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Este documento discute os limites entre o beber social, o uso abusivo ou nocivo de álcool e a síndrome de dependência do álcool. Aprenda sobre os efeitos do álcool no córtex, sistema glutamatérgico, interação com o receptor gaba, e os sintomas de abstinência. Encontre informações sobre as doses de álcool, efeitos no organismo, tratamento e prevenção.
Tipologia: Notas de estudo
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Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada.
O uso de bebidas alcoólicas é tão antigo quanto a própria Humanidade. Beber moderada e esporadicamente faz parte dos hábitos de diversas sociedades. Determinar o limite entre o beber social, o uso abusivo ou nocivo de álcool e o alcoolismo (síndrome de dependência do álcool) é por vezes difícil, pois esses limites são tênues, variam de pessoa para pessoa e de cultura para cultura. Estima-se que cerca de 10% das mulheres e 20% dos homens façam uso abusivo do álcool; 5% das mulheres e 10% dos homens apresentam a síndrome de dependência do álcool ou alcoolismo. Sabe-se também que o álcool está relacionado a 50% dos casos de morte em acidentes automobilísticos, 50% dos homicídios e 25% dos suicídios. Freqüentemente pessoas portadoras de outras doenças mentais (p. ex., ansiedade, pânico, fobias, depressão) apresentam também problemas relacionados ao uso de álcool.
De forma direta, o tema específico do alcoolismo foi incorporado pela OMS à Classificação Internacional das Doenças em 1967 (CID-8), a partir da 8ª Conferência Mundial de Saúde. No entanto, essa questão não pode ser vista apenas como um fato cronológico. A questão do impacto sobre a saúde provocado pelo abuso do álcool já vinha sendo objeto de discussão pela OMS desde o início dos anos 50, compondo um processo longo de maturação (que até hoje ainda é objeto de contendas médico-científicas). Consta que em 1953 a OMS, através do seu Expert Comittee on Alcohol, já havia decidido que o álcool deveria ser incluído em uma categoria própria, intermediária entre as drogas provocadoras de dependência e aquelas apenas formadoras de hábito. O alcoolismo figura entre as cinco doenças mais incapacitantes do mundo (WHO, 2003).
O Alcoolismo pode ser caracterizado por 04 (quatro) fases:
ingestão de duas latas de cerveja ou duas doses de bebidas destiladas, se não, já está considerado alcoolizado.
O álcool é um depressor de muitas ações no Sistema Nervoso Central, e esta depressão é dose-dependente. Apesar de ser consumido especialmente pela sua ação estimulante, esta é apenas aparente e ocorre com doses moderadas, resultando da depressão de mecanismos controladores inibitórios. O córtex, que tem um papel integrador, sob o efeito do álcool é liberado desta função, resultando em pensamento desorganizado e confuso, bem como interrupção adequada do controle motor. O etanol se difunde pelos lipídios, alterando a fluidez e a função das proteínas. Altas concentrações de álcool pode diminuir as funções da bomba Na+^ K+/ATPase no transporte de elétrons, este efeito compromete a condução elétrica. O etanol afeta diversos neurotransmissores no cérebro, entre eles o neurotransmissor inibitório, o ácido gama-aminobutirico (GABA).
A interação entre etanol e o receptor para o GABA se evidencia em estudos que demonstram haver redução de sintomas da síndrome de abstinência alcoólica através do uso de substâncias que aumentam a atividade do GABA, como os inibidores de sua recaptação e os benzodiazepínicos, mostrando a possibilidade do sistema Gabaérgico ter efeito na fisiopatologia do alcoolismo humano. O etanol potencializa as ações de receptor GABA através de um mecanismo que é independente do receptor benzodiazepínico.
As vias neuronais que utilizam GABA desempenham importante ação inibitória sobre as demais vias nervosas. O receptor para o GABA encontra-se associado ao canal de cloro e ao receptor de benzodiazepínicos, formando um complexo funcional. Quando o GABA se acopla ao seu receptor, promove o aumento na freqüência de abertura dos canais de cloro, permitindo assim a passagem de maior quantidade do íon para o meio intracelular, tornando-se ainda mais negativo e promovendo, assim, hiperpolarização neuronal. Baixas concentrações alcoólicas promoveriam facilitação da inibição gabaérgico no córtex cerebral e na medula espinhal.
Os efeitos a exposição crônica ao etanol poderia explicar alguns dos fenômenos observados no alcoolismo, como a tolerância e a dependência. A rápida tolerância ao aumento do influxo de cloro mediado pelo GABA inicia-se já nas primeiras horas e
estabelece-se durante o uso crônico do álcool. O álcool seletivamente altera a ação sináptica do glutamato no cérebro. O sistema glutamatérgico, que utiliza glutamato como neurotransmissor, e que é uma das principais vias excitatórias do sistema nervoso central, também parece desempenhar papel relevante nas alterações nervosas promovidas pelo etanol. O glutamato é o maior neurotransmissor excitatório no cérebro, com cerca de 40% de todas as sinápses glutaminergicas. As ações pós-sinápticas do glutamato no sistema nervoso central são mediadas por dois tipos de receptores: Um tipo é o receptor inotrópico que são os canais iônicos que causa despolarização neuronal. O 2o^ tipo de receptor glutamato é o metabotrópico (visto que suas respostas necessitam de passos metabólicos de sinalização celular), enquanto as ações intracelulares são mediadas pela proteína G. Um dos receptores glutamatos inotrópicos tem duas famílias separadamente identificadas tanto nas características farmacológica, biofísica e molecular conhecidas como o receptor NMDA (n-metil-D-aspartato), voltagem dependente, que sustenta as correntes associado a canais de ions permeáveis ao cálcio ao sódio e ao potássio e a segunda família de receptores inotropicos glutamato, o receptor AMPA/Ka (agonista preferencial é a a -amino-3-hidroxi-5-metil-4-isoxazol propiato). O glutamato participa da plasticidade sináptica e potencialização longo-tempo (LTP) parecendo ter um papel critico na memória e na cognição. O efeito eletrofisiológico predominante do etanol é reduzir a neurotransmissão glutaminergica excitatória. Observou-se que baixas concentrações do etanol são capazes de inibir a ação estimulante mediada pelo NMDA sobre células hipocampais em cultura. O etanol inibe a corrente do receptor NMDA em concentração associadaos com a intoxicação em vivo. Estes achados poderiam também participar da gênese de dependência física ao álcool, através de processo inverso ao observado pelo GABA, ou seja, uma vez retirado o etanol, as vias glutaminérgicas produzem superexcitação do SNC , gerando convulsões, ansiedade e delirium. O influxo de ions cálcio para a célula desempenha importante função na liberação dos neurotransmissores na fenda sináptica como também, na atividade de segundo mensageiro celular. O etanol, em concentrações de 25mM parece inibir a passagem de cálcio através dos canais iônicos, diminuindo a liberação de neurotransmissores. Este também poderia ser um dos mecanismos de produção da dependência e da tolerância, uma vez que retirada o álcool,
bebidas alcoólicas. “Reduzir” não adianta; parar é necessário para uma recuperação bem sucedida. Contudo, até indivíduos determinados a ficarem sóbrios podem ter recaído, antes de chegar à sobriedade de longo prazo. Recaídas são muito comuns e não significam que uma pessoa fracassou ou não pode eventualmente se recuperar do alcoolismo. Tenha em mente também que todo dia que um dependente do álcool fica sóbrio antes de uma recaída é extremamente valioso, tanto para o indivíduo quanto para sua família. Ocorre-se uma recaída, é muito importante tentar parar de beber de novo e obter o apoio necessário para não beber mais. A recaída não destrói as conquistas que ocorreram durante a abstinência, na maioria das vezes. A natureza do tratamento depende da gravidade do alcoolismo do indivíduo e dos recursos disponíveis na comunidade. O tratamento pode incluir a desintoxicação (o processo de retirar álcool do sistema de uma pessoa com segurança); tomar medicamentos receitados pelo médico, como disulfiram (AntabuseÆÊ) ou a Naltrexona (ReVia™), para ajudar a evitar o retorno à bebida uma vez que já parou; e aconselhamento individual e/ou em grupo. Há tipos de aconselhamento promissores que ensinam a recuperar dependentes de álcool e a identificar situações e sentimentos que levam à necessidade de beber e de descobrir novas maneiras de lidar com a ausência do álcool. Quaisquer destes tratamentos podem ser ocorrer tanto em hospital, como em tratamento residencial ou ambulatorial (o paciente fica em sua casa e vai às consultas, até todos os dias). Como o envolvimento com a família é importante para a recuperação, muitos programas oferecem aconselhamento conjugal e terapia familiar como parte do processo de tratamento. Alguns programas podem oferecer para os dependentes recursos vitais da comunidade como assistência legal, treinamento de trabalho, creche e aulas para ajudar a conseguir a reabilitação total. A próxima tabela apresenta alguns conselhos sobre o importante papel da família, escrito pela Drª. Neliana Buzi Figlie (Psicóloga, Mestre em Saúde Mental, pós-graduada do depto de Psiquiatria da UNIFESP/EPM e pesquisadora da UNIAD (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas):
O Papel da Família A primeira idéia que nos vem à mente quando falamos em família é: casal heterossexual, com dois filhos, um animal de estimação, o homem como chefe da família e a mulher como dona de casa. Quando temos esta estrutura, torna-se fácil definir a família. Mas nem sempre isso é real. Por família, devemos entender várias formas de relacionamento com compromisso. Por exemplo: um alcoólatra solteiro que mantém uma relação amigável com a família do vizinho, casais homossexuais, irmãos de criação, entre outros. A família pode ser aquela que tem acesso ao dependente, sem ser necessariamente a família consangüínea.
O alcoolismo não é causa, mas sim efeito.
O alcoolismo é um sintoma que ao surgir, se interpõe entre o indivíduo, a família e outros relacionamentos sociais, influenciando todo curso de vida. Todo sintoma tem uma causa. RELAÇÃO DE CAUSA E EFEITO As causas podem ser as mais variadas possíveis: *Conflitos emocionais ou pessoais *Dificuldade escolar, sociail ou profissional. *Acréscimo ou perda de um dos membros da família *Crises familiares *Consumo de bebida para o controle da ansiedade *Consumo de bebida para fuga de problemas *Separações, divórcios ou término de relacionamento amoroso. *Ausência de pais *Filhos de alcoólatras: aprendizagem de comportamento *Pressão Social ("Quem não bebe não é macho!") Embora o sintoma traga sérios prejuízos e desvantagens para a vida do dependente, o alcoolismo tem uma função na vida deste. Podemos dizer que a pessoa "aprendeu a funcionar com o álcool ", seja qual for a causa. Se o álcool é retirado, como o dependente vai funcionar (psicológica e fisicamente)? Fica a questão: " Como funcionar sem a bebida ?". Daí a dificuldade de abandonar o hábito de beber, embora a pessoa perceba as conseqüências negativas em sua vida. Mas existem Fatores Protetores que podem evitar a continuação do hábito ou as recaídas: *Boas oportunidades de trabalho *Boas oportunidades educacionais
6- "Mas ele é tão inteligente que não pode ser um alcoólatra" Esta é uma fala comum entre os patrões quando começam a desconfiar do consumo de álcool de seu funcionário. Lembre-se: Não há relação entre inteligência e alcoolismo. 7- "Ele desempenha seu trabalho brilhantemente e raramente falta" Que bom! Este funcionário ainda não deixou que seu consumo afetasse seu trabalho, mas e depois do expediente? 8- "Mas eu nunca o vi beber" Quando pensamos na figura do alcoólatra, a primeira imagem é o estereótipo do consumidor que não sai do bar. Porém, existem muitos alcoólatras que compram sua bebida e a bebem nos lugares mais inesperados. 9- "Todo alcoólatra é um vagabundo ou beberrão" Não pense que o alcoólatra é apenas aquele que fica jogado na sarjeta. Muitos são pessoas respeitáveis, que têm a aparência bem cuidada. 10- "Mas ele(a) veio de uma boa família" Alcoolismo acontece com qualquer pessoa, independente do nível social, econômico ou de status. 11- "Com a internação ele (a) irá se curar" Na maioria das vezes a internação é vista como "Salvadora da Pátria", mas para alguns familiares que já passaram por esta experiência, sabem que a afirmação acima nem sempre é verdadeira. Em alguns casos a internação pode ser eficaz quando o dependente está motivado ou quando ele está muito doente. Pensemos: em um ambiente protegido de problemas, pressão social e bebida, com cuidado 24 horas por dia, tornar-se fácil atingir a abstinência. Quando ocorre o retorno para o seu meio de origem: amigos, problemas, bares, bebidas e cobranças continuam a existir. Por tal o tratamento ambulatorial em alguns casos pode ser mais efetivo. 12- "O alcoolismo só atingem os homens" A realidade é que existem mais homens do que mulheres alcoólatras. Contudo, existem mulheres alcoólatras e por ser considerada uma dependência masculina, é esperado que as mulheres escondam sua dependência por vergonha ou culpa. COMO A FAMÍLIA ACABA AGINDO Para amenizar sentimentos ruins ou de pressão social, profissional, escolar e por que não dizer familiar, os parentes acabam atuando de forma a proteger a alcoólatra, isentando-o de seus atos ou diminuindo sua auto-estima. Veja alguns casos: 1- O familiar que presta socorro 24 horas por dia Se o patrão reclama a ausência do funcionário e o familiar dá "desculpas", fica cômodo para o alcoólatra permanecer escondido e protegido. Uma vez assumido um compromisso a responsabilidade é de quem o assumiu, mas vem o pensamento: "Se o patrão o ver desta forma (ressaca), irá demiti-lo". Questão: Com o passar do tempo, havendo a diminuição na qualidade do trabalho e aumentando o número
de faltas, o patrão não irá demiti-lo? 2- Policiar intensivamente O dependente deve ter consciência de que não deve beber e não somente o familiar. Ilusão pensar que você poderá controlar os hábitos do dependente 25 horas por dia, todos os dias. Acontece um desgaste duplo: o ato de fiscalizar gera ansiedade e nervosismo e consequentemente, a ausência de seus próprios compromissos para ter tempo de fiscalizar. Com o familiar preocupando-se pelo dependente, para que o dependente vai se preocupar? 3- Perda de controle. Os familiares tornam-se tão preocupados em controlar o beber do dependente ou evitar recaídas, que chegam a abandonar suas próprias vidas (lazer, trabalho, estudos...). O beber de forma indireta passa a dominar os pensamentos e ações dos familiares. Lembre-se que esta preocupação tem que ser do dependente e não sua. Por mais que ele esteja despreocupado, você apenas poderá lembrá-lo e ajudá-lo, mas não atuar por ele. 4- Agressão Física Infelizmente ocorrem casos de espancamento e atos de violência com alguns familiares, principalmente esposas e filhos. Quando restam os sinais de agressão é comum filhos deixarem de ir à escola ou esposas evitarem sair de casa por vergonha. Indiretamente estas atitudes omitem os atos dos alcoólatras. Violência é crime! Não se esconda e procure ajuda! Você sabe que existe a Delegacia da Mulher e o SOS Criança? 5- Os passivos Apatia não ajuda! O familiar apático tenta se esconder em seu mundo e não se confronta com o beber e suas conseqüências. 6- Os acusadores São aqueles que acreditam que o alcoólatra é o problema da família, tornando responsabilidade do dependente todas as ações dos outros membros da família. Intensifica o rebaixamento da auto-estima - O dependente se sente o pior dos piores, sem saída para mudar seu conceito. 7- Símbolo da perfeição Trata-se de familiares que tentam chamar atenção do alcoólatra através de seu comportamento exemplar, comparando-se a este em todo o momento. Também é comum a comparação entre irmãos ou cônjuges. Tal atitude somente contribui para que o dependente se sinta pequeno, sem valor.
BUSCANDO SOLUÇÕES
A solução ideal seria a "cura do alcoolismo", mas esta solução depende da motivação do dependente e do familiar. Se o dependente não tem esta motivação, a melhor solução para a família seria efetuar algumas
Propiciar atividades de lazer ou de convívio familiar para tentar abrandar estas frustrações são importantes. Atividades físicas acabam sendo as mais comuns, mas também pense em passeios, vídeo, cinema, teatro, leitura, visitas a casa de parentes e amigos, buscar filhos na escola, etc. 8- EVITE: Não dar importância ou ignorar os fatos Expulsar de casa Julgar o dependente como o único culpado Policiar intensivamente 9- Procurar ajuda profissional Não se deixe levar pelo sentimento de fracasso. Os profissionais de saúde existem para ajudar tanto o dependente, como o familiar. Em alguns casos é necessária uma atuação técnica e não apenas familiar. Será que não é uma exigência muito grande a família acreditar que deve dar conta de tudo sozinha? 10- Procurar Recursos da Comunidade Existem grupos de Auto-Ajuda (AA e NA), religião e palestra...Enfim, tudo que o dependente possa sentir como eficaz para ajudá-lo. ATENÇÃO: Nem sempre o que é melhor para a família, é melhor para o dependente. O principal envolvido precisa estar motivado. Vale ressaltar que estes recursos podem ser utilizados simultaneamente a um tratamento. Não existe um único detentor do saber ou uma forma única de cura.
A forma pura da cafeína foi extraída das plantas em 1820, mas, atualmente, pode ser produzida em laboratório. É o estimulante legal mais usado no mundo. A cafeína é mais comumente associada ao café e às bebidas à base de cola que contém cafeína e flavorizantes extraídos de fontes naturais (grãos de café e nozes de cola, respectivamente). O café é a bebida que contém cafeína mais consumida no mundo. O cafeeiro é originário da Etiópia, tendo chegado à Arábia no século XIII e à Turquia no século XVI. Mas é somente com sua chegada à Itália, no princípio do século XVII, que se dá sua grande expansão, pois começaram a surgir, desde então, casas de café por toda Europa, servindo de local de encontro e discussões sérias. Na segunda metade do século XVII, o
café chegou à América. Antes de ser consumido da maneira que conhecemos, o café, há cerca de 700 anos, foi uma comida, depois vinho e também remédio. No século XVII, em vários condados da Alemanha e na Rússia Czarista, consumidores de café foram condenados à morte.Tendo se popularizado com sua chegada à Europa, foram os Estados Unidos, após sua independência, que se tornaram o principal consumidor mundial, respondendo hoje pelo consumo de cerca de 1/3 (um terço) do café cultivado no mundo. O Brasil entra, por sua vez, na estatística do café com o primeiro lugar entre os produtores, vindo acompanhado da Colômbia, detentora do segundo. Atualmente é também cultivado em Java, Sumatra, Índia, Arábia, África Equatorial, Hawai, México, Antilhas, América Central e outros países da América do Sul. O chá contém quantidade significativa de cafeína e teofilina, enquanto que o chocolate (cacau) contém quantidades relativamente baixas de cafeína e teobromina. Teofilina e teobromina são parentes químicos da cafeína. O café foi inicialmente usado para ajudar a manter as pessoas acordadas nas noites frias, durante longos eventos religiosos. A cafeína não produz uma verdadeira euforia, mas causa dependência psicológica, aumenta a vivacidade, a performance mental e a motora, especialmente nos fadigados. Estes sintomas, junto com alguns dos efeitos de doses altas - por exemplo, agitação e até convulsões - acontecem principalmente pelo bloqueio dos receptores de adenosina. A adenosina é um hormônio local auto-regulável que modula (normalmente inibe) a função da maioria das células no corpo. A quantidade de cafeína em 2 ou 3 xícaras de café bloqueia 50% dos receptores de adenosina.
A cafeína é a 1,3,7-trimetilxantina - um pó branco cristalino muito amargo. Na medicina, a cafeína é utilizada como um estimulante cardíaco e um diurético. Ela também produz um "boost" de energia, ou um aumento no estado de alerta - por isso motoristas e estudantes tomam litros e café para permanecerem acordados. A cafeína é uma droga que causa dependência - física e psicológica. Ela opera por mecanismos similares às anfetaminas e à cocaína. Seus efeitos, entretanto, são mais fracos do que estas drogas, mas ela age nos mesmos receptores do sistema nervoso central (SNC).
tratamento de crises de enxaqueca, onde a vasodilatação existente é responsável pelo quadro, e é combatida pela cafeína.
Sistema Respiratório
A cafeína possui dois efeitos importantes no sistema respiratório. Ela estimula os neurônios do centro respiratório do cérebro proporcionando um aumento discreto da freqüência e a intensidade da respiração, juntamente com um efeito local nos brônquios, produzindo um satisfatório efeito broncodilatador. Essas propriedades sugerem benefícios no consumo regular de cafeína por pacientes asmáticos.
Sistema Geniturinário
A ingesta aguda de cafeína produz um moderado aumento no volume de urina e na excreção urinária de sódio, diminuindo a reabsorção de sódio e de água nos túbulos renais. Assim sendo ela tem algum efeito diurético que pode ser útil no alívio de cólicas menstruais (dismenorréia) produzidas pela retenção de líquidos. Esse efeito de alívio na dismenorréia e realçado pelos efeitos analgésicos da substância.
Sistema Digestivo
A cafeína estimula a secreção gástrica de ácido clorídrico e da enzima pepsina no ser humano, em doses a partir de 250 mg (duas xícaras de café forte). Essa característica da cafeína a contra-indica em pacientes com úlcera digestiva. Entretanto, em pessoas sem nenhuma patologia digestiva a cafeína não tem sido associada a um maior risco de úlcera péptica. Essa associação ainda não foi definitivamente investigada e esclarecida através de pesquisas clínicas convincentes.
Sitema Endócrino
A cafeína tem sido associada a um aumento nos níveis de ácidos graxos livres no sangue, portanto, funcionaria como uma substância capaz de mobilizar gorduras. Esse efeito não teria influência da tolerância, ou seja, ele se observaria tanto em pessoas que usam cafeína esporadicamente, como nos usuários crônicos.
O efeito termogênico, de aumento dos níveis de ácidos graxos, ocorre devido a uma mobilização das gorduras de seus depósitos (lipólise), muito provavelmente em conseqüência da ação da cafeína como antagonista dos efeitos da adenosina no tecido adiposo. Atualmente já existem evidências de que possa ter algum efeito da cafeína no emagrecimento de pessoas obesas, principalmente quando ingerida junto com as refeições.
O tabaco é uma planta cujo nome científico é Nicotiana tabacum , da qual é extraída uma substância chamada nicotina. Começou a ser utilizada aproximadamente no ano 1000 a.C., nas sociedades indígenas da América Central, em rituais mágico religiosos, com o objetivo de purificar, contemplar, proteger e fortalecer os ímpetos guerreiros, além disso, esses povos acreditavam que essa substância tinha o poder de predizer o futuro. A planta chegou ao Brasil provavelmente pela migração de tribos tupis-guaranis. Conforme Malbergier (2003), a dependência de nicotina é a mais comum das dependências. Nos Estados Unidos, 50% da população adulta, no momento, é ou já foi dependente de nicotina. No Brasil, segundo os dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), um terço da população adulta fuma, sendo 11,2 milhões de mulheres e 16, milhões de homens. Os homens fumam em maior proporção que as mulheres em todas as faixas etárias. Porém, a mulher vem aumentando sua participação, principalmente nas faixas etárias mais jovens. No Brasil, como também vem ocorrendo em vários países do mundo, observa-se maior consumo de cigarros nas classes com menor poder aquisitivo e menor escolaridade. Os indivíduos tendem a começar a fumar ao redor dos 15 anos e somente 10% após os 19 anos. Alguns fatores aumentam o risco de se tornar um fumante: hereditariedade, uso/abuso de álcool e outras drogas, déficit de atenção e sintomas depressivos. Cerca de 92% dos fumantes têm consciência de que o Cerca de 92% dos fumantes têm consciência de que o ato de fumar é nocivo e ameaça sua saúde. Desses, 70% desejam parar de fumar, mas poucos (em torno de 5%) conseguem fazê-lo sem ajuda profissional; ainda carece de comprovação em relação aos benefícios à saúde.
Efeitos no resto do corpo
A nicotina produz um pequeno aumento no batimento cardíaco, na pressão arterial, na freqüência respiratória e na atividade motora. Quando uma pessoa fuma um cigarro, a nicotina é imediatamente distribuída pelos tecidos. No sistema digestivo provoca queda da contração do estômago, dificultando a digestão. Há um aumento da vasoconstricção e na força das contrações cardíacas.
Efeitos tóxicos
A fumaça do cigarro contém várias substâncias tóxicas ao organismo. Dentre as principais, citamos a nicotina, o monóxido de carbono, e o alcatrão. O uso intenso e constante de cigarros aumenta a probabilidade de ocorrência de algumas doenças como, por exemplo, a pneumonia, câncer de pulmão, problemas coronarianos, bronquite crônica, além de câncer em regiões do corpo que entram em contato direto com a fumaça como garganta, língua, laringe e esôfago. O risco de ocorrência de enfarte do miocárdio, angina e derrame cerebral é maior nos fumantes quando comparado aos não fumantes. Existem evidências de que a nicotina pode provocar úlceras gastro-intestinais. Entre outros efeitos tóxicos provocados pela nicotina, podemos destacar ainda náuseas, dores abdominais, diarréia, vômitos, cefaléia, tontura, bradicardia e fraqueza.
Tabaco e gravidez
Quando na gravidez a mãe fuma "o feto também fuma", passando a receber as substâncias tóxicas do cigarro através da placenta. A nicotina provoca aumento do batimento cardíaco no feto, redução do peso do recém-nascido, menor estatura, além de alterações neurológicas importantes. O risco de abortamento espontâneo, entre outras complicações durante a gravidez é maior nas gestantes que fumam. Durante a amamentação, as substâncias tóxicas do cigarro são transmitidas para o bebê através do leite materno.
Tabagismo passivo
Os poluentes do cigarro dispersam-se pelo ambiente, fazendo com que os não-fumantes próximos ou distantes dos fumantes, inalem também as substâncias tóxicas, tornando-se fumantes passivos. Estudos comprovam que filhos de pais fumantes apresentam uma incidência três vezes maior de infecções respiratórias (bronquite, pneumonia, sinusite) do que filhos de pais não fumantes.
Aspectos Gerais
O hábito de fumar é muito freqüente na população. A associação do cigarro com imagens de pessoas bem sucedidas é uma constante nos meios de comunicação. Este tipo de propaganda é um dos principais fatores que estimulam o uso do cigarro. Por outro lado, as campanhas contra o fumo vêm recebendo um destaque cada vez maior em diversos países, ganhando apoio de grande parte da população e gerando um movimento popular de intolerância. Neste sentido, o "espaço" dos fumantes vem sofrendo restrições consideráveis ao longo dos últimos anos.
XAROPES
Os xaropes nada mais são que formulações farmacêuticas com grande quantidade de açucares e nesse líquido é acrescentada a substância medicamentosa que vai trazer o efeito benéfico desejado. Nesse caso, existem xaropes onde a substância medicamentosa ativa é a codeína. Outra substância medicamentosa ativa acrescentada ao xarope é o zipeprol, uma substância produzida em laboratório, portanto sintética, de grande toxidade que atua no cérebro e faz com que a pessoa se sinta sonolenta, com a sensação de leveza, vendo ou sentindo coisas diferentes e pode causar convulsões. Devido a isso, foi proibida a fabricação e a venda de medicamentos à base de zipeprol no Brasil. Há também uma medicação feita com uma solução aquosa, às vezes com pouco de álcool que são as chamadas gotas para tosse. A substância ativa dessas gotas é geralmente a codeína ou o zipeprol. Essas duas substâncias são chamadas de antitussígenas (medicamentos para combater a tosse).
A codeína, ou metilmorfina é um alcalóide natural (opiáceo natural) que compõe o ópio. O ziprepol é uma substância sintética (opióide), isto é, fabricada em laboratório.