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Diagnóstico de patologias em odontologia, Notas de aula de Diagnóstico

Informações sobre o câncer bucal, incluindo sua epidemiologia, fatores de risco, características clínicas e diagnóstico em odontologia. O documento também aborda o carcinoma de células escamosas, o tipo mais comum de câncer bucal, e o carcinoma intraoral, com informações sobre os sítios mais comuns de envolvimento. O objetivo do documento é fornecer informações úteis para profissionais de saúde e pacientes sobre o câncer bucal.

Tipologia: Notas de aula

2022

À venda por 14/09/2023

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CÂNCER BUCAL
CÂNCER ORAL
- 6° câncer mais comum no Brasil;
- A nível mundial é o 11° mais comum;
- Acomete no Brasil mais de 14.100 novos pacientes por
ano (2020), com possível aumento nesses últimos dois
anos;
- Sobrevida média em torno de 55% após cinco anos;
- Homens tendem a ser mais acometidos do que
mulheres;
- O risco aumenta de acordo com a idade;
EPID EMIOLOGIA DO CÂNCER DE BOCA
- Apresenta causa multifatorial;
- Fatores extrínsecos: tabaco com fumaça, álcool, sífilis,
traumatismo crônico e luz solar (em casos de câncer
do vermelhão do lábio);
- Fatores intrínsecos: estados sismicos ou
generalizados (muito relacionado à imunidade) tais como
destruição geral ou anemia por deficiência de ferro.
CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS
- É o tipo de câncer bucal mais comum;
- Aproximadamente 94% de todos os casos malignos é
carcinoma de células escamosas;
- Os principais fatores de risco são álcool e tabaco,
além de predisposição genética;
- Sítios anatômicos mais comuns (varia MUITO de
acordo com a região):
Rio Grande do Norte = + comum na língua/ - comum
no assoalho;
Paraíba = + comum no lábio inferior/ - comum no
palato;
Sergipe = + comum na língua/ - comum no assoalho;
Rio de Janeiro = + comum na língua/ - comum no
lábio;
o Paulo = + comum na língua/ - comum na gengiva;
Paraná = + comum na língua/ - comum no assoalho e
palato mole;
Rio Grande do Sul = + comum na língua/ - comum não
relatado
- Características clínicas:
1. Os indivíduos portadores do carcinoma de células
escamosas oral são, na maioria das vezes, homens
idosos que tiveram ciência de uma alteração em um
sítio de câncer oral por 4 a 8 meses antes de buscar a
ajuda profissional;
2. Se apresenta em sua maioria como lesões pouco
elevadas, com bordas irregulares, indolores e friáveis,
apresentando-se sob a forma ulcerovegetativa e /ou
ulceroinfiltrativa com base firme à palpação, sangrante e
assintomático nas fases iniciais;
3. Sintomas: no início é assintomático (isso pode
explicar a demora na procura dos cuidados
profissionais), mas tardiamente pode ocorrer dor de
ouvido, sangramento, mobilidade dos dentes, dificuldade
respiratória, dificuldade para engolir e falar, trismo
muscular e parestesia;
- O carcinoma de células escamosas oral tem uma
apresentação clínica variada:
Exofitica (formação de aumento de volume; vegetante,
papilar, verruciforme);
Endofítica (invasiva, escavada, ulcerada);
Leucoplásica (mancha branca);
Eritroplásica (mancha vermelha);
Eritroleucoplásica (combinação de áreas vermelha e
branca);
- Uma leo exof ítica
tipicamente apresenta superfície
irregular, vegetante, papilar ou verruciforme e sua cor
poderá variar da coloração normal ao vermelho ou
branco, dependendo da quantidade de ceratina e
vascularização A superfície é frequentemente ulcerada
e o tumor mostra-se duro à palpação (endurado).
Diagnóstico em odontologia
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CÂNCER BUCAL

CÂNCER ORAL

  • 6° câncer mais comum no Brasil;
  • A nível mundial é o 11° mais comum;
  • Acomete no Brasil mais de 14.100 novos pacientes por ano (2020), com possível aumento nesses últimos dois anos;
  • Sobrevida média em torno de 55% após cinco anos;
  • Homens tendem a ser mais acometidos do que mulheres;
  • O risco aumenta de acordo com a idade;

EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER DE BOCA

  • Apresenta causa multifatorial;
  • Fatores extrínsecos: tabaco com fumaça, álcool, sífilis, traumatismo crônico e luz solar (em casos de câncer do vermelhão do lábio);
  • Fatores intrínsecos: estados sistêmicos ou generalizados (muito relacionado à imunidade) tais como destruição geral ou anemia por deficiência de ferro.

CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS

  • É o tipo de câncer bucal mais comum;
  • Aproximadamente 94% de todos os casos malignos é carcinoma de células escamosas;
  • Os principais fatores de risco são álcool e tabaco, além de predisposição genética;
  • Sítios anatômicos mais comuns (varia MUITO de acordo com a região):

Rio Grande do Norte = + comum na língua/ - comum no assoalho;

Paraíba = + comum no lábio inferior/ - comum no palato;

Sergipe = + comum na língua/ - comum no assoalho;

Rio de Janeiro = + comum na língua/ - comum no lábio;

São Paulo = + comum na língua/ - comum na gengiva;

Paraná = + comum na língua/ - comum no assoalho e palato mole;

Rio Grande do Sul = + comum na língua/ - comum não relatado

  • Características clínicas:
  1. Os indivíduos portadores do carcinoma de células escamosas oral são, na maioria das vezes, homens idosos que tiveram ciência de uma alteração em um sítio de câncer oral por 4 a 8 meses antes de buscar a ajuda profissional;
  2. Se apresenta em sua maioria como lesões pouco elevadas, com bordas irregulares, indolores e friáveis, apresentando-se sob a forma ulcerovegetativa e /ou ulceroinfiltrativa com base firme à palpação, sangrante e assintomático nas fases iniciais;
  3. Sintomas: no início é assintomático (isso pode explicar a demora na procura dos cuidados profissionais), mas tardiamente pode ocorrer dor de ouvido, sangramento, mobilidade dos dentes, dificuldade respiratória, dificuldade para engolir e falar, trismo muscular e parestesia;
  • O carcinoma de células escamosas oral tem uma apresentação clínica variada:

Exofitica (formação de aumento de volume; vegetante, papilar, verruciforme);

Endofítica (invasiva, escavada, ulcerada);

Leucoplásica (mancha branca);

Eritroplásica (mancha vermelha);

Eritroleucoplásica (combinação de áreas vermelha e branca);

  • Uma lesão exofítica tipicamente apresenta superfície irregular, vegetante, papilar ou verruciforme e sua cor poderá variar da coloração normal ao vermelho ou branco, dependendo da quantidade de ceratina e vascularização A superfície é frequentemente ulcerada e o tumor mostra-se duro à palpação (endurado).

Diagnóstico em odontologia

  • O padrão de crescimento endofítico tem uma área central deprimida, de formato irregular, ulcerada, com uma borda “em rolete” de mucosa normal, vermelha ou branca. A borda em rolete resulta da invasão do tumor para o interior do tecido e para as laterais abaixo do epitélio adjacente.

Carcinoma de células escamosas. Envolvimento ósseo caracterizado por uma radiolucidez irregular, em forma de “roído de traça” com margens irregulares – um aspecto similar ao da osteomielite.

CARCINOMA DO VERMELHÃO DO LÁBIO

  • Tipicamente encontrado em pessoas de pele clara ou com uma exposição prolongada à radiação UV proveniente da luz solar ou com uma história de dano

agudo solar (queimadura solar) em uma fase precoce da vida;

  • Essa lesão está geralmente associada à queilose actínica e pode surgir no local em que o paciente segura um cigarro, charuto ou cachimbo.
  • Quase 90% das lesões estão localizadas no lábio inferior, e quando acomete lábio superior é mais grave;
  • Setenta por cento dos indivíduos afetados possuem ocupações que envolvem atividades ao ar livre/ envolvimento ocupacional – quem trabalha no sol
  • Mais comum em homens;
  • O carcinoma do vermelhão do lábio típico é uma ulceração endurecida, indolor, crostosa e exsudativa que apresenta geralmente menos de 1 cm no seu maior diâmetro quando descoberta;
  • O tumor é caracterizado por uma taxa de crescimento lenta e a maioria dos pacientes tem estado ciente da existência de um “problema” na área por 12 a 16 meses antes que um diagnóstico formal tenha sido feito;
  • Metástase tardia (extensão do tumor para o interior da mandíbula por meio do forame Mentoniano);

CARCINOMA INTRAORAL

  • O sítio mais comumente acometido pelo carcinoma intraoral é a língua, geralmente as superfícies lateral posterior e ventral;
  • O soalho de boca é acometido mais frequentemente nos homens, sendo bem menos envolvido nas mulheres;
  • Outros sítios de envolvimento (em ordem decrescente de frequência) são o palato mole, gengiva, mucosa jugal, mucosa labial e palato duro;
  • Dentre todos os carcinomas intraorais, as lesões de soalho de boca são as mais propensas a originarem-se de uma leucoplasia ou eritroplasia preexistente;
  • Os carcinomas da gengiva e dos alvéolos geralmente são indolores e surgem mais frequentemente na

ESTADIAMENTO

  • O tamanho do tumor e a extensão da disseminação metastática do carcinoma de células escamosas oral são os melhores indicadores do prognóstico do paciente;
  • O processo de quantificar esses parâmetros clínicos é denominado estadiar a doença;
  • Esse protocolo de estadiamento depende de três características clínicas básicas:
  1. T – Tamanho do tumor primário, em centímetros;
  2. N – Envolvimento de linfonodos locais;
  3. M – Metástases à distância;

CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS

  • O carcinoma de células escamosas surge a partir de um epitélio de superfície displásico e é caracterizado histopatologicamente por ilhas e cordões invasivos de células escamosas epiteliais malignas;
  • As células lesionadas podem circundar e destruir vasos sanguíneos e podem invadir o interior da luz de veias e vasos linfáticos;
  • Gradação: quanto maior o pleomorfismo/ alteração do normal da célula, maior o grau e risco de metástase precoce;
  • O diagnóstico do carcinoma de células escamosas quase sempre é feito pela microscopia óptica de rotina;

TRATAMENTO E PROGNÓSTICO

  • O carcinoma da região do vermelhão do lábio é geralmente tratado pela excisão cirúrgica, tipicamente uma ressecção em cunha, com excelentes resultados;

TAMANHO DO TUMOR PRIMÁRIO (T)

TX Nenhuma evidência de tumor primário T0 Nenhuma evidência de tumor primário Tis Somente carcinoma in situ no sítio primário T1 Tumor de 2 cm ou menor em seu maior diâmetro T2 Tumor maior que 2 cm, porém não maior do que 4 cm em seu maior diâmetro T3 Tumor maior que 4 cm em seu maior diâmetro T4a (Lábio) Tumor invade através da cortical óssea, nervo alveolar inferior, soalho de boca, ou pele da face (ou seja, queixo e nariz) Tumor passível de ressecção cirúrgica T4a (Cavidade oral) Tumor invade através da cortical óssea, para o interior da musculatura profunda extrínseca da língua (genioglosso, hioglosso, palatoglosso e estiloglosso), seio maxilar ou pele da face; Tumor passível de ressecção cirúrgica T4b Tumor envolve espaço mastigatório, lâminas do processo pterigoide ou base do crânio e/ou envolve completamente a artéria carótida interna; Tumor inoperável

ENVOLVIMENTO DO LINFONODO REGIONAL (N) NX Linfonodos não puderam ou não foram avaliados N0 Nenhuma metástase para linfonodos regionais; N1 Metástase em um único linfonodo ipsilateral, menor ou igual a 3 cm em seu maior diâmetro; N2 Metástase em um único linfonodo ipsilateral, maior do que 3 cm porém menor do que 6 cm em seu maior diâmetro; múltiplos linfonodos ipsilaterais, nenhum maior do que 6 cm em seu maior diâmetro; ou linfonodos bilaterais ou contralaterais, nenhum maior do que 6 cm em seu maior diâmetro

N2a Metástase em um único linfonodo ipsilateral, maior do que 3 cm porém menor que 6cm em seu maior diâmetro N2b Metástase em múltiplos linfonodos ipsilaterais, nenhum maior do que 6 cm em seu maior diâmetro N2c Metástase em linfonodos bilaterais ou contralaterais, nenhum maior do que 6 cm em seu maior diâmetro N3 Metástase em um linfonodo maior do que 6 cm em seu maior diâmetro

Envolvimento por Metástase a Distância (M) MX Metástase a distância não foi avaliada M0 Sem evidência de metástase à distância M1 Metástase a distância presente

  • Somente 8% dos tumores apresentam recidiva e as taxas de sobrevida de 5 de anos são de 95% a 100%;
  • Os carcinomas de células escamosas do vermelhão do lábio superior parecem possuir um comportamento biológico diferente dos de lábio inferior. A taxa de sobrevida de 5 anos é somente de 58%, e 25% das lesões recidivam após o tratamento. Felizmente, o carcinoma de lábio superior é consideravelmente menos comum que o carcinoma de lábio inferior.
  • O estadiamento clínico da doença e a localização guia o tratamento dos carcinomas de células escamosas intraorais, que consiste na excisão cirúrgica ampla (radical), radioterapia ou na combinação de cirurgia e radioterapia;
  • Para carcinomas intraorais pequenos, uma única modalidade de tratamento é geralmente escolhida;
  • Pacientes com lesões maiores ou com lesões que apresentem linfonodos clinicamente palpáveis tipicamente requerem terapia combinada;
  • Pacientes com carcinomas de língua em estágio inicial (clinicamente T1/T2 e N0), mas profundamente invasivos (espessura do tumor > 3 ou 4 mm), são de risco aumentado para metástase subclínica para linfonodo e, dessa forma, devem receber irradiação pós-operatória em pescoço ou dissecção de pescoço eletiva;
  • Na suspeita de metástase local para linfonodos, uma dissecção radical ou uma dissecção radical modificada no pescoço deve ser realizada;
  • O prognóstico para a sobrevida no câncer oral depende do estadiamento do tumor.

CARCINOMA VERRUCOSO

  • O carcinoma verrucoso é uma variante de baixo grau do carcinoma de células escamosas oral;
  • Algumas dessas lesões poderiam estar associadas ao uso ao ato de mascar tabaco e HPV;
  • O carcinoma verrucoso representa menos de 1% a 10% de todos os carcinomas de células escamosas orais;
    • Sítios mais comuns: fundo do vestíbulo inferior da mucosa oral, gengiva, mucosa jugal, língua e palato duro;
    • O carcinoma verrucoso oral é geralmente extenso no momento do diagnóstico e não é incomum que um tumor esteja presente na boca 2 a 3 anos antes do diagnóstico definitivo. A lesão surge como uma placa espessa, difusa, bem delimitada, indolor, com projeções papilares ou verruciformes na superfície ;

-As lesões são tipicamente brancas, contudo também podem parecer eritematosas ou róseas. A coloração depende da quantidade de ceratina produzida e do grau de resposta inflamatória do hospedeiro ao tumor;

  • Se não forem tratadas, as lesões provavelmente destruirão estruturas subjacentes tais como osso, cartilagem, músculo e glândulas salivares;
  • O tratamento de escolha é a excisão cirúrgica sem dissecção radical no pescoço;
  • A radioterapia é uma modalidade primária de tratamento alternativa, porém ela provê um pior controle local e, desse modo, é considerada menos efetiva que a cirurgia.

Papel do cirurgião dentista diante casos de carcinomas:

  1. Prevenção.
  2. Diagnóstico;
  3. Atuação prévia ao tratamento radio e quimioterápico;
  4. Efeitos do tratamento;
  5. Atuação posterior aos tratamentos radio e quimioterápico.