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Aprendendo sobre aids e doenças sexualmente transmissíveis, Notas de estudo de Educação Física

saude da familia

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 13/09/2010

najala-matos-4
najala-matos-4 🇧🇷

4.5

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Ministério da Saúde
Secretaria de Políticas de Saúde
Coordenação Nacional de DST e Aids
Secretaria de Assistência à Saúde
Coordenação de Saúde da Comunidade
Aprendendo sobre Aids e Doenças Sexualmente Transmissíveis
Livro da Família
Brasília , 1998
© 1998 - Ministério da Saúde
É permitida a reprodução no todo ou em parte, desde que citada a fonte.
Tiragem: 250.000 de exemplares
Ministério da Saúde
Secretaria de Políticas de Saúde
Coordenação Nacional de DST e Aids
Esplanada dos Ministérios, bloco G - sobreloja
CEP: 70058-900 Brasília - DF
Disque Saúde / Pergunte Aids: 0800 61 1997
http://www.aids.gov.br
Tel: 061 315 2441
Fax: 061 323 8620
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Ministério da Saúde Secretaria de Políticas de Saúde Coordenação Nacional de DST e Aids Secretaria de Assistência à Saúde Coordenação de Saúde da Comunidade

Aprendendo sobre Aids e Doenças Sexualmente Transmissíveis

Livro da Família

Brasília , 1998

© 1998 - Ministério da Saúde É permitida a reprodução no todo ou em parte, desde que citada a fonte. Tiragem: 250.000 de exemplares

Ministério da Saúde Secretaria de Políticas de Saúde Coordenação Nacional de DST e Aids

Esplanada dos Ministérios, bloco G - sobreloja CEP: 70058-900 Brasília - DF

Disque Saúde / Pergunte Aids: 0800 61 1997 http://www.aids.gov.br

Tel: 061 315 2441 Fax: 061 323 8620

E-mail: rndh@aids.gov.br

Publicação financiada com recursos do Projeto 914/BRA 59 MS/SPS/CN DST/AIDS e UNESCO.

Ficha Catalográfica

Aprendendo sobre AIDS e Doenças Sexualmente Transmissíveis:

Livro da Família / Coordenação Nacional de DST e Aids. - Brasília: Ministério da Saúde, 1998. 84 p.: il.

ISBN: 85-334-0178-

  1. Doenças sexualmente transmissíveis 2. Síndrome de imunodeficiência adquirida 3. Sífilis 4. Educação e Saúde I. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Coordenação Nacional de DST e Aids.

NLM - WC 140.

Impresso no Brasil/Printed in Brazil

Sumário

APRESENTAÇÃO

I - APRENDENDO SOBRE AS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

A História da Graça e do Francisco

II - APRENDENDO SOBRE SÍFILIS E SÍFILIS CONGÊNITA

A História da Rita e do Gilson

III - APRENDENDO SOBRE AIDS

A História do Kleber e da Rosinha

APRESENTAÇÃO

Há 15 anos atrás, a chegada surpreendente da aids ao Brasil e a divulgação impressionante dos primeiros casos da doença e das imagens dos seus primeiros pacientes nos hospitais, provocou entre a população um forte impacto e o medo compreensível de uma nova e desconhecida doença, associada a uma experiência dolorosa e que provocava a morte rápida e inevitável.

Essa visão ameaçadora da aids que se espalhou entre as pessoas, finalmente, foi minimizada pela recente descoberta da terapia combinada de medicamentos anti-retrovirais, distribuídos de graça pelo Estado aos portadores do vírus de imunodeficiência humana, o HIV , agente infeccioso causador da síndrome da imunodeficiência adquirida, popularmente conhecida entre nós com o nome de aids. Trata-se de uma doença incurável que atinge cada vez mais jovens, mulheres e crianças, principalmente das classes sociais mais pobres, avançando, de fato, das grandes cidades para os pequenos municípios do interior do País, obrigando o Governo a enfrentar um grande desafio: Como fazer chegar ao cidadão comum a informação correta sobre a aids e as doenças sexualmente transmissíveis, as chamadas DST; e principalmente, como convencê-lo da necessidade da adoção de novos comportamentos para que ele se previna das DST e evite se infectar pelo HIV?

Nesse sentido, é fundamental o empenho dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), a serviço do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) ou do Programa de Saúde da Família (PSF). Os ACS atuam junto às famílias, orientando-as sobre a melhor maneira de cuidar da sua saúde e auxiliando-as a identificar as causas das doenças que as afligem. No combate à epidemia da aids, certamente, os ACS constituirão um grupo valoroso e dedicado de jovens treinados para informar e educar a população dos seus municípios sobre as principais noções de higiene e saúde a serem seguidas. Entre elas, as formas mais adequadas de prevenção e assistência às doenças, como é das DST e do HIV/aids, e oferecendo a devida orientação para a prática do sexo seguro. Sempre respeitando as tradições sociais e culturais de cada indivíduo, da sua família e da comunidade em que ele vive; e, quando necessário, encaminhando-o para um centro de saúde com enfermeiros, médicos e outros profissionais de saúde, especialmente treinados para o seu melhor atendimento ao público.

Por esse motivo, o Ministério da Saúde, graças a um exemplar trabalho de parceria entre a Coordenação Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis/Aids e a Coordenação de Saúde da Comunidade, produziu e tem a satisfação de apresentar o livro Aprendendo sobre Aids e Doenças Sexualmente Transmissíveis , que não é apenas mais um eficiente manual de consulta à sua disposição. Daqui por diante, ele será o companheiro constante e insubstituível da família brasileira, aquele a quem poderá recorrer sempre que precisar da orientação mais segura para proteger a sua saúde e bem-estar destes tempos de epidemia da aids.

José Serra

Ministro da Saúde

Nós somos Agentes Comunitários de Saúde e vamos apresentar para vocês este livro. Ele foi feito especialmente para as famílias brasileiras.

Neste livro irá se discutir sobre as Doenças Sexualmente Transmissíveis e em especial a sífilis e a aids. Vamos falar também de como prevenir a transmissão da sífilis e do vírus da aids da mãe infectada para seu bebê.

Nós precisamos conhecer bem essas doenças, porque muitas delas são graves e algumas ainda não têm cura. E a cada dia aumenta o número de pessoas infectadas (contaminadas) por elas.

Os autores deste livro conversaram com pessoas da comunidade para saber o que elas gostariam de aprender sobre essas doenças. Juntando com as informações que os profissionais de saúde também consideram importantes, surgiu este material.

Que este livro seja uma ferramenta preciosa na luta por mais saúde para todos.

Queremos chamar a atenção de vocês, principalmente para duas coisas:

l a prevenção, isto é, como tomar cuidado para não pegar os micróbios que causam as Doenças Sexualmente Transmissíveis e a aids.

l a solidariedade, que é o amor, o apoio da família e dos amigos, para com as pessoas que estiverem com aids ou outra dessas doenças.

O lacinho aparecerá em vários lugares, ele é o símbolo da união das pessoas na luta contra a aids.

É a união da fé, da esperança, do trabalho contra a doença, em favor da vida.

Neste livro, o lacinho aparece de olhos e boca bem abertos para chamar ainda mais a atenção das pessoas para com a prevenção e a solidariedade.

No homem os órgãos genitais aparecem mais, são mais externos.

Conversando com pessoas da comunidade, ficou decidido que este livro seria apresentado assim:

Nas páginas do lado esquerdo (números pares), vamos contar histórias de famílias onde houve casos dessas doenças, trocando os nomes das pessoas, é claro.

São histórias que falam de medo, de sofrimento. Mas falam também de amor, de amizade, de ajuda.

Elas mostram como essas doenças podem acontecer em qualquer família, quando não são observados os meios de prevenção.

Nas páginas do lado direito (números ímpares), vamos explicar sobre as doenças, acompanhando o que aconteceu com a família da história que está sendo contada.

As informações dessas páginas devem contribuir para que vocês possam se prevenir das DST e do vírus da aids; orientar o que fazer quando se tem uma DST ou o vírus da aids; e como podemos ajudar àqueles que estão doentes de aids.

I - APRENDENDO SOBRE AS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS.

A História da Graça e do Francisco.

Graça era uma jovem alegre, bonitinha e estudiosa. Gostava muito do seu namorado, o Francisco. Ela tinha uma grande amiga, a Lurdinha. As duas adoravam conversar e voltavam sempre juntas da escola.

Um dia a Graça falou para a Lurdinha:

  • Lurdinha, eu estou com umas coceiras lá por baixo, há dias. Estou ficando nervosa, irritada. Tem horas que parece que sentei num formigueiro. Não sei o que vou fazer.
  • Você já falou com sua mãe?
  • Você está maluca? Mamãe vai ficar toda nervosa, vai pensar logo que estou com alguma daquelas doenças.
  • Que doenças?
  • Doenças de mulher da rua, sua boba. Você não sabe o que é isso?

O que são as Doenças Sexualmente Transmissíveis - DST?

São doenças causadas por vírus, bactérias ou outros micróbios e transmitidas, principalmente, nas relações sexuais.

Muita gente chama de doenças venéreas, doenças da rua, doenças do mundo. Onde você mora como são chamadas?

Ter relação sexual faz parte da vida das pessoas. Cada pessoa escolhe com quem quer ter relação sexual. Então, tem relação de mulher com homem, de homem com homem, de mulher com mulher.

Há várias maneiras de termos uma relação sexual. Em qualquer tipo de relação sexual podemos pegar ou passar uma DST. A cada dia tem mais gente pegando uma DST.

Pense e Lembre

As DST podem ser evitadas.

A Lurdinha então lembrou que a professora tinha explicado, na aula de ciências, sobre as doenças que a pessoa pode pegar nas relações sexuais. Ela tinha falado que cada vez aumenta mais o número de moças e rapazes que pegam uma Doença Sexualmente Transmissível.

  • Agora estou lembrando do que a professora falou sobre essas doenças. Graça, será que você está com isso? Bem que a minha mãe não me deixa transar.
  • O que é isso Lurdinha, então você está pensando que eu estou com uma dessas doenças? Eu não estou com nada disso, não. Eu só transo com o Francisco.
  • E vocês usam camisinha? A professora falou que tem que usar.
  • Ah, é? Eu quero saber se ela usa. Eu e o Francisco não gostamos e também a gente não precisa.

Quando um dos parceiros da relação sexual está infectado com uma DST, principalmente na relação em que há penetração pode-se pegar ou passar uma DST.

Como a pessoa que está infectada pode não apresentar ou sentir nada, considerando-se, dessa forma, saudável, pode não adotar cuidados de prevenção. Por isso, a cada dia mais gente pega DST.

Pense e Lembre

Quando temos uma DST, temos mais chances de pegar outra DST, inclusive o vírus da aids.

A Graça não sabia bem como tinha sido infectada.

  • Eu acho que peguei esse micróbio no banheiro da escola, o pessoal não limpa nada direito.
  • Mas você viu na aula a professora falando que assim não pega, que no assento do ônibus também não pega. Coitada de você, Graça. O que você vai fazer para ficar boa disso?
  • Eu vou fazer umas lavagens com água e vinagre, que nem a minha prima falou que faz. A Graça sentiu um pouco de alívio com as lavagens, mas não ficou boa.

Dias depois apareceu um corrimento. Depois esse corrimento ficou com mau cheiro e ela começou a sentir umas dores na barriga, abaixo do umbigo.

A Lurdinha estava preocupada com a amiga.

  • Graça, o que você vai fazer agora? Eu acho que você vai ter que falar com sua mãe.
  • Vou nada Lurdinha, vou tomar aspirina e vou melhorar.

Mas, além de não melhorar, a Graça começou a sentir dor na hora de transar. E aí, o Francisco ficou chateado porque ela estava evitando transar.

Quem é mais atingido pelas DST?

Quem tem relações sexuais sem proteção da camisinha.

Hoje em dia, temos mais liberdade sexual e existem mais remédios para tratar as DST, ao mesmo tempo aparecem novas doenças, como a aids, que ainda não tem cura.

O melhor é não descuidar da prevenção.

Por esse motivo vamos mostrar como podemos se prevenir das DST; como suspeitar se temos uma DST para poder tratar o mais cedo possível. Dessa forma, a gente se previne das complicações da doença e também de pegar o vírus da aids.

Pense e Lembre

O uso correto da camisinha, durante todas as relações sexuais, previne das DST e do vírus da aids.

Existem alguns sinais e sintomas que fazem a gente suspeitar de uma DST.

É importante conhecer os sinais e sintomas de DST para procurar rápido um serviço de saúde, quando eles aparecerem.

Se a gente estiver com uma DST, só os profissionais de saúde sabem identificar corretamente a doença e indicar o tratamento certo.

Não devemos fazer tratamento receitado por parentes, amigos ou na farmácia.

Se tomarmos o remédio errado ou o remédio certo em dose errada, por um período de tempo errado, a doença pode até melhorar, mas voltará em pouco tempo. Esse erro pode fazer o micróbio ficar mais forte e, por isso, resistente ao tratamento.

Pense e Lembre

O tratamento certo cura a DST e evita passar a doença para outras pessoas.

Rosely falou para Graça que ela precisava ir ao Posto de Saúde.

- Mas Rosely, você não é agente de saúde? Você deve saber o que fazer no meu caso.

  • Sei sim, sei que tenho que mandar você para um serviço de saúde! Eu não trato doença de ninguém, eu oriento para a pessoa não ficar doente, mas se ela já está doente eu encaminho para o serviço de saúde. Quem vai saber como tratar de você é a doutora Marli. Ela chegou há pouco no posto de saúde e é uma boa médica. Amanhã cedo venho lhe buscar para ir lá no Posto.
  • Amanhã eu não posso, tenho prova.
  • Então vamos de tarde.
  • Está bem, eu venho aqui encontrar com você.

Mas a Graça não apareceu. Ela não estava querendo ir à médica, tinha medo de sua mãe saber e desconfiar do que estava acontecendo.

O que são sinais e sintomas?

Sinal é o que a gente vê.

Como os orgãos genitais dos homens são mais externos, eles podem ver melhor os sinais das DST. As mulheres têm seus órgãos genitais mais internos e assim fica mais difícil de elas verem esses sinais.

Sintoma é o que a gente sente.

Tanto o homem quanto a mulher podem ter sintomas quando pegam uma DST.

Pense e Lembre

Os sinais e sintomas das DST aparecem, principalmente, em nossos órgãos genitais, podendo aparecer também em outras partes de

Corrimentos

Os corrimentos aparecem nos órgãos genitais dos homens e das mulheres. Podem ser amarelados como pus, esbranquiçados ou esverdeados. Alguns tem cheiro forte e ruim.

Tem gente com corrimento que sente dor ao urinar e nas relações sexuais. Tem gente que não sente nada.

Na mulher, quando o corrimento é pouco, só é visto pelo profissional de saúde ao fazer seu exame ginecológico.

Verrugas

São como uns caroços enrrugados, parecendo uma couve flor. A verruga não dói, às vezes dá coceira ou irritação. O tratamento não mata o vírus que causa essa DST, só destrói a verruga. Então a pessoa precisa de acompanhamento médico regular.

Esse acompanhamento é muito importante porque as verrugas aumentam as chances de câncer de colo do útero e de pênis, e nas gestantes podem causar sangramento e infectar o bebê na hora do parto.

A Graça ficou só imaginando o que o Francisco ia fazer.

  • Sei não doutora, eu duvido que ele venha. Ele não está sentindo nada, ele é todo machão e também não vai querer se consultar com a senhora.
  • Graça, o caso é que você está com uma DST. Você me disse que só transa com ele, então ele também tem a doença. Se ele não se tratar logo, vai passar de novo para você e a doença pode se complicar. E o pior é que qualquer DST é uma porta aberta para o vírus da aids. Você sabe o que é aids? A maioria das DST tem cura, mas a aids ainda não tem.
  • Desconjuro, doutora, eu sei me cuidar. Eu não vou pegar aids não.

.- Mas você pegou essa DST. DST é uma coisa muito séria, se a pessoa não sabe se cuidar pode ter conseqüências desagradáveis ou até muito graves. Se seu namorado não quiser vir se consultar comigo, fale então para ele vir se consultar com o Doutor Paulo.

  • Eu vou falar com ele, com médico deve ser mais fácil.

Quais são os sintomas de DST?

Ardência ou coceira

Esses sintomas podem ser mais sentidos ao urinar ou durante as relações sexuais. Há pessoas que apresentam os dois sintomas, outras apresentam um só, e outras que não sentem nada.

Dor ou mal-estar.

A dor ou o mal-estar pode ser sentido embaixo do umbigo, na parte mais baixa da barriga, durante as relações sexuais ou ao urinar.

Pense e Lembre

Pessoas infectadas por DST podem não ter sinais ou sintomas da doença.