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Produção e Exportação de Carne de Frango no Brasil: Dados e Tendências, Resumos de Biologia Animal

Dados sobre a produção, exportação e consumo de carne de frango no brasil, incluindo informações sobre os principais produtores mundiais, evolução das exportações e importações, e fatores que influenciam o crescimento da indústria. O documento também discute as tendências atuais e perspectivas para o futuro.

O que você vai aprender

  • Quais são as principais regiões de destinação das exportações de carne de frango brasileira?
  • Quais são os principais destinos de exportações de carne de frango brasileira?
  • Quais são as tendências atuais e perspectivas para a produção e exportação de carne de frango no Brasil?
  • Quais são os três maiores produtores mundiais de carne de frango?
  • Quais são os fatores que influenciam o crescimento das exportações de carne de frango no Brasil?

Tipologia: Resumos

2021

Compartilhado em 15/02/2021

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ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.18; p. 2014
1666
EVOLUÇÃO DA AVICULTURA DE CORTE NO BRASIL
Wesley Osvaldo Pradella Rodrigues
1
, Rodrigo Garófallo Garcia
2
, Irenilza de Alencar
Nääs
3
, Carolina Obregão da Rosa
1
, Carlos Eduardo Caldarelli
2
1.Mestrandos em Agronegócios da Universidade Federal da Grande Dourados,
Dourados, MS. wesley174@uol.com.br
2.Docentes do Programa de Pós-Graduação em Agronegócios da Universidade
Federal da Grande Dourados, Dourados, MS
3.Pesquisadora Visitante Nacional Sênior - FCA - Universidade Federal da Grande
Dourados – Dourados, MS
Recebido em: 12/04/2014 – Aprovado em: 27/05/2014 – Publicado em: 01/07/2014
RESUMO
O desenvolvimento da cadeia avícola e o seu eficiente desempenho nas últimas
décadas estão relacionados a vários fatores. No entanto, esta cadeia é muito
competitiva e possui uma margem estreita de lucro, além de ser vulnerável a
condições sanitárias. Neste sentido, a configuração do panorama do cenário
econômico da avicultura pode auxiliar a corroborar ou retificar as possíveis
estratégias de inserção brasileira no mercado mundial. Assim, o objetivo do presente
artigo foi descrever o fluxo do comércio internacional da carne de frango,
considerando mudanças e perspectivas futuras para o Brasil, de modo a descrever o
atual cenário econômico para este setor. Para tanto, foram realizados levantamentos
em bancos de dados de várias instituições envolvidas no agronegócio. Os dados
levantados revelam a estrutura de mercado oligopolista que esta cadeia encontra-se
inserida, assim como, a evolução da produção, exportação, importação e consumo
do frango de corte. De modo geral, este estudo procurou contribuir com o
entendimento da evolução da cadeia produtiva do frango de corte nacional e mostrar
suas perspectivas de crescimento.
PALAVRAS-CHAVE: Agronegócio, carne de frango, exportações, importação,
produção.
EVOLUTION OF BROILER PRODUCTION IN BRAZIL
ABSTRACT
The development of broiler production and its efficient performance in recent
decades are related to several factors. However, this chain is very competitive and
has a narrow profit margin, as well as being vulnerable to flock health conditions. In
this sense, the broiler production configuration scenario can help to verify or correct
the possible strategies of Brazilian insertion into the world market. The objective of
this article was to describe the flow of international trade in broiler production,
considering changes and future prospects for Brazil, in order to describe the current
economic scenario for this sector. To this end, surveys on databases of various
institutions involved in agribusiness were done. Data collected revealed the oligopoly
market structure where this chain is inserted, as well as the evolution of the
production, export, import and consumption of broiler chicken. Overall, this study
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EVOLUÇÃO DA AVICULTURA DE CORTE NO BRASIL

Wesley Osvaldo Pradella Rodrigues^1 , Rodrigo Garófallo Garcia^2 , Irenilza de Alencar Nääs^3 , Carolina Obregão da Rosa^1 , Carlos Eduardo Caldarelli^2

1.Mestrandos em Agronegócios da Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS. wesley174@uol.com.br 2.Docentes do Programa de Pós-Graduação em Agronegócios da Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS 3.Pesquisadora Visitante Nacional Sênior - FCA - Universidade Federal da Grande Dourados – Dourados, MS

Recebido em: 12/04/2014 – Aprovado em: 27/05/2014 – Publicado em: 01/07/

RESUMO

O desenvolvimento da cadeia avícola e o seu eficiente desempenho nas últimas décadas estão relacionados a vários fatores. No entanto, esta cadeia é muito competitiva e possui uma margem estreita de lucro, além de ser vulnerável a condições sanitárias. Neste sentido, a configuração do panorama do cenário econômico da avicultura pode auxiliar a corroborar ou retificar as possíveis estratégias de inserção brasileira no mercado mundial. Assim, o objetivo do presente artigo foi descrever o fluxo do comércio internacional da carne de frango, considerando mudanças e perspectivas futuras para o Brasil, de modo a descrever o atual cenário econômico para este setor. Para tanto, foram realizados levantamentos em bancos de dados de várias instituições envolvidas no agronegócio. Os dados levantados revelam a estrutura de mercado oligopolista que esta cadeia encontra-se inserida, assim como, a evolução da produção, exportação, importação e consumo do frango de corte. De modo geral, este estudo procurou contribuir com o entendimento da evolução da cadeia produtiva do frango de corte nacional e mostrar suas perspectivas de crescimento. PALAVRAS-CHAVE: Agronegócio, carne de frango, exportações, importação, produção.

EVOLUTION OF BROILER PRODUCTION IN BRAZIL

ABSTRACT The development of broiler production and its efficient performance in recent decades are related to several factors. However, this chain is very competitive and has a narrow profit margin, as well as being vulnerable to flock health conditions. In this sense, the broiler production configuration scenario can help to verify or correct the possible strategies of Brazilian insertion into the world market. The objective of this article was to describe the flow of international trade in broiler production, considering changes and future prospects for Brazil, in order to describe the current economic scenario for this sector. To this end, surveys on databases of various institutions involved in agribusiness were done. Data collected revealed the oligopoly market structure where this chain is inserted, as well as the evolution of the production, export, import and consumption of broiler chicken. Overall, this study

aimed to contribute to the understanding of the evolution of the broiler national productive chain, and show their growth prospects. KEYWORDS: agribusiness, export, import, broiler meat, production.

INTRODUÇÃO A produção de frangos de corte, atualmente, é considerada uma atividade econômica internacionalizada e uniforme, sem fronteiras geográficas de tecnologia. Podendo ser considerada um complexo industrial que não deve ser analisado apenas sob o aspecto de produção e distribuição, e sim por meio de uma abordagem sistêmica do setor. As características desta atividade contribuem para aumentar a geração de emprego e de renda no campo. O sistema de integração desenvolvido no Brasil mostra-se ideal para pequenas propriedades (VIEIRA & DIAS, 2005). A avicultura brasileira destaca-se no mercado internacional de carnes. Ocupa desde 2011 a liderança na exportação de carne de frango e a terceira posição em produção mundial desse produto. De acordo com dados da União Brasileira de Avicultura – UBABEF (2013) em 2012, o Brasil foi o terceiro maior produtor mundial de carne de frango, produzindo um total de 12,6 milhões de toneladas de carne de frango, ficando atrás apenas dos EUA, que possui uma produção de 16,5 milhões de toneladas, se destacando como o maior produtor mundial do produto, e a China com uma produção de 13,7 milhões de toneladas, segundo maior produtor. A eficiência desta cadeia está relacionada a vários fatores, como: melhoramento de linhagens e insumos, investimentos em tecnologias de automatização do sistema produtivo, controle das condições sanitárias de criação, aperfeiçoamento de pessoal quanto ao manejo das aves, além do sistema de produção integrado (MAPA, 2012; OLIVEIRA & NÄÄS, 2012). No entanto, esta cadeia é muito competitiva e possui uma margem estreita de lucro, além de ser vulnerável a condições sanitárias. Neste sentido, a configuração do panorama do cenário econômico da avicultura pode auxiliar a corroborar ou retificar as possíveis estratégias de inserção brasileira no mercado mundial. Não obstante, verifica-se uma carência de estudos científicos que reúnam os dados econômicos de produção, exportação, importação e consumo de carne de frango, mais precisamente na última década. Diante do exposto, o objetivo do presente artigo foi descrever o papel da carne de frango no mercado internacional, considerando mudanças e perspectivas futuras para o Brasil.

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE FRANGOS DE CORTE

HISTÓRIA DO FRANGO DE CORTE NO BRASIL O desenvolvimento da cadeia produtiva do frango de corte na América do Sul ocorreu a partir da década de 1950, estruturando-se em três grandes fases. A primeira fase começou no Brasil, no período entre os anos de 1950 á 1970. Nesse período, a criação de aves era basicamente uma atividade de subsistência com poucos recursos para se desenvolver e se apresentava como uma atividade agropecuária sem expressão econômica. A criação de frangos para corte começou a se desenvolver com a introdução de novas linhagens das raças Leghorn e New Hampshire nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, com o objetivo de substituir as raças rústicas nas quais eram comercializadas vivas em feiras e alguns comércios da época. O processo de desenvolvimento de novas linhagens retomou o

Com relação às variações cambiais ocorridas na década de 2000, destaca-se a mudança do regime cambial para um sistema flutuante, nos anos de 1999 a 2002, a moeda brasileira sofreu forte depreciação ( overshooting ), entretanto, o setor do agronegócio se mostrou beneficiado com essa desvalorização cambial, apresentando uma expansão significativa das exportações do agronegócio, demonstrado pela participação de aproximadamente 50% das exportações totais do Brasil no ano de 2002. Após o ano de 2003, com a valorização crescente do Real perante a moeda norte-americana, as exportações do agronegócio apresentaram constantes quedas em suas taxas de crescimento nos primeiros anos, crescendo apenas 11,64% no ano de 2005, porém a avicultura continuou apresentando crescimento das exportações (SPOLADOR, 2007). LANA (2000), MENDES & SALDANHA (2004) E BARCZCZ & LIMA FILHO (2009) consideram que a reorganização da cadeia produtiva do frango de corte ocorreu principalmente através da implantação de modernas plantas industriais nos estados da região Centro- Oeste. MENDES & SALDANHA (2004) destacam a ocupação de novas plantas da agroindústria avícola no cerrado brasileiro e em novos projetos nos estados de Mato Grosso, Rondônia, Acre, Tocantins e no Nordeste brasileiro a partir de 2000. Para SILVA et. al. (2007) e ALBINO & TAVERNARI (2008), a expansão produtiva tornou a região Centro-Oeste um novo pólo de expansão para as grandes empresas processadoras, com perfil de produtores diferentes, tais como: contrato com um número reduzido de granjas com maior capacidade de produção; e a característica da região se destacar como maior produtora de milho e soja, base da alimentação das aves.

EVOLUÇÃO PELA QUALIDADE NA CADEIA DO FRANGO DE CORTE OLIVEIRA & NÄÄS (2012) destacam o uso da inovação e da tecnologia como principais fatores responsáveis pelo bom resultado na produção de frangos de corte no Brasil. Em 1930, o frango de corte comercializado vivo pesava em media 1,5 kg, com a idade de abate de 105 dias, e a taxa de conversão alimentar de 3,5 kg de ração por quilograma de carne de frango. Esses índices evoluíram notavelmente ao longo do tempo, em 2009, o frango de corte vivo possui peso médio de 2,6 kg, com idade de abate de 35,12 dias, e taxa de conversão alimentar de 1,839 kg de ração por quilograma de carne de frango (PATRICIO et. al., 2012, OLIVEIRA & NÄÄS, 2012). PATRICIO et. al. (2012) destacam uma consistência nos resultados obtidos entre as diferentes regiões geográficas, isso se deve principalmente à rápida disseminação de técnicas de gestão e de melhorias genéticas entre as empresas de frangos de corte. Os autores também atribuem o bom desempenho ao melhoramento genético, controle e condições sanitárias, melhorias na nutrição e no manejo da criação. ESPÍNDOLA (2012) destaca alguns programas de melhoramento genético que contribuíram para os bons resultados da avicultura brasileira, entre eles se destacam: a Inseminação Artificial (IA); a Transferência de Embriões (TE); a micro manipulação e produção in vitro de embriões; e a clonagem e produção de animais transgênicos. Com relação às novas perspectivas para a área de melhoramento genético, ESPÍNDOLA (2012) destaca o aprofundamento da busca do genoma do frango de corte, buscando a melhora genética contínua das características e na maximização da produção de carne de alta qualidade com o mínimo de custos produtivos. Os avanços nas áreas com a tecnologia da informação integrada com a genética

molecular possibilitam grandes melhorias das técnicas de seleção e cruzamento de novas aves. O presente artigo visa esclarecer os dados quantitativos coletados dentro de determinado período histórico (GIL, 2010). Assim, esta pesquisa analisa a evolução do mercado nacional e internacional da carne de frango, para o período de 2000 a

Primeiramente, procedeu-se um levantamento bibliográfico com o objetivo de amadurecer e aprofundar conceitos e contexto histórico, o qual ocorreu no período de março a novembro de 2013. Buscaram-se trabalhos nacionais na base de dados Periódicos Capes. Posteriormente, os dados secundários foram levantados através de buscas em banco de dados governamentais e principais instituições relacionadas com esta temática, como: MAPA, FAO, IBGE, UBABEF, entre outros. Finalmente, os cenários anterior, atual e prospectivos foram descritos. Os resultados seguem, inicialmente, apresentando os dados históricos da última década quanto à produção, exportação e importação mundial de carne de frango. Posteriormente, apresenta-se o panorama do mercado nacional.

PANORAMA DO MERCADO INTERNACIONAL: PRODUÇÃO, EXPORTAÇÃO E

IMPORTAÇÃO

A produção cresceu significativamente entre 2000 a 2011, saltando de 58. mil toneladas para 89.851 mil toneladas (FAOSTAST/FAO, 2013a) (Tabela 1).

TABELA 1 – Produção mundial de carne de frango, principais países (mil toneladas) Participação Rank País (^2000 2005 2010) 2011 (%) 1º Estados Unidos 13.944 16.041 16.971 19, 2º China 9.064 9.965 12.153 13, 3º Brasil 5.981 7.866 10.693 12, 4º Federação da Rússia 755 1.346 2.563 3, 5º México 1.825 2.437 2.681 3, 6º Índia 864 1.403 2.193 2, 7º Irã 803 1.237 1.650 1, 8º Argentina 958 1.010 1.598 1, 9º Indonésia 804 1.126 1.540 1, 10º Turquia 643 937 1.444 1, Fonte: FAOSTAST/FAO (2013a).

A produção de carne de frangos dos maiores produtores mundiais (Tabela 2), Estados Unidos, China e Brasil figuram como os três maiores países produtores individuais. Os três maiores países produtores, representaram 45,26% da produção mundial de carne de frangos, no ano de 2011. O Brasil, individualmente, foi responsável por 12,71% do total produzido. A produção mundial apresentou um crescimento de 53,07% entre os anos de 2000 a 2011. O Brasil, no período

TABELA 3 – Exportação mundial de carnes de frango processada, principais países (mil toneladas). Participação Rank País (^2000 2005 2010) 2010 (%) 1º Tailândia 100,62 279,57 427,61 26, 2º Brasil 10,69 133,06 250,62 15, 3º Holanda 53,97 99,05 163,44 10, 4º Alemanha 27,12 66,72 148,22 9, 5º Estados Unidos 66,29 106,43 133,07 8, 6º França 61,13 41,9 55,99 3, 7º Bélgica 22,95 27,66 50,93 3, 8º Irlanda 22,68 47,27 45,65 2, 9º Dinamarca 9,51 19,39 40,32 2, 10º Reino Unido 16,92 32,62 38,35 2, Fonte: FAOSTAST/FAO (2013b).

A evolução das exportações mundiais de carne de frango processada apresentou um crescimento de 238,75% no período analisado. As exportações brasileiras apresentaram o significativo crescimento de 2.244,44%, partindo de 10, mil t no ano de 2000, e atingindo 250,62 mil t no ano de 2010. Aa Tailândia se destaca como sendo o maior exportador de carne de frango processada, sendo responsável por 26,81% do total exportado no ano de 2010. O Brasil segue em segundo colocado, com a participação de 15,71%, e a Holanda com participação de 10,25%, juntos foram responsáveis por 52,77% das exportações em 2010 (FAOSTAST/FAO, 2013b). De acordo com a USDA (2013), devido à gripe aviária, alguns dos principais países exportadores de carne de frango congelada, como a Tailândia e China, mudaram grande parte das suas exportações para produtos processados. Devido aos maiores custos, esses produtos são comercializados para países desenvolvidos da Ásia, Europa e Oriente Médio. A China, Arábia Saudita e Rússia se destacam como os maiores importadores mundiais, suas importações somadas representam 28,56 % do total importado no mundo (Tabela 4) (FAOSTAST/FAO, 2013b). A evolução das importações mundiais de carne de frango congelada apresentou um crescimento de 58,48% no período analisado.

TABELA 4 – Mundo: importação de carnes de frango congelada, principais países (mil toneladas). Participação Rank País (^2000 2005 2010) 2010 (%) 1º China 1.811 908 1.648 16, 2º Arábia Saudita 276 451 645 6, 3º Rússia 580 1.204 603 5, 4º México 212 357 536 5, 5º Vietnã 0 5 507 5 6º Japão 568 419 420 4, 7º Reino Unido 259 353 342 3, 8º Holanda 111 271 308 3, 9º Alemanha 195 221 299 2, 10º França 124 181 292 2, Fonte: FAOSTAST/FAO (2013b)

Verifica-se que a China se apresenta como o maior importador de carne de frango congelada, sendo responsável pela importação de 16,26% do total importado no ano de 2010. A Arábia Saudita se destaca pelo salto nas importações de 133,70%, entre o período analisado, superando as importações da Rússia no ano

  1. O desempenho importador do Vietnã também merece destaque, o país apresentou um crescimento médio de 221,43% a.a. nas importações entre 2006 a 2010, superando as importações de países tradicionais, como Japão, Reino Unido e Holanda. A evolução das importações mundiais de carne de frango processada apresentou um crescimento de 202,14% no período analisado. Japão, Reino Unido e Holanda se destacam como os principais importadores de carne de frango processada, juntos, são responsáveis pela importação de 53,74% do total comercializado (FAOSTAST/FAO, 2013b).

PANORAMA DO MERCADO NACIONAL Este item tem como objetivo apresentar a evolução da produção de carne de frango brasileira, bem como das importações e exportações e, por fim, da demanda doméstica. Assim, esse tópico será desenvolvido elo a elo da cadeia.

Produção De acordo com dados do Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA (2013), a produção brasileira de carne de frango cresceu significativamente entre 2000 a 2012, saltando de 5.081,97 mil toneladas em 2000, para 11.533,48 mil toneladas em 2012 (Figura 1).

FIGURA 2 – Brasil: produção de carne de frango, participação dos principais estados federativos. Fonte: IBGE – Sistema SIDRA (2013).

O estado do Paraná foi o maior produtor de carne de frango, sendo responsável pela produção de 26,9% do total produzido, em 2º lugar seguiu o estado de Santa Catarina, representando 18,6%, o estado de São Paulo acompanhou em 3º lugar, produzindo 13,5%. O estado de Mato Grosso do Sul ocupou a 8ª posição, sendo responsável por 3,1%. Os estados da Bahia, Pernambuco, Pará, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraíba, Ceará, Piauí, Alagoas e Sergipe juntos representaram apenas 5,6% da produção total de frango de corte em 2012 (IBGE/SIDRA, 2013).

Exportação As evoluções das exportações mundiais de carne de frango tiveram um crescimento superior a 75% no período analisado. O Brasil se destaca como o maior exportador mundial de carne de frango, devido à exportação de 3.827,00 mil toneladas em 2012 (IBGE/SIDRA, 2013). As exportações brasileiras apresentaram o significativo crescimento médio de 26,83% a.a., de 2000 a 2012. De acordo com projeções da USDA (2013), as exportações brasileiras de carne de frango deverão aumentar em 24,53% até 2019 com relação aos níveis de 2012, atingindo 4.765 mil toneladas (Figura 3).

FIGURA 3– Brasil: evolução e projeção das exportações de carne de frango (mil toneladas). Fonte: Adaptado de USDA (2013).

A exportação de carne de frango tem sido um importante elemento de alavancagem do crescimento da avicultura nacional. Levando o setor a incorporar tecnologias cada vez mais avançadas, aumentando a sua competitividade, elevando os níveis de sanidade dos produtos a busca por redução de custos. Em termos de receita, as exportações de carnes geraram resultados de US$ 15.266 milhões, somente as exportações de carne de frango foram responsáveis por US$ 7. milhões em 2012 (SECEX/MIDIC/ALICEWEB, 2013). Os principais destinos da carne de frango são apresentados na Figura 4.

FIGURA 4 – Brasil: principais destinos da carne de frango em 2012. Fonte: SECEX/MDIC – Sistema ALICEWEB (2013).

A Arábia Saudita foi o principal destino das exportações brasileiras de carne de frango em 2012, o país foi responsável pela compra de 627,15 mil toneladas de carne de frango, respondendo por 16,39% das exportações brasileiras. O Japão se destaca como sendo o segundo maior importador, sendo responsável pela compra de 382,35 mil toneladas de carne de frango, representando 9,99% do total

milhões, e correspondendo a 5,53% das exportações. Os países da Europa, desconsiderando os países membros da EU, importaram 118,00 mil toneladas de carne de frango, somando a receita cambial de US$ 258,30 milhões. A Oceania foi a região na qual menos importou carne de frango, importando apenas 2,188 mil toneladas, resultando uma receita cambial de US$ 4,70 milhões, e representando apenas 0,06% da comercialização de carne de frango em 2012 (SECEX/MIDIC/ALICEWEB, 2013). A evolução das exportações brasileiras por tipo de produto no período de 2000 a 2012 estão apresentados na Figura 6.

FIGURA 6 – Brasil: exportação de carne de frango por tipo de produto (mil toneladas). Fonte: SECEX/MDIC – Sistema ALICEWeb (2013).

As exportações de carne de frango em cortes foram as que mais cresceram (32,63% a.a.), no período analisado, indo de 436 mil toneladas em 2000 para 2. mil toneladas em 2012. As exportações de frango congelado inteiro demonstraram a segunda melhor evolução, crescendo 202,13% no mesmo período, e sendo responsável por 37,04% do total das exportações de carne de frango em 2012 (SECEX/MIDIC/ALICEWEB, 2013). Com relação às exportações de carne de frango industrializado se apresentaram um baixo crescimento entre os anos de 2000 a 2010, seguidos por uma brusca queda, de 268 mil toneladas para apenas 89 mil toneladas em 2012 (SECEX/MIDIC/ALICEWEB, 2013). As exportações brasileiras de carne de frango tipo salgados começaram a partir do ano de 2006, exportando apenas 5 mil toneladas, e se destacam pelo seu crescimento significativo, saltando para 177 mil toneladas em 2012, apresentando um crescimento médio de 573,34% a.a. A evolução dos maiores estados brasileiros exportadores de carne de frango é apresentada na Erro! A origem da referência não foi encontrada.. Em 2012, os estados do Paraná, Santa Cataria e Rio Grande do Sul se destacam com os maiores exportadores, suas exportações somadas, representam 72,81% do total das exportações brasileiras (SECEX/MIDIC/ALICEWEB, 2013). O estado do Paraná apresentou um aumento nas exportações de 332,13%, exportando 251,85 mil toneladas em 2000 para 1.088,30 mil toneladas em 2012. O estado de Santa Catariana se destaca como o segundo maior exportador,

exportando 961,57 mil toneladas em 2012, e sendo responsável por 25,13% das exportações de carne de frango no ano. O estado do Rio Grande do Sul foi o terceiro maior exportador, exportando 736,30 mil toneladas, e sendo responsável por 19,24% das exportações em 2012. O desempenho exportador do estado de Mato Grosso merece destaque, os estado viu suas exportações aumentaram em media 302,97% a.a., entre os anos de 2000 a 2012, saltando de 4,69 mil toneladas em 2000 para 175,20 mil toneladas em 2012. O estado de Mato Grosso do Sul, se destacou como o oitavo maior exportador brasileiro, exportando 125,26 mil toneladas, e sendo responsável por 3,27% do total das exportações em 2012 (SECEX/MIDIC/ALICEWEB, 2013).

Importação O Brasil, apesar de ser o terceiro maior produtor mundial de frangos de corte e o maior exportador mundial do produto, ainda depende da compra de material genético de outros países, como Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha. A evolução das importações brasileiras de materiais genéticos para a cadeia produtiva do frango de corte está descrita na Tabela 5.

TABELA 5– Brasil: importação de material genético (mil US$). Material genético 2000 2004 2008 2012 Galos e galinhas, peso<=185 g, de linha pura/hibrida, para reprodução 13.194,26^ 3.652,30^ 6.102,85^ 1.680, Outros galos e galinhas, vivos, peso não superior a 185 g 27,58^ 0,00^ 11,26^ 0, Ovos de aves da espécie Gallusdomesticus , para incubação 0,00 0,00 0,00 16.590,

Total 13.221,84 3.652,30 6.114,11 18.271, Fonte: SECEX/MDIC – Sistema ALICEWEB (2013).

Pode-se destacar que as importações de material genético (bisavós e avós) (Tabela 5) vêm demonstrando queda nos últimos anos no Brasil, pois o País está comprando cada vez menos avós e mais bisavós, e multiplicando-as internamente. Nesta cadeia, as atividades de produção de matrizes, a partir da compra de avós, geralmente constituem função de um único elo produtivo, as empresas processadoras de carne de frango. Essas empresas realizam tanto compra de matrizes como de avós, de empresas como a Aviagen do Brasil, Cobb - Vantress , Granja Planalto, Hendrix Genetics , Hubbard do Brasil Avicultura e HyLine do Brasil (UBABEF, 2013).

Consumo A Figura 7 apresenta a evolução do consumo de carne de frango per capita no Brasil no período de 2000 a 2012. Observa-se que o consumo passou de 29,91 kg por habitante em 2000, para 45 kg em 2012, com crescimento médio de 4,20% a.a. O grande salto no consumo per capita se deu a partir de 2009, quando o consumo passou de 38,47 kg por habitante, para 45 kg por habitante em 2012, crescendo 16,97% no período. Analisando os anos de 2005 e 2006, nota-se que mesmo com as suspeitas da gripe aviária, o consumo se manteve na faixa de 35 kg por habitantes (UBABEF, 2013).

As exportações de carne de frango aumentaram sua proporção em relação ao total produzido (Figura8). Porém, esse aumento não significou a redução da disponibilidade interna do produto, e sim no aumento da produção total. O crescimento da produção se apresenta representativo, que com a exportação de 33,18% do total produzido em 2012, o país se destacou como o maior exportador mundial de carne de frango. O Brasil produziu em 2000, 5.081,97 mil toneladas, apresentando um acréscimo na produção de 126,95% até 2012, quando produziu 11.533,48 mil toneladas de carne de frango. No ano de 2012, o país consumiu 76,82% do total produzido, ou seja, 8.860,02 mil toneladas de carne de frango foram comercializadas dentro do país, ressaltando a importância do produto para alimentação brasileira e evidenciando seu potencial para o crescimento das exportações (SECEX/MIDIC/ALICEWEB, 2013).

Projeções Com base nos dados anteriores de produção, exportação e consumo das principais commodities produzidas no Brasil, o MAPA (2012) apresentou um estudo sobre as projeções do agronegócio para a década de 2011/12 a 2021/22. As projeções da produção para este período também são de crescimento para a avicultura de corte. Segundo dados do MAPA (2012), a taxa de crescimento da produção é de 4,2% a.a. para o período projetado (Figura 9).

FIGURA 9 – Projeção da produção de carnes no Brasil (2011/12 a 2021/22). Fonte: MAPA (2012).

As projeções do mesmo estudo para a exportação de carne de frango também são animadoras. Projeta-se que as exportações apresentarão uma taxa de 3,0% a.a durante o período de 2011/12 a 2021/22, passando de aproximadamente quatro milhões de toneladas para 5,6 milhões de toneladas exportadas (MAPA, 2012). O consumo interno também mostra uma tendência crescente. A taxa de crescimento projetada é de 2,7% a.a para o mesmo período. Em termos quantitativos, o consumo interno deve aumentar para 12,8 milhões de toneladas, enquanto que a estimativa do ano de 2011 foi de 9,7 milhões de toneladas consumidas de carne de frango pelos brasileiros (MAPA, 2012).

CONSIDERAÇÕES FINAIS A cadeia produtiva do frango de corte se encontra em uma estrutura de mercado oligopolista, com uma oferta concentrada em um pequeno número de

grandes empresas. Essa concentração de oferta ocorre devido aos contratos de integração acordados entre as agroindústrias e os criadores. Deste modo, as agroindústrias se responsabilizam pelo fornecimento de insumos (como aves para engorda, rações, medicamentos e demais insumos) e pela compra das aves junto os criadores, concentrando assim a oferta de aves. Os contratos de integração limitam os integrados em relação à aquisição de aves para engorda e, consequentemente, na busca de melhores preços no momento da venda. Com relação ao processamento, as mesmas agroindústrias que fornecem as aves para engorda, são responsáveis pelos abates e processamento e distribuição de seus produtos. As agroindústrias processadoras estão organizadas de forma a atuar verticalmente em todos os elos cadeia produtiva, caracteriza uma barreira a entrada de novas agroindústrias no setor, pois os novos entrantes, devem desenvolver sua própria cadeia de suprimentos, desde a busca por novos criadores até o desenvolvimento de canais de distribuição. A busca de novos criadores neste setor representa a ação da agroindústria em promover e incentivar a construção de novas granjas e a oferta de novos acordos de integração, visando ofertar aos novos criadores uma opção rentável de investimento em longo prazo. Deste modo, este estudo procurou contribuir com o entendimento da evolução da cadeia produtiva do frango de corte nacional e mostrar suas perspectivas de crescimento. O entendimento da cadeia produtiva poderá ser expresso em ações e políticas que incentivem o desenvolvimento da cadeia produtiva. Considerando que esta atividade é de suma importância para a fixação da agricultura familiar no campo, a compreensão do cenário atual poderá resultar políticas públicas que apoiem e financiem esta atividade para os pequenos produtores. Para estudos futuros sugere-se uma análise ampla do cenário futuro da cadeia produtiva do frango de corte nacional, ressaltando possíveis estratégias a serem adotadas para a expansão do setor nos próximos anos, principalmente quanto aos mercados globais.

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