambiental dos artigos publicados no Congresso de Controladoria e Contabilidade da USP e no EnANPAD, no período de 2001 a 2011.
Os Objetivos Específicos são mais simples e concretos. São alcançáveis em menor tempo e explicitam desempenhos observáveis. Permitem atingir o objetivo geral e aplicá-los a situações concretas. Exemplos: adquirir, aplicar, apontar, classificar, comparar, conceituar, caracterizar, enumerar, reconhecer, formular, enunciar, diferenciar, mobilizar, coletar, descrever, identificar, analisar, relacionar, generalizar, sinalizar (propor saídas), ...
1.2.1 Objetivos Específicos
Os objetivos específicos são:
a) Promover a identificação e seleção das publicações que tratam do assunto; b) Identificar o perfil das publicações e sua relação com o contexto sócio- político-econômico; c) Apontar as tendências para pesquisa na área de contabilidade ambiental.
A Justificativa consiste na exposição completa das razões de ordem teórica e dos motivos de ordem prática que tornam importante a realização da pesquisa. Pode explicitar a experiência relacionada ao tema, observações, citações de autores e afirmações que manifestam a importância da Pesquisa na área. Na justificativa apresenta-se argumentos que convençam as pessoas que aquele trabalho é importante. É aconselhável questionar-se sobre: Qual a relevância do tema escolhido?
1.3 Justificativa
A preocupação com o meio ambiente se deve, dentre outros fatores, ao entendimento de que os recursos naturais são limitados e que as necessidades humanas são ilimitadas. Devido a isso e a outros importantes fatores as empresas passam a adotar medidas que possibilitem um maior cuidado com o ambiente, seja desenvolvendo produtos e serviços que minimizem a agressão ao meio ambiente ou que de uma forma ou outra revertam o dano causado por elas. Esta vertente toma corpo e se torna evidente quando começa-se a observar que os consumidores passam a adquirir, para seu consumo, produtos que sejam fabricados de acordo com as normas ambientais ou que promovam algum tipo de trabalho voltado para o meio ambiente. Prova disso são as propagandas que cada vez mais ao invés de promover seus produtos por meio da explanação de suas qualidades ou vantagens, voltam seu foco para apresentar quais são seus projetos sociais e ambientais. Conforme
trajetória vem na tentativa de ser suporte para a resolução do problema), o acadêmico deve deixar claro qual é efetivamente sua abordagem, de forma específica e pontual.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Nesta seção realiza-se a revisão de literatura a qual busca esclarecer e situar o estudo, para tanto será realizado um breve comentário sobre a contabilidade enquanto ciência social, na sequência, serão explanadas questões referentes à contabilidade na área ambiental e por fim como está a pesquisa na área contábil, principalmente em relação à contabilidade ambiental.
2.1 Contabilidade Enquanto Ciência
Conforme Paris et al. (2011) diversos autores afirmam que a contabilidade surgiu juntamente com os primeiros povos e que os seus desenvolvimentos ocorreram de forma conjunta. Nesse sentido, Silva (2010) aponta que a contabilidade nasce a partir da necessidade de se controlar os itens patrimoniais, de início para contar animais, alimentos e outras riquezas, sendo registrados em pedras em cavernas. Com o passar dos anos essas técnicas foram sendo aprimoradas. Porém, Paris et al. (2011) comentam que ao longo da História a contabilidade não evoluiu de maneira uniforme, mas a partir da globalização são alcançadas grandes conquistas, entre elas as trocas de conhecimento entre os diversos grupos sociais sendo possível a adoção de pesquisas práticas com parceiros internacionais. Ainda em relação a isso, os autores destacam que a evolução da contabilidade é influenciada pelas necessidades dos ambientes das organizações, com esse fato surge a preocupação com a questão socioambiental, que vem sendo cada vez mais discutida pelas organizações. Segundo Marion (2009) a contabilidade é uma ciência social, pois estuda o comportamento das riquezas que se integram no patrimônio em face das ações humanas. De acordo com Scarpin (et al., 2008, p. 25) “[...] sendo a contabilidade uma ciência social, o seu desenvolvimento terá sentido mais amplo se for em benefício da sociedade.”
Considerada como um grande instrumento que auxilia a administração na tomada de decisões por meio da coleta de dados econômicos, mensuração monetária, registro dos dados e evidenciação em relatórios que projetam os resultados da empresa e avaliam o desempenho dos negócios, atuando como diretrizes para a tomada de decisões. (MARION, 2009). Ainda nesse sentido, Scarpin ( et al,. 2008) consideram que a contabilidade procura subsidiar os elementos necessários á correta aplicação das informações para as áreas ou setores econômico-financeiros específicos das organizações. Iudícibus (2009) aponta que o objetivo da contabilidade é fornecer aos usuários, independentemente de sua natureza, um conjunto básico de informações com a intenção de atender as necessidades dos usuários. Em congruência com este objetivo Silva e Martins (2009) afirmam que a Contabilidade como ramo do saber é capaz de contribuir para o progresso da nação. As mudanças dos ambientes sociais implicam exigir novas observações dos fatos ligados ao homem, logo se faz necessário, com o passar do tempo, buscar novas formas de auxiliar os gestores e as empresas, ou seja, se adequar as mudanças e as novas exigências da sociedade, como é o caso da contabilidade ambiental.
2.2 Contabilidade Ambiental
Segundo Nascimento (1997), em 1970 houve uma reunião, na cidade de Roma, Itália, em que foram discutidas questões relacionadas à preservação do meio ambiente. Desta reunião resultou o documento denominado “Limites do Crescimento”, onde se alertava para a necessidade de diferenciar crescimento de desenvolvimento econômico. Este documento foi muito importante para despertar a consciência ecológica mundial e colaborou para que fosse realizada em Estocolmo a Primeira Conferência das Nações Unidas para discutir especificamente temas ambientais. Um fator importante destacado por Nascimento (1997) é que atualmente considera-se que as empresas que dispõem de inovação tecnológica podem preservar mais o meio ambiente, ao contrário as que desfrutam de poucas e pequenas tecnologias são consideradas mais propensas a causar problemas ambientais como a poluição.
Segundo Paiva (2006), designou-se o termo Contabilidade Ambiental para o registro e geração de relatórios com a finalidade de: auxiliar a elaboração do planejamento estratégico; servir de parâmetro no gerenciamento das atividades-alvo; fornecer informações externas no sentido de prestação de contas das atividades ambientais. Scarpin (et al., 2008) consideram que a contabilidade ambiental se presta ao estudo do patrimônio, bens, direitos e obrigações ambientais da entidade, tendo como objetivo o fornecimento dessas informações aos usuários internos e externos realizando sua identificação, mensuração e evidenciação. Os autores apontam que a contabilidade ambiental subdivide-se em três grupos, sendo eles a contabilidade ambiental nacional, a financeira e a gerencial. No que se refere à contabilidade ambiental nacional Paiva (2006), pondera que a mesma se presta ao acompanhamento das atividades econômicas que se relacionam com o meio ambiente, abrangendo a exploração de jazidas de minérios, reservas florestais, controle da utilização de água e uso do solo. Segundo Scarpin (et al., 2008) a contabilidade ambiental nacional pode ser utilizada para avaliar as reservas e o consumo dos recursos naturais, podendo ser utilizada para mensurar o PIB de um determinado produto. Em consonância tem-se a afirmação de Paiva (2006) de que a Contabilidade Ambiental deve priorizar a elaboração e fornecimento de subsídios para a avaliação do desempenho de empresas e gerar informações sobre seu relacionamento econômico com o meio ambiente. De acordo com Paiva (2006), a Contabilidade Ambiental Gerencial possui âmbito interno, destinando-se a utilização de gestores para tomadas de decisão, não tendo a obrigação de seguir as formas legais de divulgação. É o processo de identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação das informações financeiras utilizadas pelos gestores para planejamento de uma organização. Nesse sentido Scarpin (et al., 2008) apontam que a Contabilidade Ambiental Gerencial tem por objetivo subsidiar a gestão ambiental, sendo instituída para atender às necessidades internas da empresa. Outro fator destacado pelos autores é que a Contabilidade Ambiental Gerencial faz uso de dados e informações que transcendem os de natureza financeira fazendo com que não estejam sujeitos à obediência dos princípios
contábeis sendo estruturada em função das necessidades gerenciais da empresa para auxiliar no controle e na tomada de decisão. (SCARPIN et al_._ , 2008). Portanto, conforme Paiva (2006) pode-se considerar todos os dados e informações que auxiliem as decisões internas da empresa e que abranjam as atividades unidas ao processo produtivo e classificadas como potenciais causadores de problemas ambientais. Bacelo (et al., 2012) apontam que de acordo com a Environmental Protection Agency ( EPA) a contabilidade ambiental gerencial busca auxiliar no gerenciamento de emissões de resíduos originados do processo produtivo que podem ser potenciais causadores de problemas ambientais. A Contabilidade Ambiental deve priorizar, segundo Paiva (2006), a elaboração e fornecimento de subsídios para a avaliação do desempenho de empresas e gerar informações sobre seu relacionamento econômico com o meio ambiente. Em relação à contabilidade ambiental financeira, Bergamini Junior (2010) apud Scarpin (et al.,2008) apresenta que a mesma deve assegurar que os custos, ativos e passivos ambientais sejam contabilizados em conformidade com os Princípios Fundamentais de Contabilidade, além de o desempenho ambiental da empresa ser transparente entre os usuários. De acordo com Paiva (2006) a Contabilidade Ambiental Financeira tem como objetivo o apoio a avaliação do desempenho e tomada de decisões em relação à empresa pelos usuários de contabilidade como um todo, considerando a questão ambiental e compreendendo: Auxílio na condução de medidas que possam atingir o ponto mais elevado na preservação ambiental; e, Contribuição para o processo de compatibilização do desenvolvimento econômico sustentável.
2.2.1 Contabilidade Ambiental no Brasil
No que se refere ao Brasil, temos a partir de 1981 algumas leis que tratam da conservação ambiental, dentre as quais podemos citar: Lei n. 6938 de 31/08/81 que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências; Constituição Federal de 1998 que dispõe sobre os princípios que norteiam a base da política ambiental no Brasil; e, a Lei n. 9.605 de 12/02/98 – Lei de Crimes Ambientais que dispõe sobre as sanções
( Total Quality Environmental Management - TQEM) destacado pelos autores como um importante agente para a mudança cultural da organização, sendo ainda um veículo pelo qual as empresas aprenderam a tornar - se mais sensíveis aos consumidores e as suas necessidades, avaliando o próprio sucesso. Para Azevedo e Teixeira (2009) o TQEM busca envolver todos integrantes de uma organização para produzir e comercializar bens e serviços que atendam as expectativas ambientais, sendo considerado um complemento dos princípios e práticas de gestão da qualidade total. Outro importante fator relacionado a responsabilidade ambiental destaca-se a criação da ISO 14000 ( International Standardization Organization ), esta que refere-se às normas de gestão ambiental que afetam todos os aspectos da responsabilidade ambiental da gerência de uma empresa, estando relacionada com o desempenho ambiental e com a eficiência da mesma. (NASCIMENTO, 1997). A partir das normas ISO 14000 começa-se a delinear uma tendência de se estabelecer um tripé para a montagem de indicadores, sendo: operacionais, gerenciais e de condição ou “estado-da-arte” ambiental. (DEMAJOROVIC; SANCHES, 1999). Em consonância, Queiroz et al. (2009) apontam que a ISO 14001 define diretrizes para uso da especificação de um sistema de gestão ambiental e estabelece uma correspondência com a ISO 9001, ou seja, seu objetivo é promover a organização de elementos para um Sistema Gerencial Ambiental (SGA) eficaz e passível de integração com os outros objetivos da organização. Nesse sentido Azevedo e Teixeira (2009) ponderam que a implementação de um SGA depende da certificação por parte da empresa da ISO 14001 a qual propõe uma série de procedimentos e padrões que possibilita que as empresas tenham um sistema de gerenciamento ambiental mais efetivo. Para que em uma empresa ocorra à implantação de um SGA, assim como o previsto na NBR ISO 14001, deve haver um processo de mudança organizacional por meio do cumprimento de 17 requisitos divididos em cinco grupos ou fases de implementação: a política ambiental ; o planejamento ; a implementação e operação ; a verificação e ação corretiva ; e a análise crítica (CAMPOS et al. , 2006), A certificação NBR ISO 14001 exige a superação da inércia criada pelos hábitos correntes da organização, bem como o acúmulo de novos comportamentos e
conhecimentos sobre ações ambientalmente responsáveis. (BANDEIRA-DE-MELLO et al. , 2003).
2.2.3 Demonstrativos Socioambientais
O comportamento funcional da riqueza de uma organização deve atender ao individuo e igualmente ao ambiente onde a mesma está inserida. Diante disso entende-se que a empresa deve agregar não apenas a si mesma, mas também à sociedade. (SÁ, 2001 apud TINOCO; KRAEMER, 2011). A partir disso os autores observam que a contabilidade possui instrumentos que colaboram com a identificação do nível de responsabilidade social dos agentes econômicos. Dentre estes instrumentos pode-se citar o Balanço Patrimonial e o Social, a Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, Notas Explicativas bem como Relatórios internos da empresa. (SILVA, 2009, CARVALHO, 2010, TINOCO; KRAEMER, 2011). De acordo com Pinto e Ribeiro (2004) tornar pública a responsabilidade social é a principal função do Balanço Social, no qual são expressos o que a empresa faz interna e externamente nas áreas social, econômica e ambiental. Segundo Tinoco (2006), o objetivo do Balanço Social é ser equitativo e comunicar informação que satisfaça a necessidade de quem dela precisa. O modelo de Balanço Social engloba o valor adicionado e sua distribuição, além das informações de caráter social, ambiental e de responsabilidade corporativa e pública. Tinoco e Kraemer (2011) enaltecem que o Balanço Social representa uma forma extraordinária de ver a função social da empresa, informando a sociedade sobre a relação da empresa com o meio ambiente, evidenciando o que é obrigada a gastar, ou o que faz voluntariamente como forma de prevenção ou para remediar, essa postura de respeito ao meio ambiente deixou de ser uma simples causa defendida pelos movimentos sociais e tornou-se uma exigência legal do mundo dos negócios. O Plano de Contas Ambiental constitui-se no conjunto de contas que deve ser utilizado por uma organização na contabilização de suas operações, ou seja, de todos os fatos contábeis mensuráveis monetariamente, sendo o Balanço Patrimonial um dos demonstrativos em que podemos visualizar estas contas. (SILVA, 2009).
Conforme Carvalho (2010) as contas são elementos fundamentais no registro e na evidenciação de fatos contábeis, sem as contas nada poderia ser escriturado ou demonstrado contabilmente. Apesar da maioria das empresas não evidenciar os fatos contábeis ambientais a legislação brasileira é extensa. A ausência destes registros pode causar grandes prejuízos para as empresas, a curto e longo prazo, pois a real situação patrimonial da empresa não é evidenciada (CARVALHO, 2010). Dentre as variáveis ambientais que são encontradas na contabilidade podemos citar o dano ambiental, os custos ambientais, os ativos e passivos ambientais. (TINOCO; KRAEMER, 2011). Dano ambiental constitui vários significados que designam, certas vezes, alterações nocivas ao meio ambiente e outras, ainda, os efeitos que tal alteração provoca na saúde das pessoas e em seus interesses. O dano ambiental começa com a sua própria definição, que pode abranger os prejuízos causados aos recursos ambientais, aos elementos que interagem com a natureza, dentre eles o próprio homem (QUEIROZ et al., 2009). Os custos ambientais são obtidos a partir da soma de todos os custos dos recursos utilizados nas atividades desenvolvidas com o propósito de controle, preservação e recuperação nesse setor. Já as despesas ambientais são todos os gastos envolvidos com o gerenciamento ambiental, consumidos no período e incorridos na área administrativa. (RIBEIRO, 2006). Os ativos ambientais são constituídos por todos os bens e direitos possuídos pelas empresas, que tenham capacidade de geração de beneficio econômico em períodos futuros e que visem à preservação, proteção e recuperação ambiental, podem estar na forma de capital circulante ou fixo. Santos et al. (2001) apontam exemplos de ativos ambientais do balanço patrimonial: nas disponibilidades, os valores oriundos de uma receita ambiental; no curto ou longo prazo, direitos originários de uma receita ambiental e os estoques quando relacionados com produtos reaproveitados do processo operacional. Em relação ao não-circulante, tem-se: investimentos, a participação societária em empresas ecologicamente responsáveis; imobilizado, bens destinados a manutenção do gerenciamento ambiental como filtros de ar e equipamentos da estação de tratamento de efluentes; intangível, a certificação ISO 14001 que trará valorização da imagem e marca da empresa.
Já o passivo ambiental refere-se aos benefícios econômicos ou aos resultados que serão sacrificados em razão da necessidade de preservar, proteger e recuperar o meio ambiente, de modo a permitir a compatibilidade entre este e o desenvolvimento econômico, ou em decorrência de uma conduta inadequada em relação a estas questões. Ambos devem ter classificação, controle e divulgação destacados. Na publicação das demonstrações contábeis suas participações devem ser informadas de forma sintetizada, em notas explicativas (RIBEIRO; 2006). No que se refere às contas do passivo, Santos et al. (2001) destacam: Capital de Terceiros, empréstimos de instituições financeiras para investimento na gestão ambiental, compra de equipamentos e insumos para o controle ambiental, multas decorrentes a infração ambiental, remuneração de mão-de-obra especializada, indenizações ambientais; Capital Próprio, aumento do capital com destinação exclusiva para investimentos em meio ambiente ou pagamento de um passivo ambiental, lucro em programas ambientais. Outro ponto a ser destacado é a questão dos fluxos de caixa, Ribeiro (2006) pondera que embora seja de fundamental importância assegurar os fluxos de caixa futuros e a rentabilidade do negócio, os gastos na aquisição ou no desenvolvimento de tecnologias, máquinas e equipamentos antipoluentes prejudicam, via de regra, o fluxo atual de caixa, das empresas. Os desembolsos adicionais, na área ambiental, requeridos pelos processos produtivos, se bem administrados, podem resultar em economia de custos, essencialmente, no que se refere à redução de perdas de matéria prima, à otimização de produtividade e à melhoria das condições de competitividade do mercado. Além do mais, de forma geral, esses investimentos podem reduzir, drasticamente, o volume de gastos com a recuperação de áreas degradadas, multas (as quais se tornaram bastante relevantes) e obrigações de ressarcimento a terceiros por danos ambientais provocados (RIBEIRO; 2006).
2.2.6 Evolução da Contabilidade Ambiental
Conforme apontado por Paiva (2006), a Contabilidade Ambiental é utilizada para o registro e geração de relatórios que se destinam a elaboração do planejamento estratégico dentre outros fatores.
Os métodos aqui citados são muito importantes, pois representam os caminhos a serem utilizados pelo pesquisador para se chegar ao objetivo por ele traçado. Ainda nesse sentido, temos que os conhecimentos devem ser sistematizados e que a contabilidade como uma ciência carece de um critério rigoroso de sistematização de suas atividades. (SILVA, 2006). Segundo Beuren (2012) o período anterior à pesquisa é tão importante quanto à pesquisa em si, pois o que se define neste momento refletirá na melhor ou pior qualidade do trabalho final. Em consonância com estes conceitos temos a probabilidade científica, ou seja, que a ciência não possui uma verdade absoluta, assim Silva (2006) destaca que todas as pesquisas na área contábil que hoje são firmadas, futuramente poderão ser substituídas por outras. De acordo com Silva (2006) a contabilidade é considerada uma ciência factual, pois é uma ciência social aplicada que tem como seu objeto de estudo o Patrimônio, este que necessita de interpretação racional, sistemática, analítica, verificável e explicativa. Especificamente, conforme apontado por Siqueira (2009) a área de pesquisa contábil começa a se desenvolver mais a partir do século XXI com a criação do congresso de Controladoria e Contabilidade da USP em 2001 e da ANPCONT com os programas de mestrado e doutorado em contabilidade no país. Apesar de já haverem anteriormente outras formas de divulgação da pesquisa contábil, como a Revista Brasileira de Contabilidade, foi a partir destes dois congressos que a pesquisa começou a se desenvolver de maneira mais acentuada e demostrar que a contabilidade não representa apenas a emissão de relatórios que venham a satisfazer o fisco, mas sim que é uma das mais importantes aliadas das organizações na tomada de decisão. (SIQUEIRA, 2009). De acordo com Theophilo (2007) nos últimos anos há um crescente aumento da produção científica na área de Contabilidade, sendo a sua maioria bibliométricos baseados na avaliação quantitativa de artigos e outros estudos científicos. Junto com o desenvolvimento da área de pesquisa contábil está o avanço da contabilidade ambiental. Um dos estudos que busca o conhecimento de como está à pesquisa em contabilidade no Brasil é o de Espejo et al. (2008). Este estudo buscou analisar as tendências temáticas e metodológicas das publicações da Revista Contabilidade &
Finanças (RCF) e nos periódicos internacionais The Accounting Review (TAR) e Accounting, Organizations & Society (AOS) entre 2003 e 2007_._ Com este estudo, os autores esperavam que houvesse um estímulo à produção científica brasileira e, assim, a disseminação e a evolução do conhecimento de natureza contábil. (ESPEJO, CRUZ, LOURENÇO, 2008) No que se refere à pesquisa em contabilidade ambiental, existem diversos estudos, que se propõem a investigar a área como o artigo: A Questão Social e Ambiental na Revista Brasileira de Contabilidade: Uma Análise dos Artigos Publicados no Final do Século XX, de José Ricardo Maia de Siqueira publicado na Revista de Contabilidade da UFBA em 2011. Neste artigo o autor se propõe a identificar qual o reflexo do crescente questionamento que emana da sociedade em relação aos princípios que norteiam a visão dominante de desenvolvimento na produção intelectual contábil publicada na Revista Brasileira de Contabilidade no final do século XX. Para tanto, o autor apresenta como objetivo do estudo analisar os artigos relacionados à temática socioambiental publicados na Revista Brasileira de Contabilidade no período de 1971 a 2000. (SIQUEIRA, 2011). Neste estudo o autor encontra que houve uma evolução no período pesquisado, bem como que há uma crescente preocupação da classe contábil com os desafios que serão encontrados na evidenciação das questões socioambientais, sendo que a mesma se altera de autor para autor. Há também a preocupação com a auditoria e os relatórios sociais, com o desenvolvimento de habilidades profissionais, a empresa em consonância com o meio ambiente e com o surgimento do balanço social. (SIQUEIRA, 2011). Outro estudo sobre contabilidade ambiental é o de Gallon et al. (2007) que buscou as características metodológicas dos artigos publicados entre os anos de 2000 a 2006. Foram catalogados 186 artigos em que o número de autores varia entre um e três, sendo que a maioria dos estudos são práticos, empíricos e utilizam fontes primárias no setor privado por meio de metodologia qualitativa, ou seja, os estudos não são muito elaborados e sua aplicação é pouco profunda em relação ao assunto.