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PARTE 1
Ana Maria, uma adolescente de 16 anos, chega a Unidade Básica de Saúde (UBS) São Bartolomeu em uma tarde tranquila de quarta-feira. Ela nunca havia ido sozinha a UBS, pois, as suas últimas consultas haviam sido realizadas quando ela ainda era criança, sempre acompanhada da mãe, Maria das Dores. Ana Maria procurou a UBS porque ela mora na Vila do Querosene e essa é a UBS de referência. Nas últimas semanas, Ana Maria tem sentido um mal estar, acompanhado de muita sonolência. A data da última mestruação é de 0 9/01/2021. Tímida, ela teme como será recepcionada pela equipe e qual será o seu diagnóstico. Responda:
1. Defina Atenção Primária a Saúde. Atenção Primária à Saúde é uma forma de organizar os serviços de saúde que constitui a porta de entrada dos sistemas de saúde, de modo a direcionar o fluxo de acolhimento e atendimento e guiar a população até os níveis de maior complexidade. Funciona a partir do princípio de territorialização, fundamentando-se na intersetorialidade e na máxima de universalidade de acesso à saúde para os cidadãos e suas comunidades, a partir do uso dos recursos disponíveis e de equipes multidisciplinares para tratar das necessidades individuais e/ou coletivas com resolutividade. Logo, configura o primeiro elemento de um processo que visa à promoção e atenção continuada à saúde, executando tais ações de maneira integrada, longitudinal, coordenada e, sempre, o mais próximo possível das populações e de suas realidades socioculturais. 2. Diante situação descrita, identifique o primeiro atributo da Atenção Primária à Saúde necessário para prestação da atenção à saúde de Ana Maria na Unidade Básica de Saúde e justifique a sua resposta. Ana Maria é uma menina de 16 anos, tímida, oriunda do Morro do Querosene, que foi ao médico pela última vez quando era criança, acompanhada pela mãe, e que apresenta uma queixa no presente momento, para a qual ainda não possui respostas. Nesse sentido, o atributo inicial necessário para
ESTUDO DE CASO ATENÇÃO
PRIMÁRIA
Aula 02 – Atenção Primária à Saúde – 16/03/ Grupo: Jessica Rodrigues Praes; Letícia Amorim; Luciana Vargas – 73C
ajudá-la é, antes de mais nada, o primeiro contato, pois a adolescente precisa de um centro de APS acessível e com profissionais qualificados para promover uma boa comunicação com a população e escuta ativa de suas demandas, de modo que ela consiga ser introduzida ao local sem a mãe, de forma autônoma. Além disso, tal atributo é essencial no caso, pois se demonstra necessário para ajudar Ana Maria a desenvolver a noção de como ela será recebida em sua nova situação, visto que ela é uma jovem que precisa sentir confiança na equipe que prestará o atendimento e precisa ser bem acolhida, pois apresenta receio, não é acostumada com o ambiente e está em uma situação de possível vulnerabilidade, com uma gravidez na adolescência sobre a qual ela própria não tem conhecimento e uma realidade socioeconômica talvez não favorável. Assim, o primeiro contato diz respeito à oferta de acesso e utilização adequada dos serviços de saúde, com um olhar personalizado para a paciente, a fim de a convencer de que ela será bem tratada. PARTE 2 Ana Maria (mesma usuária descrita na parte 1) fez o teste de gravidez, com o resultado positivo, iniciou o acompanhamento de pré-natal realizado pela equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF). O Agente Comunitário de Saúde Aselmo explicou para Ana Maria que nesta unidade são feitas consultas clínicas, alguns exames laboratoriais e reuniões em grupo de gestantes. Com 12 semanas de gestação, negou perdas transvaginais de sangue ou líquido amniótico, porém relatou aumento da frequência de micção. Ao exame físico: altura 1,60 m e peso 57 Kg, pressão arterial de 110 X 70 mmHg. Mucosas hipocoradas (+ +/4), gengivas sensíveis, mamas gravídicas e mamilos íntegros. Quando indagada sobre sua nova vida e a perspectiva de ser mãe, Ana Maria fala que está triste. Todas as informações clínicas acerca da consulta foram registradas no cartão da gestante e os exames de rotina solicitados.
1. A partir do caso acima, identifique os atributos da Atenção Primária a Saúde (presentes ou ausentes), contextualizando a sua resposta. O primeiro contato foi realizado com sucesso, de modo que o bom acesso pode ser notado pela facilidade da adolescente de chegar ao posto, mesmo que desacompanhada, Também, inicialmente, os atributos de integralidade e coordenação parecem estar sendo eficientes, com a coleta organizada dos dados básicos da paciente e seu encaminhamento imediato para o próximo passo ao momento, que configura o começo do pré-natal com a ESF, que promoverá consultas e exames. Em seguida, o aspecto da longitudinalidade está fortemente presente, uma vez que haverá o acompanhamento da gestante e do bebê antes mesmo de seu nascimento, ou seja, durante toda a gravidez, sendo esperado que, no futuro, tal cuidado seja estendido para os ciclos de vida dessa criança, tendo continuidade durante sua
PARTE 3
Ana Maria (mesma usuária descrita na parte 1 e 2) realizou oito consultas de pré-natal com a equipe da ESF. Quando entrou em trabalho de parto foi direto para a maternidade de referência, de acordo com as orientações do médico e enfermeiro da UBS. No sexto dia após o parto recebeu a visita domiciliar do Médico e do Agente Comunitário da Saúde (ACS) da sua equipe. Responda:
1. A partir do caso de Ana Maria, faça uma análise reflexiva sobre a relevância dos atributos da APS e a Estratégia Saúde da Família para essa usuária. Ana Maria se demonstrou uma jovem que precisava de amparo. Ela chegou à UBS sozinha, sem conhecimento sobre sua própria saúde e se descobriu em situação de gravidez na adolescência. Ela veio de uma área construída como favela, então a referência do centro de saúde próximo representou sua esperança de tratar o que achava ser um simples mal-estar, mas acabou sendo um contexto muito mais complexo, de modo que a acessibilidade e o acolhimento ao sistema de saúde, por meio da APS, passaram a ter um papel muito mais significativo nesse momento de sua vida. Por meses, durante sua gestação, ela ficou dependente de apoio médico, sendo que ela provavelmente não saberia a real importância das consultas de pré-natal caso os profissionais responsáveis não a tivessem instruído e a feito se sentir bem recebida. Nesse sentido, o cuidado e a atenção da equipe do posto, que realmente agiu sob o atributo de longitudinalidade, configuram a rede de segurança para mostrar a Ana Maria que ela e seu bebê possuem recursos disponíveis quando precisarem de ajuda, assim como inúmeras mulheres que possam vir a se encontrar em situação semelhante à dela e, além disso, qualquer cidadão que necessitar de apoio relativo às competências dos centros de saúde. Salvo a falta de melhor conduta frente ao lado psicológico da paciente, que deveria ter sido verificado pela equipe multidisciplinar, a fim de assegurar não só o bem-estar físico como o mental da jovem, Ana Maria foi ouvida, encaminhada e teve seu quadro acompanhado. Ela procurou a UBS, foi vista como pessoa e teve suas demandas não apenas solucionadas, como também, nem ela e seu bebê foram esquecidos após o parto, de modo a, muito provavelmente, terem formado uma relação pessoal com os profissionais do posto. Portanto, o caso relatado representa a concretização dos princípios que sustentam a APS, cuja toda a população tem direito de tirar proveito. REFERÊNCIAS: 1)https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/pab/7/unidades_conteudos/unidade01/unidade01. pdf
- https://aps.saude.gov.br/biblioteca/visualizar/MTE4OA==
