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Efeito da Associação de Defensivos Sobre o Potencial Fisiológico , Notas de estudo de Engenharia Agronômica

Influencia do tratamento quimico sobre o potencial fisiologico de sementes de milho

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 05/04/2011

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mirian-gotardo-5 🇧🇷

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Efeito da Associação de Defensivos Sobre o Potencial Fisiológico
de Sementes de Milho Durante o Armazenamento
Diogo Fontoura¹, Mirian Gotardo²
¹Acadêmicos do ILES/ULBRA, ²Professora do ILES/ULBRA, CEP: 75523-200, Itumbiara – GO.
diogofontoura@yahoo.com.br, mgotardo@netsite.com.br.
Palavras-chave: Zea mays L., tratamento de sementes, armazenamento, potencial fisiológico.
O tratamento químico de sementes é uma das técnicas mais utilizadas na
agricultura atual, por ser uma tecnologia de baixo custo, pequeno impacto ambiental e, em geral,
com efeito significativo no rendimento (ZAMBOLIM, 2005).
O uso de sementes de qualidade é um dos pré-requisitos fundamentais para
conseguir maior produtividade na lavoura. A qualidade fisiológica das sementes é influenciada
pelas características genéticas herdadas de seus progenitores, além da germinação e vigor, sendo
estes dois últimos fatores afetados pelas condições ambientais, métodos de colheita, secagem,
processamento, tratamento, armazenamento e embalagem (ZAMBOLIM, 2005).
Contudo, o armazenamento de sementes tratadas com inseticidas pode
ocasionar quedas significativas de germinação e vigor, como demonstrado por vários autores
(Bittencourt et al. (2000); Gotardo et al., (2001)). Este fato pode estar relacionado com a
deterioração gerada pelo uso dos inseticidas, os quais induzem a formação de radicais livres e
consequentemente estresse oxidativo (BRAGUINI, 2005).
O presente trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos de diferentes
tratamentos químicos no vigor e na germinação das sementes de milho após um período
determinado de armazenamento.
O experimento foi implantado nos laboratórios de Ciências Ambientais e de
Sementes do Campus II do Curso de Agronomia do Instituto Luterano de Ensino Superior de
Itumbiara-GO ILES/ULBRA. Para tanto, foram utilizadas sementes de milho híbrido 30F80, sem
tratamento químico, provenientes da empresa Pioneer de Itumbiara-GO.
As sementes foram tratadas com os produtos e suas respectivas dosagens,
conforme Tabela 1 e mantidas armazenadas em ambiente convencional (sem controle de
temperatura e umidade relativa), por um período total de vinte e um dias.
Após o tratamento, a cada sete dias, as sementes foram submetidas aos testes
Padrão de Germinação (TPG), (BRASIL, 1992) e Envelhecimento Acelerado (EA), (MARCOS
FILHO, 1999).
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC) em
esquema fatorial 3 X 12, (3 épocas de avaliação X 12 tratamentos). Foi realizada análise de
variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.
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Efeito da Associação de Defensivos Sobre o Potencial Fisiológico de Sementes de Milho Durante o Armazenamento

Diogo Fontoura¹, Mirian Gotardo²

¹Acadêmicos do ILES/ULBRA, ²Professora do ILES/ULBRA, CEP: 75523-200, Itumbiara – GO. diogofontoura@yahoo.com.br, mgotardo@netsite.com.br.

Palavras-chave: Zea mays L., tratamento de sementes, armazenamento, potencial fisiológico.

O tratamento químico de sementes é uma das técnicas mais utilizadas na agricultura atual, por ser uma tecnologia de baixo custo, pequeno impacto ambiental e, em geral, com efeito significativo no rendimento (ZAMBOLIM, 2005). O uso de sementes de qualidade é um dos pré-requisitos fundamentais para conseguir maior produtividade na lavoura. A qualidade fisiológica das sementes é influenciada pelas características genéticas herdadas de seus progenitores, além da germinação e vigor, sendo estes dois últimos fatores afetados pelas condições ambientais, métodos de colheita, secagem, processamento, tratamento, armazenamento e embalagem (ZAMBOLIM, 2005). Contudo, o armazenamento de sementes tratadas com inseticidas pode ocasionar quedas significativas de germinação e vigor, como demonstrado por vários autores (Bittencourt et al. (2000); Gotardo et al., (2001)). Este fato pode estar relacionado com a deterioração gerada pelo uso dos inseticidas, os quais induzem a formação de radicais livres e consequentemente estresse oxidativo (BRAGUINI, 2005). O presente trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos de diferentes tratamentos químicos no vigor e na germinação das sementes de milho após um período determinado de armazenamento. O experimento foi implantado nos laboratórios de Ciências Ambientais e de Sementes do Campus II do Curso de Agronomia do Instituto Luterano de Ensino Superior de Itumbiara-GO ILES/ULBRA. Para tanto, foram utilizadas sementes de milho híbrido 30F80, sem tratamento químico, provenientes da empresa Pioneer de Itumbiara-GO. As sementes foram tratadas com os produtos e suas respectivas dosagens, conforme Tabela 1 e mantidas armazenadas em ambiente convencional (sem controle de temperatura e umidade relativa), por um período total de vinte e um dias. Após o tratamento, a cada sete dias, as sementes foram submetidas aos testes Padrão de Germinação (TPG), (BRASIL, 1992) e Envelhecimento Acelerado (EA), (MARCOS FILHO, 1999). O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC) em esquema fatorial 3 X 12, (3 épocas de avaliação X 12 tratamentos). Foi realizada análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.

Tabela 1. Tratamentos e doses dos produtos comerciais utilizados nas sementes de milho ( Zea

mays L.), híbrido 30F80, antes do armazenamento. Tratamentos Princípio Ativo Doses ¹ 1 Testemunha - - 2 Cruiser 350 FS 3 Captan 750 TS 4 Maxim XL 5 Orthene 750 BR 6 Orthene 750 BR + Cruiser 350 FS 7 Maxim XL + Orthene 750 BR 8 Maxim XL + Cruiser 350 FS 9 Maxim XL + Cruiser 350 FS

  • Orthene 750 BR 10 Captan 750 TS + Orthene 750 BR 11 Captan 750 TS + Cruiser 350 FS 12 Captan 750 TS + Cruiser 350 FS
  • Orthene 750 BR

Thiamethoxam Captan Fludioxonil + Metalaxil-M Acefato Acefato + Thiamethoxam Fludioxonil + Metalaxil-M + Acefato Fludioxonil + Metalaxil-M + Thiamethoxam Fludioxonil + Metalaxil-M + Thiamethoxam

  • Acefato Captan + Acefato Captan + Thiamethoxam Captan + Thiamethoxam
  • Acefato

600 ml 160 g 150 ml 500 g 500 g + 600 ml 150 ml + 500 g 150 ml + 600 ml 150 ml + 600 ml

  • 500g 160 g + 500 g 160 g + 600 ml 160 g + 600 ml
  • 500 g

¹ Produto comercial por 100 kg de sementes.

Na Tabela 2 é observado variação significativa da geminação e do vigor em

função das épocas de avaliação e dos tratamentos aplicados as mesmas. Também pode ser verificado que a interação foi significativa em nível de 5% e 1% respectivamente.

Tabela 2. Quadrados Médios referente à Germinação e Vigor das sementes tratadas com diferentes produtos e avaliadas em diferentes épocas durante o período de armazenamento.

Quadrado Médio (Q.M.) Germinação (TPG) Vigor (EA) Época (A) 270,33** 884,27** Tratamento (B) 407,36** 2516,40** A X B 37,93* 129,23**

*,^ ** significativo em nível de 5 e 1%, respectivamente.

De acordo com a Tabela 3 verificou-se que numa primeira época de avaliação (7 DAT), somente os tratamentos 6 e 9 (Orthene 750 BR + Cruiser 350 FS (83,5%) e Maxim XL

  • Cruiser 350 FS + Orthene 750 BR (82,5%), respectivamente), não se mantiveram dentro do mínimo necessário de germinação para comercialização que é de 85% (BRASIL, 1985). As maiores médias de germinação foram obtidas quando as sementes foram tratadas somente com Captan 750 TS ou Captan 750 TS associado a outros produtos. Na segunda (14 DAT) e terceira (21 DAT) época de avaliação em que o tratamento associou Orthene 750 BR + Cruiser 350 FS, independente do fungicida utilizado

Tabela 4. Valores médios de envelhecimento acelerado das sementes submetidas aos diferentes

tratamentos químicos durante o período de armazenamento.¹

Épocas Tratamentos 1 (7 DAT)² ,^ ³ 2 (14 DAT) 3 (21 DAT) Média 1 Testemunha 89,5 AB a² 92,0 AB a 88,0 AB a 89, 2 Cruiser 350 FS 89,5 AB a 84,0 B a 86,0 AB a 86, 3 Captan 750 TS 91,0 AB b 97,5 A a 94,5 A ab 94, 4 Maxim XL 93,5 A a 90,0 AB ab 83,0 B b 88, 5 Orthene 750 BR 67,5 DE a 31,5 C b 34,0 D b 44, 6 Orthene 750 BR + Cruiser 350 FS 54,0 EF a 44,5 C a 48,5 D a 49, 7 Maxim XL + Orthene 750 BR 76,0 CD a 40,5 C b 40,5 D b 52, 8 Maxim XL + Cruiser 350 FS 82,5 BC a 82,5 B a 81,5 BC a 82, 9 Maxim XL + Cruiser 350 FS + Orthene 750 BR 50,0 F a 29,5 C b 38,5 D ab 39, 10 Captan 750 TS + Orthene 750 BR 64,0 DEF a 32,0 C c 45,5 D b 47, 11 Captan 750 TS + Cruiser 350 FS 92,0 AB a 90,5 AB a 88,5 AB a 90, 12 Captan 750 TS + Cruiser 350 FS + Orthene 750 BR 73,0 CD a 42,0 C b 68,0 C a 61, Média 76,9 63,0 66,4 68, CV = 7,2481 % ¹ Dados originais, porém para efeito de análise estatística foram transformados em arco sen √x/100. ² Médias seguidas da mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. ³ DAT – Dias após tratamento.

Decréscimos no potencial fisiológico de sementes tratadas com inseticidas podem estar associados a formação de radicais livres, como resposta ao estresse exógenos produzidos por inseticidas do grupo dos carbamatos e organofosforados (SOARES E MACHADO, 2007). Radicais livres proporcionam a modificação oxidativa de proteínas; lesões no DNA; peroxidação de lipídeos de membranas. Muitas dessas espécies reativas ao oxigênio são formadas quando da metabolização de xenobióticos a um ou mais de seus intermediários reativos (DELGADO, 2006). Vários praguicidas, como organoclorados, (endosulfano) e organofosforados (acefato), exercem efeitos tóxicos envolvendo os radicais livres. A indução do estresse oxidativo (desbalanço entre produção e catalisação de radicais livres) e a alteração do sistema antioxidante por piretróides têm sido mostradas por vários autores, (BRAGUINI, 2005). A associação de defensivos (Thiamethoxam, Captan, Acefato e Fludioxonil + Metalaxil-M) reduz a viabilidade das sementes de milho, variando de acordo com os produtos utilizados e o tempo em que as sementes permanecem armazenadas após a realização do tratamento, já a utilização do inseticida Acefato, isolado ou associado a algum produto no tratamento de sementes prejudica o vigor das sementes de milho logo após o tratamento. Para garantir a qualidade fisiológica das sementes milho, deve-se fazer o tratamento das sementes e logo em seguida realizar o plantio, para que os efeitos deletérios do tratamento não sejam potencializados durante o período que as sementes permanecerem armazenadas.

Referências bibliográficas

BITTENCOURT, S. R. M; FERNANDES, M. A; RIBEIRO, M. C; VIEIRA, R. D. Desempenho

de sementes de milho tratadas com inseticidas sistêmicos. Revista Brasileira de Sementes. v. 22, n.2, p. 86-93, 2000.

BRAGUINI, W. L. Efeitos da Deltametrina e do Glifosato, sobre parâmetros do metabolismo

energético mitocondrial, sobre membranas artificiais e naturais e experimentos in vivo. Curitiba: UFP, 2005.

BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para Análise de Sementes. Brasília: SNDA/DNDV, 1992. 365p.

BRASIL. Ministério da Agricultura. Normas, padrões e procedimentos para a produção de sementes básicas, certificadas e fiscalizadas. 2. ed. Belo Horizonte, 1985. 110 p.

DELGADO, E.H.B. Disfunção respiratória mitocondrial e estresse oxidativo após exposição crônica ao malathion. Dissertação (Mestrado) - Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, 2006. GASSEN, D.N. Manejo de pragas associadas a cultura do milho. Passo Fundo: Aldeia Norte,

  1. 134p.

GOTARDO, M; BITTENCOURT, S. R. M; PEREIRA, L. M. A; VIEIRA, R. D; GOTARDO JÚNIOR, J. R. Qualidade fisiológica de sementes de milho tratadas com diferentes inseticidas. Revista Ceres, Viçosa, v.48, n.278, p. 511-516, 2001.

MARCOS FILHO, J. Teste de envelhecimento acelerado. In: KRZYZANOWSKI, F. C.; VIEIRA, R. D.; FRANÇA NETO, J. de B. (Ed). Vigor de sementes: conceitos e testes. Londrina: ABRATES, 218p, 1999.

PENCKOWSKI, L.H; PODOLAN, M.J; LOPEZ-OVEJERO, R.F. Tolerância de milho tratado com inseticidas a herbicidas do grupo das imidazolinonas. Planta daninha , Viçosa- MG, v.22, n. 2, p.307-13, 2004

SOARES, A. M. S.; MACHADO, O. L. T. Defesa de plantas: Sinalização química e espécies reativas de oxigênio. Revista Trópica – Ciências Agrárias e Biológicas. v.1, n.1, p.9-19, 2007.

ZAMBOLIM, L. Sementes: qualidade fitossanitária. Viçosa: UFV, 2005. 502 p.