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Guias e Dicas
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estruturas pre moldadas, Notas de aula de Estruturas Metálicas e Construção Mista

estruturas pré fabricadas modelos

Tipologia: Notas de aula

2019

Compartilhado em 30/11/2019

larissa-costa-59
larissa-costa-59 🇧🇷

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Estruturas pré-fabricadas exigem alto grau de detalhamento.
Modulação, repetição de elementos construtivos e racionalização
devem ser adotados desde a fase de concepção
Por Simone Sayegh
Edição 209 - Agosto/2011
As estruturas pré-fabricadas de concreto costumam ser mais caras do que as de concreto moldado in
loco. Em contrapartida, permitem uma redução de 35% no tempo da construção quando comparadas
àquelas que são concretadas na própria obra. As pré-fabricadas também exigem um projeto
arquitetônico que, desde o início, incorpore conceitos como racionalização, modulação e repetição dos
elementos construtivos e um alto grau de detalhamento. Outros fatores determinantes na sua adoção
são as características topográficas do terreno, que podem facilitar ou não o acesso de equipamentos
de montagem como guindastes.
"A fábrica deve estar a uma distância conveniente do local da obra em razão do custo do transporte",
explica o arquiteto Sidonio Porto. Assim como os sistemas metálicos, os pré-fabricados de concreto
também não aceitam mudanças ou adaptações de última hora, podendo resultar na perda das peças
já produzidas.
"As tolerâncias (desvios entre o previsto e o realizado) são fixadas para cada tipo de produto e de
acordo com as normas técnicas aplicáveis a cada sistema", explica Íria Doniak, presidente-executiva
da Abcic (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto). As peças pré-fabricadas de
concreto são produzidas industrialmente sob um rigoroso controle de qualidade, atendendo à norma
técnica NBR 9062: Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado.
Além do trinômio pilar, viga e laje, o mercado disponibiliza paredes autoportantes, sistemas de
fundação e de cobertura pré-fabricados de concreto. As indústrias são tecnicamente capazes de
produzir peças pré-fabricadas de concreto em uma grande variedade de formas - inclusive as curvas.
Mas o que torna seu uso financeiramente viável em uma obra é o fator repetição, ou seja, a
quantidade de elementos empregada no edifício deve justificar o investimento.
Apesar de cada produto ter uma finalidade bem específica, aceitando poucas adaptações na hora da
montagem no canteiro, as peças podem assumir mais de uma função na edificação, desde que isto
esteja previsto no projeto.
As vigas protendidas, por exemplo, costumam servir de apoio da laje e da cobertura, mas também
podem atuar como pontes rolantes e elementos de travamento da estrutura. As lajes alveolares, com
15 cm a 50 cm de espessura, têm como função principal constituir os pisos dos pavimentos em
edifícios e mezaninos, mas também podem ser utilizadas como painéis de fechamento.
TIPOS DE SISTEMAS
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Estruturas pré-fabricadas exigem alto grau de detalhamento. Modulação, repetição de elementos construtivos e racionalização devem ser adotados desde a fase de concepção

Por Simone Sayegh Edição 209 - Agosto/

As estruturas pré-fabricadas de concreto costumam ser mais caras do que as de concreto moldado in loco. Em contrapartida, permitem uma redução de 35% no tempo da construção quando comparadas àquelas que são concretadas na própria obra. As pré-fabricadas também exigem um projeto arquitetônico que, desde o início, incorpore conceitos como racionalização, modulação e repetição dos elementos construtivos e um alto grau de detalhamento. Outros fatores determinantes na sua adoção são as características topográficas do terreno, que podem facilitar ou não o acesso de equipamentos de montagem como guindastes.

"A fábrica deve estar a uma distância conveniente do local da obra em razão do custo do transporte", explica o arquiteto Sidonio Porto. Assim como os sistemas metálicos, os pré-fabricados de concreto também não aceitam mudanças ou adaptações de última hora, podendo resultar na perda das peças já produzidas.

"As tolerâncias (desvios entre o previsto e o realizado) são fixadas para cada tipo de produto e de acordo com as normas técnicas aplicáveis a cada sistema", explica Íria Doniak, presidente-executiva da Abcic (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto). As peças pré-fabricadas de concreto são produzidas industrialmente sob um rigoroso controle de qualidade, atendendo à norma técnica NBR 9062: Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado.

Além do trinômio pilar, viga e laje, o mercado disponibiliza paredes autoportantes, sistemas de fundação e de cobertura pré-fabricados de concreto. As indústrias são tecnicamente capazes de produzir peças pré-fabricadas de concreto em uma grande variedade de formas - inclusive as curvas. Mas o que torna seu uso financeiramente viável em uma obra é o fator repetição, ou seja, a quantidade de elementos empregada no edifício deve justificar o investimento.

Apesar de cada produto ter uma finalidade bem específica, aceitando poucas adaptações na hora da montagem no canteiro, as peças podem assumir mais de uma função na edificação, desde que isto esteja previsto no projeto.

As vigas protendidas, por exemplo, costumam servir de apoio da laje e da cobertura, mas também podem atuar como pontes rolantes e elementos de travamento da estrutura. As lajes alveolares, com 15 cm a 50 cm de espessura, têm como função principal constituir os pisos dos pavimentos em edifícios e mezaninos, mas também podem ser utilizadas como painéis de fechamento.

TIPOS DE SISTEMAS

Basicamente, as estruturas pré-fabricadas de concreto atendem a duas tipologias de construções: galpões (estruturas aporticadas) e edifícios multipavimentos (esqueletos). É possível construir galpões com vãos livres de até 30 m associados a sistemas de cobertura metálicos ou de concreto. Existem também os sistemas mistos de fabricação que garantem vencer vãos livres maiores (até 60 m), em que pilares, vigas periféricas e painéis de fechamento de concreto são combinados com uma cobertura metálica treliçada.

Em geral, a modulação básica da estrutura pré-fabricada nos edifícios multipavimentos é de 12 m x 15 m (sendo 12 m a distância entre pilares e 15 m a largura das lajes alveolares). Pilares com até 12,5 m de comprimento são ideais por não dificultar o transporte e montagem da estrutura. Já os pilares contínuos (sem emendas) maiores que 26 m de comprimento exigem meios de transporte e equipamentos de montagem especiais.

O mercado disponibiliza ainda um sistema de paredes duplas autoportantes de concreto pré-fabricado - associado a lajes treliçadas - que dispensa o uso de pilares e vigas. Com 3 m de altura, 13,30 m de largura e espessuras que variam de 15 cm a 40 cm, essas paredes permitem a construção de prédios com mais de 30 pavimentos.

PROJETO

O projeto deve nascer totalmente compatibilizado com as propostas de instalações prediais, climatização e automação predial. Para que isso aconteça eficazmente, o arquiteto Paulo Eduardo Fonseca de Campos, professor da FAUUSP, acredita que cabe ao arquiteto - e a nenhum outro profissional da obra - o papel de coordenador geral do processo. "O arquiteto deve ter pleno conhecimento das técnicas empregadas, com relação aos sistemas estruturais mais usuais, limitações de fabricação e montagem, detalhes construtivos típicos, interfaces e ligações", explica.

O arquiteto George Hochheimer alerta para a necessidade de compatibilização da estrutura com subsistemas como os de transição estrutural, suporte e fixação de fachadas. "Não são todas as empresas que têm estudos mais elaborados sobre como lidar com as interfaces", afirma George.

O projeto executivo de edifícios com sistemas pré-fabricados de concreto requer do arquiteto atenção especial com relação à interface entre estrutura e vedação. O surgimento de fissuras ou trincas decorrentes das diferentes movimentações térmicas dos materiais pode ser evitado com o tratamento adequado das juntas com materiais de transição que absorvam essas diferentes movimentações (mástique, poliuretano, aparelhos de neoprene etc.).

Outras interfaces que exigem atenção por parte do profissional são: aberturas em lajes e vigas para passagem de tubulações, previsão de altura livre sob vigas e lajes em função do pé-direito do pavimento, previsão de sobrecarga nas lajes em função do tipo de piso e alinhamento de painéis de fachada e vigas de travamento em função dos caixilhos e portas.

EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA

Na Europa, sistemas em concreto pré-moldado viabilizam a construção de edifícios com mais de 80 m, onde o núcleo central é moldado in loco e componentes como vigas, lajes e painéis de fachada são pré-fabricados. No Brasil, edifícios de até dez andares podem ser integralmente construídos com pré-fabricados, com pilares contínuos e ligações, semirrígidas, resistentes à flexão.