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Guias e Dicas
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Corte e Costura, Notas de estudo de Cultura

Curso de Corte & Costura - Autora: Tânia Neiva Dias Silva

Tipologia: Notas de estudo

2012

Compartilhado em 08/11/2012

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Tânia Neiva Dias Silva
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Corte & CosturaCorte & CosturaCorte & CosturaCorte & Costura

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Tânia Neiva Dias SilvaTânia Neiva Dias SilvaTânia Neiva Dias SilvaTânia Neiva Dias Silva

O que você irá aprender:

Como Trabalhar com: Tecidos Delicados, Pêlos, Lisos e Transparentes, Elastano, Fios metálicos e Rendas .......................................................................

  • Preparação do Tecido
  • Estrutura dos Tecidos
  • Dicas para compra de Tecidos
  • Como reconhecer o Avesso e o Direito do Tecido
  • Relação de Tecido, Agulha, Linha e Ponto
  • Sobre o Risco e o Corte
  • Sobre o Passar do Ferro
  • Acabamentos Finos Manuais
  • Acabamentos Finos a Máquina
  • Princípios de Composição do Vestuário
  • Etiqueta no Vestir
  • Como reconhecer e adequar tipo de Silhueta
  • Apêndice – Dicas Básicas
  • Bibliografia
  1. Passe a ferro o tecido antes de cortar.

É muito importante tomar todos estes cuidados para corrigir as distorções do tecido antes de cortá-lo, porém, devemos ter conhecimento de que nem sempre é possível fazer tais correções. Alguns tecidos como os que possuem acabamento à prova d’água, vinco permanente ou forro colado, não permitem que seja feito este realinhamento da trama. No caso de tecidos que têm a tendência para encolher ou quando se tem a intenção de fazer uma peça com dois ou mais tecidos diferentes, é aconselhável molhar estes tecidos e deixá-los secar à sombra antes de cortar. Quando o tecido estiver muito enrugado é importante passar a ferro, para que não ocorra qualquer alteração do molde.

ESTRUTURA DOS TECIDOS

Todos os tecidos de tear são produzidos pelo entrelaçamento de dois tipos de fios: os da teia (dispostos no sentido do comprimento) e os da trama (no sentido da largura). Os fios da teia são dispostos perpendicularmente aos da trama. A estrutura do tecido pode ser modificada alterando o padrão de entrecruzamento da teia e da trama. Existem três tipos fundamentais de estruturas – tafetá, sarja e cetim -, sendo o restante, em sua maioria, variantes destes três tipos, com exceção da estrutura Jacquard.

Devido à sua estrutura ou ao seu acabamento, os tecidos mais finos e delicados exigem cuidados especiais. O conhecimento das características destes tecidos é importante para determinar o modelo, o tipo de acabamento e os equipamentos e utensílios adequados.

Conhecer as principais estruturas dos tecidos é de grande utilidade para que você saiba identificar um tecido, mesmo que não haja nenhuma informação mais específica na etiqueta de fábrica, pois nomes dados aos tecidos variam muito de fabricante para fabricante. Saber qual a estrutura do tecido pode ser de grande utilidade para decidir a sua utilização, o seu manuseio e que tipos de acabamentos poderão ser feitos na peça a ser confeccionada.

Estrutura tafetá: esta é a estrutura mais simples, onde os fios da trama passam alternadamente sobre e sob os fios da teia. A tenacidade varia em função da resistência dos fios e da compacidade da sua estrutura. Exemplos: tafetá, musselina, voile, percal. Estrutura sarja: é uma das estruturas fundamentais em que o fio da trama passa no mínimo sobre dois fios da teia e no máximo sobre quatro.Em cada nova passagem a trama avança uma unidade para a direita ou para a esquerda, formando uma estria em diagonal. Exemplos: sarja, gabardine, danine. Estrutura cetim: cada fio da teia passa sobre quatro a oito fios da trama, numa disposição em zig-zag. Exemplos: cetim, peau de soie, sablé. Estrutura jacquard: esta estrutura é conseguida por meio de uma mecânica Jacquard, que controla separadamente os fios da teia e da trama de modo a formar desenhos elaborados na superfície do tecido. Exemplos: damasco, brocado, tecidos para decoração. Estrutura com pêlo: obtém-se acrescentando um fio de trama a uma estrutura de tafetá ou sarja. Este fio surge então no meio do tecido sob a forma de laçadas, que podem ser cortadas

direito está sempre para dentro e você deve observar isso quando estiver comprando. Outras formas de identificação são:

  • Os tecidos macios são mais brilhantes do lado direito;
  • Nos tecidos com textura, esta apresenta mais definição do lado direito e no lado avesso pode-se observar irregularidades como bolinhas ou linhas soltas;
  • Tecidos com textura no estilo brocado são mais macios do lado direito e tem fios levantados do lado avesso;
  • Nos tecidos estampados as cores são mais vivas do lado direito;
  • Geralmente a ourela dos tecidos é mais macia do lado direito;
  • Muitas malhas quando esticadas, enrolam as suas bordas para o lado direito;
  • Existem tecidos que o lado direito e o avesso são muito semelhantes, neste caso, escolha um dos lados para ser o direito e marque o avesso com giz, para não confundir.

2 – COMO TRABALHAR COM TECIDOS DELICADOS

TECIDOS COM PÊLO

Estes tecidos pertencem ao grupo de estrutura com pêlos. Há uma rica variedade deste tipo de tecido, podendo ser de fibras naturais ou artificiais. Podem ser veludos, pelúcia, peles ou imitação de peles. Podem ter pêlo curto, com a superfície aveludada, com pêlos com menos de 3mm; ou pêlo longo com superfície com pêlos com mais de 3mm. Cada tipo deste tecido precisa de cuidados específicos. Os veludos podem ser feitos de seda, de acetato e ou de raiom. Risco e corte

  • Nos tecidos de pêlo curto, você pode cortar com sentido do pêlo para cima, para obter um efeito de cor mais viva, e com sentido do pêlo para baixo, para obter um tom mais opaco;
  • Nos tecidos de pêlo longo, corte sempre com o sentido do pêlo para baixo.
  • Coloque as partes do molde sempre sobre o lado avesso do tecido;
  • Risque cuidadosamente as partes do molde com giz e corte rigorosamente em cima da linha riscada. Separe as partes e identifique todas do lado avesso para não confundi-las.

Montagem

  • Antes de costurar, prenda as partes com alfinetes ou alinhave;
  • Mantenha as margens de costura regulares;
  • Costure apenas uma vez, pois se a costura for desfeita, deixará marcas no tecido;
  • Deve-se utilizar uma agulha fina de ponta arredondada (ponta bola);
  • As costuras devem ser feitas de preferência seguindo o sentido do pêlo;
  • Para os tecidos de pêlo alto, deve-se tomar também o cuidado de regular a tensão da máquina e aumentar o comprimento do ponto;
  • Nos tecidos de pêlo alto, elimina-se o excesso de volume nas margens de costura aparando o pêlo neste local;
  • Para os veludos, recomenda-se o acabamento da bainha com debrum, podendo este ser uma tira de tule. Em seguida vira-se a bainha e costura-se com um ponto invisível.

Passar a ferro

  • Para passar o veludo de algodão a ferro, coloca-se uma pano tipo flanela ou sarja e por cima deste outro tecido de algodão cru, e sobre este é que o ferro será passado;
  • Para passar o veludo de seda ou sintético, coloca-se o ferro com a base para cima e desliza-se suavemente sobre este o avesso do veludo. Quando se tratar de abrir costuras, dá-se com o ferro em temperatura baixa, ligeiras pancadinhas sobre a costura, pelo lado avesso da peça;
  • Tome cuidado para que a temperatura do ferro esteja sempre baixa, pois temperaturas elevadas podem derreter o veludo. Durante a montagem, passe a peça a ferro o menos possível, e quando o fizer faça sempre pelo avesso;
  • Antes de passar, faça um teste num pequeno retalho, para saber se o tecido tem a tendência a encolher ou franzir ao ser passado;

TECIDOS COM ELASTANO

Atualmente a Indústria Têxtil tem produzido tecidos finos como crepes, veludos e rendas com fios de elastano, para dar mais aderência e conforto às roupas mais sofisticadas. Porém, a utilização destes tecidos é bem mais difícil. São precisos alguns cuidados no corte e na montagem das peças feitas com tecidos que contenham fios de elastano.

Risco e corte

  • Estenda o tecido sobre uma superfície plana e lisa, com cuidado para não esticá- lo;
  • Prenda as partes do molde ao tecido com alfinetes finos, pois os alfinetes mais grossos podem romper os fios de elastano e deixar marcas no tecido;
  • Se o tecido tiver a tendência a deslizar, corte as partes do molde em papel de seda como já foi explicado acima;
  • Se for riscar o tecido, faça-o sempre pelo lado avesso;

Montagem

  • Para evitar que as costuras arrebentem, utilize linha adequada ao tipo de fibra do tecido e agulha fina de ponta arredondada;
  • Nos locais onde a elasticidade não for conveniente (como nos ombros, por exemplo), costure uma fita de tecido como reforço;
  • Para que as partes não estiquem ao serem costuradas, alinhave antes e se for preciso, faça pontos de fixação em locais estratégicos;

Passar a ferro

  • Manuseie suavemente o tecido, para evitar que este se distenda ou deforme;
  • Para evitar que as margens das costuras deixem marcas do lado direito, coloque tiras de papel por baixo destas;
  • Use ferro com temperatura baixa.

TECIDOS COM FIOS METÁLICOS

Os tecidos para noite ganham um glamour a mais quando têm em sua trama fios metálicos, o que lhes confere brilho e um aspecto luxuoso. Estes fios metálicos são geralmente muito frágeis e é preciso atenção para não danifica-los.

Risco e corte

  • Estenda o tecido sobre uma superfície plana e lisa;
  • Ao cortar o tecido tenha cuidado para não puxar ou deformar os fios metálicos durante o corte;

Montagem

  • Costure apenas uma vez, pois os pontos depois de desmanchados deixam marcas no tecido;
  • Para evitar que os fios metálicos se partam ao costurar, utilize uma agulha fina e por precaução, verifique sempre se a sua ponta está em forma;
  • Forre a peça para evitar que os fios arranhem a pele.

Passar a ferro

  • Passe o a seco, pois os fios metálicos perdem o brilho pela ação do vapor;
  • Passe com o ferro em temperatura sempre baixa.

RENDAS

A renda é um tecido de trama muito aberta, geralmente combina estrutura de enredamento e bordados com ou sem relevo. As rendas podem ser leves ou pesadas. Risco e corte

  • Corte a renda procurando conservar todos os desenhos na mesma direção, de forma que haja uma continuidade sem interrompê-los;
  • O forro deve ser cortado em primeiro lugar. Deve ser de uma cor harmoniosa com a renda e a composição de sua fibra também tem que ser compatível com a renda que será utilizada;
  • Corte a renda de acordo com o forro e transfira todas as marcações para o forro. Uma boa opção é riscar as partes do molde em papel fino, prendendo o papel à renda com alfinetes e cortar os dois juntos. Depois de cortadas as partes, retire o papel;
  • Risque cuidadosamente as partes do molde com giz sobre o forro, cortando em cima da linha riscada. Separe as partes e identifique todas do lado avesso do forro e prenda com alfinetes as partes de renda e de forro correspondentes, para não confundi-las.
  • Da mesma maneira que a renda leve deve ser cortada procurando conservar todos os desenhos na mesma direção, de forma que haja uma continuidade sem interrompe-los. Os desenhos nas costuras laterais e nos ombros devem ser harmoniosos;
  • Todas as marcas de costuras devem ser feitas pelo avesso da peça, através de alinhavos

Montagem

  • Para evitar que a renda deslize ao costurar, coloque tiras de papel de seda entre o impelente e o tecido;
  • Use agulha de máquina “ponta bola” nº 11 e de mão nº 10, bem fina e longa, se a renda for fina. Se a renda for mais pesada, pode ser usada uma agulha mais grossa;
  • Se for colocar forro solto, todas as costuras feitas na renda devem ter acabamento perfeito. Para isso, pode-se recorrer a costurar debruadas;

3 – RELAÇÃO TECIDO, AGULHA, LINHA E PONTO

Para obter os melhores resultados, escolha sempre uma agulha de número e ponta adequados ao tecido. A agulha mais fina é de nº 9 e a mais grossa é de nº 18. Quanto mais leve o tecido, e mais fina a linha, mais fina deverá ser a agulha. Você deve ter em mente que cada máquina de costura tem o seu tipo específico de agulha, portanto, antes de colocar a agulha procure ter certeza de que esta é adequada à máquina. Existem também agulhas duplas ou triplas, para fazer costuras decorativas.

Partes da agulha:

  • Tronco ou cabo: é a parte superior da agulha;
  • Lâmina ou haste: trata-se do corpo da agulha;
  • Concavidade: é a reentrância que há por trás do fundo da agulha. Serve para facilitar a passagem da linha;
  • Buraco ou fundo: está situado imediatamente acima da ponta;
  • Ponta: é a parte que penetra no tecido, formando a costura;
  • Fresado: é uma ranhura que há em um dos lados do tronco, para facilitar o desdize da linha, sendo portanto, o lado pelo qual a linha deve ser enfiada.

Tipos de pontas:

  • ponta fina: utilizada mais freqüentemente, é a agulha “comum”. É indicada para todos os tipos de tecidos.
  • ponta arredondada: é especialmente indicada para costurar todos os tipos de malhas, pois não rompe os fios de elastano. Também pode ser utilizada em tecidos finos e delicados.
  • ponta facetada: esta agulha é indicada para costurar couro e materiais vinílicos.

O quadro abaixo tem as indicações de agulhas, linhas e comprimento de pontos adequados aos vários tipos de tecidos:

Agulha Peso e tipo de tecido Linha Comprimento do ponto (^) Tipo Tamanho

Delicado – tule, chiffon, renda fina, organza, veludo de seda.

Linha fina de poliéster, náilon ou algodão.

15 x 1

Leve – cambraia, organdi, voal, tafetá, crepe, veludo de seda, plástico fino, cetim, seda macia, palha de seda, shantung, brocado.

Poliéster misto com algodão

100% poliéster

Algodão

15 x 1

mercerizado 50

Náilon “A”

Seda “A”

Médio – algodão leve, linho, madras, percal, pique, chitz de linho, faile, veludo cotelê fino, veludo de algodão, casimira, vinil, tecidos de veludo, lã fina, sarja.

Poliéster misto com algodão

100% poliéster

Algodão mercerizado 60

Algodão 60

Seda “A”

15 x 1

Médio-pesado – gabardine, tweed, lona, linha ou algodão grosso, sarja de Nîmes, tecidos para casacos, tecidos de cortinas, vinil, tecidos reforçados, algodão cotelê, tecido trama fechada.

Poliéster misto com algodão

100% poliéster

Algodão mercerizado grosso

Algodão 40 a 60

15 x 1

Pesado – tecidos para sobretudo, tecidos de estofamento, lona grossa.

Poliéster misto com algodão

Algodão mercerizado grosso

Algodão 40

15 x 1

Malhas e tecidos elásticos – malhas duplas, malhas fechadas, spandex, tricô de náilon, tricô oleado,

Poliéster misto com algodão

100%

Ponta redonda (faixa

  1. Estude a posição de todas as peças do molde antes mesmo de riscar;
  2. Depois que fizer o risco, siga-o rigorosamente.

Processos de marcação

A marcação consiste em transferir as indicações do molde para o tecido. Deve-se marcar as linhas de costura, as pences, os pontos de encontro, as partes que serão dobradas, etc. As marcações podem ser feitas com carbono e carretilha, ou giz. Para marcar com carretilha e papel carbono, coloque o papel carbono sobre o avesso do tecido e por cima deste o molde correspondente. Em seguida passe a carretilha seguindo todas as marcações contidas no molde, para reproduzi-las no tecido. Este processo de marcação é aconselhável para tecidos lisos e opacos. Para marcar com giz, uma o tecido à parte do molde correspondente, em seguida, espete alfinetes por cima de cada marcação. Faça as marcações com o giz seguindo o caminho dos alfinetes. Este método é aconselhável para tecidos mais delicados ou multicoloridos, onde a marca do carbono não seria muito visível.

Como cortar

Antes de cortar certifique-se se é necessário dobrar o tecido. Em caso afirmativo, isto deve ser feito com o máximo de precisão, unindo as ourelas perfeitamente, prendendo- as com alfinetes. Verifique também se há alguma falha de fabricação no tecido, para não cortar uma das partes do molde neste local. Lembre-se de sempre dobrar o tecido unindo direito com direito. Para cortar o tecido perfeitamente, mantenha o tecido bem esticado sobre uma superfície lisa adequada para o corte e siga as orientações alistadas abaixo:

  1. Utilize uma tesoura adequada para este fim. Verifique sempre se as lâminas estão bem afiadas, para que estas não “mastiguem” o tecido. Tenha cuidado para não prender os alfinetes entre as lâminas da tesoura, ao cortar, pois isso prejudica as mesmas;
  2. Durante o corte segure o molde com uma das mãos, para que este não saia do lugar;
  3. Não levante o tecido da superfície em que ele se encontra enquanto estiver cortando;
  4. Corte junto às margens do molde, com golpes longos e firmes nas partes mais retas e golpes curtos nas partes curvas e nos cantos;
  5. Deixe a tesoura deslizar livremente, tendo o cuidado para não cortar o molde, pois além de danificá-lo, poderá haver uma alteração na margem de costura.

5 – PASSAR A FERRO

No processo de montagem de uma peça de vestuário, é muito importante passar a ferro à medida que se costura. Pode ser uma coisa dispensável, porém, isto irá garantir o bom

caimento da peça e evitará qualquer defeito de montagem. Para isso, deve-se ter alguns cuidados:

  1. Sempre faça um teste com um retalho do tecido antes de passar a peça;
  2. Retire alfinetes e alinhavos antes de passar a ferro, pois os alfinetes estragam o tecido e a chapa do ferro e os alinhavos podem deixar marcas. Se necessitar passar a peça o com alinhavo, use linha bem fina e alinhavos diagonais;
  3. Passe sempre pelo lado avesso;
  4. Use um pano de passar entre o ferro e o tecido a ser passado. O tipo de pano de passar irá depender do tipo de tecido a ser passado. Os únicos tecidos que dispensam este cuidado são o algodão puro e o linho;
  5. Faça o mínimo de pressão no ferro e acompanhe o sentido do fio do tecido ao passa-lo;
  6. Os detalhes que devem sempre ser passados a ferro são: costuras, pences, pregas, bolsos, golas, mangas, acabamentos de decotes, etc. Ou seja, deve-se passar a peça praticamente em todas as operações de montagem.

5 – ACABAMENTOS FINOS MANUAIS

Escolha uma agulha que seja adequada ao tecido. Para fazer os pontos a seguir, prefira agulhas mais finas e curtas para pontos pequenos, e mais longas para alinhavos. Costure com linha relativamente curta, de 45 a 60 cm para costuras definitivas. Para os alinhavos, pode ser usada uma linha maior. A linha só deverá ser dobrada para pregar botões e colchetes. Para alinhavar e fazer marcações, utiliza-se linhas de cores claras, que façam um certo contraste no tecido. As linhas muito escuras podem deixar marcas no tecido. A seguir, estão os mais utilizados pontos à mão.

BAINHAS

Para fazer bainhas viradas, dobre na altura desejada, marque e pregue os alfinetes perpendicularmente à dobra, passando um alinhavo, não esquecendo de que a bainha deve ter uma altura uniforme. Passe a bainha a ferro e costure com um dos pontos de bainha. A seguir, estão os pontos mais utilizados para fazer bainhas à mão. De acordo com o tecido, deve-se escolher o ponto que mais se aplica ao resultado desejado para a peça.

Bainha dobrada com ponto espinha de peixe: indicada para peças de tecidos médiosa pesados sem forro e que desfiam muito.

Bainha debruada com ponto espinha de peixe: indicada para peças de tecidos médios a pesados sem forro, quando a peça não tem corte reto.

Bainha com ponto Invisível: este ponto é simples e rápido, executado por dentro, indicado para tecidos leves.

Bainha com ponto clássico: é bastante prático, porém menos resistente, indicado para peças delicadas.

As casas de botão podem ser verticais ou horizontais. O comprimento da casas deve ser igual ao diâmetro do botão, mais a sua espessura. As casas podem ser debruadas ou bordadas à máquina.

Casa debruada: este tipo de casa é indicado para tecidos leves e de peso médio que não desfiam e que vincam bem.

Casa bordada à máquina: é o tipo mais comum de casa, indicada para a maioria dos tecidos.

7- PRINCÍPIOS DE COMPOSIÇÃO DO VESTUÁRIO

Para trabalhar com roupas mais elaboradas é importante conhecer os princípios de composição do vestuário. Neste nicho de mercado, este tipo de peça é desenvolvido para clientes específicos que estão dispostos a pagar um preço mais elevado para ter uma roupa mais personalizada. Por isso, quem vai atender este cliente deve levar em consideração uma série de aspectos antes de fazer o projeto de uma roupa. Estas regras não precisam necessariamente ser seguidas a risca, porém, é bom lembrar que em algumas ocasiões, não raro, há uma exigência de traje a rigor, muitas vezes expressa no próprio convite do evento. Cabe ao estilista usar a sua criatividade para elaborar peças interessantes dentro da realidade de sua clientela.

Os princípios da composição do vestuário levam em conta os seguintes aspectos:

PROPORÇÃO – significa manter as relações coerentes de dimensão das peças que comporão o “look”.

HARMONIA – tornar um “look” harmônico é fazer com que este tenha um aspecto visual agradável.

OCASIÃO – as ocasiões estão classificadas em:

  • Esporte: é o mais simples e informal. Mulheres: calças leves, camisetas coloridas, vestidos de tecidos leves, bermudas, sandálias, etc. Homens: calças de brim, camisas pólo e de manga curta, jeans, sandálias. (não é considerado na disciplina de Técnicas de Montagem III)
  • Passeio (esporte fino/tenue de ville): este tipo de traje requer um pouco de formalidade as principais ocasiões são: vernissagens, almoços, conferencias, etc. Mulheres: pantalonas, túnicas, tailleur, bolsas pequenas e salto alto. Homens: ternos com gravata, mocassins.
  • Passeio completo ou social: é um traje formal, as principais ocasiões são festas e recepções. Mulheres: conjuntos de crepe tailleurs de seda, vestidos finos, salto alto, meias finas e bolsas pequenas. Homens: terno padrão de cor escura, camisa social, gravata e sapato preto.
  • Black-tie (tênue de soirée): é o traje mais chique, noite de gala, com glamour e requinte. Mulheres: vestidos longos, sofisticados, com bordados e tecidos nobres, saltos alto, meias finas, carteiras e bolsas pequenas, e uso de jóias. Homens: smoking, camisa branca, gravata borboleta e faixa preta na cintura, sapato liso com verniz. Festas ao ar livre: smoking branco.

ETIQUETA NO VESTIR Trajes Masculinos

Esporte: camisa sem gravata ou suéter de malha. Esporte Completo: acrescenta-se o blazer ou paletó esportivo acompanhado de gravata esporte. Passeio Completo: terno padrão único para homens mais formais. Recepção: terno escuro, camisa branca, gravata discreta. Rapazes ou homens jovens que queiram sair mais descontraídos tendem a abolir a gravata, usando camisa lisa e camiseta branca. Para Entrevistas: opte por roupas sóbrias, não usando e nem misturando cores vivas. O sapato deve combinar com o cinto, e nunca use meias claras com calças escuras.

Trajes femininos

Esporte: calça comprida, bermuda. Saia e blusa. Não se deve usar este tipo de roupa em cerimônias oficiais. Esporte Completo: são os tailleurs, vestidos e chemisier. Passeio Completo: usa-se vestido, tailleur, sapato scarpin; pode acompanhar uma bolsa pequena combinando com o sapato e/ou cinto. Recepção: o traje de recepção é feito por vestidos de deux pièces (saia/blusa, ou tailleur) em tecidos nobres. Para entrevistas: evite roupas decoradas ou curtas, prefira roupas sóbrias e discretas; evite as roupas de tecidos transparentes ou muito justas.

TIPO FÍSICO

Além da ocasião em que a roupa será usada, deve-se levar também em consideração o tipo físico ou biótipo do cliente a fim de fazer com que a roupa lhe caia bem. Os principais biótipos são:

  • Longilineo: é o tipo manequim, pouco busto, pouco quadril, pernas alongadas e estatura acima de 1,64m, geralmente todas as peças de roupas caem bem.
  • Mini-longilíneo: as mesmas características do longilineo, apenas com estatura inferior. Deve tomar o cuidado apenas de não usar comprimentos muito longos para não achatar a silhueta.
  • Triangular: pouco busto, ombros estreitos, quadris largos, deve usar roupas que proporcione volume ao busto e não usar peças inferiores volumosas.