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Alterações no Periodo Gestacional
Tipologia: Notas de estudo
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149 www.actamedicaportuguesa.com
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Acta Med Port 2008; 21: 149-
Recebido em: 13 de Agosto de 2007 Aceite em: 23 de Outubro de 2007
Muitas mulheres têm noções pouco correctas dos cuidados alimentares a ter durante a gravidez e/ou amamentação, devido a ideias preconcebidas ou mitos relacionados com a ingestão alimentar de determinados alimentos. Com o objectivo de avaliar as alterações dos hábitos alimentares das grávidas, e identificar os mitos relacionados com a alimenta- ção na gravidez e amamentação foi realizado um questionário onde essas alterações foram questionadas, assim como as origens dessas alterações e as razões para tal. Ainda foram questionadas sobre eventuais conhecimentos sobre alimentos que interferissem com a gravidez e/ou amamentação e foi pedida a informação acerca da alteração de peso durante a gestação e história clínica relevante. Os dados foram analisados através do SPSS ( Statistical Package for the Social Sciences ) versão 13.0 para Windows. Concluiu- se que apesar da maioria das mudanças alimentares ocorrerem de forma adequada, ainda ocorrem mudanças alimentares inadequadas ou desnecessárias, quer de forma empírica, quer baseadas em mitos, quer indicadas por alguns profissionais de saúde.
R E S U M O
J.P., D.S.: Serviço de Nutrição. Hospital São Sebastião. Santa Maria da Feira
© 2008 CELOM
Many women have incorrect notions of what they can eat during pregnancy and/or breast-feeding, due to preconceived ideas or myths related with the ingestion of some types of food. The aim of this study was to evaluate the alteration of food habits in pregnant women and identifying the myths related with eating habits in pregnant and breast-feeding women. A questionnaire of food habits alteration in pregnant women, the origin of the alterations and the reasons for such, as well as the eventual knowledge about which food interferes with pregnancy and/or breast-feeding and the information about the alteration of weight during pregnancy and relevant clinical history were asked. The data were analysed though SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), version13.0 for Windows. This study shows that although the majority of the alterations of food eating habits were done in a proper manner, there are still many inadequate or unnecessary food habit changes done in an empirical form, or based on myths, or indicated by some health professionals.
S U M M A R Y
Joana PINHEIRO, Daniela SEABRA
Muitas mulheres têm noções pouco correctas acerca
dos cuidados alimentares a ter durante a gravidez e/ou amamentação, devido a ideias preconcebidas e mitos rela- cionados com a ingestão de determinados alimentos_._ Ob-
serva-se em alguns casos a privação de certos alimentos desnecessariamente, assim como, por vezes, ocorre a alte- ração dos hábitos alimentares destas mulheres de forma
errada, podendo inclusive afectar o desenvolvimento nor- mal do embrião/feto, ou mesmo, afectar o estado de saúde da futura mãe. Um bom estado nutricional durante a gravi-
dez e a amamentação permite à mãe e ao filho uma óptima saúde. Torna-se por isso importante conhecer de que forma é
que as mulheres alteram a sua alimentação nesta fase e quais as razões para o fazer.
Realizou-se um estudo observacional des-
critivo, através de um questionário adminis- trado por um entrevistador, entre 6 de Feverei- ro e 6 de Abril de 2006, no Serviço de Obstetrí-
cia do Hospital São Sebastião, tendo sido ob- tido o consentimento da Administração e do Conselho de Ética do referido Centro Hospita-
lar. Com o objectivo de avaliar as alterações dos hábitos alimentares das grávidas, e de identificar os
mitos relacionados com a alimentação na gravidez e amamentação, realizou-se um questionário acerca das al- terações dos hábitos alimentares da grávida, as origens
dessas alterações e as razões para tal, assim como even- tuais conhecimentos sobre alimentos que interferissem com a gravidez e/ou amamentação.
Avaliaram-se 200 mulheres pós parto, tendo cada uma, dado o seu consentimento oral informado para participar no estudo, após explicação dos objectivos e métodos a
utilizar no estudo. O questionário usado, foi criado para o efeito, tendo sido testado previamente para avaliar a sua aplicabilidade. Respeitaram-se as regras de conduta ex-
pressa na convenção de Helsínquia. Estas mulheres fo- ram questionadas acerca das alterações alimentares efectuadas, causas dessas alterações, incluindo também
informação acerca da alteração de peso durante a gesta- ção e história clínica relevante. Os dados foram analisados através do SPSS (Statistical
Package for the Social Sciences) versão 13.0 para Windows.
Foram inquiridas 200 mulheres pós parto, no Serviço de Obstetrícia, para a realização deste estudo.
Dados da Amostra Para analisar a amostra em estudo foram recolhidos: os dados antropométricos e idade, a história gestacional, a presença de patologia associada que levasse a que estas mulheres a necessitarem de cuidados nutricionais especí- ficos e a escolaridade.
Caracterização da amostra Foram obtidos os dados antropométricos da amostra e perguntada a idade.Com base nos dados obtidos do peso habitual e no final da gravidez e a altura, foi calculado o Índice de Massa Corporal^1 (IMC) habitual e o IMC no final da gravidez, assim como o ganho de peso (Quadro 1). Na figura 1 é possível observar o IMC habitual das grávidas analisadas.
Observou-se que a maioria das mulheres analisadas antes de engravidarem estavam com um IMC entre 18,5- 24,9 Kg/m^2 , ou seja, com um peso normal. Verificou-se com a gravidez um ganho de peso médio de 13,7 Kg, com um desvio padrão de 5,1.
História Gestacional Procurou-se analisar se era a primeira gestação para a maioria das mulheres inquiridas. A figura 2 mostra que a maioria das grávidas observa-
Idade (anos)
Peso habitual(kg)
Pesofinal gravidez(kg)
Ganho peso(kg)
IMChabitual (k g/m^2 )
IMCfinal gr avidez(kg/m^2 ) Mé dia 29 , 39 62 , 330 76 , 018 13 , 688 23 , 9163 29 , 1852 De svioPadrão 5 , 334 12 , 3831 12 , 3261 5 , 1309 4 , 34800 4 , 31999 Mí nimo 17 40 , 0 53 , 0 - 1 , 0 16 , 44 21 , 34 Má ximo 41 12 0 , 0 12 4 , 0 28 , 5 40 , 57 43 , 37
Quadro 1 – Características da amostra
IMC habitual (kg/m2)
10%
58%
32% <18, 18,5 - 24,
Fig. 1 – IMC habitual
em comparação com as grávidas no geral e com HTA. O género alimentício mais referido como alternativa aos hábitos alimentares anteriores foi o pão integral.
b) Leite e iogurtes Na figura 6 e no quadro 3 pode-se observar as altera-
ções alimentares feitas neste grupo relativamente às grá- vidas no geral, com DG e com HTA. Pequenas alterações verificaram-se neste grupo,
quer nas grávidas no geral, quer com DG, quer com HTA.
O iogurte de pedaços foi o género alimentício mais referido como tendo sido substituído, em especial no caso das grávidas com DG.
c) Acompanhamentos Na figura 7 e no quadro 4 pode-se observar as altera- ções alimentares feitas neste grupo relativamente às grá- vidas no geral, com DG e com HTA. A maioria das mudanças alimentares que se verifica- ram neste grupo fora realizada pelas grávidas com DG (efectuaram um maior número de alterações) e com HTA.
Quadro 2 – Análise dos alimentos que as grávidas deixaram de comer durante a gestação e por quais substituíram relativamente ao grupo dos Cereais e derivados para pequenos-almoços e lanches. Mudoupar a Deixou
Pã ointegral% Pã obranco% Pã ocent% C. peq.alm% Bo lachaságuasal% Bo lachaintegral% To stas% Fr uta% Outros% G DG HT A G DG HT A G G G DG HT A G DG HT A G DG G G DG HTA Pã obranc o 5 , 5 39 20 - - - - 2 , 5 1 , 5 10 1 , 5 4 , 3 1 , 5 - - - Bo lachas 0 , 5 8 , 7 5 0 , 5 13 5 0 , 5 0 , 5 2 , 5 4 , 3 5 1 , 5 8 , 7 5 1 - 0 , 5 - 5 Cr oissants 0 , 5 4 , 3 5 0 , 5 4 , 3 - - 0 , 5 - 17 , 4 - - 8 , 7 - - 4 , 3 - - 4 , 3 - P. deleite 0 , 5 4 , 3 5 0 , 5 - - - - - - - - - - - - - - - Bo los 1 4 , 3 10 2 , 5 - - - 0 , 5 0 , 5 - - 1 - 5 0 , 5 - 1 - - - Ce r.depeq.alm. 1 , 5 13 5 1 4 , 3 5 - - - - - - - - - - - - - -
Acompanhamentos
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
ManteigaMargarinaQueijo Queijo fresco CompotasFiambreMarmeladaAçúcar
Sal
Grávidas geral DG HTA
Leite e Iogurtes
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
Leite gordo Leite meio gordo
Leite magro Leite chocolatadoIogurte pedaçosIogurte aromas
Grávidas geral DG HTA
Fig. 6 – Alimentos pertencentes ao grupo Leite e Iogurtes que as grávidas deixaram de comer durante a gestação.
Fig. 7 – Alimentos pertencentes ao grupo Acompanhamentos que as grávidas deixaram de comer durante a gestação.
Quadro 3 – Análise dos alimentos que as grávidas deixaram de comer durante a gestação e por quais substituíram relativamente ao grupo Leite e iogurtes. Mudoupar a Deixou
Le iteMGCa^2 +^ % Le itemagro% Io gurtearomas% Io gurtemagro% Io gurtenatural% Ch á% Outros% G DG G D G HT A G G D G G DG HT A G G Le itegordo 1 - 4 4 , 3 - - - - - - - - - Le itemeiogord o 1 , 5 4 , 3 - - 5 0 , 5 1 4 , 3 - - - 1 1 Le itemagr o - - - - - - - - 0 , 5 4 , 3 5 - - Le itechocolatad o 0 , 5 - 1 - - 1 - - 13 - - - Io gurtepedaço s - 4 , 3 - - 5 - 3 13 2 , 5 4 , 3 - 0 , 5 - Io gurtearoma s - - - - - - 0 , 5 - 1 , 5 - 10 - 1 , 5
Na generalidade, os géneros alimentícios mais retira- dos foram: o açúcar (o mais retirado), o queijo, o fiambre e a manteiga. As grávidas com HTA foram praticamente as
únicas que retiram o sal da alimentação.
d) Carne, peixe e ovo Na figura 8 e no quadro 5 pode-se observar as altera- ções alimentares feitas neste grupo relativamente às grá- vidas no geral, com DG e com HTA.
Neste grupo, os géneros alimentícios mais retirados foram os produtos de charcutaria e salsicharia, especial-
mente pelas grávidas com HTA. Como substituição dos géneros alimentícios retirados, o peixe e as carnes magras foram as opções mais escolhidas.
e) Cereais e derivados para as grandes refeições Na figura 9 e no quadro 6 pode-se observar as altera- ções alimentares feitas neste grupo relativamente às grá- vidas no geral, com DG e com HTA. Dos alimentos mais retirados deste grupo foram as ba- tatas e o feijão. As grávidas com HTA foram as que fizeram mais alte-
Mudoupar a
Deixou
Ma nteigas/sal% M anteigamagra% M anteiga% Ma rgarina% Fi ambre% Queijo%
G DG G DG HT A G DG G D G G G DG HTA
M anteiga 1 4 , 3 2 4 , 3 - - - 0 , 5 - - - - -
M argarin a - - 0 , 5 4 , 3 5 1 , 5 4 , 3 - - - - -
Qu eij o - - - - - - - - - 0 , 5 - - -
Qu eijoFresc o - - - - - 0 , 5 - - - - 0 , 5 - -
Co mpot a 0 , 5 - - - 5 1 - - - - 0 , 5 - -
Fi ambr e - - - - 5 1 - - - - 5 , 5 13 10
M armelad a - - - - - 0 , 5 - - - - 1 8 , 7 5
Aç úca r - - - - - - - - - - - - -
Sa l - - - - - - - - - - - - -
Quadro 4 – Análise dos alimentos que as grávidas deixaram de comer durante a gestação e por quais substituíram relativamente ao grupoAcompanhamentos.
Continuação Quadro 4
Mudoupar a
Deixou
Bo lachas% Ad oçante% M armelada% Es peciarias% Outros%
G DG G DG HT A G G HT A G DG HTA
Ma nteiga - - - - - - - - 0 , 5 - -
Ma rgarin a - - - - - - - - 1 4 , 3 -
Qu eij o 0 , 5 4 , 3 - - - - - - 0 , 5 4 , 3 5
Qu eijoFresc o - - - - - - - - - - -
Co mpot a - - - - - - - - - - -
Fi ambr e - - - - - 0 , 5 - - - - -
Ma rmelad a - - - - - - - - - - -
Aç úca r - - 5 39 , 1 10 - - - - - -
Sa l - - - - - - 0 , 5 5 - - -
As bebidas mais retiradas para todos os grupos analisados foram o café, as bebidas com gás, as be- bidas alcoólicas e os sumos. O café foi substituído por um conjunto di- versificado de bebidas. As grávidas com HTA retiraram em maior proporção o café, enquan- to que as grávidas com DG retira- ram principalmente as bebidas al- coólicas e os sumos. Como substituição das bebidas anteriormente referidas, a água foi a opção mais referida.
i) Sobremesas
No grupo definido como Sobremesas observou-se que as sobremesas doces (bolos, gelados, pudins, etc.) foram retiradas um pouco por todas as grávidas no geral mas em maior proporção nas grávidas com DG e substituídas es- sencialmente pela fruta.
j) Gordura de Adição Na Figura 13 e no quadro 10 pode-se observar as alte- rações alimentares feitas neste grupo relativamente às grá- vidas no geral, com DG e com HTA. No grupo das gorduras de adição o óleo foi o principal género alimentício retirado da alimentação destas mulhe-
Quadro 6 – Análise dos alimentos que as grávidas deixaram de comer durante a gestação e por quais substituíram relativamente ao grupo Cereais e derivados para as grandes refeições.
Mudoupar a
Deixou
Ar roz% Gr ão% Fe ijão% Er vilhas% Hortícolas%
G HT A G DG HT A G G G HTA
M assa 0 , 5 - - - - - - 0 , 5 5 Ba tat a 0 , 5 5 - - - - - 0 , 5 5
Fe ijã o - - 0 , 5 4 , 3 5 - 0 , 5 0 , 5 -
Gr ã o - - - - - 0 , 5 - - -
Hortícolas
0,0%
2,0%
4,0%
6,0%
8,0%
10,0%
12,0%
Grávidas geral DG HTA
Salada Salada fora casa Horticolas
Fig. 10 – Alimentos pertencentes ao grupo Hortícolas para as grandes refeições que as grávidas deixaram de comer durante a gestação.
Mudoupar a
Deixou
Ho rtícolasCozidos% Sopa%
G D G G
Sa lada 3 4 , 3 0 , 5
Sa ladaforacas a 2 , 5 4 , 3 0 , 5
Quadro 7 – Análise dos alimentos que as grávidas deixaram de comer durante a gestação e por quais substituíram relativamente ao grupo Hortícolas.
Produtos processados
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
Caldos carne Patés^ Molhos
Grávidas geral DG HTA
Fig. 11 – Alimentos pertencentes ao grupo Produtos processados que as grávidas deixaram de comer durante a gestação.
Quadro 8 – Análise dos alimentos que as grávidas deixaram de comer durante a gestação e por quais substituíram relativamente ao grupo Produtos processados. Mudoupar a
Deixou
Pe ixe% Az eite% Vinagrete% G DG G DG HT A G DG HTA Pa tés 0 , 5 - - - - - - - Mo lho s - - 6 26 , 1 10 0 , 5 4 , 3 5
Bebidas
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
Meia leiteCevada
Café CháÁgua Bebidas c gás Bebidas alcoólicas
Sumo
Grávidas geral DG HTA
Fig. 12 – Alimentos pertencentes ao grupo Bebidas que as grávidas deixaram de comer durante a gestação.
res, em especial das grávidas com DG. A opção mais esco- lhida para a sua substituição foi o azeite.
k) Alteração dos Métodos de Confecção Na figura 14 e no quadro 11 pode-se observar as alte- rações feitas a nível dos Métodos de confecção.
O principal método de confecção que foi abandonado, maioritariamente pelas grávidas no geral, foi os fritos, subs- tituídos essencialmente pelos cozidos e grelhados. Os res- tantes métodos de confecção foram alterados e substitu- ídos de forma ténue.
Continuação do Quadro 9
Quadro 9 – Análise dos alimentos que as grávidas deixaram de comer durante a gestação e por quais substituíram relativamente ao grupo Bebidas.
Mudoupar a
Deixou
Le iteMg% Me ialeite% Ce vada% De scafeinado% Água%
G G G DG HT A G DG HT A G DG HTA
M eialeite 0 , 5 - - - - - - - - - -
Ce vad a 0 , 5 - - - - - - - 0 , 5 - -
Ca f é 0 , 5 2 11 , 5 17 20 2 4 , 3 5 - - -
Ch á - - - - - - - - - - -
Ág u a - 0 , 5 - - - - - - - - -
B ebidascomgá s - - - - - - - - 15 21 , 7 5
B ebidasalcoólica s - - - - - - - - 16 26 , 1 10
Su m o - - - - - - - - 13 39 , 1 30
Mudoupar a
Deixou
Ch á% Io gurte% Su mo% Su monatural% Bebidasgás%
D DG HT A G G DG HT A G HT A G
M eialeite - - - - - - - - - -
Ce vad a - - - - - - - - - -
Ca f é 2 , 5 - 5 - - - - - - -
Ch á - - - - - - - - - -
Ág u a - - - 0 , 5 0 , 5 - - - - -
Be bidascomgá s 1 8 , 7 - - 7 , 5 8 , 7 10 3 5 -
Be bidasalcoólica s - - - - 4 - - - - 0 , 5
S um o - - - - - - - 1 , 5 - -
Gorduras de adição
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
Óleo Azeite aromas
Grávidas geral DG HTA
Fig. 13 – Alimentos pertencentes ao grupo Gorduras de adi- ção que as grávidas deixaram de comer durante a gestação.
Be bidasalcoólica s 11 Ho rtícolas 8
Ma risco 10 Be bidascomgás 7
En chidos 10 Po lvo 6
Le guminosas 10 Pr odutosCharcutaria 6
Mo rangos 9 Es peciarias 5
Ho rtícolas 8 Mo rangos 5
Ca feína 7 Do ces 5
Be bidascomgás 6 Fí gado 4
K iwi 6 Co elho 4
Er vasaromáticas 5 Aç úcar 4
Do ces 5 Ch ocolate 3
Al imentosácidos 4 Mo lhos 3
Mo lhos 4 Ca rneporco 3
Ca rnemalpassada 2 Su mos 3
Aç úcar 2 Lu las 3
Co uvebranca 2 Le guminosas 2
Ce noura 2 Cr emesàbaseovo 2
Pi mento 2 Al imentosácidos 2
Ov os 2 Er vasaromáticas 2
Su molaranja 2 Az eitonas 2
Al imentosc/aditivos 1 Pa tés 1
Es pinafres 1 Ra ia 1
Ci trinos 1 La mpreia 1
Br ócolos 1 Al imentosc/aditivos 1
Ta ngerinas 1 Mi údosfrango 1
Vi nagre 1 La mpreia 1
Fi ambre 1 Ci trinos 1
En latados 1 Pe ixeEspada 1
Ch ápreto 1 O vos 1
Ri ns 1
Co gumelos 1
Q ueijo 1
Através deste estudo observou-se que a maioria das mulheres inquiridas eram jovens, com um peso habitual dentro do IMC considerado normal e que o seu ganho de peso fez-se dentro dos parâmetros normais na gravidez 2. Observou-se que o número de mulheres com a primei- ra gestação era ligeiramente inferior ao número de mulhe- res com mais que uma gestação. As primeiras podem ter sido mais influenciadas pelos conselhos de outras pesso- as, dado não terem experiência pessoal, enquanto que as segundas provavelmente mudaram em maior proporção alguns alimentos por iniciática própria. Verificou-se que uma pequena proporção das mulhe- res inquiridas apresentava uma patologia que condicionava os seus hábitos alimentares durante a gravidez. Destas, apenas uma pequena percentagem de mulheres procurou informação acerca de como se deveria alimentar durante e após a gravidez. É de salientar que apesar de se verificar a existência de diversos graus de literacia entre as grávidas questiona- das, a maioria referia ter frequentado a escola até ao 2º ciclo, contudo por vezes de forma incompleta. Com base nestes dados, supomos que este factor tenha influencia- do o facto das alterações a nível alimentar terem ocorrido na sua maioria por iniciativa própria e não por um profissi- onais de saúde. Como não se inquiriu a amostra quanto aos hábitos ali- mentares antes da gravidez, há que ter em conta que a altera- ção de alguns hábitos alimentares pode não ter sido referido devido à possibilidade de não serem praticados inicialmente. Analisando as alterações dos hábitos alimentares, con- cluiu-se que a maioria dos géneros alimentícios retirados foram substituídos por alimentos mais saudáveis (alimen- tos menos energéticos e com um menor teor de hidratos de carbono simples e lípidos); por vezes, apenas foram retirados determinados alimentos, não se registando uma introdução de outros para a substituição dos iniciais. No entanto, verificou-se que em alguns casos alimentos mais saudáveis foram substituídos por alimentos não tão sau- dáveis, ou seja, alimentos densamente energéticos, ricos em gordura e hidratos de carbono simples, e por conse- guinte inapropriados. Possivelmente esta observação po- de dever-se ao facto da maioria das mudanças ocorrerem por iniciativa própria, contudo estas mulheres podem ter sido orientadas de forma incorrecta por um profissional de saúde, ou outro indivíduo. É de referir que uma das limitações deste trabalho foi a falta de descriminação de quais as alterações alimentares feitas por iniciativa própria e quais por indicação de ou-
trem, contudo dada a morosidade da aplicação do questi- onário e o tratamento dos dados, essa análise não foi pos- sível ser efectuada.
Quer no grupo das grávidas com DG, quer nas com HTA verificaram-se mais alterações nos hábitos alimenta- res que na amostra em geral.
Nas alterações dos hábitos alimentares das grávidas com DG observou-se que a maioria dos alimentos retirados foram os alimentos processados, com elevado teor de hidratos de
carbono simples, lípidos e por conseguinte com uma elevada densidade energética, contudo também verificou-se uma acentuada eliminação do consumo de alimentos ricos em sal,
tais como os produtos de charcutaria. Relativamente aos métodos de confecção, os fritos foram o método de confec- ção mais eliminado dos hábitos alimentares, sendo substitu-
ídos principalmente pelos cozidos e grelhados. Nas alterações dos hábitos alimentares das grávidas com HTA observou-se que a maioria dos alimentos retira-
dos foram os alimentos com elevado teor sal e lípidos. No entanto, é curioso observar que o açúcar foi referido num maior número de vezes como um género alimentício a reti-
rar da alimentação em oposição ao sal de cozinha. Isto provavelmente revela-nos a preocupação destas mulhe- res em não ganhar peso de forma excessiva durante a gra-
videz e da constante transmissão da informação que o açúcar é um alimento nefasto, em oposição à escassa in- formação relativamente aos efeitos prejudiciais da HTA
na gravidez. Observou-se concomitantemente neste gru- po de mulheres, a substituição de forma inadequada, de alguns alimentos saudáveis para alimentos ricos em lípidos
e/ou hidratos de carbono simples (como por exemplo a substituição de fiambre para marmelada). Relativamente aos métodos de confecção, os fritos foram o método mais
referido, como aquele que tinham deixado de realizar, op- tando pelos cozidos e os grelhados. Quanto às mudanças dos hábitos alimentares concluiu-
se que a maioria das grávidas alteraram parte dos seus hábitos alimentares por iniciativa própria e apenas uma pequena percentagem por influência de outros. Todavia,
as grávidas com DG, seguidas das grávidas com HTA pro- curaram mais as opiniões de diversos profissionais de saúde (médicos, nutricionistas e enfermeiros) em oposi-
ção às grávidas no geral. A pequena percentagem de grá- vidas no geral que referiram ter seguido indicações de um nutricionista, pode dever-se ao facto de que nas consul-
tas externas de nutrição apenas serem vistas grávidas com complicações associadas. É também de salientar que uma grávida pode ter sofrido a influência de várias fontes de
informação (profissionais de saúde, amigos, família, etc.) e nem todas as mudanças dos seus hábitos alimentares
resultarem de seguirem apenas o conselho de uma das fontes de informação. Por conseguinte, não se pode ava- liar até que ponto as mulheres que seguiram as indicações de um profissional de saúde em especifico são as mais adequadas, já que algumas referem ter mais do que uma fonte de influência na mudança dos seus hábitos alimen- tares (ex. família, amigos e médico). Uma grande parte da amostra analisada referiu ter co- nhecimentos sobre a existência de alimentos que afecta- vam quer a amamentação, quer a gravidez. Não obstante, essa prevalência encontrou-se mais acentuada relativa- mente aos alimentos que afectavam a gravidez do que em relação aos alimentos que afectavam a amamentação. Dos alimentos referidos como perturbadores da gravidez e/ou amamentação por estas mulheres, verifica-se que as bebi- das alcoólicas, os alimentos com cafeína e com aditivos se encontram documentados em diversas publicações como alimentos a evitar durante estas fases2,3^. Segundo alguns autores ainda existem mais alguns alimentos como a cebo- la, a couve branca, o repolho, o alho, a couve-flor, os espar- gos e os picantes que devem ser retirados da alimentação da aleitante, visto poderem conferir algum sabor ao lei- te3,4^. Não obstante, ainda se encontra na literatura infor- mação de que as grávidas e aleitantes devem seguir os princípios de uma alimentação saudável: equilibrada, varia- da e completa5-7^. Não se encontraram justificações cientí- ficas para a exclusão de diversos alimentos durante a gra- videz e a amamentação referidos pelas mulheres inquiri- das (ex. lulas, raia e brócolos). Por conseguinte, este é um assunto ainda um pouco polémico e mais investigação é necessária para se chegar a opiniões consensuais e fun- damentadas cientificamente. Quando inquiridas relativa- mente ao porquê de retirarem os alimentos referidos da alimentação as respostas foram muito variadas. A maioria das mulheres desconhecia o porquê desse alimento ser evitado, outras respondiam com base em crenças popula- res e algumas respondiam com base na opinião funda- mentada do seu médico. Não se analisou quais os alimen- tos que tinham sido mencionados juntamente com a fonte dessa informação, dado muitas mulheres referirem deter- minados alimentos mas não se recordarem da sua fonte. No entanto, seria interessante analisar a associação de cada alimento referido com a sua fonte.
Verificou-se na globalidade que a maioria das altera- ções alimentares resultaram na alteração de hábitos ali- mentares pouco saudáveis para hábitos alimentares mais saudáveis. Porém, não existia a necessidade de alguns