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Distúrbios do sistema Biliar e sua farmacologia
Tipologia: Resumos
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Trabalho escrito apresentado junto ao curso de Enfermagem na Universidade Ceuma na disciplina de Saúde do adulto como requisito para a obtenção de nota parcial do segundo bimestre. Orientadora: Profa. Mª Naine Linhares.
um líquido que facilita a digestão de lipídios e neutraliza os ácidos ingeridos. Sua importância se mostra principalmente na absorção de vitaminas lipossolúveis e colesterol, podendo a sua ausência causar alguns problemas ao organismo como, a incapacidade de a pessoa absorver gorduras e vitaminas lipossolúveis por um determinado tempo ou não, uma vez que após um período o organismo pode voltar a se adaptar com pequenas quantidades de lipídios, sendo sua dieta com baixo teor de gorduras. Existem vários distúrbios que afetam o sistema biliar e interferem na drenagem normal da bile no duodeno, esses distúrbios incluem a inflamação do sistema biliar e o carcinoma que provoca obstrução do trato biliar. A maioria desses distúrbios resulta de cálculos biliares que, na vesícula biliar (colelitíase) são geralmente assintomáticos. O fluxo biliar pode ser bloqueado por cálculos biliares nos dutos biliares (coledocolitíase), provocando cólica biliar ou causando inflamação da vesícula biliar (colecistite). A colecistite pode ser aguda, desenvolvendo-se ao longo de horas, ou crônica, persistindo por muito tempo. O bloqueio dos dutos biliares também pode causar inflamação, que geralmente pode aparecer como uma infecção bacteriana dos dutos biliares, ou colangite aguda. Além desses problemas, podem haver outros, como o bloqueio dos dutos biliares que também pode causar inflamação, geralmente aparecendo como uma infecção bacteriana dos ductos biliares (colangite aguda). Também pode haver o bloqueio ou retardo do fluxo biliar (normalmente chamado colestase), por tumores ou, em pacientes com aids, por restrições causadas por infecções oportunistas (colangiopatia por aids). A colestase também, que pode levar à inflamação, fibrose e estenose dos ductos biliares (chamado colangite esclerosante). E por fim, colangite esclerosante que se trata de uma inflamação dos canais biliares e pode ser classificada em primaria e secundária. Diante desse cenário, é imprescindível que os profissionais de enfermagem desenvolvam um cuidado específico voltado para as necessidades dos pacientes acometidos por esses distúrbios biliares, atentando- se para as necessidades individuais de cada caso, desenvolvendo um planejamento que venha a abranger todas as necessidades do paciente e que tenha como desfecho a melhora do cliente.
2. DESENVOLVIMENTO 2.1 Colelitíase
A colelitíase acontece quando apresenta um ou mais cálculos que se formam na vesícula biliar ou nos ductos biliares. Apesar de ser chamado vulgarmente de pedra na vesícula, a colelitíase pode se formar fora do órgão, nos ductos que levam a bile do fígado, onde é produzido até o órgão que armazena e para o intestino. Os casos são incomuns em crianças e adultos jovens, costumam acometer em idades mais avançadas, de 30 a 40% em torno de 80 anos de idade. Os fatores de risco para a geração de cálculos incluem sexo feminino particularmente as que tiveram múltiplas gestações ou que são nativas norte- americanas ou de etnicidade hispânica do Sudoeste do EUA, alterações frequentes de peso, obesidade, perda, idade avançada, dieta de padrão ocidental, perda ponderal rápida, fibrose cística, diabetes melito, tratamento com estrogênio e história familiar. A maioria das doenças do trato biliar resulta de cálculos. O precursor de cálculos é o barro biliar, que surge quando a vesícula biliar não consegue esvaziar completamente a bile para o intestino e, por essa razão o colesterol e os sais de cálcio se acumulam e deixam a bile mais espessa. O barro se desenvolve durante o “repouso ou estase” da vesícula biliar, ocorrendo na gestação ou com o uso de nutrição parenteral. Classificam-se em dois tipos principais de cálculos biliares o que diferencia é a composição, sendo a predominante de pigmentos de colesterol. Os cálculos de pigmento costumam se formar quando os pigmentos não conjugados na bile se precipitam. O risco é maior em pacientes com cirrose, hemólise e infecção do trato biliar. Já os cálculos de colesterol são resultado da síntese diminuída de ácidos biliares e assim, a elevação da produção de colesterol havendo sua precipitação. A bile saturada de colesterol além de atuar na formação de cálculos biliares também atua como fator irritante para alterações inflamatórias na vesícula biliar. Cerca de 80% dos portadores de cálculos biliares são assintomáticos. Nos demais, os sintomas variam de um tipo característico da dor (cólica biliar), colecistite a colangite grave com risco de morte. Cólica biliar é o sintoma mais comum. As dores habitualmente se iniciam de forma abrupta, intensifica-se entre 15 min e 1 h, permanece estável por 12 h (em geral, < 6 h) e remite gradualmente em 30 a 90 min, levando a uma dor leve. A dor é geralmente intensa. Náuseas e vômitos muitas vezes acompanham a dor, mas febre e calafrios são raros. Embora a cólica biliar possa ocorrer depois de refeições fartas, a ingestão de alimentos gordurosos não é um fator predisponente. Sintomas de dispepsia, como regurgitação,
costumam sentir falta de apetite, cansaço ou fraqueza ou vômito não apresentando febre. O diagnóstico se dá laboratorialmente existindo leucocitose (12000-15000céls/ μl) e as provas da função hepática mostram-se alteradas com TGO E TGP aumentadas discretamente. Há ainda tomografia computadorizada e exames de imagem como: raios X simples, ultrassonografia, cintilografia. Os pacientes com esse diagnóstico devem ser encaminhados ao gastroenterologista e ao cirurgião geral para estabelecer uma melhor conduta. Costuma ser tratamento ambulatorial para casos leves e tratamento hospitalar para casos de cólica biliar com duração de 6 horas e evidencias de toxicidade, icterícia, suspeita de colangite e pancreatite. A intervenção médica se dá: por meio de dieta zero podendo se considerar ministração de nutrição parenteral, sonda nasogástrica, reposição hidroeletrolítica, fazendo uso de analgésicos e antibióticos. E em 75% dos pacientes quando o tratamento medicamentoso não tenha tido efeito se prossegue o tratamento por meio de cirurgia, a colecistectomia. Os 25% estão os pacientes que necessitam da cirurgia de maneira imediata, como os casos de suspeita de evolução para gangrena ou perfuração.
2.3 Colecistite crônica. É uma inflamação da vesícula biliar de longa duração, onde a causa mais recorrente é por meio da presença de cálculos biliares e de episódios de colecistite aguda e subaguda ou da irritação mecânica persistente da parede da vesícula biliar. Por muitos anos pode-se encontrar assintomático e mais tarde evoluir para sintomas característicos da colecistite aguda e suas complicações. Indivíduos com colecistite crônica manifestam crises recorrentes de dor, porém, de menor intensidade se comparada a aguda e dificilmente acompanhada de febre. E em 5% dos casos tem- se o agravamento na forma de colecistite aguda, coledocolitíase e colangite, empiema, gangrena, perfuração, fistulização, vesícula em porcelana, íleo biliar e síndrome de Mirizzi, e em raríssimas exceções pode apresentar carcinoma da vesícula biliar. O diagnóstico se dá através de exames de imagem e de sangue ou por tomografia computadorizada. Em casos de pacientes com cólica biliar frequentemente é feita ultrassonografia, esse método é a melhor maneira de se
detectar cálculos biliares na vesícula podendo ainda detectar líquido em torno da vesícula biliar ou espessamento da parede. Existe ainda, a colecistografia que é um exame de imagem que injeta por via intravenosa uma substância radioativa (radionuclídeo) e por meio de uma câmera de raios gama detecta a radioatividade fornecida ao computador e projeta em forma de imagem. Se obtém imagens do fígado, dos dutos biliares, da vesícula biliar e da parte superior do intestino delgado. Se o radionuclídeo não preencher a vesícula biliar, o duto cístico provavelmente estará bloqueado por um cálculo biliar. Há ainda realização de exames de sangue para avaliar a eficiência do funcionamento hepático e se há lesões. Todavia, estes exames não têm a capacidade de confirmar o diagnóstico porque os resultados são geralmente normais ou levemente elevados, a menos que o ducto biliar esteja bloqueado. E outros exames de sangue são realizados para fazer a contagem no número de glóbulos brancos, pois quando elevado preconiza uma inflamação, um abcesso, gangrena ou uma vesícula biliar perfurada. Já a tomografia computadorizada do abdômen é capaz de detectar algumas complicações da colecistite, como pancreatite ou uma laceração na vesícula biliar. O tratamento para casos bem definidos é feito cirurgia para remoção da vesícula biliar (colecistectomia) e quando o diagnóstico não é certo recomenda-se dieta pobre em gordura para que haja perda de peso do indivíduo.
2.4 Coledocolitíase. É a presença de pedras no interior dos canais biliares (ducto hepático comum e colédoco). Pode ser primária (o cálculo se origina no interior do colédoco) ou secundário (migra do interior da vesícula biliar). O mais comum é um cálculo da vesícula biliar migrar para o interior dos canais biliares, causando obstrução do fluxo da bile. Existem cálculos que ser formam no interior da própria via biliar, o que é mais raro. O porquê da formação de um cálculo não está elucidado. Os fatores de risco para desenvolver coledocolitíase são cálculos no interior da vesícula que migra par o interior dos canais biliares. Na coledocolitíase primária, os fatores de risco destacam-se fibrose cística, divertículos periampulares, infecções das vias biliares. É estimado que aproximadamente 5 a 20% dos pacientes com pedra na vesícula podem possuir coledocolitíase. A maioria dos pacientes são sintomáticos,
Quando não disponível, a remoção dos cálculos é feita cirurgicamente. Na presença de infecção associada, o tratamento é de urgência.
2.5 Colangite. A colangite é uma inflamação dos canais biliares, esta doença foi reconhecida em 1877 por Jean M. Charcot. A inflamação das vias biliares dificulta ou impede a circulação da bile e o acúmulo desta produz transtornos como infecções, cirrose e hipertensão. As colangites são enfermidades graves que podem levar facilmente à morte. Nas colangites ascendentes, a inflamação aguda dos canais que conduzem a bile é causada por bactérias que migram do intestino para as vias biliares. O fator que mais frequentemente causa esse tipo de colangite é a interrupção parcial do fluxo de bile. Essa infecção é grave e tende a progredir para infecção generalizada, podendo levar ao óbito se não tratada adequadamente. Acontecem na maioria dos casos por obstruções das vias biliares em decorrência de cálculos, estenoses ou neoplasias. Menos comumente, as obstruções ocorrem por parasitas, como Ascaris lumbricoides, pela AIDS ou pela coledococele (dilatação de natureza congênita da parte terminal do colédoco). A colangite também pode ser uma complicação da manipulação endoscópica das vias biliares para fins diagnósticos ou terapêuticos. Em raros casos, ela é consequente a um problema autoimune. Há três tipos de colangites: colangite ascendente, causada por infecção bacteriana, geralmente precedida por uma coledocolitíase; colangite esclerosante primária, de origem autoimune e colangite esclerosante secundária, devido a outras causas, como cálculos biliares, presença de vermes, AIDS ou complicações com endoscopias na via biliar. A colangite esclerosante primária tem uma origem autoimune e leva a uma inflamação dos ductos biliares. Essa alteração rara atinge principalmente pessoas com mais de 40 anos de idade e costuma ser acompanhada de neoplasias malignas. A colangite esclerosante secundária é uma complicação de outras enfermidades, geralmente de cálculos biliares que dificultam o fluxo da bile. A AIDS, a presença de Ascaris lumbricoides ou uma dilatação congênita do colédoco também são fatores que poderiam causar tal condição, assim como problemas durante uma endoscopia da via biliar.
A colangite ocorre mais comumente em mulheres do que homens e o início costuma ser após a idade de 55 anos. Os principais sintomas da colangite ascendente são dor, icterícia, febre, confusão mental e hipotensão arterial. As colangites esclerosante primária e secundária comportam, além desses sintomas, sangue ou muco nas fezes, perda de peso, diarreia, fadiga, prurido e aumento hepático (hepatomegalia). Esses sintomas podem variar de moderados a graves, dependendo do local acometido e da causa. É importante diferenciar as colangites entre si, pois seu tratamento e evolução são diferentes. O diagnóstico de colangite começa com a história médica completa e com o exame físico do paciente, seguidos por um exame de sangue (em busca de colestase), uma colangiografia (exame de raio-X contrastado dos ductos biliares), uma ressonância magnética ou uma ultrassonografia. A colangite esclerosante primária pode requerer uma biópsia hepática para análise do material recolhido. Muitos casos de colangite aguda respondem ao tratamento com antibióticos, mas pacientes com colangites mais graves podem não responder adequadamente ou requerer uma drenagem biliar de emergência. Uma colangiografia endoscópica ou mesmo uma cirurgia pode ser necessária para a desobstrução dos canais biliares. A colangite, quando não tratada adequadamente, é uma infecção com potencial para causar morbidez e mortalidade significativas. Uma das maneiras de prevenir as colangites consiste em tratar correta e prontamente os cálculos biliares, tumores e infestações de parasitas. Um stent pode ser colocado no sistema biliar para que a infecção não volte. As colangites de causas genéticas não têm como ser prevenidas.
2.6 Câncer da vesícula biliar. Quando a vesícula é afetada por alguma condição, problemas intestinais, cólicas e intolerâncias alimentares começam a surgir. Outros sintomas são dores abdominais no lado direito do abdômen, logo abaixo das costelas, inchaço, enjoos e vômitos frequentes, peles e olhos amarelados, perda de peso, falta de apetite e febre. No entanto, o câncer de vesícula é conhecido por seu diagnóstico difícil e, geralmente, tardio. Na maioria dos casos, os sintomas começam a surgir somente
A enfermagem deve auxiliar o paciente desde o diagnóstico até o tratamento, sendo responsável por instruir seu paciente, exercendo um papel de educador para que esse indivíduo possa ter autonomia para com a sua saúde, principalmente após uma alta, onde esse paciente passará do ambiente hospitalar para o ambiente domiciliar.
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