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Família botânica Asteraceae a maior família existente
Tipologia: Teses (TCC)
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Artigo recebido em 03/2008. Aceito para publicação em 06/2008. (^1) Parte da monografia de Bacharelado em Ciências Biológicas do primeiro autor. (^2) Herbarium Uberlandense, Universidade Federal de Uberlândia, Minas Gerais, C.P. 593, 38400-902 Uberlândia, MG, Brasil. (^3) Instituto de Biologia, Universidade Federal de Uberlândia, Minas Gerais. (^4) Autor para correspondência: erichattori@gmail.com Apoio Financeiro: CEMIG, ANEEL.
(Asteraceae na EPDA-Galheiro, Perdizes, Minas Gerais, Brasil) A família Asteraceae é uma das maiores famílias de Angiospermas, com cerca de 1.600 gêneros e 25.000 espécies aproximadamente. Para o estado de Minas Gerais, os únicos estudos com a família como um todo são os levantamentos realizados na Serra do Cipó, na Serra da Canastra, e em Grão-Mogol. O objetivo do presente estudo é o de apresentar as espécies de Asteraceae ocorrentes na Estação de Pesquisa e Desenvolvimento Ambiental Galheiro, Perdizes. Foram realizadas coletas mensais nesta estação, entre maio de 2002 e abril de 2004. O tratamento taxonômico inclui uma chave de identificação, descrições das espécies e comentários sobre distribuição geográfica, hábitat e características diagnósticas. Para os gêneros Eupatorium e Vernonia foram utilizados os conceitos tradicionais de classificação, uma vez que as novas propostas de classificação ainda necessitam de estudos taxonômicos mais aprofundados, particularmente para os táxons brasileiros. Foram encontradas 107 espécies em 34 gêneros. Os gêneros mais representativos foram Vernonia (24 spp.), Eupatorium (19 spp.), Mikania (10 spp.) e Baccharis (8 spp.). As espécies encontradas na área de estudo ocorrem principalmente nas formações campestres, o que explica a existência de aproximadamente 75% (81 de 107) das espécies encontradas na área de estudo em comum com a lista compilada da família para a flora do Cerrado. Palavras-chave : florística, tratamento taxonômico, Compositae, flora do Cerrado.
ABSTRACT (Asteraceae from EPDA-Galheiro, Perdizes, Minas Gerais, Brazil) The Asteraceae is one of the largest families of Angiosperms, with approximately 1600 genera and 25000 species. In Minas Gerais State there are few studies of the whole family, such as the surveys of the Serra do Cipó, Serra da Canastra and Grão-Mogol. The objective of this study is to present an account of the species of Asteraceae in Estação de Pesquisa e Desenvolvimento Ambiental-Galheiro, Perdizes, MG. The survey was carried out between May 2002 and April 2004. The taxonomic treatment provides a identification key and descriptions of each species, followed by comments on their distribution, habitat and diagnostic characteristics. Eupatorium and Vernonia were treated using the traditional classification, once the current proposals still need further development particularly concerning the Brazilian taxa. A total of 107 species were collected belonging to 34 genera. The most representative genera were Vernonia (24 spp.), Eupatorium (19 spp.), Mikania (10 spp.) and Baccharis ( spp.). The species found within the studied area are mainly representatives from open, savana-like vegetation, resulting in an overlap of approx. 75% (81 out of 107 species) with a compiled list for the Cerrado flora. Key words : floristics, taxonomic survey, Compositae, cerrado flora.
Asteraceae é a maior família de angiospermas, compreendendo 25. espécies pertencentes a 1.600 gêneros dispostos em 17 tribos e três subfamílias (Bremer 1994). No Brasil, a família está representada por aproximadamente 196 gêneros e cerca de 1.900 espécies (Barroso et al. 1991).
Eric Koiti Okiyama Hattori 2 4^ & Jimi Naoki Nakajima^3
Nos últimos 25 anos, esta família vem sendo intensamente estudada não somente quanto à sua morfologia, anatomia, ontogenia, citogenética, ecologia e fitoquímica, mas também quanto à sua estrutura macromolecular (Holmes 1996). Estes estudos contribuem para o aumento no conhecimento sobre a classificação em Asteraceae (Bremer 1994).
688 Hattori, E. K. O. & Nakajima, J. N.
Particularmente para o Brasil, os estudos com a família como um todo iniciaram com o trabalho de Baker (1873; 1876; 1882; 1884). Posteriormente, foram feitos levantamentos de tribos ou gêneros para determinados estados ou localidades, ou ainda, os levantamentos florísticos para a família como um todo, como por exemplo, no Mato Grosso (Malme 1932b), (Dubs 1998), Rio Grande do Sul (Malme 1932a), Paraná (Malme 1933), Itatiaia e cidade do Rio de Janeiro (Barroso 1957, 1959), Mucugê, BA (Harley & Simmons 1986), Pico das Almas, BA (Hind 1995), Chapada dos Veadeiros (Munhoz & Proença 1998), Picinguaba, SP (Moraes 1997) e Fontes do Ipiranga (Nakajima et al. 2001). Em Minas Gerais, existem apenas os trabalhos na Serra do Cipó (Leitão-Filho & Semir 1987), Serra da Canastra (Nakajima
Área de estudo
A Estação de Pesquisa e Desenvolvimento Ambiental Galheiro, administrada pela CEMIG, está localizada no município de Perdizes (19º10’ e 19º15’S – 47º06’ e 47º11’W) (Fig. 1). A EPDA-
Galheiro possui uma área de 2.847 hectares, sendo registrada junto ao IBAMA como Reserva Particular do Patrimônio Natural (Portaria nº 73-N de 06.09.1995). Os limites da Estação são banhados pelo reservatório da Usina Hidrelétrica de Nova Ponte, na área formada pelos rios Quebra- Anzol e Galheiro; a topografia é caracterizada pelo domínio das chapadas e a variação altimétrica compreende um intervalo de 760 a 1.000 m; e o clima da região é caracterizado por um período chuvoso (outubro a abril) com precipitações anuais na ordem de 1.705 mm., com temperatura média anual da ordem de 19,3ºC e umidade relativa média anual do ar de 75% (LEME Engenharia Ltda. 1995). A EPDA-Galheiro apresenta dominância da formação cerrado strictu sensu que cobre cerca de 19% da área e apresenta-se em bom estado de conservação (Fig. 1). Ocorrem ainda as formações de campo limpo, campo cerrado, cerrado rupestre, cerradão e floresta estacional semidecídua em diferentes estágios de conservação. A área de vegetação natural ocupa 72% de toda a EPDA-Galheiro e registram-se ainda babaçuais e áreas de pasto que já apresentam presença de espécies cerrado ou mata. As antigas áreas de cultivo perfazem 1,6% da superfície total da EPDA- Galheiro (LEME Engenharia Ltda. 1995).
Levantamento florístico O levantamento florístico foi realizado entre abril de 2002 e maio de 2004, com coletas mensais. As expedições tiveram duração de 4 dias. Nestas expedições foram feitas caminhadas aleatórias de modo a cobrir toda a extensão da EPDA-Galheiro, principalmente 10 áreas de coleta: Cerrado próximo ao alojamento; Céu Cavalo e estrada para Céu Cavalo; divisa com João Alonso; Jerônimo e estrada para Jerônimo; Macega e estrada para Macega; Mata do Alaor e estrada para a Mata do Alaor; Mata da Aparecida e estrada para Mata da Aparecida; Mata da Zilda e estrada para Mata da Zilda; mata próxima ao alojamento; península; Trilha dos Primatas; voçoroca.
690 Hattori, E. K. O. & Nakajima, J. N.
As coletas foram feitas de indivíduos com flores e/ou frutos e foram anotadas as observações relativas ao habitat, hábito e morfologia reprodutiva para confecção das etiquetas. Todos os exemplares foram prensados e desidratados em estufas de campo e de laboratório. A montagem e incorporação das exsicatas foram realizadas no Herbarium Uberlandense (HUFU) da Universidade Federal de Uberlândia, MG. O material coletado em 1995, que se encontra no herbário BHCB da Universidade Federal de Minas Gerais, também foi examinado.
Tratamento sistemático
Para o tratamento sistemático, foi elaborada uma chave de identificação a nível específico, seguida da descrição das espécies, materiais examinados e comentários sobre a distribuição geográfica, habitat e características diagnósticas. O levantamento dos dados sobre distribuição geográfica das espécies presentes no tratamento foi feito através de consulta a revisões de gêneros, monografias e teses que abordavam a família para uma determinada localidade. Para os gêneros Eupatorium e Vernonia foram utilizados os sistemas tradicionais de classificação, uma vez que as novas propostas de classificação ainda necessitam de estudos taxonômicos mais aprofundados, particularmente para os táxons brasileiros.
Levantamento florístico No levantamento foram encontradas 107 espécies pertencentes a 34 gêneros e nove tribos. Os gêneros mais representativos foram Vernonia (24 spp.), Eupatorium (19 spp.), Mikania (10 spp.) e Baccharis (8 spp.). Dos 30 demais gêneros encontrados, 17 deles apresentaram apenas uma espécie cada ( Achyrocline, Acmella, Ageratum, Chaptalia, Chresta, Conyza, Eclipta, Emilia, Ichthyothere, Porophyllum, Pseudobrickellia, Richterago, Riencourtia,
Strophopappus, Tilesia, Trichogonia e Tridax ), 10 gêneros apresentaram duas espécies cada ( Aspilia, Bidens, Calea, Dimerostemma, Eremanthus, Piptocarpha, Pterocaulon, Trixis, Viguiera e Wedelia ) e três gêneros apresentaram três espécies cada ( Dasyphyllum, Elephantopus e Gochnatia ). As espécies encontradas na área de estudo ocorrem principalmente nas formações savânicas, como por exemplo, o cerrado strictu sensu. Isto explica o grande número de espécies em comum, que foi de 81 espécies, de um total de 107, com a lista compilada por Mendonça et al. (1998), onde a maioria das espécies ocorre em formações savânicas ou campestres.
Tratamento sistemático Asteraceae Família com ampla variação em suas características. Hábito herbáceo a arbóreo, às vezes trepadeira, caule geralmente subcilíndrico, não-alado, às vezes alado, indumento variado ou ausente. Folhas geralmente simples, alternas ou opostas, às vezes rosuladas basais ou verticiladas. Capítulos solitários ou em capitulescências laxas, às vezes congestas ou fundidas. Capítulos homógamos discóides, com todas as flores liguladas, bilabiadas, tubulosas ou filiformes ou capítulos heterógamos radiados, ou disciformes; invólucro cilíndrico a globoso; brácteas involucrais (1)2 a muitas, 1 a várias séries, geralmente persistentes; receptáculo côncavo a cônico, paleáceo, cerdoso ou glabro. Flores monóclinas, díclinas ou neutras, corola (3)5-mera, gamopétala; androceu com 4 ou 5 estames epipétalos, sinânteros, base da antera geralmente com apêndices estéreis ou férteis, ápice da antera com tipos variados de apêndices; gineceu sincárpico, ovário ínfero, bicarpelar, unilocular, 1 óvulo, estilete bífido, geralmente com apêndices estéreis. Cipsela cilíndrica a obovóide, superfície lisa a costada, glabra a
Asteraceae na EPDA-Galheiro, Perdizes, MG 691
Chave de identificação para as espécies de Asteraceae na EPDA-Galheiro
pilosa, glandulosa, ornamentada ou não; cálice ausente ou modificada em papilho podendo
ser escamiforme, coroniforme, paleáceo, aristado ou cerdoso.
Asteraceae na EPDA-Galheiro, Perdizes, MG 693
694 Hattori, E. K. O. & Nakajima, J. N.
696 Hattori, E. K. O. & Nakajima, J. N.
86’. Folhas com indumento alvo ou canescente na face abaxial; capítulos em corimbos ou em espigas; cipsela cilíndrica ou quando comprimida sem duas nervuras laterais (Inuleae).
Asteraceae na EPDA-Galheiro, Perdizes, MG 697
Achyrocline satureioides (Lam.) DC., Prodr. 6: 220. 1838. Gnaphalium satureioides Lam., Encyc. 2: 747. 1788. Erva 0,5–1 m alt.; ramos cilíndricos, costados, lanosos. Folhas simples, alternas, sésseis, limbo 10–70 × 2–7 mm, linear- lanceolado; ápice acuminado, margens inteiras, base truncada; face adaxial tomentosa, face abaxial canescente. Capítulos disciformes sésseis, em corimbos densos; invólucro cilíndrico, 5–6 mm compr., 1–2 mm diâm.; brácteas involucrais hialinas, 3-seriadas, 2,5– 5 × 0,7–1 mm, ovadas a lanceoladas, glandulosas, séries externas com ápice agudo, margens inteiras, base lanosa; receptáculo plano, foveolado, glabro. Flores marginais &s, creme, corola filiforme, tubo 4,5 mm compr., 0,1 mm diâm., internamente glabro, 5-dentada; ramos do estilete cilíndricos, ápice truncado, glabro. Cipsela elipsóide, 1 mm compr., 0,5 mm diâm., glabra; papilho 5 mm. Flores centrais monóclinas, creme, corola tubulosa, tubo 3,5 mm
compr., 0,6 mm diâm., internamente glabro, lobos 0,5 × 0,1 mm, glandulosos; anteras com apêndice do conectivo lanceolado, base calcarada; ramos do estilete cilíndricos, truncados, penicelados, sem pilosidade abaixo do ponto de bifurcação. Cipsela cilíndrica, 4–5-costada, 1 mm compr., 0,4 mm diâm.; papilho 1-seriado, cerdoso, caduco, 5 mm. Materiais examinados : cerrado próximo ao alojamento, 27.VI.2002, fl., S. Mendes et al. 105 (HUFU); 1.VIII.2002, fl., R. Arruda et al. 70 (HUFU); Céu Cavalo, 09.V.2003, fl., S. Mendes et al. 747 (HUFU); divisa com João Alonso, 24.V.1994, fl., E. Tameirão- Neto & M. S. Werneck 1291 (BHCB); estrada para Jerônimo, 16.V.2002, fl., E. H. Amorim et al. 32 (HUFU); mata próxima ao alojamento, 19.IX.2002, fl., E. H. Amorim et al. 189 (HUFU). Espécie de distribuição ampla na América do Sul. Na EPDA-Galheiro ocorre em mata, cerrado e cerrado rupestre. Achyrocline satureioides é reconhecida pelo hábito ramificado, ramos cilíndricos e sem alas e invólucro cilíndrico. A espécie mais
Asteraceae na EPDA-Galheiro, Perdizes, MG 699
Esta espécie ocorre apenas no Brasil, sendo de distribuição ampla no país. Na EPDA- Galheiro ocorre em cerrado e cerrado rupestre. Ageratum fastigiatum é facilmente reconhecida por suas folhas linear-lanceoladas a lanceoladas e corola com tricomas glandulares. A espécie mais próxima é A. myriadenium R.M.King & H.Rob., mas que se diferencia pelas folhas rombóideas, corola glabra e brácteas involucrais setosas.
Aspilia reflexa Baker, Fl. bras. 6(3): 196.
Erva 0,2–1,2 m alt.; ramos cilíndricos, ramificados, costados, setosos. Folhas simples, opostas, sésseis, limbo 13–95 × 13–20 mm, lanceolado; ápice obtuso, margens serreadas, base amplexicaule; ambas as faces estrigosas. Capítulo radiado, pedúnculo até 6 cm compr., solitário; invólucro campanulado, 11–16 mm compr., 13–20 mm diâm.; brácteas involucrais 3-seriadas, 15 × 4–8 mm, ovadas, estrigosas, ápice obtuso, margens ciliadas; receptáculo plano, páleas conduplicadas, escariosas, 10x1, mm, oblongas. Flores do raio neutras, amarelas, corola liguliforme, tubo 3–5 mm compr., 0,5– 0,7 mm diâm., glabro, limbo 16–19 × 6–7 mm, internamente glabro, ápice 2–3-dentado. Cipsela obcônica, angulosa, serícea, 4 mm compr., 1,1 mm diâm.; papilho aristado- coroniforme, 0,3–1mm. Flores do disco monóclinas, amarelas, corola tubulosa, tubo 7– 7,5 mm compr., 2–2,5 mm diâm., glabro internamente, lobos 1 × 1 mm, internamente glabro, lobos triangulares, glabros; anteras com apêndice do conectivo triangular, base levemente sagitada; ramos do estilete planos, lanceolados, sem pilosidade abaixo do ponto de bifurcação. Cipsela fusiforme, angulosa, serícea, 4 mm compr., 1,5 mm diâm., ápice constrito; papilho aristado-coroniforme, 0,5– 1 mm. Materiais examinados : Céu Cavalo, 23.XI.2002, fl., E. H. Amorim et al. 316 (HUFU); 20.XII.2002, fl., S. Mendes et al. 385 (HUFU); 5.XII.2003, fl., E. K. O. Hattori et al. 85 (HUFU); estrada para a mata do Alaor, 23.XI.2002, fl., E. H. Amorim et al. 342
(HUFU); Jerônimo, 17.I.2003, fl., E. H. Amorim et al. 535 (HUFU). Esta espécie ocorre no Paraguai e no Brasil (Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo). Na EPDA-Galheiro ocorre em cerrado e cerrado rupestre. Aspilia reflexa é facilmente reconhecida por suas folhas estrigosas e capítulos solitários. A espécie mais semelhante é A. bonplandiana Blake, mas esta possui a margem da folha inteira ou levemente serreada, além de ocorrer somente nos estados da Bahia, Ceará e Piauí.
Aspilia riedelii Baker, Fl. bras. 6(3): 196.
Erva ereta 0,3–0,5 m alt.; ramos cilíndricos, costados, híspidos. Folhas simples, opostas, pecíolo até 3 mm, limbo 6–90 × 4– mm, lanceolado; ápice agudo, margens inteiras a levemente denteadas, base aguda; ambas as faces setosas. Capítulo radiado, pedúnculo até 5 cm compr., solitário; invólucro campanulado, 7–15 mm compr., 8–13 mm diâm.; brácteas involucrais 2–3-seriadas, 9– 14 × 2–4 mm, lanceoladas, setosas, ápice obtuso, margens ciliadas; receptáculo com páleas conduplicadas, escariosas, lanceoladas. Flores do raio neutras, amarelas, corola tubulosa, tubo 4 mm compr., 0,9–1 mm diâm., internamente glabro, limbo 12–14 × 5,5–7 mm, glabro, ápice 2–3-dentado. Cipsela cilíndrica, serícea, 3 mm compr.; papilho aristado- coroniforme, aristas curtas, 0,5 mm. Flores do disco monóclinas, amarelas, corola tubulosa, tubo 5,5 mm compr., 1 mm diâm., internamente glabro, lobos 1 × 0,8 mm, pilosos; anteras com apêndice do conectivo triangular, base levemente sagitada; ramos do estilete cilíndricos, ápice papiloso, sem pilosidade abaixo do ponto de bifurcação. Cipsela fusiforme, glabra, 3,5–4 mm ápice constrito; papilho aristado-coroniforme 0,5 mm. Materiais examinados : cerrado próximo ao alojamento, 25.X.2002, fl., S. Mendes et al. 339 (HUFU); Céu Cavalo, 24.XI.2002, fl., E. H. Amorim et al. 383 (HUFU); 20.XII.2002, fl., S. Mendes et al. 386 (HUFU); 14.II.2003, fl., E. H. Amorim et al. 568 (HUFU); 3.X.2003, fl., E. K. O. Hattori et al. 33
700 Hattori, E. K. O. & Nakajima, J. N.
(HUFU); Jerônimo, 20.XII.2002, fl., S. Mendes et al. 418 (HUFU); península, 19.I.2004, fl., E. H. Amorim et al. 795 (HUFU); 13.II.2004, fl., E. K. O. Hattori et al. 194 (HUFU); voçoroca, 22.XI.1994, fl., E. Tameirão-Neto & M. S. Werneck 1303 (BHCB). Esta espécie ocorre exclusivamente no Brasil (Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo). Na EPDA-Galheiro, ocorre cerrado e cerrado rupestre. Aspilia riedelli pode ser considerada semelhante a A. procumbens Baker e A. montevidensis Kuntze, mas se diferencia destas pelo hábito ereto, ramos híspidos, ambas as faces da folha e da bráctea involucral setosa.
Baccharis calvescens DC., Prodr. 5: 413.
Árvore, 2 m alt., dióicas; ramos cilíndricos, costados, setoso-tomentosos. Folhas simples, alternas, sésseis, limbo 11– × 5–14 mm, oblanceolado, uninervado; ápice arredondado, margens inteiras, base aguda; face adaxial glabra, face abaxial com tricomas agregados em vários pontos. Capítulos discóides estaminados, em panículas; invólucro campanulado, 2–3 mm compr., 2–3,5 mm diâm., brácteas involucrais 3-seriadas, 1,5– × 0,5–1,2 mm, ovadas a lanceoladas, setosas, margens serrilhadas; receptáculo convexo, glabro. Flores ca. 20, creme, corola tubulosa, tubo 1,5 mm compr., 0,4 mm diâm., internamente glabro, lobos 1,0 × 0,2 mm glabros; anteras com apêndice apical lanceolado, base obtusa; estilete indiviso, piloso. Cipsela abortiva; papilho cerdoso, 1-seriado, 2,5–3 mm, cerdas com ápice espessado. Capítulos discóides pistilados, em panículas; invólucro campanulado, 5 mm compr., 5 mm diâm.; brácteas involucrais 3-seriadas, 2–5 × 1 mm, ovadas a linear-lanceoladas, glandulosas, margens serrilhadas, ápice fimbriado; receptáculo convexo, alveolado, glabro. Flores ca. 30, creme, corola filiforme, tubo 2,5 mm compr., 0,1 mm diâm., internamente glabro; ramos do estilete lineares, glabros. Cipsela elipsóide, 10-costada, glabra, 1 mm compr., 0,2 mm diâm.; papilho cerdoso, 1-seriado, 4 mm.
Material examinado : Jerônimo, 05.VII.2003, fl. (%), S. Mendes et al. 969 (HUFU). Material adicional examinado : PARANÁ: Tibagi, Parque Estadual do Guartelá, 26.III.2004, fl. e fr. (&), M. R. B. Carmo 860 (HUEPG, HUFU). Esta espécie ocorre exclusivamente no Brasil (Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio Janeiro, Santa Catarina e São Paulo). Na EPDA-Galheiro foi coletada em cerrado. Baccharis calvescens se assemelha a B. lateralis DC., que se distingue por suas folhas cuneadas, trinervadas, ambas as faces viscosas, brácteas involucrais viscosas e capítulos dispostos em espigas terminais.
Baccharis camporum DC., Prodr. 5: 399.
Erva a subarbusto 0,3–1m, dióicos, caules simples; ramos cilíndricos, costados, glabros. Folhas simples, alternas, sésseis, limbo 13– × 6–20 mm, elíptico a oblanceolado, trinervado; ápice obtuso, margens denteadas, base cuneada; ambas as faces glandulosas. Capítulos discóides estaminados subsésseis, em espigas terminais; invólucro campanulado, 8 mm compr., 4 mm diâm., brácteas involucrais 4-seriadas, 2–7 × 1,5–2,5 mm, ovadas a linear- lanceoladas, glabras, ápice glanduloso, margens ciliadas; receptáculo plano, glabro. Flores creme, corola tubulosa, tubo 4 mm compr., 0,6 mm diâm., internamente glabro, lobos 1,5 × 0,4 mm; anteras com apêndice apical oval-lanceolado, base arredondada; ramos do estilete planos, lanceolados, ápice agudo, piloso. Cipsela abortiva, 1,5 mm; papilho cerdoso, 1-seriado, 7 mm, cerdas com ápice espessado. Capítulos discóides pistilados, subsésseis em espigas terminais; invólucro cilíndrico, 6–7 mm compr., 2–4 mm diâm.; brácteas involucrais 4-seriadas, 2–9 × 0,7– mm, ovadas a linear-lanceoladas, glabras, margens ciliadas; receptáculo plano, laciniado. Flores ca. 25, creme, corola filiforme, tubo 6 mm compr., 0,2 mm diâm., internamente glabro, ápice dentado; ramos do estilete lineares, glabros. Cipsela cilíndrica, 2 mm compr., 0,5 mm diâm., costada, glabra; papilho cerdoso, 1-seriado, 9 mm.
702 Hattori, E. K. O. & Nakajima, J. N.
Materiais examinados : Céu Cavalo, 22.XI.1994, fl. fr. (&), E. Tameirão-Neto & M. S. Werneck 1300 (BHCB); 24.XI.2002, fl. E. H. Amorim et al. 387 (HUFU); 17.I.2003, fl. (&), E. H. Amorim et al. 490 (HUFU); 5.XII.2003, fl. (&), E. K. O. Hattori et al. 81 (HUFU); 6.XII.2003, fl. (%), E. K. O. Hattori et al. 170 (HUFU). Esta espécie ocorre na América do Sul, no Uruguai, Argentina, Paraguai e Brasil (Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo). Na EPDA-Galheiro ocorre em cerrado rupestre. Baccharis camporum é facilmente reconhecida por seu hábito não ramificado, capítulos em espiga terminal congesta, glomeruliforme, corola das flores %s dividida em lobos lineares.
Baccharis dracunculifolia DC., Prodr. 5:
Subarbusto a arbusto 0,4–2 m alt., dióico;
ramos cilíndricos, tomentosos. Folhas simples, alternas, sésseis, limbo 8–35 × 2–9 mm, linear- lanceolado a lanceolado, uninervado; ápice agudo, margens denteadas, base aguda; ambas as faces glandulosas. Capítulos discóides estaminados, pedunculados, em espigas longas; invólucro campanulado, 3 mm compr., 4 mm diâm.; brácteas involucrais 4-seriadas, 1,5–3, × 1–1,5 mm, ovadas a lanceoladas, glandulosas, margens ciliadas; receptáculo plano, glabro. Flores creme, corola tubulosa, tubo 1,5–2,8 mm compr., 0,2 mm diâm., estrigoso, internamente glabro, lobos 0,7 × 0,2 mm, glabros; anteras com apêndice apical lanceolado, base arredondada ou obtusa; estilete indiviso, ovado, longo-papiloso no ápice. Cipsela abortiva, 0,1– 0,2 mm; papilho cerdoso, 1-seriado, 3 mm, cerdas com ápice espessado. Capítulos discóides pistilados, pedunculados, em espigas longas; invólucro campanulado, 4–6 mm compr., 3–5 mm diâm., brácteas involucrais 4- seriadas, 3–4,5 × 1–1,5 mm larg., ovadas a lanceoladas, estrigosas, glandulosas, ápice agudo, margens ciliadas; receptáculo convexo, glabro. Flores creme, corola filiforme, tubo 2,5– 3 mm compr., 0,1 mm diâm., internamente glabro, ramos do estilete lineares, glabros. Cipsela fusiforme, 1,5 mm compr., 0,6 mm diâm., glabra; papilho cerdoso, 1-seriado, 4–5 mm.
Materiais examinados : Céu Cavalo, 11.IV.2003, fl. (&), R. Arruda et al. 297 (HUFU); 5.XII.2003, fl. (&), E. K. O. Hattori et al. 92 (HUFU); estrada para Jerônimo, 16.V.2002, fl. (&), E. H. Amorim et al. 8 (HUFU); estrada para mata da Zilda, 17.V.2002, fl. (&), E. H. Amorim et al. 61 (HUFU); 17.V.2002, fl. (%), E. H. Amorim et al. 62 (HUFU); Macega, 18.V.2002, fl. (%), R. Arruda et al. 55 (HUFU); 14.II.2004, fl. (%), E. K. O. Hattori et al. 226 (HUFU); mata do Alaor, 12.III.2004, fl. (&), E. K. O. Hattori et al. 291 (HUFU); 12.III.2004, fl. (%), E. K. O. Hattori et al. 293 (HUFU); mata da Aparecida, 14.II.2003, fl. (%), R. Arruda et al. 212 (HUFU); mata da Zilda, 17.XII.1994, fl. (&), E. Tameirão-Neto & M. S. Werneck 1288 (BHCB); Península, 19.I.2004, fl. (%), E. H. Amorim et al. 790 (HUFU); Trilha dos Primatas, 7.III.2003, fl. (%), E. H. Amorim et al. 707 (HUFU); 12.IV.2003, fl. (%), R. Arruda et al. 396 (HUFU). Esta espécie ocorre na Argentina, Bolívia, Paraguai e no Brasil (Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo). Na EPDA- Galheiro foi coletada em cerrado, borda de mata semidecídua e cerrado rupestre. Baccharis dracunculifolia possui ampla variação morfológica, e a espécie mais semelhante é B. caprariifolia DC., que possui ramos densamente pilosos, folhas oblongas a elípticas e ambas as faces sem pontuações glandulosas.
Baccharis ramosissima Gardner, London J. Bot. 7: 84. 1848. Subarbusto a arbusto 0,5–2 m alt., dióicos; ramos cilíndricos, costados, estrigosos. Folhas simples, alternas, subsésseis, limbo 13–65 × 10– 30 mm, elíptico a obovado, trinervado; ápice arredondado, margens denteadas, base cuneada; ambas as faces glandulosas. Capítulos discóides estaminados, pedunculados, em corimbos; invólucro campanulado, 5 mm compr., 2,5–3 mm diâm.; brácteas involucrais 4-seriadas, 2–6 × 1,5–2 mm, ovadas a lanceoladas, ápice estrigoso, margens serreadas; receptáculo plano, glabro. Flores ca. 13, creme, corola tubulosa, tubo 3,5 mm compr., 0,3 mm diâm, setoso, internamente glabro, lobos 1,5 × 0,2 mm; anteras com apêndice apical ovado, base arredondada; ramos do
Asteraceae na EPDA-Galheiro, Perdizes, MG 703
estilete lanceolados, longo-papilosos, ápice agudo. Cipsela abortiva, 0,5 mm, glabra, costada; papilho cerdoso, 1-seriado, 4,5–5 mm, cerdas com ápice espessado. Capítulos discóides pistilados, pedunculados, em corimbos; invólucro cilíndrico, 8–10 mm compr., 3–4 mm diâm.; brácteas involucrais persistentes, 4-seriadas, 1,5–5,5 × 1–2 mm, ovadas a linear-lanceoladas, ápice glanduloso, margens ciliadas; receptáculo plano, glabro. Flores ca. 5, creme, corola filiforme, tubo 4 mm compr., 0,2 mm diâm, setoso, internamente glabro, ápice 4-dentado; ramos do estilete lineares, glabros. Cipsela cilíndrica, 1,2–1,5 mm compr. 0,8 mm diâm, glabra; papilho cerdoso, 1-seriado, 4,5 mm. Materiais examinados : cerrado próximo ao alojamento, 30.IV.2004, fl. (%), E. H. Amorim et al. 885 (HUFU); Céu Cavalo, 27.VI.2002, fl. (%), S. Mendes et al. 90 (HUFU); estrada para Macega, 1.VIII.2002, fl. (&), R. Arruda et al. 100 (HUFU); Jerônimo, 11.IV.2003, fl. (%), R. Arruda et al. 362 (HUFU); 5.VII.2003, fl. (&), S. Mendes et al. 986 (HUFU); Macega, 29.VI.2002, fl. (%), S. Mendes et al. 148 (HUFU); 14.VI.2003, fl. (%), R. Arruda et al. 522 (HUFU); mata da Aparecida, 28.V.1994, fl. (%), E. Tameirão-Neto & M. S. Werneck 1287 (BHCB); 4.VII.2003, fl. (&), S. Mendes et al. 953 (HUFU). Esta espécie ocorre exclusivamente no Brasil (Goiás e Minas Gerais). Na EPDA- Galheiro ocorre em mata de galeria, cerradão. Baccharis ramosissima é considerada semelhante a B. mesoneura DC., e B. retusa DC., que possuem semelhança na forma da folha segundo Baker (1882). Porém se diferenciam principalmente na nervura das folhas, já que B. ramosissima possui folhas trinervadas, enquanto B. retusa possui folhas quinquenervadas e B. mesoneura possui folhas peninervadas.
Baccharis subdentata DC., Prodr. 5: 408.
Subarbusto a arbusto 0,8–1 m alt., dióicos; ramos cilíndricos, costados, glabros. Folhas simples, alternas, sésseis, limbo 7– 40 × 2,5–16 mm, elíptico a obovado; ápice obtuso, margens inteiras ou denteadas, base
cuneada; ambas as faces glandulosas. Capítulos discóides estaminados; sésseis, em espigas curtas; invólucro campanulado, 4,5– 5,5 mm compr., 3,5 mm diâm.; brácteas involucrais 6–7-seriadas, 1,5–4 × 1–2 mm, ovadas, setosas; receptáculo convexo, glabro. Flores creme ca. 8–10, corola tubulosa, tubo 2,5 mm compr., 0,7 mm diâm., estrigoso, internamente glabro, lobos 1,2 × 0,2 mm; anteras com apêndice apical oval- lanceolado, base arredondada; ramos do estilete lanceolados, longo-papilosos, ápice agudo. Cipsela abortiva, 0,5 mm; papilho cerdoso, 1-seriado, 5 mm. Capítulos pistilados sésseis, em espigas curtas; invólucro campanulado, 6–6,5 mm compr., 4–6 mm diâm.; brácteas involucrais 6–7- seriadas, 2–5,5 × 1–1,5 mm, oval-lanceoladas a lanceoladas, glabras, ápice glanduloso, margens ciliadas; receptáculo cônico, glabro. Flores creme, corola filiforme, tubo 3,5–4 mm compr., 0,2 mm diâm, internamente glabro; ramos do estilete lineares, glabros. Cipsela cilíndrica, 1,1,5 mm compr., 0,3 mm diâm, glabra; papilho cerdoso, 1-seriado, 4–4,5 mm. Materiais examinados : cerrado próximo ao alojamento, 27.VI.2002, fl. (%), S. Mendes et al. 121 (HUFU); 27.VI.2002, fl. (&), E. H. Amorim et al. 133 (HUFU). Esta espécie ocorre no Brasil (Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e São Paulo). Na EPDA-Galheiro ocorre em cerrado. Baccharis subdentata é semelhante a B. cognata DC., mas esta se difere pelas folhas denteadas, capítulos estaminados com número maior de flores (ca. 15), enquanto em B. subdentata possui folhas inteiras a levemente denteada, capítulos estaminados com 8–10 flores.
Baccharis trimera (Less.) DC., Prodr. 5: 425.
Erva 1–1,2 m alt., dióicos; ramos glabros,
alados, alas do ramo 2–9 mm larg. Folhas atrofiadas ou ausentes. Capítulos discóides estaminados, sésseis, axilares; invólucro
Asteraceae na EPDA-Galheiro, Perdizes, MG 705
Figura 3 – Representação esquemática das estruturas vegetativas e reprodutivas de alguns gêneros encontrados na Estação de Pesquisa e Desenvolvimento Ambiental Galheiro, Perdizes, Minas Gerais. Eupatorium – a. ramos do estilete; Mikania – b. corola e ramos do estilete; Trichogonia – c. cipsela e papilho; d. corola; Ageratum – e. cipsela e corola; Pseudobrickellia
0,1 mm
1 mm
a
0,1 mm 0,1 mm
0,1 mm 0,1 mm
1 mm 1 mm
1 mm
1 mm
1 mm 1 mm
1 mm
1 mm
1 mm
1 mm
1 mm
b (^) c d^ e
f g
h
i
k
m
n o (^) p (^) q
l
j
706 Hattori, E. K. O. & Nakajima, J. N.
Baccharis varians Gardner, London J. Bot. 7: 84. 1848. Subarbusto 0,5–2 m alt., dióico; ramos cilíndricos costados, angulosos, glabros. Folhas simples, alternas, sésseis, limbo 9–28 × 2,5– mm, oblongo a oblanceolado, trinervado; ápice arredondado, margens inteiras, base cuneada; ambas as faces glabras. Capítulos discóides estaminados, em panículas; invólucro cilíndrico, 4–6 mm compr., 2,5 mm diâm., brácteas involucrais 4-seriadas, 1,5–5 × 0,8–1 mm, ovadas a lanceoladas, ápice glanduloso, margens ciliadas; receptáculo plano, laciniado. Flores ca. 8, creme, corola tubulosa, tubo 2 mm compr., 0,2 mm diâm., estrigoso, internamente glabro, lobos 0,5 × 0,1 mm, estrigosos; anteras com apêndice apical lanceolado, base arredondada; ramos do estilete curtos, ovados, longo-papilosos. Cipsela abortiva, 0,2 mm; papilho cerdoso, 1-seriado, 4 mm, cerdas com ápice espessado. Capítulos discóides pistilados, em panículas; invólucro cilíndrico, 3–4 mm compr., 2mm diâm.; brácteas involucrais 3–4-seriadas, 1–3,5 × 1– 1,5 mm, ovadas a lanceoladas, glabras ou glandulosas, margens ciliadas; receptáculo plano, glabro. Flores creme, corola filiforme, tubo 2–2,5 mm compr., 0,1 mm diâm., estrigoso, internamente glabro. Cipsela fusiforme, 1 mm compr., 0,6 mm diâm, glabra, costada, ápice comprimido; papilho cerdoso, 1-seriado, 3 mm. Materiais examinados : Céu Cavalo, 27.VI.2002, fl. (%), E. H. Amorim et al. 104 (HUFU); 27.VI.2002, fl. (&), E. H. Amorim et al. 105 (HUFU); 2.VIII.2002, fl. (&), R. Arruda et al. 158 (HUFU); 11.IV.2003, fl. (%), R. Arruda et al. 296 (HUFU); 04.VII.2003, fl. (&), S. Mendes et al. 920 (HUFU); estrada para Céu Cavalo, 27.VI.2002, fl. (%), S. Mendes et al. 73 (HUFU); Jerônimo, 5.VII.2003, fl. (&) S. Mendes et al. 975 (HUFU); Trilha dos Primatas, 13.VI.2003, fl. (%), E. H. Amorim et al. 673 (HUFU). Esta espécie ocorre na Argentina e no Brasil (Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco e São Paulo). Na EPDA- Galheiro foi coletada em cerrado, cerrado rupestre e transição cerrado-mata. Baccharis varians é muito semelhante a B. leptocephala DC., mas se diferencia por
suas folhas fasciculadas, coflorescência paniculiforme alongada formada por 5– capítulos.
Bidens pilosa L., Sp. Pl. 2: 832. 1753. Erva 0,7–1,5 m alt.; ramos cilíndricos, costados, híspidos. Folhas pinatissectas, opostas, pecíolo até 2,5 mm compr., limbo 25– 70 × 15–60 mm; ápice obtuso, margens serreadas, base decorrente; ambas as faces estrigosas. Capítulo radiado, pedunculado, solitário; invólucro campanulado, 5–10 mm compr., 7–12 mm diâm.; brácteas involucrais 2-seriadas, série externa membranácea, 3x mm, linear-lanceolada, estrigosa, ápice agudo, margens ciliadas, série interna 10 × 2 mm, lanceolada, estrigosa, ápice agudo; receptáculo levemente convexo, páleas planas, 8–9 × 1 mm, linear-lanceoladas, ápice retuso, piloso, margens serreadas. Flores do raio quando presentes brancas, neutras, corola liguliforme, tubo 1 mm compr., 0,5 mm diâm., limbo 14– × 4–5 mm, internamente glabro, ápice 2–3- dentado. Cipsela abortiva, 3–3,5 mm, bordos pilosos, glandulosos; papilho aristado, 1,5–2, mm, aristas com pêlos retrorsos. Flores do disco amarelas, monóclinas, corola tubulosa, tubo 5 mm compr., 1 mm diâm., estrigoso, internamente glabro, lobos 2–3 × 0,4 mm, glabros; anteras com apêndice apical triangular, base sagitada; ramos do estilete planos, ápice agudo, piloso, sem pilosidade abaixo do ponto de bifurcação. Cipsela elipsóide, 2,5–3 mm compr., 1 mm diâm., angulosa, glandulosa; papilho aristado, 4 aristas, 1,5–2,5 mm, com pêlos retrorsos. Materiais examinados: Céu Cavalo, 09.V.2003, fl. e fr., S. Mendes et al. 745 (HUFU); 13.II.2004, fr., E. K. O. Hattori et al. 214 (HUFU); mata do Alaor, 12.III.2004, fl., E. K. O. Hattori et al. 296 (HUFU); Península, 13.II.2004, fl. e fr., E. K. O. Hattori et al. 197 (HUFU); residência do sr. José Ferreira D’Ávila, 22.XI.1994, fr., E. Tameirão-Neto & M. S. Werneck 1286 (BHCB); Trilha dos Primatas, 14.II.2004, bot., E. K. O. Hattori et al. 256 (HUFU). Amplamente distribuída em regiões tropicais e subtropicais, ocorrendo em quase todos os continentes. Na EPDA-Galheiro