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ANALISE DE FISSURAS EM ALVENARIAS ESTUDO DE CASO NO IFPA CAMPUS SANTAREM, Manuais, Projetos, Pesquisas de Patologia

Trabalho apresentado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA – Campus Santarém como partes dos requisitos necessários para obtenção de nota na disciplina Patologia das Construções. Orientador: Prof.° Dr. Paulo Henrique Lobo Neves

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2025

Compartilhado em 13/07/2025

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ
CAMPUS SANTARÉM
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
CAUÃ SOUZA RAMOS VIEIRA
GEIDER LEAL DE MELO
JOÃO VICTOR TAVARES CUNHA
JORDANA VITÓRIA SANTOS DOS REIS
RICARDO SALGADO LIMA
RONNIE WILKINSON LIMA COUTINHO
STEPHANY AROUCHE PORTAL DO NASCIMENTO
ANÁLISE DE FISSURAS EM ALVENARIAS: ESTUDO DE CASO NO IFPA CAMPUS
SANTARÉM
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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ

CAMPUS SANTARÉM

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

CAUÃ SOUZA RAMOS VIEIRA

GEIDER LEAL DE MELO

JOÃO VICTOR TAVARES CUNHA

JORDANA VITÓRIA SANTOS DOS REIS

RICARDO SALGADO LIMA

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ANÁLISE DE FISSURAS EM ALVENARIAS: ESTUDO DE CASO NO IFPA – CAMPUS

SANTARÉM

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CAUÃ SOUZA RAMOS VIEIRA

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RONNIE WILKINSON LIMA COUTINHO

STEPHANY AROUCHE PORTAL DO NASCIMENTO

ANÁLISE DE FISSURAS EM ALVENARIAS: ESTUDO DE CASO NO IFPA – CAMPUS

SANTARÉM

Trabalho apresentado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA – Campus Santarém como partes dos requisitos necessários para obtenção de nota na disciplina Patologia das Construções. Orientador: Prof.° Dr. Paulo Henrique Lobo Neves SANTARÉM 2025

presença, posição, espaçamento e recobrimento de barras de aço em elementos estruturais de concreto, sendo especialmente útil na identificação de vergas e cintas ocultas em alvenarias (HELENE, P.; ALMEIDA, F. C. R., 2000). Diante disso, o presente artigo tem como objetivo apresentar uma análise técnica sobre as trincas e fissuras em alvenaria, abordando suas principais causas, classificações, consequências e os métodos preventivos e corretivos mais eficazes, à luz da literatura técnica e da prática da engenharia civil.

2. CAUSAS DAS FISSURAS

Segundo Bolina, Tutikian, Helene (2019), as fissuras são manifestações patológicas da estrutura, ou seja, um sinal de que alguma anomalia acontece no material. A investigação desses sinais, dependendo de suas características, ajuda a revelar quais foram as causas que resultaram no aparecimento da anomalia e guiar a uma assertiva resolução dos problemas enfrentados. O que importa é que, independentemente da fonte, todas essas manifestações de fissuras indicam uma anormalidade. Por outro lado, o mesmo sintoma pode ser originado por diferentes fontes, como uma fissura vertical em uma viga pode indicar uma sobrecarga ou simplesmente uma movimentação térmica. Como exemplo, uma sobrecarga no sistema estrutural de uma edificação pode gerar fissuras verticais sobre os pilares de concreto. Mecanismos de deterioração de mesma origem podem produzir consequências distintas em cada material, deflagrando sintomas patológicos distintos. Segundo Bertolini (2010), o estudo desse sintoma é a busca das prováveis, mas não definitivas, explicações para esse fenômeno atuante. É na busca da provável doença, por meio da análise de cada sintoma, que a causa se concentra. A procura da justificativa dessa doença se dá em uma etapa conclusiva, o diagnóstico. Por isso, ao analisar o sintoma das aberturas, propõe-se preliminarmente a definição de hipóteses para a provável causa, e na sequência de inspeção, elaborar um plano de ação que oriente o pesquisador para a descoberta da causa real dessa patologia. Diante disso, é necessário montar uma estratégia para observá-las, condizente com a fissura previamente identificada, visando diagnosticar o problema. Investigados os sintomas e identificadas as classificações, determina-se um plano de ação para o estudo e uma compreensão das possíveis causas dessas fissuras. Segundo Thomaz (1990), abordam-se, de maneira geral, várias causas de aparecimento de fissuras nas edificações, como: recalques de fundação, movimentações térmicas dos insumos e componentes dos edifícios, deflexões de componentes estruturais, atuação de sobrecargas, retração de secagem de argamassas e concretos, e também qualquer coisa relacionada a alteração química dos materiais que compõem a edificação. Trata-se de uma tentativa de verificar os mecanismos de formação das aberturas, assim como remediar alguns elementos indispensáveis para a sua previsão. Apresentando alternativas solutivas visando a prevenção das fissuras e métodos amplamente empregados na restauração de componentes patologicamente trincados.

Tabela 1 - Classificação da fissura quanto à abertura Tipo de Lesão Abertura Fissura até 0,5 mm Trinca de 0,5 mm a 1,5 mm Rachadura de 1,5 mm a 5,0 mm Fenda de 5,0 mm a 10,0 mm Brecha acima de 10,0 mm Fonte: Oliveira (2012). A NBR 9575 (ABNT, 2010), que trata da impermeabilização das construções, considera fissura toda abertura com até 0,5 mm e classifica como trinca qualquer abertura superior a esse valor. Já a NBR 15575 - 2 (ABNT, 2013), voltada para o desempenho de edificações habitacionais, especifica que trincas são aberturas com dimensão igual ou superior a 0,6 mm, demonstrando leve variação entre os parâmetros normativos. Thomaz (2020) propõe uma abordagem mais ampla: fissuras capilares com até 0, mm, trincas com até 2 mm, e rachaduras para aberturas superiores a 2 mm. Além disso, a NBR 9575 (ABNT, 2003) apresenta uma classificação ainda mais detalhada, diferenciando microfissuras (inferiores a 0,05 mm), fissuras (até 0,5 mm) e trincas (entre 0,5 mm e 1, mm). 3.2. Classificação segundo a atividade Segundo Duarte (1998), as fissuras podem ser classificadas com base em sua atividade, critério que se revela essencial tanto para a investigação das causas subjacentes quanto para a seleção do método de tratamento mais adequado. As fissuras ativas são aquelas que apresentam variações mensuráveis de abertura e/ou extensão ao longo do tempo, o que indica que a origem da manifestação permanece atuante. Essas variações podem ter caráter cíclico, como nas fissuras provocadas por variações higrotérmicas, ou progressivo, como nas decorrentes de recalques diferenciais em desenvolvimento. Em contrapartida, as fissuras estabilizadas ou inativas — também chamadas de fissuras mortas — não apresentam alterações perceptíveis com o passar do tempo, sugerindo que a ação causadora cessou ou foi estabilizada. Normalmente associadas a solicitações pontuais ou efeitos já esgotados, essas fissuras podem ser tratadas com materiais rígidos,

uma vez que não se espera que voltem a se modificar. 3.3. Classificação segundo a direção A classificação de fissuras segundo a sua direção constitui uma etapa inicial importante na análise diagnóstica de manifestações patológicas, permitindo uma leitura preliminar das tensões atuantes sobre o elemento afetado. Segundo Magalhães (2004), essa abordagem é particularmente útil em inspeções visuais, uma vez que a orientação das fissuras — sejam verticais, horizontais, diagonais ou em degraus — pode indicar o tipo de solicitação que está agindo na estrutura e orientar as etapas subsequentes da investigação técnica. As fissuras verticais geralmente estão associadas a recalques diferenciais ou retração por secagem, enquanto as fissuras horizontais podem indicar empuxos laterais, expansão de armaduras ou esforços de dilatação. Já as fissuras diagonais são frequentemente relacionadas a tensões cisalhantes ou recalques assimétricos. As fissuras em degraus, por sua vez, refletem a composição heterogênea das alvenarias e são típicas quando as trincas se propagam entre tijolos e argamassas, aproveitando os planos de menor resistência. A direção predominante das fissuras fornece, portanto, uma leitura preliminar do comportamento estrutural do elemento afetado, sendo um indicativo relevante para a formulação de hipóteses diagnósticas mais detalhadas na sequência da investigação técnica. 3.4. Classificação segundo a forma As fissuras também podem ser classificadas com base em sua aparência ou padrão de distribuição, o que contribui significativamente para o diagnóstico das causas e a escolha do tratamento adequado. Segundo Duarte (1998), essa classificação distingue dois tipos principais: fissuras isoladas (ou geométricas) e fissuras disseminadas (ou mapeadas). As fissuras isoladas ou geométricas são aquelas que seguem uma direção predominante, podendo ser retas ou acompanharem interfaces de materiais, juntas de assentamento ou linhas estruturais, com orientação vertical, horizontal ou inclinada. Podem ocorrer tanto nos blocos ou tijolos quanto nas juntas entre eles. De acordo com Corsini (2010), esse tipo de fissura tende a surgir de forma isolada e está geralmente associado a esforços localizados ou movimentações direcionais da estrutura. Por outro lado, as fissuras mapeadas ou disseminadas apresentam-se como uma rede

4. ESTUDO DE CASO

4.1. Relatório da pesquisa de campo O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – Campus Santarém está localizado na Av. Marechal Castelo Branco, 621 – Interventoria, Santarém – PA, CEP 68020 - 820. O campus foi inaugurado em 2010 e apresenta uma infraestrutura composta por quatro blocos principais, todos com sistema de vedação vertical em alvenaria convencional. Figura 1 - Localização da área de estudo Fonte: Google Maps (2025) A área construída total é de aproximadamente 3039,34 m², distribuída entre diversos ambientes funcionais, tais como salas de aula, laboratórios, setor administrativo, secretarias, empresa júnior, biblioteca, auditório, lanchonete e quadra poliesportiva coberta. Essa diversidade de usos e funções resulta em diferentes tipos de solicitações nos elementos construtivos, o que torna o campus um objeto adequado para a análise de manifestações patológicas em alvenarias de vedação.

O presente estudo de caso tem como objetivo identificar, classificar e diagnosticar as fissuras observadas nas alvenarias no bloco de laboratórios do campus, investigando suas prováveis causas, bem como as possíveis medidas corretivas e preventivas aplicáveis à realidade da instituição. 4.2. Metodologia A vistoria nas edificações do Instituto Federal do Pará – Campus Santarém foi realizada em duas etapas distintas, com o objetivo de identificar, registrar e investigar as manifestações patológicas presentes nas alvenarias de vedação. A 1ª etapa da investigação consistiu na realização de uma inspeção visual sistemática, com o objetivo de identificar e mapear as fissuras presentes nas alvenarias do campus. Durante essa fase, as anomalias foram examinadas quanto à sua configuração, incluindo origem, direção de propagação, inclinação e largura de abertura. As medidas de abertura foram obtidas com o auxílio de fissurômetro (Figura 2), e todas as ocorrências foram devidamente registradas por meio de fotografias técnicas. Essa etapa teve como finalidade não apenas a classificação preliminar das manifestações patológicas — em fissuras, trincas ou rachaduras, conforme suas dimensões —, mas também a coleta de dados essenciais para o diagnóstico das prováveis causas e origens dessas manifestações. Figura 2 – Utilização do fissurômetro Fonte: Autores (2025)

Tabela 2 - Classificação das fissuras observadas - quanto à abertura Tipo de lesão Quantidade Frequência (%) Fissura 38 82, Trinca 3 6, Não medidas 5 10, Fonte: Autores Tabela 3 - Classificação das fissuras observadas - quanto à direção Direção das lesões Quantidade Frequência (%) Vertical 16 40, Horizontal 9 22, Diagonal 15 37, Escada 0 0 Fonte: Autores Tabela 4 - Classificação das fissuras observadas - quanto à forma Forma das lesões Quantidade Frequência (%) Isoladas 40 87, Disseminadas 6 13, Fonte: Autores Conforme apresentado na tabela de quantificação, 82,6% das aberturas registradas podem ser classificadas como fissuras, com espessura inferior a 0,5 mm, caracterizando-se como manifestações predominantemente superficiais, com baixo risco estrutural imediato, mas que ainda exigem atenção quanto à sua evolução e origem. Durante a vistoria in loco, observou-se que grande parte dessas fissuras estava concentrada nas quinas superiores e inferiores das janelas, um padrão característico da ausência de elementos estruturais de alívio de tensões. A hipótese foi confirmada por meio da utilização de pacômetro, que revelou a ausência de vergas e contravergas em diversas aberturas, comprometendo o desempenho da alvenaria nesses pontos. Essa deficiência construtiva contribui para a concentração de tensões e a formação de fissuras, especialmente em regiões sujeitas a movimentações diferenciais ou cargas pontuais.

5. CONCLUSÃO

Conforme os dados apresentados na tabela 2, 82,6% das aberturas registradas foram classificadas como fissuras com espessura inferior a 0,5 mm, caracterizando manifestações predominantemente superficiais, associadas a baixo risco estrutural imediato, embora exijam monitoramento quanto à sua evolução e origem. Durante a vistoria in loco, observou-se que a maior parte dessas fissuras estava concentrada nas quinas superiores e inferiores das janelas, um padrão típico da ausência de elementos estruturais de alívio de tensões. Essa hipótese foi confirmada com o uso de pacômetro, que evidenciou a ausência de vergas e contravergas nas 22 janelas analisadas, comprometendo o desempenho da alvenaria nesses pontos. Tal deficiência construtiva contribui diretamente para a concentração de tensões e a consequente formação das fissuras, especialmente em regiões sujeitas a movimentações diferenciais ou cargas pontuais. Com base nesses achados, é possível apontar as seguintes causas prováveis para o surgimento das manifestações patológicas:

  • Ausência de vergas e contravergas, gerando sobrecargas concentradas nas quinas das janelas;
  • Retração de materiais, em especial nas áreas de alvenaria de vedação, podem ter origem em retração por secagem ou variações térmicas. Quanto ao grau de risco, conclui-se que, embora a maioria das lesões não represente ameaça imediata à estabilidade da edificação, a presença de trincas (6,5%), associada à falha construtiva sistemática nas aberturas, representa um ponto de atenção. Sem intervenção adequada, tais manifestações tendem a evoluir, podendo comprometer o desempenho funcional e a durabilidade da edificação. Diante disso, recomenda-se a adoção de medidas corretivas específicas, com destaque para o assentamento de vergas pré-moldadas nas aberturas que atualmente não as possuem. Esta intervenção visa redistribuir adequadamente os esforços atuantes na alvenaria, mitigando a formação de fissuras nas regiões críticas. Complementarmente, sugere-se a implementação de um plano de monitoramento periódico das fissuras, com registros fotográficos e medições regulares, a fim de acompanhar a evolução das manifestações e prevenir danos mais severos. Tais ações são fundamentais para assegurar a integridade estrutural, a segurança dos usuários e a longevidade, tanto em relação ao desempenho estrutural, quanto ao desempenho estético da edificação.