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André ricardo quinteros panesi apresenta orientações para o uso eficiente de energia em supermercados, analisando a matriz energética e as oportunidades de redução do consumo de energia elétrica em sistemas de refrigeração, ar condicionado e iluminação. O documento destaca a importância de inspeções regulares e aplicação de estratégias adequadas para melhorar a eficiência energética.
Tipologia: Resumos
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Não perca as partes importantes!
André Ricardo Quinteros Panesi (POLI-USP) ricardopanesi@yahoo.com.br
Frente às diversas dificuldades enfrentadas atualmente com relação ao suprimento de energia, principalmente para as necessidades pessoais, torna-se primordial o controle e os estudos sobre os meios e procedimentos para que a sustentabilidade energética do país seja equilibrada com a de- manda e o consumo existentes. O uso eficiente de energia se constitui num pressuposto essencial para a concretização de uma estratégia energética em bases sustentáveis. Segundo as projeções do Plano Decenal de expansão de Energia Elétrica (PDEE 2006-2015) do Ministério de Minas e E- nergia, o consumo total de energia elétrica no país pode saltar dos atuais 373,5 TWh para 617, TWh em 2015. A proposta do presente trabalho é apresentar orientações de eficiência energética em supermercados de modo a utilizar a energia eficientemente conciliando os custos de investimen- to e os custos operacionais. Os objetivos principais são a análise da matriz energética do super- mercado e as oportunidades de redução do consumo de energia elétrica envolvendo os principais usos finais de energia, contribuindo dessa forma com o a sustentabilidade energética do país.
Palavras-chave: Eficiência Energética; Sustentabilidade Energética; Índices Energéticos.
Em geral, edifícios públicos ou privados apresentam oportunidades significativas de redução de tarifas de energia elétrica através de um gerenciamento da instalação com a adoção de equipa- mentos mais eficientes, alterações de algumas características arquitetônicas, mudança no hábito dos usuários como também projetos arquitetônicos que visam o melhor aproveitamento dos recursos na- turais existentes. O gerenciamento energético de qualquer instalação requer a implementação de es- tratégias adequadas e planejadas partindo desde uma simples conta de energia elétrica até uma subs- tituição de equipamentos. Atualmente o perfil de consumo de uma instalação predial comercial é i- lustrada de acordo com a figura 1 e pela figura 2 para supermercados em geral.
Figura 1- Perfil de consumo prédios comerciais
48%
15%
24% 13% Elevadores e bom bas Equip. de escritório Ar condicionado Ilum inação
Figura 2- Perfil de consumo supermercados
20% (^) 25%
25% 30% Ar condicionado Refrigeração Ilum inação Outros
Como ilustra a figura 2, um supermercado em geral apresenta como matriz energética a maior parte do consumo em sistemas de refrigeração, ar condicionado e iluminação. Sendo assim, é pri- mordial que o controle em cima desses fatores sejam de grande importância para a redução do con- sumo de energia nessas edificações. Alguns fatores que contribuem para o desperdício são, por e- xemplo, equipamentos subdimensionados ou superdimensionados, edificação antiga, inexistência de controles automáticos, manutenção inadequada ou também funcionários despreparados para geren- ciamento da energia. Atualmente existe duas situações que são: supermercado já existente ou su- permercado em fase de construção, como o número existente é bem maior do que os que estão sen- do construídos, torna-se como grande desafio, o combate de desperdício de energia nos estabeleci- mentos já construídos.
Para um verdadeiro controle dos sistemas de refrigeração, iluminação e ar condicionado é ne- cessário realizar inspeções na instalação principalmente nos seguintes itens:
- Termostatos ou pressostatos nas câmaras de refrigeração;
Fonte: Elaboração própria Pela figura 4 observa-se que no período úmido, aumentou-se a demanda contratada em apro- ximadamente 7%, época em que ocorre temperatura externa elevada. Percebe-se também que a de- manda contratada foi ultrapassada em quatro meses, que acarretou conseqüentemente prejuízo na conta de energia elétrica.
Algumas perdas de energia podem ser avaliadas quantitativamente através de cálculos especí- ficos que comprovam como andam alguns equipamentos da instalação. Considerando o mesmo hi- permercado em questão as oportunidades em curto prazo possíveis para a diminuição do consumo de eletricidade como exemplo será citado o sistema de climatização e o de iluminação. A tabela 1 refere-se aos dados do equipamento de climatização (chiller) novo fornecido pelo manual do fabri- cante, e a tabela 2 os dados do mesmo equipamento com seis anos de uso tirados em campo.
Tabela 1- Dados do equipamento de climatização novo
Fabricante//quantidade Carrier/ Modelo 30Hxe Refrigerante HFC 134a Compressor/quantidade Duplo parafuso semi-hermético/ Capacidade efetiva 310 TR Consumo total de potência 237,89KW Corrente total 709A Eficiência energética 0,60 KW/TR Coeficiente de performance-COP 5,5 KW/KW
Tabela 2- Dados do chiller atual
Fabricante//quantidade Carrier/ Modelo 30Hxe Refrigerante HFC 134a Compressor/quantidade Duplo parafuso semi-hermético/ Capacidade efetiva 222,6 TR Consumo total de potência 207,72KW Eficiência energética 0,93 KW/TR Coeficiente de performance-COP 3,8 KW/KW Consumo 12.305,12 R$/mês
Já a tabela 3 fornece os valores do chiller depois das melhorias termodinâmicas recomendadas com relação a pressões de descarga, pressões de sucção e superaquecimentos.
Tabela 3- Dados do chiller após melhorias
Fabricante//quantidade Carrier/ Modelo 30Hxe Refrigerante HFC 134a Compressor/quantidade Duplo parafuso semi-hermético/ Capacidade efetiva 272,63 TR Consumo total de potência 185,34KW Eficiência energética 0,69 KW/TR Coeficiente de performance-COP 5,18 KW/KW Consumo 10.918,38 R$/mês
Com relação ao sistema de iluminação temos os seguintes dados:
Área total: 14.750m^2 Tempo de operação anual: 8640h Tarifa: R$ 0,11782/ KWh Potência total instalada: 296 KW Densidade de potência: 20W/m^2 Carga térmica devido a iluminação: 296 KW = 84 TR Consumo anual de energia elétrica: 296 KW. 8640h = 2.557.440 KWh Custo anual do consumo: R$ 301.317, Eficiência do chiller: 0,93 KWh/TRh
Proposta: desligamento de 30% da iluminação durante 4h/dia
Economia no sistema de ar condicionado:
0,3. 84TR = 25,2TR.1440h = 36.288 TRh. 0,93KWh/TRh. R$ 0,11782/ KWh = R$ 3.976,17/ano
Economia no desligamento:
0,3. 296 KW = 88,8 KW. 1440h = 127.872 kWh. R$ 0,11782/ KWh = R$ 15.065,87/ano
O presente artigo procurou mostrar que é possível realizar operações de combate ao desperdí- cio de energia em supermercados sem a exigência de grandes investimentos iniciais atacando os pontos que proporcionam as oportunidades de melhorias através de observações de equipamentos e maquinários da instalação. Foram apresentadas algumas propostas de ações com vistas à exploração da eficiência energética sendo que existem várias outras ações que poderiam ser aplicadas em cada caso. A falta de uma estratégia de combate a esses desperdícios seriam uma das grandes barreiras a serem vencidas como também o interesse do estabelecimento varejista em aplicar essas ações. Para futuros supermercados que viessem a ser construídos recomenda-se um estudo de implantação de sistemas de co-geração de energia que sem dúvida é uma das opções que melhor representa o uso eficiente de uma matriz energética nesses estabelecimentos. Nos sistemas fluidomecânicos, ou seja, bombas, ventiladores e compressores estima-se um potencial de conservação de energia que pode chegar a 11,6 TWh/ano no Brasil incluindo os setores industriais, comercio/serviços, agricultura e poder/serviços públicos.