




























































































Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
gundo as próprias palavras de Aksakof, a obra teve como princi- ... Conforme um ajuste feito com o Sr. Alexandre Aksakof, con-.
Tipologia: Slides
1 / 705
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
www.autoresespiritasclassicos.com
Alexandre Aksakof
Animismo e Espiritismo
(Trad. do russo por Berthold Sandow) Alexandre Aksakof - Animisme et Spiritisme 1906
Ensaio de um exame crítico dos fenômenos mediúnicos, especialmente em relação às hipóteses da “força nervosa”, da “alucinação” e do “inconsciente”, como resposta à obra do Dr. Eduard von Hartmann, intitulada “ O Espiritismo ”.
Eugène Bodin - A Natureza
Conteúdo resumido
Esta obra monumental foi escrita em resposta às idéias anti- espíritas do famoso filósofo alemão Eduard von Hartmann. Se- gundo as próprias palavras de Aksakof, a obra teve como princi- pal objetivo “preservar a doutrina espírita dos ataques sérios a
que no futuro ficaria indubitavelmente exposta, desde que os fatos sobre os quais se baseia sejam admitidos pela Ciência”.
Aksakof rebate com argumentos insofismáveis as hipóteses da “força nervosa”, da “alucinação” e do “inconsciente”, tão ma- nipuladas e repisadas pelos contestadores dos nossos dias.
Graças à análise conscienciosa e imparcial dos inúmeros ca- sos expostos pelo autor, esta obra revela-se um valioso auxiliar no processo de distinção entre os fenômenos anímicos (produzi- dos pelo Espírito encarnado) e os fenômenos espíritas (produzi- dos pelo Espírito desencarnado).
Com toda justiça, Animismo e Espiritismo impôs-se como uma das mais importantes e completas obras escritas acerca do Espiritismo, do ponto de vista científico e filosófico.
CAPÍTULO II – Fenômenos físicos ........................................... 301
CAPÍTULO III – Da natureza do agente inteligente que se manifesta nos fenômenos do Espiritismo » Exame do princípio fundamental do Espiritismo; ele a- presenta fenômenos cuja causa deve ser procurada fora do médium? ....................................................................... 313
CAPÍTULO IV – A hipótese dos Espíritos
conhecido, e que revelam certos estados psíquicos ou provocam sensações físicas, próprias do morto ........... 658 H. Identidade da personalidade de um morto atestada pe- la aparição de sua forma terrestre ................................. 666 H1 - Aparição de um morto atestada pela visão men- tal do médium, na ausência de pessoas que o conhecem ............................................................. 666 H2 - Aparição de um morto atestada pela visão men- tal do médium e, simultaneamente, pela fotogra- fia transcendente ou pela fotografia só, na au- sência de pessoas que conheceram o morto......... 668 H3 - Aparição da forma terrestre de um morto por via de materialização, apoiada por provas intelectu- ais ......................................................................... 677
Considerações finais ................................................................. 687
» As hipóteses espiríticas, segundo o Sr. Hartmann ............. 691
Prefácio da tradução francesa
Conforme um ajuste feito com o Sr. Alexandre Aksakof, con- selheiro de Estado atual de S. M., o imperador da Rússia, assumi a responsabilidade de publicar em francês a sua obra tão conhe- cida no estrangeiro: Animismus und Spiritismus.
O filósofo bávaro Sr. Carl du Prel me recomendava esta obra como indispensável a qualquer investigador consciencioso; eu era do seu parecer.
Confiei a tradução da obra ao Sr. B. Sandow, nosso colabora- dor, em razão dos seus conhecimentos lingüísticos; acrescentarei que as provas definitivas foram submetidas à aprovação do autor.
Deixo ao tradutor a incumbência de apresentar ao público francês algumas considerações sobre Animismo e Espiritismo e sobre as origens deste volume.
O Editor: P.-G. Leymarie
A obra que apresentamos ao público não foi escrita com o in- tuito especial de defender a causa espírita, mas, sim, para preser- var essa doutrina dos ataques sérios a que no futuro ficaria indu- bitavelmente exposta, desde que os fatos sobre os quais se baseia sejam admitidos pela Ciência.
A leitura deste livro produzirá certamente impressão profunda no espírito de todos aqueles que se preocupam com o problema da vida e meditam sobre os destinos humanos. Sem dúvida, os espíritas só encontrarão aqui a confirmação, cientificamente formulada, de suas crenças; os incrédulos, quer o sejam de caso pensado, quer repousem apenas no quietismo de um cepticismo indiferente, ao menos serão levados à dúvida, que resume, apesar de tudo, a suprema prudência no homem, quando este não tem, para sancionar as suas convicções, uma certeza absoluta.
A uma pena muito mais autorizada do que a minha caberia apresentar Animismo e Espiritismo aos leitores franceses. Mas nenhuma necessidade deste gênero se impõe, porque o nome do escritor basta para recomendar sua obra e, demais, o seu Prefácio
pude ter à vista todos os textos originais e vi-me assim obrigado, acerca de muitos deles, a limitar-me às traduções alemã e russa, as quais, apresso-me em dizê-lo, nada deixam a desejar.
Tenho necessidade, depois desta documentação, de solicitar a indulgência do leitor?
Conto que os meus esforços serão apreciados com retidão por aqueles que se interessam por estas questões de tão elevada im- portância.
Concluindo, não posso deixar de exprimir o meu mais vivo reconhecimento ao meu sábio amigo, o Dr. H., pelo precioso concurso que generosamente me prestou. Recorri aos seus co- nhecimentos para a tradução de diversos trechos de ordem cientí- fica e técnica, e posso dizer que sempre recebi dele pareceres tão esclarecidos quanto benevolentes.
Devo, finalmente, agradecer ao Sr. Leymarie haver-me confi- ado este trabalho tão delicado quanto interessante.
B. Sandow
Prefácio da edição alemã
Hoje, que afinal está pronta a minha resposta ao Sr. Hart- mann, depois de quatro anos de trabalho realizado no meio de sofrimentos morais e físicos, não julgo inútil dar, às pessoas que lerem a minha obra, algumas palavras de explicação para guiá- las em sua leitura.
Alexandre Aksakof
O Sr. Hartmann, escrevendo a sua obra sobre o Espiritismo, imaginou, para explicar os seus fenômenos, uma teoria baseada unicamente na aceitação condicional de sua realidade, isto é, só os admitindo provisoriamente, com os caracteres que lhes são atribuídos nos anais do Espiritismo. Por conseguinte, o objetivo geral do meu trabalho não foi provar e defender a todo custo a realidade dos fatos mediúnicos, mas aduzir à sua explicação um método crítico, conforme as regras indicadas pelo Sr. Hart- mann.
É, pois, um trabalho comparável à solução de uma equação algébrica cujas incógnitas só tivessem um valor convencionado.
O primeiro capítulo, que trata das materializações, é o único que se distingue, sob este ponto de vista, do resto da obra, por- que aqui o Sr. Hartmann, admitindo completamente a realidade subjetiva ou psíquica do fenômeno, considerado por ele como uma alucinação, tinha exigido, para a aceitação de sua realidade objetiva, certas condições de experimentação, às quais eu tratei de satisfazer.
sível. Mas é preciso fazer ao Sr. Hartmann esta justiça: ele mes- mo tentou fixar as condições e os limites dentro dos quais cada uma destas hipóteses é aplicável.
A minha tarefa era, pois, indagar se não há fenômenos em que as hipóteses do Sr. Hartmann são impotentes para explicar
- nos limites ou condições em que elas são aplicáveis segundo suas próprias regras.
Afirmando a existência de tais fenômenos, sustentei bem a minha tese? Não compete a mim pronunciar-me sobre esse pon- to.
Interesso-me pelo movimento espírita desde 1855, e desde então não deixei de estudá-lo em todas as suas particularidades e através de todas as literaturas. Durante muito tempo aceitei os fatos apoiado no testemunho alheio; foi só em 1870 que assisti à primeira sessão, em um círculo íntimo que eu tinha organizado. Não fiquei surpreendido de verificar que os fatos eram realmente tais quais me tinham sido referidos por outros; adquiri a convic- ção profunda de que eles nos ofereciam – como tudo o que existe na Natureza – uma base verdadeiramente sólida, um terreno fir- me para a fundação de uma ciência nova que seria talvez capaz, em futuro remoto, de fornecer ao homem a solução do problema da sua existência. Fiz tudo o que estava ao meu alcance para tor- nar os fatos conhecidos e atrair sobre o seu estudo a atenção dos pensadores isentos de preconceitos.
Mas, enquanto me entregava a esse trabalho exterior, um tra- balho interior se realizava.
Acredito que todo observador sensato, desde que começa a estudar esses fenômenos, fica impressionado por estes dois fatos incontestáveis: o automatismo evidente das comunicações espirí- ticas e a falsidade arrogante, e do mesmo modo evidente, do seu conteúdo; os nomes ilustres com que elas são freqüentemente assinadas constituem a melhor prova de que essas comunicações não são o que pretendem; o mesmo sucede relativamente aos fenômenos físicos simples; é do mesmo modo evidente que eles se produzem sem a menor participação consciente do médium, e
nada, à primeira vista, justifica a suposição de uma intervenção dos “espíritos”. E só mais tarde, quando certos fenômenos de ordem intelectual nos obrigam a reconhecer uma força inteligen- te extramediúnica, é que esquecemos as primeiras impressões e encaramos com mais indulgência a teoria espirítica em geral.
Os materiais que eu tinha acumulado, quer pela leitura, quer pela experiência prática, eram consideráveis, mas a solução do problema não vinha. Pelo contrário, passando os anos, os lados fracos do Espiritismo tornavam-se cada vez mais visíveis: a ba- nalidade das comunicações, a pobreza de seu conteúdo intelectu- al, ainda quando elas não são banais, o caráter mistificador e falso da maioria das manifestações, a inconstância dos fenôme- nos físicos, quando se trata de submetê-los à experiência positi- va, a credulidade, a preocupação, o entusiasmo irrefletido dos espíritas e dos espiritualistas, finalmente a fraude que fez erup- ção com as sessões às escuras e com as materializações – que eu conheço não só pela leitura, mas que fui coagido a verificar por minha própria experiência nas relações com os médiuns profis- sionais de maior nomeada –, em suma, uma multidão de dúvidas, objeções, contradições e perplexidades de toda espécie, só con- corriam para agravar as dificuldades do problema.
As impressões de momento, os argumentos que nos vêm as- saltar, fazem passar o espírito de um a outro extremo e o lançam na dúvida e na aversão mais profunda. Deixando-nos deslizar sobre esse plano-inclinado, acabamos freqüentemente por esque- cer o pro , para não ver senão o contra. Muitas vezes, ocupando- me com essa questão, o meu espírito deteve-se sobre as grandes ilusões pelas quais a humanidade passou em sua evolução inte- lectual; recapitulando todas as teorias errôneas, desde a da imo- bilidade da Terra e da marcha do sol, até as hipóteses admitidas pelas ciências abstratas e positivas, perguntei a mim mesmo se o Espiritismo não estava destinado a ser uma dessas ilusões. En- tregando-me a essas impressões desfavoráveis, facilmente me teria desanimado, mas eu tinha para me sustentar considerações mais elevadas e uma série de fatos incontestáveis que tinham, para advogar a sua causa, um defensor onipotente: a própria Na- tureza.
O grupamento dos fenômenos e sua subordinação, eis o ver- dadeiro método que deu tão grandes resultados no estudo dos fenômenos do mundo visível, e que dará não menos importantes quando for aplicado ao estudo dos fenômenos do mundo invisí- vel ou psíquico.
O que proporcionou ao Espiritismo um acolhimento tão pou- co razoável e tão pouco tolerante foi que, desde a sua invasão na Europa sob sua forma mais elementar, as mesas girantes e falan- tes, o conjunto de todos os seus fenômenos foi imediatamente atribuído, pela massa, aos “espíritos”.
Esse erro era, entretanto, inevitável e, por conseguinte, des- culpável em presença de fatos de natureza a encher de admiração as testemunhas entregues às suas próprias conjecturas. Por sua vez, os adversários do Espiritismo caíam no extremo oposto, nada querendo saber dos “espíritos” e negando tudo. Aqui, como sempre, a verdade se encontra entre os dois.
Para mim a luz só começou a despontar no dia em que o meu índice me forçou a introduzir a categoria do Animismo , isto é, quando o estudo atento dos fatos me obrigou a admitir que todos os fenômenos mediúnicos, quanto ao seu tipo , podem ser produ- zidos por uma ação inconsciente do homem vivo – conclusão que não repousava sobre uma simples hipótese ou sobre uma afirmação gratuita, mas sobre o testemunho irrecusável dos pró- prios fatos –, donde esta conseqüência, que a atividade psíquica inconsciente do nosso ser não é limitada à periferia do corpo e não apresenta um caráter exclusivamente psíquico, mas pode também transpor os limites do corpo, produzindo efeitos físicos e mesmo plásticos; por conseguinte, essa atividade pode ser intra- corpórea ou extracorpórea.
Essa última oferece um campo de exploração inteiramente novo, cheio de fatos maravilhosos, geralmente considerados co- mo sobrenaturais; é esse domínio, tão imenso, senão mais, do que o do Espiritismo, que designei sob o nome de Animismo , a fim de distingui-lo daquele de uma maneira categórica.
É extremamente importante reconhecer e estudar a existência e a atividade desse elemento inconsciente da nossa natureza, nas
suas mais variadas e mais extraordinárias manifestações como as vemos no Animismo. Só tomando esse ponto de partida é possí- vel dar uma razão de ser aos fenômenos e às pretensões do Espi- ritismo, pois que, se alguma coisa sobrevive ao corpo e persiste, é precisamente o nosso inconsciente , ou melhor, essa consciência interior que não conhecemos presentemente, mas que constitui o elemento primordial de toda individualidade.
Dessa maneira, temos à nossa disposição não uma, porém três hipóteses suscetíveis de fornecer a explicação dos fenôme- nos mediúnicos, hipóteses que têm, cada uma delas, a sua razão de ser para a interpretação de uma série de fatos determinados; por conseguinte, podemos classificar todos os fenômenos medi- únicos em três grandes categorias que se poderiam designar da maneira seguinte:
1º: Personismo – Fenômenos psíquicos inconscientes, produ- zindo-se nos limites da esfera corpórea do médium, ou interme- diúnicos , cujo caráter distintivo é, principalmente, a personifica- ção , isto é, a apropriação (ou adoção) do nome e muitas vezes do caráter de uma personalidade estranha à do médium. Tais são os fenômenos elementares do mediunismo: a mesa falante, a escrita e a palavra inconsciente. Temos aqui a primeira e mais simples manifestação do desdobramento da consciência , esse fenômeno fundamental do mediunismo. Os fatos dessa categoria nos reve- lam o grande fenômeno da dualidade do ser psíquico, da não identidade do “eu” individual, interior, inconsciente, com o “eu” pessoal, exterior e consciente; eles nos provam que a totalidade do ser psíquico, seu centro de gravidade, não está no “eu” pesso- al; que este último não é mais do que a manifestação fenomênica do “eu” individual (numenal); que, por conseguinte, os elemen- tos dessa fenomenalidade (necessariamente pessoais) podem ter um caráter múltiplo – normal, anormal ou fictício –, segundo as condições do organismo (sono natural, sonambulismo, mediu- nismo). Esta categoria dá razão às teorias da “cerebração incons- ciente” de Carpenter, do “sonambulismo inconsciente ou latente” do Sr. Hartmann, do “automatismo psíquico” dos Srs. Myers, Janet e outros.
aqui a manifestação terrestre do “eu” individual por meio daque- les elementos da personalidade que tiveram a força de manter-se em roda do centro individual, depois de sua separação do corpo, e que se podem manifestar pela mediunidade ou pela associação com os elementos psíquicos homogêneos de um ser vivo. Isso faz que os fenômenos do Espiritismo, quanto ao seu modo de manifestação, sejam semelhantes aos do personismo e do ani- mismo , e não se distingam deles a não ser pelo conteúdo intelec- tual que trai uma personalidade independente.
Uma vez admitidos os fatos desta última categoria, claro é que a hipótese que daí resulta pode igualmente ser aplicada aos fatos das duas primeiras categorias; ela não é mais do que o de- senvolvimento ulterior das hipóteses precedentes. A única difi- culdade que se apresenta é que, muitas vezes, as três hipóteses podem servir com o mesmo fundamento para a explicação de um só e mesmo fato. Assim, um simples fenômeno de personismo poderia também ser um caso de animismo ou de Espiritismo. O problema é, pois, decidir a qual dessas hipóteses é preciso aten- der, pois que se enganaria quem pensasse que uma só é bastante para dominar todos os fatos. A crítica proíbe ir além da que basta para a explicação do caso submetido à análise.^2
Assim, pois, o grande erro dos partidários do Espiritismo é ter querido atribuir todos os fenômenos, geralmente conhecidos sob esse nome, aos “espíritos”. Este nome, por si só, basta para nos insinuar em um mau caminho. Ele deve ser substituído por um outro, por um termo genérico, não envolvendo hipótese al- guma, doutrina alguma, como por exemplo a palavra mediunis- mo , denominação que desde muito tempo introduzimos na Rús- sia.
Toda verdade nova, no domínio das ciências naturais, faz seu caminho lentamente, gradualmente, porém seguramente. Foram precisos cem anos para fazer aceitar os fatos do magnetismo a- nimal, posto que eles sejam muito mais fáceis de obter e de estu- dar do que os do mediunismo. Depois de muitas vicissitudes, eles romperam finalmente as barreiras altivas do “ ignorabimus ” dos sábios; a Ciência teve que lhes fazer bom acolhimento e aca- bou por adotar esse filho bem legítimo, batizando-o com o nome
de hipnotismo. É verdade que essa ciência nova mantém-se prin- cipalmente em suas formas elementares, sobre o terreno fisioló- gico. Mas a sugestão verbal conduzirá fatalmente à sugestão mental e já se elevam vozes que o afirmam.
É o primeiro passo no caminho do supra-sensível. Chegar-se- á, mui natural e inevitavelmente, a reconhecer o imenso domínio dos fenômenos telepáticos , e um grupo de sábios intrépidos e infatigáveis já os estudaram, aceitaram e classificaram. Esses fatos têm um alto valor para a explicação e legitimação dos ou- tros fatos, quer anímicos, quer espiríticos. Ainda um pouco, e eis-nos chegados aos fatos de clarividência – eles já batem nas portas do santuário!
O hipnotismo é a cunha que forçará as barreiras materialistas da Ciência, para fazer penetrar nelas o elemento supra-sensível ou metafísico. Ele já criou a psicologia experimental ,^3 que aca- bará fatalmente por compreender os fatos do Animismo e do Es- piritismo , os quais, por sua vez, terminarão na criação da metafí- sica experimental como o predisse Schopenhauer.
Hoje, graças às experiências hipnóticas, a noção da persona- lidade sofre uma completa revolução. Não é mais uma unidade consciente, simples e permanente, como o afirmava a antiga es- cola, porém uma “coordenação psicológica”, um conjunto coe- rente, um consenso, uma síntese, uma associação dos fenômenos da consciência, enfim, um agregado de elementos psíquicos ; por conseguinte, uma parte desses elementos pode, em certas condi- ções, se dissociar, se destacar do núcleo central, a tal ponto que esses elementos tomem pro tempore o caráter de uma personali- dade independente. Eis uma explicação provisória das variações e dos desdobramentos da personalidade, observados no sonam- bulismo e no hipnotismo.
Nessa explicação já divisamos o gérmen de uma hipótese plausível para os fenômenos do mediunismo, e efetivamente co- meça-se a aplicá-lo aos fenômenos elementares, que os senhores sábios condescendem em reconhecer presentemente sob o nome de “automatismo psicológico” (ver os Srs. Myers, Charles Ri- chet, P. Janet).