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Desenvolvimento e Mudanças no Estado Brasileiro, Trabalhos de Introdução à Administração Pública

Relatório a respeito das mudanças ocorridas no Estado Brasileiro.

Tipologia: Trabalhos

2019

Compartilhado em 19/09/2019

adriana-aguiar-23
adriana-aguiar-23 🇧🇷

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Desenvolvimento e Mudanças no Estado Brasileiro
A compreensão de aspectos cotidianos relacionados ao Estado Brasileiro perpassa, antes de
mais nada, pelo conhecimento de como se deu tal construção, desde a sua concepção até os
dias atuais. Bresser-Pereira (1995) define o estado como o aparelho dotado de capacidade
para legislar e tributar sobre a população de um determinado território. O autor salienta,
ainda, que a elite governamental, a burocracia e a força militar constituem o aparelho do
Estado.
Retomando um pouco a história, é necessário fazer menção a alguns pontos específicos como,
por exemplo, a República Velha e as mudanças ocorridas durante esse período. Foi decretada
a separação entre Estado e Igreja; foram nomeados governadores para as províncias, as quais
se transformaram em estados; foi criada a bandeira nacional; e promulgada a Constituição de
1891.
Um pouco mais a frente, em 1930, aconteceu uma Revolução e, com ela, deu-se o final da
República Velha e o início da Era Getúlio Vargas, marcada pelo contínuo fortalecimento do
Estado nacional. Dentre as principais medidas tomadas neste período, Fonseca (2012) destaca
a criação da Justiça do Trabalho em 1939; a criação e implantação de vários direitos
trabalhistas, entre eles o salário mínimo, Consolidação das Leis do Trabalho, semana de
trabalho de 48 horas, carteira profissional e férias remuneradas; os fortes investimentos nas
áreas de infraestrutura com a criação da Companhia Siderúrgica Nacional, Companhia Vale
do Rio Doce e Hidrelétrica do Vale do São Francisco; a criação do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística em 1938; dentre outros feitos.
Em plena vigência da democracia, pós Constituição de 1946, se deu o Estado
Desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek, através da instituição do Plano de Metas, uma
agenda progressista baseada em um programa de obras públicas. Neste período o país se abriu
aos investimentos estrangeiros, com destaque para a indústria automobilística. Todavia, houve
alguns embaraços quanto ao financiamento do Plano de Metas, o que, dentre outros fatores,
gerou uma crise econômica no país.
Consequentemente, em um período de instabilidade política em função dos altos índices de
inflação e estagnação do crescimento econômico, se deu o Golpe de Estado de 1964 e o início
de um Regime Militar no país. De acordo Barros (2011), o Regime Militar foi uma ruptura
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Desenvolvimento e Mudanças no Estado Brasileiro

A compreensão de aspectos cotidianos relacionados ao Estado Brasileiro perpassa, antes de mais nada, pelo conhecimento de como se deu tal construção, desde a sua concepção até os dias atuais. Bresser-Pereira (1995) define o estado como o aparelho dotado de capacidade para legislar e tributar sobre a população de um determinado território. O autor salienta, ainda, que a elite governamental, a burocracia e a força militar constituem o aparelho do Estado.

Retomando um pouco a história, é necessário fazer menção a alguns pontos específicos como, por exemplo, a República Velha e as mudanças ocorridas durante esse período. Foi decretada a separação entre Estado e Igreja; foram nomeados governadores para as províncias, as quais se transformaram em estados; foi criada a bandeira nacional; e promulgada a Constituição de

Um pouco mais a frente, em 1930, aconteceu uma Revolução e, com ela, deu-se o final da República Velha e o início da Era Getúlio Vargas, marcada pelo contínuo fortalecimento do Estado nacional. Dentre as principais medidas tomadas neste período, Fonseca (2012) destaca a criação da Justiça do Trabalho em 1939; a criação e implantação de vários direitos trabalhistas, entre eles o salário mínimo, Consolidação das Leis do Trabalho, semana de trabalho de 48 horas, carteira profissional e férias remuneradas; os fortes investimentos nas áreas de infraestrutura com a criação da Companhia Siderúrgica Nacional, Companhia Vale do Rio Doce e Hidrelétrica do Vale do São Francisco; a criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 1938; dentre outros feitos.

Em plena vigência da democracia, pós Constituição de 1946, se deu o Estado Desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek, através da instituição do Plano de Metas, uma agenda progressista baseada em um programa de obras públicas. Neste período o país se abriu aos investimentos estrangeiros, com destaque para a indústria automobilística. Todavia, houve alguns embaraços quanto ao financiamento do Plano de Metas, o que, dentre outros fatores, gerou uma crise econômica no país.

Consequentemente, em um período de instabilidade política em função dos altos índices de inflação e estagnação do crescimento econômico, se deu o Golpe de Estado de 1964 e o início de um Regime Militar no país. De acordo Barros (2011), o Regime Militar foi uma ruptura

política, fundamental para que a crise econômica fosse resolvida pelos mesmos mecanismos vigentes até então e, além disso, para colocar um fim à crescente organização e conscientização política dos movimentos sociais, que provocou um acirramento da luta de classes, de forma mais organizada, partindo das reivindicações econômicas motivadas pela crise, ampliando para proposições políticas que, levadas a cabo, demarcariam uma ruptura no padrão econômico, além de acabar com o equilíbrio entre as classes dominantes que predominou durante a República.

Na visão de Novelo (1995), o Estado de Bem-Estar Social veio tentar substituir as regras impostas pelo mercado, as quais dominavam a sociedade, compensando suas fraquezas e riscos, fortalecendo os movimentos de trabalhadores, assegurando os direitos sociais e estendendo seus benefícios sociais a todas as áreas de distribuição vital para o bem-estar societário. A crise do Estado do Bem-Estar Social se deu em função das críticas ao modelo, uma vez que, enquanto modelo econômico, ao invés de atuar positivamente na economia, obteve efeito contrário pois, como já salientado pelos colegas, fez aumentar o déficit público, propiciou o crescimento de empresas improdutivas, desestimulou o trabalho e a competitividade, reduziu a capacidade de poupança e o excedente de capital para ser reinvestido na produção, além de gerar uma enorme inflação.

Conforme aponta Bresser Pereira (2001), a Reforma Gerencial iniciada em 1995 obteve progresso em todas as áreas, apesar de ainda necessitar de muito desenvolvimento e, também, apesar da ocorrência de muitos retrocessos. Foram diversas e expressivas transformações de cunho social, político e administrativo, uma vez que o Estado deixa a condição de Patrimonial e transforma-se em algo oposto, direcionado à condição de Gerencial, Democrático. "A sociedade deixa de ser essencialmente uma sociedade de classes para ser cada vez mais uma sociedade de camadas sociais, definidas menos pelo tipo de propriedade ou de relação de produção e mais pelo nível de educação, de prestígio social e de ocupação de cargos na hierarquia das grandes organizações públicas e privadas (BRESSER, 2001, p.21).

REFERÊNCIAS

BARROS, Cesar Mangolin de. A ditadura militar no Brasil: processo, sentido e desdobramentos. 2011. Disponível em: <https://cesarmangolin.files.wordpress.com/2010/02/ cesar-mangolin-de-barros-a-ditadura-militar-no-brasil-2011.pdf>. Acesso em: 14 abr. 2019.