








Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Relatório de Arquitetura sobre MASP (Museu de Arte de São Paulo).
Tipologia: Trabalhos
1 / 14
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
apresentado como requisito parcial para a obtenção de média semestral na disciplina de oficina de expressão e representação sob a orientação do professor Rogério Policarpo.
Macapá 2016
O MASP nasce com uma proposta de ser um museu formador, com o papel de desmitificar a ideia de museu como sendo um “mausoléu intelectual” reservado e fechado a um público especializado - como a própria Lina Bo Bardi afirma no texto “Função social dos museus” (1950). Investe programaticamente no campo da cultura, como algo unitário, seja artes plásticas, decorativas ou arquitetura, seja manifestação erudita ou popular, distinguindo- as daquilo que chama de mera ‘mundanidade’. (MIRANDA, 1998, p.76). Apesar de os museus, em sua especificidade de colecionar e proteger objetos preciosos ou de interesse de indivíduos ou da coletividade, serem tão antigos quanto o próprio homem, eles, na verdade, são uma criação recente. Os museus, tal como os entendemos hoje em dia, nasceram apenas no século XVIII.
“Uma descontinuidade abrupta pode ser identificada, a invenção da cultura democrática. O ‘museu’ foi criado como um dos instrumentos que expunha, ao mesmo tempo, a decadência e a tirania das velhas formas de controle, o ancien régime e a utilidade pública e democrática do novo, a república.”
Assim como a arte se modificou nos últimos anos, a arquitetura também passou por um processo de revisão. Todos os dogmas modernistas, desde o grande vão até a verdade dos materiais , passaram por uma reavaliação conceitual importante. A arquitetura de museus modificou-se bastante. Os arquitetos de hoje, chamados pós-modernos, têm uma grande liberdade para propor as mais diferentes soluções para seus projetos de museus, podendo incluir desde velhos princípios acadêmicos até os mais audaciosos hightechs. O ponto comum, que une a linguagem de quase todos, é a preocupação com a inserção urbana e o predomínio das grande circulações internas. O MASP foi planejado como um espaço de diálogo entre o passado e o presente nas artes, de convívio entre a pintura, a escultura, a gravura e outras técnicas artísticas. E, ao mesmo tempo, era um espaço difusor de conhecimento a todas as idades: crianças, jovens, adultos, e de concentração de intelectuais brasileiros e estrangeiros. Nessa pesquisa buscou-se mostra como a arquitetura de Lina Bornadi e seu conceito de arquitetura para o MASP periodo da contrução
Fundado em 1947, o MASP foi idealizado por Assis Chateaubriand, empresário e jornalista, e Pietro Maria Bardi (P.M) , jornalista e crítico de arte italiano. A princípio, instalou-se em quatro andares do prédio dos Diários Associados, império de Chateaubriand formado por 34 jornais, 36 emissoras de rádio, 18 estações de televisão, editora e a revista O Cruzeiro. As primeiras obras de arte do museu foram selecionadas pessoalmente por P. M. Bardi na Europa do pós-guerra, em suas inúmeras viagens às principais capitais culturais com Chateaubriand.
Chatô, como era chamado, usava seu prestígio político-empresarial entre os grandes empresários da época para arrecadar os recursos para a aquisição das obras. Como São Paulo era na época a grande capital financeira, principalmente devido a circulação do dinheiro das indústrias e do café, decidiu-se que o MASP seria construído nesta cidade.
A nova sede, na próspera Avenida Paulista, foi projetada por Lina Bo Bardi. Foram 12 anos entre projeto e execução. Lina trabalhou sob uma condição imposta pelo doador do terreno à prefeitura de São Paulo: a vista para o Centro da cidade e para a Serra da Cantareira teria de ser preservada, através do vale da avenida 9 de Julho.
Assim nasceram as quatro colunas do atual museu com um vão livre de 74 metros, assim nasceu um dos cartões postais da cidade de São Paulo, foi inaugurado em 1968. Projeto moderno e ousado para a época, abrigava a coleção do museu, já conhecida e respeitada nos muitos países pelos quais passou durante os anos em que o edifício esteve em construção, como França, Itália, Japão, entre outros. A inauguração do novo prédio contou com a presença da Rainha Elizabeth II da Inglaterra, além das maiores autoridades brasileiras da época e uma grande participação popular em frente ao edifício. Como o prédio foi projetado suspenso pelas duas colunas e a vista da Paulista para o centro da cidade fosse preservada, foi concebida uma esplanada abaixo do edifício. Conhecida hoje como “vão livre”, havia sido idealizada por Lina como uma grande praça para crianças, famílias, com brinquedos e muitas plantas. As colunas do edifício foram pintadas de vermelho somente em 1990 na ocasião dos 40 anos do museu, em parceria com a empresa Suvinil, obedecendo ao projeto original de Lina Bo Bardi.
2.1 A construção do MASP.
E foi isso que ela fez, em seu projeto audacioso ela criou um edifício dividido em dois, um semi enterrado outro suspenso no ar por dois pórticos, com um vão livre de 74m (na época considerado o maior vão livre do mundo), que faz a integração do parque Trianon com a vista da serra da Cantareira e permite a quem passe pela Avenida Paulista desfrutar do centro da cidade. A estrutura avançada que sustenta o edifício no ar, exigia um solução, que foi aceita pelo Prof. Dr. José Carlos de Figueiredo Ferraz que aplicou o sistema de protensão. A parte inferior pousa adequando-se ou terreno, de forma a não agredir bruscamente o declive, todas sua aberturas são voltadas para o centro da cidade (a vista privilegiada que deveria ser conservada).
O MASP é um conjunto sofisticado de projetos - urbanístico, arquitetônico, estrutural e de instalações - extremamente coesos que resultam em uma imagem vigorosa, afirmativamente simples. Chegar ao MASP provoca um imediato bombardeio de sensações em sinestesia, comuns a todos, arquitetos ou não. A essas fortes impressões, soma-se a dimensão simbólica, na qual o MASP e seu sítio tornaram-se a grande referência pública para as reuniões abertas, a ágora da São Paulo de hoje, sem dúvida. A imagem que o conjunto transmite imediatamente é a de uma grande caixa pendurada em duas traves vermelhas, que deixa abaixo o grande vão, o popular "vão livre do MASP".
Mas para compreender verdadeiramente a estrutura é preciso conhecer outra dupla de vigas: as internas à caixa suspensa e que são muito mais sobrecarregadas do que as visíveis vermelhas. As quatro vigas são protendidas por um sistema de protensão criado pelo engenheiro José Carlos de Figueiredo Ferraz, professor da Escola Politécnica e da FAU, ambas da USP, sistema diferente do comercialmente mais bem-sucedido Freyssinet, empregado no mundo todo.
A dupla de cima suporta a carga da cobertura do prédio, o que não é pouco, mas que não tem usos ou sobrecargas, enquanto as vigas internas suportam as cargas de dois andares inteiros - cada um com 2 mil m² de área útil, com cargas que somam arquivos, pessoas que trabalham ou visitam o prédio, o acervo que tem até esculturas maciças em mármore que ora podem estar expostas em um local e ora em outro etc. São os níveis +14,40 e +8,40.
A dupla de vigas principais, portanto, são hipercarregadas. Elas resistem a uma carga de 30 tf/m, ambas vencendo um vão de 70 m. O momento na viga, no centro do vão, é de 20 mil tf x m ou 20 mil tfm. Equivale ao momento que uma alavanca, com 20 tf na extremidade, provocaria no seu apoio a 1 km de distância.
Um grande desafio como este só seria resolvível com um grande projeto de arquitetura absolutamente amalgamado a um belíssimo projeto de engenharia. Junção rara, que constitui a verdadeira história da Arquitetura (com A maiúscula). Foi uma obra com muitos percalços e entraves que demorou dez anos para ser concluída.
As vigas principais protendidas são biapoiadas - isostáticas - em consoles salientes que partem dos pilares para dentro do prédio e, embora grandes, são quase imperceptíveis aos visitantes. Foram executadas antes do que o nível +8,40, que foi feito depois, "pendurado" nas vigas.
A protensão das vigas demorou várias semanas: protendia-se um pouco a cada dia e eram centenas de cabos. Até atingir a compressão estipulada para cada viga, era necessário injetar nata de cimento em cada bainha que envolve os cabos. A protensão causou um encurtamento das vigas em cerca de 5 cm. O encurtamento das vigas ocorria com liberdade durante as etapas de protensão, pois sobre os consoles foi instalada, internamente à junta de neoprene, uma bolsa - também de neoprene - que se enchia de óleo a cada etapa e se esvaziava entre as etapas. Atingida a compressão requerida, esvaziou-se a bolsa e a viga apoiou-se definitivamente nos consoles, separada apenas pela junta de neoprene.
No sistema Ferraz, a protensão é executada por um lado apenas, e nas quatro vigas a protensão foi feita no lado Paraíso (sentido Sudeste) do edifício. Nesse lado do Masp, a dupla de vigas da cobertura tem movimentos horizontais - causados por dilatações e possíveis movimentações de conjunto. Liberados internamente aos pilares, existem pêndulos que deixam as vigas se movimentar horizontalmente.
IMAGENS DO MASP
PANORAMICA
As mais variadas imagens do MASP demonstram a grandiosidade do projeto arquitetônico. Figura 2
o concreto conquistou por completo o mercado construtivo e, nos anos 1960, a indústria da construção civil já se encontrava com todas as suas bases lançadas. Nos anos 1950 havia sido dado um grande salto na indústria nacional, e diversos setores da construção foram consolidados, como os dos cimentos e argamassas, do aço, alumínio, vidro plano, equipamentos de instalações, elevadores, entre outros.37 As normas haviam sido estabelecidas e as condições eram muito mais favoráveis do que para os arquitetos modernos das primeiras décadas do século XX. Se comparados a outros países, é visível que nas décadas de 1940/60 os projetistas brasileiros estavam à frente do que se fazia de mais notável e mais ousado no mundo.
Anexo A Figura 1- inicio das obras do MASP.