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apostila do curso de pós-graduação em saneamento ambiental
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
Gestão de Recursos Hídricos
Elaboração:
Produção:
Pós-Graduação a Distância
Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa
Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa
Apresentação: Mensagem da Coordenação do PosEAD.
Organização da Disciplina : Apresentação dos objetivos e carga horária das unidades.
Introdução : Contextualização do estudo a ser desenvolvido pelo aluno na disciplina, indicando a importância desta para a sua formação acadêmica.
Ícones utilizados no material didático:
Provocação : Pensamentos inseridos no material didático para provocar a reflexão sobre sua prática e seus sentimentos ao desenvolver os estudos em cada disciplina.
Para refletir : Questões inseridas durante o estudo da disciplina, para estimulá-lo a pensar a respeito do assunto proposto. Registre aqui a sua visão, sem se preocupar com o conteúdo do texto. O importante é verificar seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. É fundamental que você reflita sobre as questões propostas. Elas são o ponto de partida de nosso trabalho.
Textos para leitura complementar : Novos textos, trechos de textos referenciais, conceitos de dicionários, exemplos e sugestões, para apresentar novas visões sobre o tema abordado no texto básico.
Sintetizando e enriquecendo nossas informações : Espaço para você fazer uma síntese dos textos e enriquecê-los com a sua contribuição pessoal.
Sugestão de leituras, filmes, sites e pesquisas : Aprofundamento das discussões.
Praticando : Atividades sugeridas, no decorrer das leituras, com o objetivo pedagógico de fortalecer o processo de aprendizagem.
Para (não) finalizar : Texto, ao final do Caderno, com a intenção de instigá-lo a prosseguir na reflexão.
Referências : Bibliografia citada na elaboração da disciplina
Gestão de Recursos Hídricos
Organização da Disciplina
Consolidação e ampliação dos conhecimentos do aluno no Gerenciamento de Recursos Hídricos; instrumentos legais adotados e seus aspectos institucionais no Brasil e em outros países.
Carga horária: 15 horas
Conteúdo Capítulo Aspectos Conceituais 1 Aspectos Legais 2 Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos 3
Carga horária: 20 horas
Conteúdo Capítulo Planos de Recursos Hídricos 4 Enquadramento dos Corpos de Água 5 Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos 6 Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos 7 Sistema de Informações Hidrológicas 8
Carga horária: 5 horas
Conteúdo Capítulo Organização da Administração Pública Federal 9 Exemplos de Outros Países 10
Gestão de Recursos Hídricos
Pós-Graduação a Distância
Gerenciamento de Recursos Hídricos Unidade I
Gerenciamento de Recursos Hídricos
Unidade I
Capítulo 1 – Aspectos Conceituais
“Os rios são nossos irmãos, eles nos saciam a sede.”
Carta do Chefe índio. Seattle, Estados Unidos, 1855.
A gestão de águas *^ é uma atividade analítica e criativa voltada à formulação de princípios e diretrizes, para o preparo de documentos orientadores e normativos, à estruturação de sistemas gerenciais e à motivação política, para a tomada de decisões, e têm por objetivo final promover o inventário, o uso, o controle e a proteção dos recursos hídricos.
Vamos iniciar os nossos estudos entendendo basicamente o escopo básico necessário, que devem subsidiar as ações dos gestores públicos.
O começo é esse! Entendendo como funciona essa atividade!
Fazem parte da atividade de gestão os seguintes elementos:
Pós-Graduação a Distância
Gerenciamento de Recursos Hídricos Unidade I
O estudo para o aperfeiçoamento da gestão de águas torna-se complexo, pois é necessário considerar alguns fatores.
Vale destacar que o modelo de gestão de recurso hídricos que vem sendo amplamente utilizado adota a bacia hidrográfica como unidade administrativa, ao contrário de serem adotadas unidades de caráter político, como o Estado, Município, ou outra divisão político-administrativa.
Fisicamente, a Bacia Hidrográfica é a área definida pela topografia superficial em que a chuva, ali precipitada, potencialmente contribui com escoamento pela seção que a define.
E assim, uma única bacia hidrográfica pode se estender por um ou mais Estados, por isso as divisões político-administrativas não são recomendáveis!
** Em economia, bem intermediário é um recurso usado na produção de outros bens ou recursos, também chamado de fator de produção.
Gestão de Recursos Hídricos
Gerenciamento de Recursos Hídricos Unidade I
Considerando que o Brasil possui dimensões continentais, conheça as Bases Territoriais e o Mapa de Gestão dos Recursos Hídricos representados no mapa a seguir.
Fonte: GEO Brasil de Recursos Hídricos. MMA/ANA 2007. Mapa de Gestão dos Recursos Hídricos
A maior parte do nosso Planeta é coberto por águas, no entanto, somente uma pequena parcela é utilizável na grande maioria das atividades humanas. Em geral, a distribuição é extremamente desigual, ou seja, não atende às necessidades em termos de qualidade para o consumo humano ou quantitativamente, não atende às necessidades da agricultura ou da indústria. A maior parte da Terra tem déficit de recursos hídricos porque predomina a evaporação potencial sobre a precipitação, além da má distribuição, das perdas e da crescente degradação ambiental, resultado da ação antópica, tornando parte da água imprópria para diversos usos.
Ampliando o “olhar” gerencial, a intensidade do uso das águas é reflexo do desenvolvimento econômico de cada região, tanto no que se refere ao aumento de consumo para determinada atividade, quanto ao que se refere à variedade desses usos, pois o homem demanda água para as diversas atividades que exerce ou para a sua própria sobrevivência.
Gestão de Recursos Hídricos
Gerenciamento de Recursos Hídricos Unidade I
Fique atento! A água é um bem mais que precioso!!!!!
Estudiosos defendem que, caso nada seja realizado pelos governantes em termos de conservação e uso racional da água, é possível que 2/ da população mundial sofram, desde moderada à severa falta de água.
Reflita! Esta situação já pode ser considerada uma realidade em diversos estados no Brasil?
Quanto à natureza da utilização, existem três possibilidades.
Vamos ampliar nossos conhecimentos, guarde os seguintes conceitos:
No Brasil, considerando as regiões hidrográficas, o Ministério do Meio Ambiente (GEO Brasil de Recursos Hídricos MMA/ANA, 2007) apresenta as disponibilidades hídricas para águas superficiais e as reservas de águas subterrâneas explotáveis, conforme gráficos transcritos.
Pós-Graduação a Distância
Gerenciamento de Recursos Hídricos Unidade I
Gráfico 1: Disponibilidades hídricas (m 3 /s) Gráfico 2: Reservas subterrâneas explotáveis (m^3 /s)
Reflita! Aprenda! Pesquise!
Analise a situação representada sob o ponto de vista da densidade demográfica. Que surpresa, não? Na região de menor densidade demográfica está concentrada a maior disponibilidade hídrica do país!
Faça a sua avaliação!
A seguir, o quadro representa um levantamento realizado pelo Banco Mundial, que na atualidade pode ser considerado para avaliação dos indicadores de demanda por regiões brasileiras, sendo ainda consolidada a Região Sudeste e Sul com usos significativos para a agricultura.
Q UADRO 1 – D EMANDA ANUAL DE ÁGUA PARA IRRIGAÇÃO NO B RASIL POR E STADOS E REGIÕES (1998)
Região/Estado Área irrigada(hectares)
Água derivada de mananciais (mil m^3 /ano)
Água consumida cultivos (mil m^3 /ano)
Água derivada de mananciais (m^3 /ha.ano)
Água consumida cultivos (m^3 /ha.ano)
Eficiência irrigação (%) Norte Rondônia Acre Amazonas Roraima Pará Amapá Tocantins
660
55, 57, 54, 56, 56, 53, 58, 55, Nordeste Maranhão Piauí Ceará Rio Grande Paraíba Pernambuco Alagoas Sergipe Bahia
8.114.
1.426.
1.619.
2.442.
5.340.
1.046.
1.648.
65, 61, 61, 64, 71, 70, 64, 66, 68, 67,
Pós-Graduação a Distância
Gerenciamento de Recursos Hídricos Unidade I
Usos múltiplos da água
Em conjunto com esses conflitos ocorrem incrementos das demandas hídricas devido ao aumento populacional, agravando o problema de abastecimento, particularmente nas regiões semi-áridas. Outra dificuldade é o controle de inundações, que se tornou imperativo nas regiões que sofreram o efeito simultâneo da urbanização não planejada, que impermeabilizou o solo e invadiu o leito maior dos rios, e do manejo do solo não adequado, que assoreou os cursos de água.
A partir desses exemplos pode-se observar que o uso múltiplo das águas pode ser uma opção inicial, mas é também uma consequência natural do desenvolvimento econômico. Visando conciliar situações similares de conflitos entre usuários, o poder público deve prever uma integração harmônica desses usos como opção na busca de soluções para mediar esses interesses numa bacia hidrográfica.
Para entender os mecanismos gerenciais adotados pelo Estado, é necessário conhecer o processo de evolução dos mecanismos jurídico-institucionais e financeiros utilizados como parâmetros para o Gerenciamento das Águas. Essa evolução correu ao longo de três fases. Em cada uma delas foram adotados modelos gerenciais cada vez mais complexos, que possibilitaram, hoje, uma abordagem mais eficiente do problema: o modelo burocrático, o modelo econômico-financeiro e o modelo sistêmico de integração participativa.
Modelo Burocrático
Começou a ser implantado, no final do Século XIX, tendo sido seu marco referencial estabelecido no Brasil no início da década de 1930, com a aprovação do Decreto nº 24.643, de 10 de junho de 1930, denominado Código de Águas.
Nesse modelo, o objetivo predominante do administrador público é cumprir e fazer cumprir os dispositivos legais. Tem como principais características a racionalidade e a hierarquização. Para instrumentalização desse processo, em face da complexidade e abrangência dos problemas das águas, foi gerada grande quantidade de leis, decretos, portarias, regulamentos e normas sobre uso e proteção, alguns dos quais se tomam inclusive objeto de disposições constitucionais.
Da forma como foi instrumentalizado esse processo não mostrou eficiência para o estabelecimento de um gerenciamento das águas no Brasil, no entanto, a partir das experiências resultantes de sua prática esse modelo encontrou condições propícias para ser reformulado, conforme evidenciado na elaboração dos instrumentos legais (Constituições Federal e Estaduais), a partir de 1988.
Gestão de Recursos Hídricos
Gerenciamento de Recursos Hídricos Unidade I
Modelo Econômico-Financeiro
Pode ser considerado um desdobramento da política econômica preconizada por John Maynard Keynes, que destacava a relevância do papel do Estado como empreendedor, utilizada na década de 1930, para superar a grande depressão capitalista e que teve como uma das consequências a criação, nos EUA, da Tennessee Valley Authority , em 1933, como a primeira Superintendência de Bacia Hidrográfica. É também fruto da análise custo-benefício, cujas bases de aplicação aos recursos hídricos foram estabelecidas pelo Flood Control Act, novamente nos EUA, em 1936. No Brasil, tem como marco de sua aplicação a criação, em 1948, da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco – CODEVASF.
Esse modelo é caracterizado pelo emprego de instrumentos econômicos e financeiros, ministrados pelo poder público, para promoção do desenvolvimento econômico nacional ou regional e indução à obediência das disposições legais vigentes, prevalecendo a sua aplicação em duas orientações.
Um dos problemas apontados pelos estudiosos para esse modelo gerencial é a necessidade de criação de entidades multissetoriais de grande porte, que concorrem pelo espaço político e administrativo com as demais entidades públicas setoriais atuantes na bacia, o que dificultaria a necessária articulação institucional, com usuários e com a comunidade.
Modelo Sistêmico de Integração Participativa
Caracteriza-se pela criação de uma estrutura sistêmica, na forma de matriz institucional de gerenciamento, responsável pela execução de funções gerenciais específicas, tendo sido considerado o modelo mais moderno de gerenciamento das águas, objetivo estratégico de qualquer reformulação institucional e legal, bem conduzida.
Sua operacionalização prevê uma concepção sistêmica e intersetorial do gerenciamento, considerando os seguintes instrumentos.