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Guias e Dicas
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Ergonomia Projeto e Produçao, Manuais, Projetos, Pesquisas de Desenho Industrial

Livro base sobre ergonimia.

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2013

Compartilhado em 26/03/2013

nivia-bellos-8
nivia-bellos-8 🇧🇷

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Baixe Ergonomia Projeto e Produçao e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Desenho Industrial, somente na Docsity!

Itiro lida

Ergonom-a

Projeto eProd · ção

2~ edição revista e ampliada

EDrTORA EDGARD BL..ÜCHER

"""-

Ergonomia

Projeto e Produção

Itiro lida

Ergonomia

Projeto e Produção

2.a^ EDIÇAO REVISTA E AMPLIADA

EDITORA EDGARD BLÜCHER

www.blucher.com.br

© 2005 Itiro lida

21J. edição - 2005

É proibida a reprodução total ou parcial por quaisquer meios sem autorização escrita da editora

EDITORA EDGARD BLÜCHER LTDA. Rua Pedroso Alvarenga, J 245 - cj. 22 04531-012 São Paulo, SP - Brasil Fax: (Ox-rl 1)3079- e-mail: editora@blucher.com.br site: www.blucher.com.br

Impresso no Brasil Printed in Brazil

ISBN 85-212-0354-

FICHA CATALOGRÁFICA

lida, !tiro Ergonomia: projeto e produção / Itiro lida - 2^11 edição rev. e ampl. - São Paulo: Edgard Blücher, 2005.

Bibliografia ISBN 85-212-0354-

  1. Ergonomia I. Título.

05-0081 CDD-620.

índices para catálogo sistemático:

  1. Ergonomia 620.

VI

escaramuças paraibanas, que marcaram a fundação da Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO), em 1986, os árduos obstáculos para a consolidação da Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), a partir de 1983, e até mesmo um repto para tentar desenvolver uma fala sobre Ergono mia e Normalização, mais de vinte anos antes do atualíssimo debate sobre a certificação da Ergonomia no Brasil. E, obviamente, momentos de divergência dos quais procurei apenas guardar o lado construtivo, que ameniza a tristeza sempre embutida nas desavenças. Quando o conheci, em uma palestra para alunos do ciclo básico do curso de

engenharia na Escola Politécnica da UFRJ, o Prof. Itiro me causou uma pro

funda impressão, pois despertava uma curiosidade, uma vontade mesclada de

saber e fazer. Uma pessoa à frente do seu tempo, portanto, um precursor; uma

pessoa que te colocava diante de teus próprios desafios, um formador, de fato, e uma pessoa que te incitava a seguir ampliando, incluindo, um disseminador, por conseguinte. Não por acaso, fui ali buscar as referências fundamentais para uma vida profissional docente que, naquele exato momento, acabava de ser decidida, embora nem eu nem o Prof. Itiro soubéssemos disso, naquela hora. Ao se conhecer um professor, o aluno invariavelmente tem poucas informa ções acerca da pessoa, para além do folclore dos corredores e dos comentários

entre estudantes. Assim é que, praticamente recém-chegado à UFRJ, o Prof.

Itiro já havia conquistado seu lugar na galeria de personagens como "o temível japonês da Industrial". Os alunos mal sabiam o que era Engenharia Industrial, hoje, Engenharia de Produção. Nas conversas de corredores, entre estudantes, era um curso que não havia aulas formais, mas só entrevistas orais, diretamen te com os professores. Estes não falavam nada. Cabia ao aluno, fazer estudos prévios e apresentar a matéria e, ao mestre, responder se estava satisfatório ou não. Um terror! E nem se sabia quem era"o temível japonês", na verdade, um brasileiro como a maioria de nós, filho de imigrantes, com absolutamente nada de temível. Muito pelo contrário, apenas por índole e temperamento, escuta va mais do que falava. A figura do "temível japonês da Industrial" nada mais era do que um dos inúmeros constructos estudantis com que brindávamos a percepção das diferenças entre o ensino médio e o universitário. O mais signi ficativo, contudo, é que, por trás deste constructo, se enunciava uma prática profissional em Ergonomia que viria a ser publicada internacionalmente exatos trinta anos depois, agora denominada como Ação Conversacional, e que tem na escuta respeitosa e resignificante, seus conceitos essenciais. Aquilo que chamávamos de método de entrevistas que, na verdade, não eram entrevis tas serviu de base para a constituição de um método para as interações orien tadas entre ergonomistas e trabalhadores em situação real de trabalho - que também não são entrevistas.

Como posso introduzir o leitor à esta obra, sem fazer a menção às referên cias que ele me evoca? Precursor, formador e disseminador, eis as referências que tenho do Prof. Itiro e é a partir destas, que esta obra cabe ser examinada. Este livro tem uma

VII

trajetória que se inicia corno notas de aula de uma disciplina da Escola Poli

técnica da Universidade de São Paulo, e posteriormente, no nascente curso de

Desenho Industrial da ESDIJUERJ e, no igualmente, nascente curso de gradu

ação em Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

E foi este material que se constituiu meu primeiro - e decisivo - contato com

a Ergonornia.

Corno precursor da Ergonorniajá adiantei alguma coisa. O que falar do Prof.

Itiro corno disserninador? Bem, a meu conhecimento, é o primeiro autor nacio

nal de Ergonornia, quando organizou - dentre várias outras obras - uma apos

tila de Ergonornia em seus tempos de USP, corno assistente do Prof. Sérgio

Penna Kehl. Com a colaboração de Henri Wierzbicki transformou esse material

em uma edição, em 1973, que circulou amplamente, até esgotar-se. Durante

muito tempo, esse foi um dos raros livros de Ergonornia existentes no Brasil e

único capaz de sustentar um curso de graduação por inteiro.

Aquele livro era útil, porém carecia de uma revisão, pois ele sequer tinha

sido pensado corno livro. Estávamos em 1986 e foi quando apareceu a idéia

de publicá-lo efetivamente, revisando e atualizando seu conteúdo. E também

foi quando o Prof. Itiro me fez aquele convite para ajudá-lo nesta empreitada.

Apesar de ser recém-doutor, o que pude então fazer foi ajudá-lo na organiza

ção dos ternas, dando uma contribuição aqui e ali, e discutir com meu Mestre

algumas possíveis melhorias dos conteúdos existentes, mas muito mais na qua

lidade de usuário do livro, corno um professor que o adotava corno referência,

e muitíssimo menos com qualquer pretensão de co-autoria. Assim foi que, em

1990 vimos, finalmente, ser editado o livro de Ergonornia do Prof. Itiro lida,

iniciando-se a trajetória do maior sucesso editorial da Ergonornia brasileira.

Alguns anos depois, ao buscar comprar pela enésima vez o livro - já que alu

nos colegas e outros interessados tornavam emprestado sem devolvê-lo, fato

que eu até estimulava discretamente fui informado que o mesmo estaria es

gotado. Soube por vias indiretas que o livro estaria sendo revisado pelo autor

e que, dentro em breve, teríamos esta nova edição, e assim chegamos ao mo

mento presente, com o telefonema-convite mencionado no início deste prefá

cio e que se traduz pela situação seguinte: o Professor Itiro lida, testemunho

vivo da Ergonornia no Brasil, solicita a um de seus ex-alunos um prefácio para

sua obra emblemática. E isso também é típico do Prof. Itiro, um eterno forma

dor, colocando seus discípulos em face de enormes e irrecusáveis desafios!

Se o autor é o testemunho vivo da disciplina Ergonomia no Brasil, o que po

demos dizer desta obra que o acompanha?

Vemos logo no início da obra, que existem diversas definições para a Er

gonornia, e o autor apresenta várias delas. Delas, prefiro me ater à definição

internacional de Ergonornia estabelecida pelo conselho da Associação Interna

cional de Ergonornia em 2000 e que traz importantes esclarecimentos sobre a

disciplina Ergonornia - que busca a compreensão das interações entre o ser

humano e os elementos do sistema de trabalho e a profissão que projeta o

IX

A melhor parte da obra, entretanto, e a meu ver, se situa nos Capítulos 17 e

18, quando são apresentadas e discutidas uma série de aplicações industriais,

agrícolas, nos serviços e na vida diária. Mas aqui, tal como na ópera, não há

como bem se apreciar um gran finale, sem a preparação das árias introdu

tórias e das alternâncias de allegros e addagios. À primeira - e falsa - im

pressão de repetição, o leitor se vê rapidamente possuído pela certeza de que

apreendeu o essencial da ergonomia, tal como um treinamento para o paladar

do enologista que lhe permite degustar corretamente a cuvée que lhe é apre

sentada.

Finalmente, o que é esta obra?

É um livro imprescindível ao profissional de Ergonomia, bem como ao estu

dante que se inicia na disciplina. Presença necessária nas bibliotecas dos cur

sos que têm a Ergonomia em seu currículo, veicula um material fundamental

para o profissional de projeto e de gerência de produção, e não apenas indus

trial, mas igualmente de setores como o atendimento público, o stajf e o supor

te de informática nas empresas em geral.

Que ele venha rapidamente a povoar as estantes das bibliotecas, que seja

disponibilizado para o vasto público de interessados em seus variados con

teúdos. Até porque, com relação à primeira edição, cabe o seguinte parecer

conclusivo: esta segunda edição está mais completa e melhor editorada, mer

gulhando o leitor na utilidade, praticidade e aplicabilidade da fascinante disci

plina e prática profissional da Ergonomia.

Proj Dr. Mário Cesar Vidal Coordenador do Curso de Especialização Superior em Ergonomia da COPPE/UFRJ Professor de Ergonomia da UFRJ (Brasil), USACH (Chile) e UdeG (México) Membro Permanente do Conselho Cientifico da ABERGO

XI

Agradeci mentos

Esta obra é o resultado de um longo processo de desenvolvimento e matu ração. Tudo começou com as aulas de engenharia humana de Sérgio A. Penna Kehl, no curso de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP, em

  1. Prosseguiu com as aulas de Karl Heinz Bergmiller, na Escola Superior de Desenho Industrial da UERJ e os ensinamentos metodológicos, que recebi de Carolina M. Bori, no Instituto de Psicologia da USP. Os primeiros escritos foram produzidos como notas de aula, em colaboração com Miguel Cezar Santoro, na EPUSP. Depois, foram convertidas em apostila, em co-autoria de Henri A. Wierzbicki, em 1970. Baseada nessa apostila, foi re alizada a publicação da Ergonomia, em 1973, que obteve uma aceitação acima das expectativas. No final da década de 1980, beneficiado com uma bolsa do CNPq, consegui fazer uma revisão completa da obra, que resultou na 1 a edição da Ergonomia: Projeto e Produção, de 1990. Esta foi adotada como livro-texto em muitos cursos universitários, exigindo-se diversas reimpressões, cujas tiragens supe raram 12 000 exemplares.

Para a produção da la edição desta obra, recebi abrigo institucional no Pro grama de Engenharia de Produção da COPPE/UFRJ, com apoio de Ronaldo Soares Andrade e Mário Cesar R. Vidal. Na organização dos seus conteúdos, foi importante a experiência adquirida na aplicação do método Keller de ensi no individualizado, juntamente com Álvaro Braga de Abreu, Arsênio Oswaldo Sevá Filho e Ricardo Seidl da Fonseca. A publicação da mesma tornou-se pos sível devido ao inestimável apoio de Edgard Blücher, um grande incentivador do autor nacional de livros técnicos. Nos últimos 15 anos, o mundo presenciou profundas mudanças político econômicas. Na área tecnológica, sofreu forte impacto da informática e tele comunicações. Isso transformou a natureza do trabalho humano e, por conse quência, as abordagens da ergonomia. O trabalho pesado e repetitivo é, cada vez mais, substituído por outros, que exigem maior grau de ações cognitivas, O escopo da ergonomia alargou-se, passando a abranger, em maior grau, a orga nização do trabalho e as decisões gerenciais que afetam a natureza do trabalho, Adequando-se à essa nova realidade, apresento essa segunda edição, com uma revisão completa do seu conteúdo, Sintetizo, aqui, os ensinamentos de muitos pioneiros que atuaram nas di fíceis décadas de 1960/70, como Alberto Mibielli de Carvalho, Colin Palmer,

XIII

~'8.3 Automação dos controles ............................................... :.-240 ~

  • Capítulo Conteúdo
  • O que é a Ergonomia - 1.1 Definição e objetivos da Ergonorrua - 1.2 Nascimento e evolução da Ergonorrua - 1.3 O taylorismo e a Ergonorrua - 1.4 Abrangência da Ergonorrua - 1.5 Aplicações da Ergonorrua.................................................... - 1.6 Custo e benefício da Ergonorrua
  • Capítulo
  • Métodos e técnicas em ergonomia - 2.1 Abordagem sistêrruca da Ergonorrua - 2.2 O projeto de pesquisa - 2.3 Realização da pesquisa - 2.4 Definição da amostra - 2.5 Coleta dos dados experimentais - 2.6 Análise ergonôrruca do trabalho - 2.7 Métodos participativos
    • Capítulo
  • Organismo humano - 3.1 Função neuromuscular - 3.2 Coluna vertebral - 3.3 Metabolismo......................................................................... - 3.4 Visão - 3.5 Audição - 3.6 Outros sentidos
    • Capítulo
  • Antropometria: medidas - 4.1 Variações das medidas - 4.2 Realização das medições - 4.3 Antropometria estática - 4.4 Antropometrias dinâmica e funcional - 4.5 Construção de modelos humanos
  • Capítulo XIV
  • Antropometria: aplicações - 5.1 Uso de dados antropométricos - 5.2 Critérios para aplicação dos dados antropométricos - 5.3 O espaço de trabalho - 5.4 SupertIcies honzontais - 5.5 O problema do assento
    • Capítulo
    • Biomecânica ocupacional - 6.1 Trabalho muscular - 6.2 Trabalhos estático e dinâmico - 6.3 Posturas do corpo - 6.4 Aplicação de forças - 6.5 Levantamento de cargas - 6.6 Transporte de cargas
    • Capítulo
    • Posto de trabalho - 7.1 Enfoques do posto de trabalho - 7.2 Projeto do posto de trabalho - 7.3 Análise da tarefa - 7.4 Arranjo físico do posto de trabalho - 7.5 Dimensionamento do posto de trabalho - 7.6 Construção e teste do posto de trabalho - 7.7 Postos de trabalho com computadores - 7.8 Estudo de caso reabastecimento de aviões
    • Contr~s e manejos................................................ Capítult() - ,~8.1 Movimentos de controle
      • ··~8.2 Controles............................................................................ - 8.5 Ferramentas manuais ·~.4 Manejos :243_
    • Capítulo
    • Percepção e processamento de informações - 9.1 Sensação e percepção - ~9.2 Memória humana - .~ ~.3 Organização da inforrnação - ~.4 Processamento da inforrnação - 9.5 'lbmada de decisões
    • Capítulo xv
    • Dispositivos de informação
      • 10.1 Apresentação das informações
      • 10.2 Palavra escrita
      • 10.3 SÍlllbolos.............................................................................
      • 10.4 Principais tipos de mostradores
      • 10.5 Alarmes
  • Capítulo
  • Ergonomia do produto - 11.1 Adaptação ergonômica de produtos - 11.2 Projeto universal e usabilidade - 11.3 O processo de desenvolvimento de produtos - 11.4 Produtos de consumo - 11.5 Estudos de caso - desenvolvimento de produtos
  • Capítulo
    • Fatores humanos no trabalho - 12.1 Fatores fisiológicos do trabalho - 12.2 Conhecimento, aprendizagem e treinamento - 12.3 Fadiga................................................................................. - 12.4 Monotonia e motivação - 12.5 Influências do sexo, idade e deficiências físicas
    • Capítulo
    • Organização do trabalho - 13.1 Estresse no trabalho - 13.2 O trabalho na era pós-taylorista - 13.3 O trabalho ílexível - 13.4 Alocação do trabalho em grupo - 13.5 Seleção e treinamento - 13.6 Trabalho noturno
    • Capítulo
    • Segurança no trabalho - 14.1 O erro humano - 14.2 Fatores que influem nos acidentes - 14.3 Segurança na indústria - 14.4 Projeto de produtos seguros - 14.5 Implementação da segurança no trabalho
  • Capítulo XVI
  • Ambiente: iluminação e cores - '" 15.1 Fotometria - '"'"'15.3 Planejamento da iluminação - . ",15.2 Efeitos fisiológicos da iluminação. - ~",15.4 Características das cores - 15.5 Aplicação das cores
    • Capítulo
    • Ambiente: temperatura, ruídos e vibrações - 16.1 Efeitos fisiológicos do calor - 16.2 Influências climáticas no trabalho - 16.3 Ruídos - 16.4 Vibrações - 16.5 Agentes químicos - 16.6 Estudo de caso - fundição
    • Capítulo
  • Aplicações industriais e agrícolas - 17.1 Treinamento industrial - 17.2 Automatização - 17.3 Trabalho de inspeção na indústria.................................... - 17.4 Difusão da ergonomia na empresa - 17.5 Aplicações setoriais - 17.6 Ergonomia da agricultura
    • Capítulo
    • Aplicações nos serviços e na vida diária - 18.1 Ergonomia das atividades domésticas - 18.2 Ergonomia no ensino - 18.3 Ergonomia nos transportes - 18.4 Ergonomia no projeto de escritórios - 18.5 Ergonomia no projeto de edifícios e espaços públicos
    • Bibliografia......................................................................................................
    • índice Alfabético...........................................................................................

1

1. O que é Ergonomia

E

ste capítulo inicial apresenta o conceito de ergonomia. Ela surgiu logo

após a II Guerra Mundial, como conseqüência do trabalho interdiscipli

nar realizado por diversos profissionais, tais como engenheiros, fisiologistas

e psicólogos, durante aquela guerra.

O capítulo também dá uma visão panorâmica dos principais campos de aplicação da ergonomia. Inicialmente, essa aplicação se fazia quase que ex

ergonomia agora é bem mais abrangente, estudando sistemas complexos, onde de zenas ou até centenas de homens, máqui nas e materiais interagem continuamente entre si, na realização de um trabalho.

A ergonomia também expandiu-se ho rizontalmente, abarcando quase todos os tipos de atividades humanas. Hoje, essa expansão se processa principalmente no setor de serviços (saúde, educação, trans porte, lazer e outros) e até no estudo de trabalhos domésticos. Houve também uma importante mudança qualitativa. Antes, o trabalho exigia muito esforço físico repe titivo. Hoje, depende principalmente dos aspectos cognitivos, ou seja, da aquisição e processamento de informações. O ca pítulo se encerra com discussões sobre questões econômicas relacionadas com as aplicações da ergonomia.

clusivamente na indústria e se concentrava no binômio homem-máquina. A

1.1 - Definição e objetivos da Ergonomia^3

que aplica teorias, princípios, dados e métodos, a projetos que visem otimizar

o bem estar humano e o desempenho global de sistemas. "

Os praticantes da ergonomia são chamados de ergonomistas e realizam o pla nejamento, projeto e avaliação de tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas, tornando-os compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas. Os ergonomistas devem analisar o trabalho de forma global, incluindo os aspectos físicos, cognitivos, sociais, organizacionais, ambientais e outros. Freqüentemente, os ergonomistas trabalham em domínios especializados, abor dando certas características específicas do sistema, tais como:

Ergonomia Física - Ocupa-se das características da anatomia humana, antropo

metria, fisiologia e biomecânica, relacionados com a atividade física. Os tópicos relevantes incluem a postura no trabalhno, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculo-esqueléticos relacionados ao trabalho, projeto de postos de trabalho, segurança e saúde do trabalhador.

Ergonomia Cognitiva Ocupa-se dos processos mentais, como a percepção, me

mória, raciocínio e resposta motora, relacionados com as interações entre as pesso as e outros elementos de um sistema. Os tópicos relevantes incluem a carga mental, tomada de decisões, interação homem-computador, estresse e treinamento.

Ergonomia Organizacional - Ocupa-se da otimização dos sistemas sócio-téc

nicos, abrangendo as estruturas organizacionais, políticas e processos. Os tópicos relevantes incluem comunicações, projeto de trabalho, programação do trabalho em grupo, projeto participativo, trabalho cooperativo, cultura organizacional, or ganizações em rede, teletrabalho e gestão da qualidade.

Portanto, a ergonomia estuda tanto as condições prévias como as consequências do trabalho e as interações que ocorrem entre o homem, máquina e ambiente duran te a realização desse trabalho. Tudo isso é analisado de acordo com a conceituação de sistema, onde os elementos interagem continuamente entre si. Modernamente, a ergonomia ampliou o escopo de sua atuação, incluindo os fatores organizacionais, pois muitas decisões que afetam o trabalho são tomadas em nível gerencial.

Objetivos básicos da ergonomia A ergonomia estuda os diversos fatores que influem no desempenho do sistema pro dutivo (Figura 1.1) e procura reduzir as suas conseqüências nocivas sobre o trabalha dor. Assim, ela procura reduzir a fadiga, estresse, erros e acidentes, proporcionando segurança, satisfação e saúde aos trabalhadores, durante o seu relacionamento com esse sistema produtivo. A eficiência virá como conseqüência. Em geral, não se aceita colocar a eficiência como objetivo principal da ergonomia, porque ela, isoladamente, poderia justificar medidas que levem ao aumento dos riscos, além do saérifício e sofrimento dos tra balhadores. Isso seria inaceitável, porque a ergonomia visa, em primeiro lugar, a saúde, segurança e satisfação do trabalhador.

4 Cap~lo 1 - O que é Ergonomia

Figura 1. Diversos fatores

que influem no sistema produtivo.

Conseqüências do trabalho Fadiga, Estresse, Erros, Acidentes

Produtos Energia (gasta)

Matéria-prima Energia (gerada) Informações Connecimentos

Sucatas Rejeitos Lixo

Saúde - a saúde do trabalhador é mantida quando as exigências do trabalho e do

ambiente não ultrapassam as suas limitações energéticas e cognitivas, de modo a evitar as situações de estresse, riscos de acidentes e doenças ocupacionais.

Segurança - a segurança é conseguida com os projetos do posto de trabalho, am

biente e organização do trabalho, que estejam dentro das capacidades e limita ções do trabalhador, de modo a reduzir os erros, acidentes, estresse e fadiga.

Satisfação - satisfação é o resultado do atendimento das necessidades e expecta

tivas do trabalhador. Contudo, há muitas diferenças individuais e culturais. Uma mesma situação pode ser considerada satisfatória para uns e insatisfatória para outros, dependendo das necessidades e expectativas de cada um. Os trabalhado res satisfeitos tendem a adotar comportamentos mais seguros e são mais produti vos que aqueles insatisfeitos.

Eficiência - eficiência é a conseqüência de um bom planejamento e organização

do trabalho, que proporcione saúde, segurança e satisfação ao trabalhador. Ela deve ser colocada dentro de certos limites, pois o aumento indiscriminado da efi ciência pode implicar em prejuízos à saúde e segurança. Por exemplo, quando se aumenta a velocidade de uma máquina, aumenta-se a eficiência, mas há também uma probabilidade maior de acidentes. Na produção in dustrial, há casos em que se conseguem aumentar a eficiência sem comprometer a segurança, mas isso exige investimentos em tecnologia, organização do trabalho e treinamento dos trabalhadores, para eliminar os fatores de risco.