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Acionamento MCC, Notas de estudo de Engenharia Elétrica

Acionamento de maquina de corrente continua

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 21/05/2009

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Acionamentos Elétricos
Prof.: Genésio Gomes Diniz
1
UnilesteMG Centro Universitário do Leste de Minas Gerais
Departamento de Engenharia Elétrica
Disciplina: Acionamentos de Máquinas - Dinâmica de máquinas cc.
Professor: Genésio Gomes Diniz
Introdução
Os motores de corrente contínua ainda são largamente usados em acionamentos
à velocidade variável, e apresentam características muito particulares, como
simplicidade de equacionamento e modelagem e controle relativamente simples. A
comutação permite um desacoplamento entre as variáveis de fluxo principal e
corrente de armadura, responsáveis diretos pelo conjugado, mantendo-os em
ortogonalidade. Entretanto outros fatores também inerentes à maquina dc devem
ser levados em conta. O alto custo de fabricação, manutenção e algumas
características de difícil modelagem como as tensões de contato das escovas,
pesam na escolha de uma nova aplicação. Algumas aplicações que exigem muita
precisão, como em máquinas operatrizes, ainda prevalece, em alguns aspectos,
os motores de corrente contínua.
Na máquina de corrente contínua o enrolamento de campo pode ser conectado de
diferentes maneiras em relação ao enrolamento de armadura: em série (as
correntes de campo e de armadura são iguais); em paralelo (as tensões de campo
e a tensão terminal, V
t, de armadura são iguais) e independente. Embora
historicamente tenha se utilizado em grande escala a conexão série para
aplicações em tração, devido ao alto torque de partida que produz, com o advento
dos conversores eletrônicos de potência passou-se a utilizar a excitação
independente, em virtude da maior flexibilidade que apresenta em termos do
controle da MCC.
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Acionamentos Elétricos 1

UnilesteMG – Centro Universitário do Leste de Minas Gerais

Departamento de Engenharia Elétrica

Disciplina: Acionamentos de Máquinas - Dinâmica de máquinas cc****.

Professor: Genésio Gomes Diniz

Introdução

Os motores de corrente contínua ainda são largamente usados em acionamentos

à velocidade variável, e apresentam características muito particulares, como

simplicidade de equacionamento e modelagem e controle relativamente simples. A

comutação permite um desacoplamento entre as variáveis de fluxo principal e

corrente de armadura, responsáveis diretos pelo conjugado, mantendo-os em

ortogonalidade. Entretanto outros fatores também inerentes à maquina dc devem

ser levados em conta. O alto custo de fabricação, manutenção e algumas

características de difícil modelagem como as tensões de contato das escovas,

pesam na escolha de uma nova aplicação. Algumas aplicações que exigem muita

precisão, como em máquinas operatrizes, ainda prevalece, em alguns aspectos,

os motores de corrente contínua.

Na máquina de corrente contínua o enrolamento de campo pode ser conectado de

diferentes maneiras em relação ao enrolamento de armadura: em série (as

correntes de campo e de armadura são iguais); em paralelo (as tensões de campo

e a tensão terminal, Vt, de armadura são iguais) e independente. Embora

historicamente tenha se utilizado em grande escala a conexão série para

aplicações em tração, devido ao alto torque de partida que produz, com o advento

dos conversores eletrônicos de potência passou-se a utilizar a excitação

independente, em virtude da maior flexibilidade que apresenta em termos do

controle da MCC.

Acionamentos Elétricos 2

Acionamentos em corrente contínua

Drives trifásicos

Os acionamentos em cc de altas e médias potências são, normalmente,

alimentados por fontes trifásicas. Nestes, os motores cc são acionados por

conversores por conversores que controlam a tensão média disponibilizada em

seus terminais.

Dentre as configurações possíveis pode-se destacar os conversores em ponte

totalmente controlada e os conversores Dual (ou bidirecional).

Acionamentos Elétricos 4

Nesta configuração permite-se a condução unidirecional da corrente com inversão

da tensão, possibilitando a operação em dois quadrantes. Caracteriza-se por

ripple na tensão e corrente praticamente contínua, devido à indutância da carga. A

frenagem ocorre de acordo com a potência regenerativa do sistema mecânico.

A tensão média nos terminais do conversor é dada por:

α= α= α π

∫ − ω π

α =

π +α+

π

π

cos 2 , 34 V cos 1 , 35 V cos

3 6 V

(V V )d( t)

V

ef L

ef

6 3

6

A B

A velocidade média em regime é determinada por:

φ

α − ω= a

a aa

K

V( ) RI

Como, para excitação independente,

2 a

a

a

a

K

R T

K

V( )

φ

φ

α ω=

O segundo termo determina a queda de velocidade devido ao conjugado

motor, que reflete o conjugado de carga, em regime. Observa-se que para baixos

valores de R (^) a, haverá baixa queda na velocidade e, conseqüentemente, melhor

regulação de velocidade.

Acionamentos Elétricos 5

Conversores Dual

Nesta configuração, tanto corrente como tensão são bidirecionais, permitindo

operação nos quatro quadrantes. Os conversores Dual são a versão estática dos

acionamentos Ward-Leonard (Gerador-Motor).

Conversor dual Ideal

Caracterizado pela ausência de ripple na tensão. Neste caso pode-se

representar os conversores por duas fontes de tensão pura com diodos em série,

determinando fluxo unidirecional da corrente em cada fonte. A tensão de saída de

cada conversor é regulada pela tensão de controle Ec, que determina os ângulos

de gatilhamento. Ambos produzem a mesma tensão terminal, um como retificador

e o outro como inversor.

Acionamentos Elétricos 7

Controle do Ângulo de disparo

Avanço de

o 60 em VA ou utilização de VB a partir de t 1 para gatilhamento do

tiristores da fase A (S 11 e S 21 ).

=− θ

= θ

e K cos

e Kcos

a

'

a

o 1 2 1 2

c 1 2

cos cos 0 sendo: 180

E Kcos Kcos

α + α = α +α =

= α =− α

Acionamentos Elétricos 8

K

E

E E cos V

K

E

E E cos V

c a 2 máx 2 máx

c a 1 máx 1 máx

= α = −

= α =

c

máx a a 1 a 2 E K

V

V =E =−E =

A equação acima mostra que o conversor é um amplificador linear de tensão e

potência

Acionamentos Elétricos 10

Um sistema em malha fechada tem, geralmente, vantagens como grande

precisão, resposta dinâmica otimizada e redução dos efeitos dos distúrbios de

carga.

2.1. Função de transferência do motor de corrente contínua

O modelo elétrico do motor de corrente contínua é representado pela equação

diferencial 1.

dt

di V =E +R i +L

a a a aa a (1)

Onde: E (^) a =Kaφω= Tensão induzida na armadura. (2)

A equação de equilíbrio do conjugado resultante é:

dt

d T =TL+B +J

ω ω

(3)

Onde: T =Ka φi (^) a= Conjugado eletromagnético. (4)

Figura 1. Características Mecânicas: a) motor dc com excitação independente b) motor de indução; c) motor síncrono

Acionamentos Elétricos 11

Figura 2 – Desenvolvimento da função de transferência a) Modelo do motor com

excitação independente b) Diagrama de blocos do motor c) Diagrama

simplificado.

m 1

m1 m

1 s

k ( 1 s )

τ

τ

m

m

1 s

k

  • τ

Va Ia (s) ω^ (s)

(c)

(a)

(b)

a

a

1 + s

1/R

τ

Ia (s)

1 +s m

1/B

τ

TL (s)

Ka φ

T (s)

Campo

ω (s)

Ka φ

Campo

a (s)

Eg (s)

Va

Acionamentos Elétricos 13

A partir da figura 2b, pode-se obter uma expressão da velocidade em função de

distúrbios na tensão aplicada Va(s) e no conjugado de carga TL(s).

T (s) 1 G(s)H(s)

G (s) V(s) 1 G(s)H(s)

G(s) ù(s) (^) L

2 2

2 a 1 1

1

Onde:

1 + s

( 1 /B)

(K )

1 +s

( 1 /R )

G (s)= m

a a

a 1 τ

φ τ

(11a)

H 1 (s) =Ka φ (11b)

1 s

( 1 /B)

G (s) m

2

  • τ

(11c)

1 s

(K ) /R

H(s)

a

a

2 a 2

  • τ

φ = - (11d)

Se considerarmos desprezível o conjugado de carga, por enquanto, pode-se

expressar a velocidade como função da tensão aplicada, usando as equações 11, 11a

e 11b.

(K ) +R B( 1 +s )( 1 +s )

K

V(s)

(s)

a a m

2 a

a

a φ τ τ

ω φ (12)

Se τ (^) a << τm,τa pode ser desprezado, resultando em:

m 1

m

a a m

2 a

a

a 1 +s

k

(K ) +R B+sR B )

K

V(s)

(s)

φ τ τ

ω φ (12a)

m a

2 a

a m 1 (K ) R B

R B

τ φ +

τ = (12b)

(K ) +R B

K

k = a

2 a

a m φ

φ (12c)

τ (^) m 1 < τ m (12d)

Acionamentos Elétricos 14

m

m

m

a

a 1 +s

k

( 1 +s )

K /B

I(s)

(s)

τ τ

ω φ (13)

Entretanto, a partir das equações 12a e 13, tem-se que:

(s)

I(s) × V(s)

(s)

V(s)

I (s) a

a a

a

ω

ω

m 1

m1 m

a m 1

m m

1 + s

k ( 1 +s )

K ( 1 +s )

k B( 1 +s )

τ

τ

φ τ

τ (14)

Então o motor pode ser representado, para o propósito de análise de controle de

tensão de armadura , como dois blocos, como mostrado pela figura 2c. As

constantes de ganho km1, km2 e km3 são definidas como:

K / B

k

(K ) +R B

B

k = a

m

a

2 a

m 1 φ φ

(14a)

B

K

k =

a m

φ (14b)

k (^) m2 =km1k m2 (14c)

A figura 3 representa as funções de transferência da velocidade e corrente de

armadura do motor.

Figura 3 – Modelo do motor com excitação independente : Diagrama simplificado.

3. Dinâmica na regulação de velocidade do motor cc

Relembrando, a equação da velocidade em regime permanente para o motor cc:

m 1

m1 m

1 s

k ( 1 s )

τ

τ

m

m

1 s

k

  • τ

Va Ia (s) ω^ (s)

Acionamentos Elétricos 16

Dada a elevada constante de tempo elétrica do enrolamento de campo (para

enrolamento independente), não é possível fazer variações rápidas de velocidade

por meio deste controle. Esta é uma alternativa com uso principalmente em tração,

onde as exigências de resposta dinâmica são menores.

Do ponto de vista de um melhor desempenho do sistema, o controle através da

tensão terminal é o mais indicado, uma vez que permite ajustes relativamente

rápidos (sempre limitados pela dinâmica elétrica e mecânica do sistema), além de,

adicionalmente, possibilitar o controle do torque, através do controle da corrente

de armadura. É o método geralmente utilizado no acionamento de MCC em

processos industriais.

Acionamentos Elétricos 17

4. Dinâmica de Velocidade em Malha Fechada

Se um gerador tacômetro ou um encoder é acoplado ao eixo do motor, o sinal

de velocidade real pode realimentar a malha de velocidade e o erro de velocidade

εω é usado para controlar a tensão de armadura. A tensão aplicada é controlada

por conversor dual trifásico. Através de um esquema de gatilhamento adequado

pode-se obter uma relação linear entre a tensão de controle Ec e a tensão de

armadura Va. Se a constante de tempo do conversor é relativamente pequena de

modo que possa ser desprezado, então:

c

LL c c

a

Ê

V k E s

E s

π

= =

3 2

( )

( ) (16)

Onde (^) Ê (^) c corresponde à tensão de controle para ângulo de disparo de 0º e, VLL é

a tensão de linha rms do barramento de entrada.

Figura 5 – Malha de Velocidade de um motor de corrente contínua

Ec

Ks Kc

m 1

m1 m

1 s

k ( 1 s )

τ

τ

m

m

1 s

k

  • τ

Kt

3 φ ac

Motor

Er (s) EN (s)

Controlador de velocidade

Conversor

Va ω^ (s)

Acionamentos Elétricos 19

k k k k k 1

k

s c m 1 m 2 t

m 1 1

τ = (21)

Se k (^) sk ckm 1 km 2 kt >> 1 , então:

t

1 k

k ≅ (22)

s c m 1 m 2 t

m 1 1 k k k k k

τ τ = (23)

A partir das equações 19 e 13:

( 1 s )

( 1 s)

k

k

(s)

I(s)

E(s)

(s)

E(s)

I

1

m

m 2

a 1

r r

a

  • τ

+τ = 

ω

 ω = (24)

A resposta de corrente à uma mudança em degrau da entrada Er é:

( 1 s )

( 1 s)

k s

k E I(s) 1

m

m 2

1 r a +τ

1

1 2

s 1

A

s

A

  • τ

Onde:

m 2

1 r 1 k

kE A = (26)

τ

τ = 1 k

kE A

1

m

m 2

1 r 2 (27)

Acionamentos Elétricos 20

Logo, no domínio do tempo, a corrente Ia(t) é:

τ

τ −τ = +

τ

− 1

t

1

m 1

m 2

r 1 a e

k

Ek I (t) (28)

Desde que τm >> τ 1 , τ 1 pode ser desprezado. Normalizando a corrente para

regime permanente com Ia(∝):

1

t

1

m

a

a 1 e I ( )

I (t) −τ

τ

τ ≅ + ∞

(29)

A equação 29 mostra que uma variação na entrada Er resulta em uma larga e

brusca mudança na corrente, a qual decrescerá suavemente. Esta sobrecorrente

transitória é indesejável para a operação do conversor (limitações de di/dt).

4.2. Controle de Corrente

Uma análise prévia revela que a necessidade de limitar a corrente em um valor

máximo admissível para o conversor e o acionamento. Este objetivo não seria

atingido com a configuração da figura 5, onde a tensão do motor é controlada pelo

erro de velocidade. Logo, pode-se perceber que a tensão e a corrente serão

limitadas unicamente pelo erro de velocidade.

Entretanto, o limite de corrente pode ser implementado se uma malha interna para

controle da corrente usando a saída do controlador de velocidade como

referência. Ambos, o controlador P e o controlador PI para o controle de corrente

serão analisados a seguir.