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Artigo científico sobre aderência da argamassa
Tipologia: Trabalhos
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Anais do Congresso Brasileiro de Patologia das Construções – CBPAT 20 20
Engenheiro Civil Engenheiro Civil Unipar Unipar PR; BR PR; BR igo@prof.unipar.br antonio.quintino@edu.unipar.br
HARTMANN, VICTOR MOURÃO Engenheiro Civil Unipar PR; BR victor.h@edu.unipar.br
O objetivo deste trabalho foi verificar e avaliar a influência do aditivo adesivo Bianco®^ da empresa Vedacit®^ na aderência e permeabilidade da argamassa aplicada no substrato. Para a realização dos ensaios foram utilizados tijolos cerâmicos com chapisco. O chapisco foi desenvolvido com traço 1:3 em volume, e para a confecção das argamassas, foi empregado o traço 1:1:6 (cimento:cal:areia) em volume e o mesmo traço com adição do aditivo. No estado fresco foram realizados os ensaios de densidade, teor de ar e consistência da argamassa onde se notou que a argamassa com aditivo apresentou 2% de melhora no índice de consistência em relação à argamassa convencional. Após 28 dias foram realizados no estado endurecido os ensaios de permeabilidade onde a argamassa com aditivo adesivo apresentou melhor índice, tornando-se menos permeável e no ensaio de resistência de aderência à tração proporcionou uma melhora de 14% no desempenho da aderência em relação à argamassa convencional. Palavras-chave: argamassa, aderência, revestimento.
ABSTRACT
The objective of this work was evaluate the influence of the Bianco ®^ adhesive additive fromVedacit®^ on adhesion and permeability of the mortar applied to the substrate. For the realization of the tests were used ceramic bricks with slurry mortars. The slab was developed with a 1: 3 trace by volume, and the 1: 1: 6 (cement: lime: sand) trace in the volume and the same trait with addition of additive were used for the preparation of the mortars. In the fresh state, the tests of density, air content and mortar consistency were performed, in which the mortar with additive showed a 2% improvement in the consistency index compared to conventional mortar. After 28 days were performed in the hardened state the permeability tests where the mortar with adhesive additive presented better index, becoming less permeable and in the test of resistance to adhesion to the traction provided a 14% improvement in the performance of the adhesion in relation to the conventional mortar. Keywords: mortar, adherence, coating
1. INSTRUÇÕES GERAIS
As argamassas possuem diversas finalidades, como por exemplo, assentamento de tijolos, blocos, azulejos e regularização da superfície de substratos. As argamassas são empregadas durante a execução de uma obra, desde o canteiro inicial até a conclusão da mesma (GOMES; NEVES 2002). A proteção que as argamassas proporcionam ao substrato constitui parcela essencial na eficiência e durabilidade das edificações, podendo-se dizer que as mesmas são a pele das construções. A argamassa tem a incumbência de proteção contra a exposição ao tempo, quando aplicada no exterior da edificação; vedação que contribui de forma coletiva a favor do isolamento térmico, isolamento acústico, estanqueidade, segurança contra incêndio e resistência ao desgaste de abalos superficiais; e também para regularização da superfície a fins de assentamento do revestimento cerâmico (CARASEK, 2007).
Anais do Congresso Brasileiro de Patologia das Construções – CBPAT 20 20
O desempenho da aderência das argamassas nos substratos depende de fatores como a proporção dos materiais que a constitui, de suas características e do cuidado no armazenamento desses materiais (GOMES; NEVES 2002). Assim, a capacidade dá argamassa de atingir uma completa, resistente e durável aderência com a base, talvez seja á mais importante propriedade concernente ao comportamento de um revestimento (IOPPI, 1995). A argamassa de boa qualidade deve conter propriedades mecânicas, uma combinação que depende da característica dos materiais aliado ao preparo e manuseio dos mesmos (SANTOS, 2008). A falta de aderência pode ser influenciada, muitas vezes, por não atender a NBR 13528 (ABNT, 2010), pela falta de conhecimento técnico, ou por materiais de baixa qualidade. Uma forma de melhorar o desempenho de aderência da argamassa aplicada ao substrato é com o chapisco, que é um tratamento prévio do substrato, criando uma rugosidade na base e regularizando a absorção inicial. Normalmente, a falta e a perda de desempenho do revestimento podem causar prejuízos econômicos, afetando a edificação em conforto, estética e a sua integridade (CARASEK, 1996). Este trabalho tem como objetivo avaliar a influência no emprego do aditivo adesivo na argamassa aplicada no substrato, seguindo as metodologias das normas brasileiras, tais como a NBR 13276 (ABNT 2005), NBR 13278 (ABNT, 2005), NBR 13528 (ABNT, 2010) e CSTC (1982). O modelo baseia-se nas características e traços comuns existentes nas obras da construção civil no território nacional. O trabalho mescla um estudo de literatura sobre a avaliação e o desempenho da aderência dos revestimentos de argamassa, objetivando o desempenho na aderência das argamassas nos substratos com a idade de 28 dias, utilizando como métodos de ensaios, o de permeabilidade pelo método do cachimbo, determinação da consistência e da resistência à tração.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
O desenvolvimento da pesquisa foi elaborado de acordo com o fluxograma apresentado na Figura 1
Figura 1 – Fluxograma das etapas da pesquisa
Os traços apresentados no fluxograma estão em volume e as características físicas dos materiais utilizados para a composição das argamassas estão apresentados na Tabela 1.
Tabela 1 - Características dos materiais
Característica Areia Cal Cimento Aditivo adesivo Tipo Natural Hidratada CH-III CPII E- Bianco® Vedacit®
Massa unitária (g/cm³)
Massa especifica real (g/cm³)
Anais do Congresso Brasileiro de Patologia das Construções – CBPAT 20 20
Os resultados obtidos dos ensaios apontados no fluxograma são apresentados a seguir. Inicialmente são exibidos os resultados da caracterização das argamassas, ou seja, dos ensaios no estado fresco e, em seguida, dos ensaios no estado endurecido.
3 .1 Caracterização da argamassa no estado fresco
3.1.1 Determinação da consistência – método de ensaio NBR 13276 (ABNT, 2005)
Os resultados estão sendo apresentados na Tabela 3. As quantidades de água utilizadas foram adotadas pelos autores para adiquirir índices de consistência que estivessem dentro do intervalo da norma, 255 a 265mm.
Tabela 3 – Índice de consistência da argamassa Argamassas Tentativas Quantidade de água (g) Índice de consistência (mm) Convencional 1ª 330 295 Convencional 2ª 290 262 Com aditivo adesivo 1ª 300 317 Com aditivo adesivo 2ª 280 259
A partir dos resultados atingidos, aponta-se que a argamassa convencional necessita de 290g de água para 1,5Kg de argamassa, já a argamassa com aditivo adesivo necessita de 280g de água para 1,5Kg de argamassa com o intuito de assegurar uma boa trabalhabilidade durante os ensaios.
3.1.2 Densidade e teor de ar – método de ensaio NBR 13278 (ABNT, 2005)
Na Tabela 4 apresentaram-se os valores obtidos através dos ensaios. A norma não especifica parâmetros ou limites para estes ensaios. Tabela 4 – Densidade e teor de ar das argamassas Argamassas Densidade (Kg/m³) Teor de ar (%) Convencional 1867 15, Com aditivo adesivo 1937 16,
De acordo com os resultados, a argamassa com aditivo adesivo possui maior teor de ar incorporado, indicando que possui uma melhoria nas suas propriedades no estado fresco. A aumento do teor de ar pode afetar a aderência na interface da argamassa no estado endurecido, por possuir muitos espaços vazios na argamassa.
3.2 Caracterização da argamassa no estado endurecido
A Tabela 5 apresenta os resultados obtidos através do trabalho experimental realizado.
Tabela 5 – Leituras do ensaio de permeabilidade
Argamassa Tentativa Absorção (ml) 5min 10min 15min Convencional 1ª 3 5,5 8 Convencional 2ª 6 10 14 Com aditivo adesivo 1ª 4 6,5 9 Com aditivo adesivo 2ª 4 7 9
Observou-se que conforme passavam os minutos, ambas as argamassas foram aumentando a absorção. Observando o comportamento da curva, nota-se que a argamassa convencional absorve mais água com o decorrer do tempo em relação à argamassa com aditivo adesivo, destacando que o aditivo empregado na argamassa possui características impermeabilizantes.
3.2.1 Resistencia de aderência à tração – método de ensaio NBR 13528 (ABNT, 2010)
Anais do Congresso Brasileiro de Patologia das Construções – CBPAT 20 20
Os resultados obtidos após o tempo determinado e para as combinações propostas estão apresentados na Tabela 6, 7, 8 e
Tabela 6 – Resultados individuais para argamassa convencional (corte A) Corpo de prova
Carga de ruptura (N) Tensão Ra (MPa)
Forma de ruptura (%)
Nº Área (mm²) Substrato Sub/Chap. Chapisco Chap./Arg. Argamassa Arg./Cola
Cola Cola/past.
1 A 1963,50 173 0,088 75 25 2 A 1963,50 172 0,087 95 5 3 A 1963,50 77 0,039 5 95 4 A 1963,50 265 0,134 90 10 5 A 1963,50 150 0,076 100 6 A 1963,50 394 0,200 100 7 A 1963,50 307 0,156 100 8 A 1963,50 265 0,134 85 15 9 A 1963,50 306 0,155 100 10 A 1963,50 182 0,092 100 11 A 1963,50 273 0,139 100 12 A 1963,50 160 0,081 100 Média (MPa) 0, Desvio Padrão (MPa) 0, C.V. (%) 39
Tabela 7 – Resultados individuais para argamassa convencional (corte B) Corpo de prova
Carga de ruptura (N) Tensão Ra (MPa)
Forma de ruptura (%)
Nº Área (mm²) Substrato Sub/Chap. Chapisco Chap./Arg. Argamassa Arg./Cola
Cola Cola/past.
1B 1963,50 176 0,089 100 2 B 1963,50 165 0,084 10 90 3 B 1963,50 57 0,029 10 90 4 B 1963,50 83 0,042 10 90 5 B 1963,50 170 0,086 100 6 B 1963,50 243 0,123 100 7 B 1963,50 62 0,031 90 10 8 B 1963,50 304 0,154 85 15 9 B 1963,50 38 0,019 90 10 10 B 1963,50 233 0,118 100 11 B 1963,50 130 0,066 100 12 B 1963,50 186 0,094 95 5 Média (MPa) 0, Desvio Padrão (MPa) 0, C.V. (%) 53,
Anais do Congresso Brasileiro de Patologia das Construções – CBPAT 20 20
Os resultados obtidos através dos ensaios realizados, foi possível concluir que o uso do aditivo adesivo influencia melhoras na argamassa tanto no estado fresco como no estado endurecido. Foi verificado que a argamassa com aditivo obteve 2% de melhora na consistência em relação à convencional. O aditivo apresentou um bom desempenho no quesito da permeabilidade e uma melhora significativa, em torno de 14%, na aderência da argamassa com a presença do aditivo. Fazendo uma ressalva que o uso do chapisco influenciou na aderência do substrato com a argamassa. Percebe-se, que as médias obtidas através do ensaio de resistência de aderência à tração não atenderam as exigências da NBR 13528 (ABNT, 2010). Um aspecto que pode ter influenciado nos resultados foi o tipo de aplicação da argamassa. Outros fatores que influenciam no resultado final da aderência é a escolha dos materiais e do traço empregado, a absorção de água das argamassas, a correta aplicação do aditivo adesivo na argamassa ainda em seu estado fresco, o correto modo de preparo da superfície aliado a uma limpeza minuciosa da base colante deixando a mesma livre de intempéries e oleosidades, na introdução das forças que serão aplicadas no revestimento de argamassa e consequentemente na extensão do contato entre revestimento e substrato. Sobre a consistencia dos dados avalia-se que todos possuíram CV superior a 30%, de acordo com Garcia (1989) resultados como este são considerados de elevada dispersão. Apesar dos resultados não se mostrarem confiáveis, destaca-se que no estudo sobre a aderência de argamassas é comum encontrar pesquisas com coeficiente de variação acima de 30% para uma mesma situação de ensaio, de acordo com Costa e Carasek (2009) isto ocorre devido a: influência do procedimento de corte, geometria e dimensão dos corpos de prova, camada de cola, excentricidade da pastilha, tipo de equipamento e taxa de carregamento.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7200: Execução de revestimentos de paredes e tetos de argamassas inorgânicas - Procedimento. Rio de Janeiro, 1998.
______. NBR13276: Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Preparo da mistura e determinação do índice de consistência. Rio de Janeiro, 2005.
______. NBR13278: Argamassa para assentamento de paredes e revestimento de paredes e tetos – Determinação da densidade de massa e do teor de ar incorporado. Rio de Janeiro, 2005.
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CARASEK, H. Aderência de Argamassas à base de cimento Portland a substratos porosos. Tese de Doutorado, Escola politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1996.
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COSTA, E. B. Ca.; CARASEK, H.. Influência dos parâmetros de ensaio na determinação da resistência de aderência de revestimentos de argamassa. Ambiente Construído, v. 9, n. 4, p. 17-35, 2009.
Garcia CH (1989) Tabelas para classificação do coeficiente de variação. Piracicaba, IPEF. 12p. (Circular técnica, 171).
GOMES, A. O.; NEVES, C. M. M. Proposta de método de dosagem racional de argamassas contendo argilominerais. Publicação ANTAC, 2002.
Anais do Congresso Brasileiro de Patologia das Construções – CBPAT 20 20
lOPPI, P. R. Estudo da aderência das argamassas de revestimento em substratos de concreto. Florianópolis, 1995. 135f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Curso de Pós Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Catarina.
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ZANELATO, E. B. Influência do chapisco na resistência de aderência à tração de revestimentos de argamassa em blocos cerâmicos. Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes - RJ, 2015.