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Guias e Dicas
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Atendimento Psicológico em Emergências Aviárias: Experiências e Desenvolvimentos, Notas de estudo de Psicologia

Este documento discute as experiências de um grupo de psicólogos que oferecem atendimento psicológico especializado em situações de crises, catástrofes, emergências e luto, após desastres aéreos. Ele aborda a importância de desenvolver habilidades nos profissionais envolvidos e a importância de ações preventivas para transtornos de estresse pós-traumático e luto traumático. O texto também discute as condições necessárias para fazer parte do grupo e como ele responde às determinações do departamento de aviação civil.

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 23/10/2009

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epvpsicologia.com
Dra. Eliane Pietroluongo Vianna
Atendimento psicológico para emergências em aviação:
A teoria revista na prática
Psychological support in aviation emergencies
Maria Helena Pereira Franco
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
RESUMO
O presente trabalho aborda a experiência de atendimento psicológico em situações de emergência,
em conseqüência de desastre aéreo. Focaliza intervenção em situações de luto traumático. O relato baseia-se
nas experiências de um grupo de psicólogos, que tem o objetivo de oferecer atendimento psicológico
especializado para situações de crises, catástrofes, emergências e luto, nos diferentes âmbitos de necessidade.
Visa uma ação preventiva para situações de stress pós-traumático e luto traumático, bem como desenvolver
habilidades nos profissionais envolvidos com essa atividade, de maneira a terem uma atuação eficiente, com
risco controlado para sua saúde mental.
Palavras-chave: luto traumático; emergências; desastre aéreo
ABSTRACT
This paper reports the experience of a group of psychologists with air disasters. It deals with
traumatic grief, taking into consideration differences among victims and bereaved people in critical
conditions. The objective of the work is to offer psychological treatment specific for crisis situations,
catastrophes, emergencies and grief, for different needs of the victims, aiming at a preventive action for post-
traumatic stress disorder and traumatic grief, and to develop abilities in the professionals that work with
such activity, so that they provide an effective action, with controlled risk for their mental health.
Keywords: traumatic grief; aviation emergencies; air disaster
Em 1996, um desastre aéreo em São Paulo causou a morte de 99 pessoas, entre passageiros,
tripulantes e um morador das casas atingidas. Um grupo de psicólogos atendeu familiares dos passageiros,
funcionários da empresa aérea e moradores das ruas atingidas, a partir da experiência clínica já obtida com
pessoas enlutadas. O atendimento se deu de maneira pontual, nos dias imediatos ao desastre, e também com
contornos clínicos tradicionais, ao longo de meses após o mesmo (Falco, 2003) para as pessoas que
apresentaram condições de risco para luto complicado (Doka, 1996). A experiência levou o grupo a
profundas reflexões sobre esta modalidade de atendimento e gerou reformulações e desenvolvimentos
teóricos que se revelariam de grande importância em situações futuras (Franco, 2003a).
Posteriormente, a partir de 1998, formou-se um outro grupo de psicólogos, especificamente com o
objetivo de preparar-se para atuar em situações de emergência, relacionadas a desastres, traumas e luto
traumático (Franco, 2003b). A proposta deste grupo, para promover "sobrevivência grupal", como
recomendam Williams, Zinner e Ellis (1999, p. 6), Cohen (2000) e American Psychiatric Association (1995), é:
(a) oferecer atendimento psicológico especializado para situações de crises, catástrofes, emergências e luto,
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Dra. Eliane Pietroluongo Vianna

Atendimento psicológico para emergências em aviação:

A teoria revista na prática

Psychological support in aviation emergencies Maria Helena Pereira Franco Pontifícia Universidade Católica de São Paulo RESUMO O presente trabalho aborda a experiência de atendimento psicológico em situações de emergência, em conseqüência de desastre aéreo. Focaliza intervenção em situações de luto traumático. O relato baseia-se nas experiências de um grupo de psicólogos, que tem o objetivo de oferecer atendimento psicológico especializado para situações de crises, catástrofes, emergências e luto, nos diferentes âmbitos de necessidade. Visa uma ação preventiva para situações de stress pós-traumático e luto traumático, bem como desenvolver habilidades nos profissionais envolvidos com essa atividade, de maneira a terem uma atuação eficiente, com risco controlado para sua saúde mental. Palavras-chave: luto traumático; emergências; desastre aéreo ABSTRACT This paper reports the experience of a group of psychologists with air disasters. It deals with traumatic grief, taking into consideration differences among victims and bereaved people in critical conditions. The objective of the work is to offer psychological treatment specific for crisis situations, catastrophes, emergencies and grief, for different needs of the victims, aiming at a preventive action for post- traumatic stress disorder and traumatic grief, and to develop abilities in the professionals that work with such activity, so that they provide an effective action, with controlled risk for their mental health. Keywords: traumatic grief; aviation emergencies; air disaster Em 1996, um desastre aéreo em São Paulo causou a morte de 99 pessoas, entre passageiros, tripulantes e um morador das casas atingidas. Um grupo de psicólogos atendeu familiares dos passageiros, funcionários da empresa aérea e moradores das ruas atingidas, a partir da experiência clínica já obtida com pessoas enlutadas. O atendimento se deu de maneira pontual, nos dias imediatos ao desastre, e também com contornos clínicos tradicionais, ao longo de meses após o mesmo (Falco, 2003) para as pessoas que apresentaram condições de risco para luto complicado (Doka, 1996). A experiência levou o grupo a profundas reflexões sobre esta modalidade de atendimento e gerou reformulações e desenvolvimentos teóricos que se revelariam de grande importância em situações futuras (Franco, 2003a). Posteriormente, a partir de 1998, formou-se um outro grupo de psicólogos, especificamente com o objetivo de preparar-se para atuar em situações de emergência, relacionadas a desastres, traumas e luto traumático (Franco, 2003b). A proposta deste grupo, para promover "sobrevivência grupal", como recomendam Williams, Zinner e Ellis (1999, p. 6), Cohen (2000) e American Psychiatric Association (1995), é: (a) oferecer atendimento psicológico especializado para situações de crises, catástrofes, emergências e luto,

nos diferentes âmbitos de necessidade dos envolvidos, visando uma ação preventiva para situações de stress pós-traumático e luto traumático; (b) desenvolver habilidades nos profissionais envolvidos com essa atividade, de maneira a terem uma atuação eficiente, com risco controlado para sua saúde mental. Este artigo focaliza o eixo luto-trauma, ampliando para as possibilidades de intervenção em situações de luto traumático, em conseqüência de desastres aéreos. Assenta-se na dialética experiência- abstração (Stein, 2002b), de modo a entender e oferecer ajuda diante de um desastre. Comenta sobre a atuação deste grupo de psicólogos com experiência em atendimento a emergências, a partir de três desastres aéreos, guardadas as considerações sobre a inexistência de dois desastres iguais, o que leva, necessariamente, à flexibilidade na atuação, mesmo que seja pautada em um protocolo. Para fazer parte deste grupo, a experiência mostrou as condições necessárias: (a) disponibilidade para ser acionado por 24 horas, 365 dias por ano, para ser contatado e posicionado em menos de 10 minutos; (b) disponibilidade para viajar para qualquer lugar do mundo; (c) domínio de, no mínimo, mais um idioma, além do Português; (d) treinamento para atendimento em situações de luto e participação nos treinamentos mensais específicos deste grupo, com número máximo de duas faltas permitidas por ano. Uma exigência absoluta está em assumir compromisso de sigilo sobre as atuações, incluindo nos contatos com a mídia. Presentemente, há 22 psicólogos no grupo, sendo que seis com doutorado em Psicologia Clínica, seis com mestrado (um cursando Doutorado), cinco cursando mestrado. Destes, nove já participaram de atendimento a acidentes aéreos. O trabalho deste grupo responde diretamente às determinações do Departamento de Aviação Civil - DAC sobre assistência às famílias de passageiros vitimados em desastres aéreos. A postura atual recomenda que a resposta ao desastre, com cuidados em situações traumáticas, se destine a sobreviventes machucados ou não machucados; parentes e amigos enlutados e traumatizados; equipe de assistência emergencial; membros da equipe de resgate e outros serviços de apoio; membros da mídia que cobriram o fato; e vítimas secundárias (Figley, Bride, & Mazza, 1997; Hodkinson & Stewart, 1998; Lewis, 1994; Stein, 2002a; Young, 1998). Como se observa, é amplo o espectro de pessoas atingidas por um desastre aéreo, mesmo que o órgão governamental brasileiro regulamente prestação de assistência exclusivamente às famílias. Algumas definições se fazem necessárias, de acordo com Lewis (1994), James e Gilliland (2001). Entende-se crise como a interrupção em um estado previamente normal de funcionamento, que resulta em instabilidade e significativo desequilíbrio no sistema. Sua sintomatologia é complicada, abrange indivíduo, familiares e comunidade, sem que precise estar exclusivamente associada ao evento gerador. Ninguém fica imune ao impacto de uma crise, mas cada pessoa a enfrentará com seus recursos, mesmo que em circunstâncias semelhantes. Um trauma é definido como uma ruptura no tecido vivo, causado por um agente externo, como resultado de uma cirurgia, um ato violento, um desastre. Geralmente leva a um estado de crise. Pode ser também definido como um período de desequilíbrio psicológico, resultante de um evento ou situação danosa, assim constituindo um problema significativo que não pode ser resolvido com as estratégias de enfrentamento conhecidas. Uma experiência traumática se dá quando uma pessoa se confronta com a morte, ameaça de morte, ferimentos sérios em si ou no outro e reações de intensa dor, desamparo ou horror. Desastres diferem de outros tipos de trauma, com relação à sua escala e efeitos, o que vai implicar um apoio diferenciado daquele oferecido em situações de perda e stress. Trauma psicológico em resposta a desastres As reações típicas ao trauma se apresentam como intensa angústia diante de situações que lembrem o momento traumático, ou mesmo algum aspecto referente a ele; reação fisiológica diante desta exposição: ansiedade, sensações físicas, sensação de pânico; diminuição do interesse e participação nas atividades rotineiras; sensação de estranhamento diante das outras pessoas, retraimento e isolamento; inabilidade para fazer projetos e medo de morrer (Hodgkinson & Stewart, 1998). O acontecimento traumático é persistentemente revivido em, ao menos, uma das seguintes maneiras (American Psychiatric Association, 1994): memórias recorrentes ou intrusivas, incluindo imagens, percepções e sonhos; agir ou sentir como se o evento traumático estivesse ocorrendo novamente, incluindo a

desenvolvimentais, psicológicos, ambientais e situacionais que fazem com que um dado evento seja vivenciado como uma crise. Recomendam que um trabalho de intervenção em crise, como o atendimento psicológico em emergências, deve utilizar-se uma abordagem focal, embora problemas concomitantes sejam reconhecidos como importantes na dinâmica da situação-problema. O objetivo não é a modificação de características peculiares da pessoa em crise ou de seu padrão de personalidade. Portanto, é necessário perceber a configuração da situação de crise, sempre levando em conta as condições individuais, porque a intervenção deve contemplar ambos os aspectos, o genérico e o específico, fazendo uso de técnicas que considerem essa demanda (Hodgkinson & Stewart, 1998). Estes princípios norteiam a ação deste grupo, uma vez que correspondem não somente aos aspectos técnicos utilizados, mas, sobretudo, a uma postura ética e epistemológica necessária para uma definição de protocolo de ação. Nosso trabalho busca cuidar da intervenção em crise considerando diferentes necessidades, específicas às fases de atendimento (Hodgkinson & Stewart, 1998; Nurmi, 1998): impacto, retração ou recuo, período pós-traumático. Também seguimos a orientação do grupo NOVA – National Organization for Victims Assistance (Young, 1998) sobre a seqüência no atendimento a vítimas de desastres aéreos, mesmo considerando que muitas dessas ações se sobrepõem e não é sempre possível estabelecer limites cronológicos ou seqüenciais rígidos diante das especificidades do desastre. Nossa atuação se apresenta, então, no 2º momento, de intervenção psicológica em emergência (intervenção em crise), antecedido do resgate físico e seguido de psicoterapia ou aconselhamento. Lidando com pessoas enlutadas e traumatizadas A pessoa enlutada em condições traumáticas está fragilizada e precisa de acolhimento, paciência e atenção; geralmente está desorganizada, incoerente, assustada, paralisada. Levando em conta estas condições peculiares, alguns cuidados são primordiais, na atitude em relação a esta pessoa. O que norteia nossa prática é o cuidado para não fazer com que a pessoa pare de sofrer rapidamente, pois isto seria um mecanismo de tamponamento de sua reação, com graves conseqüências. Assim sendo, cuidamos para não evitar o assunto e não desviar a conversa do tema. A intervenção psicológica em emergência, como proposta por Young (1998) e realizada por este grupo, procura reduzir o stress agudo, causado pelo impacto do trauma, por meio de: (a) restaurar a dominância do funcionamento cognitivo sobre reações emocionais; (b) facilitar a restauração do funcionamento das instituições sociais e da comunidade; (c) facilitar o reconhecimento cognitivo do que aconteceu. A intervenção psicológica em emergência procura também restaurar ou aumentar as capacidades adaptativas, por meio de: (a) oferecer oportunidades para as vítimas avaliarem e utilizarem apoio familiar ou da comunidade; oferecer educação sobre expectativas futuras e (b) oferecer oportunidade para os sobreviventes organizarem e interpretarem - cognitivamente - o evento traumático. Lidando com perdas pessoais O profissional que atua exposto a situações de stress, como o que atende vítimas de desastres aéreos, apresenta também reações que podem ser, segundo Lewis (1994) e Hodgkinson e Stewart (1998): emocionais, físicas e cognitivas. Isto requer, portanto, que junto a um profundo conhecimento das técnicas empregadas, o profissional tenha consciência de aspectos relevantes de sua condição pessoal para este tipo de atividade e possa identificar suas necessidades de descanso, alívio, até mesmo de afastamento da atividade. É um indivíduo em risco. Nos treinamentos do grupo, a distinção entre atendimento psicológico em emergência e psicoterapia é muito clara, embora as situações críticas apresentem uma dinâmica de tal ordem que pode ser considerado adequado e necessário que se fizesse uma intervenção com uso de recursos advindos de ambas as abordagens. Referências

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