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a-neurociencia-na-formacao-de-professores, material para psicopedagogia.
Tipologia: Trabalhos
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MárciaGorettRibeiroGrossi;AlineMoraesLopes;PabloAlvesCouto
Márcia Gorett Ribeiro Grossi ∗ Aline Moraes Lopes ∗∗ Pablo Alves Couto ∗∗∗
Conhecer o funcionamento, potencialidades e limitações do sistema nervoso possibilitam atender as demandas do educador frente às dificuldades de aprendizagem, levando a uma contribuição positiva na prática pedagógica. Por isso a importância de perceber os fundamentos sobre neurobiologia cognitiva, necessários no processo ensino e aprendizagem. Nesta perspectiva, o objetivo desta pesquisa foi verificar se os cursos de Pedagogia e dos Programas Especiais de Formação Pedagógica de docentes no Brasil têm incorporado em suas propostas pedagógicas os conhecimentos sobre a neurociência. Assim, foram realizadas análises nas matrizes curriculares desses cursos. Complementando o estudo, foi feita uma consulta ao banco de Teses e Dissertações da Capes, para identificar as publicações nacionais acadêmicas sobre essa temática. Os resultados permitem afirmar que a neurociência cognitiva na área educacional ainda não é uma realidade, haja vista a falta de disciplinas relacionadas com a neurociência na maioria das matrizes curriculares dos cursos pesquisados. Os dados, portanto, indicam a necessidade de uma revisão nos currículos dos profissionais da Educação. Analisando a produção nacional sobre a neurociência na educação, percebe-se que a pesquisa sobre este tema encontra-se tímida, embora exista um interesse cada vez maior nos últimos dez anos. Palavras-chave : Prática pedagógica. Neurociência. Processo ensino e aprendizagem. Publicações nacionais. Curso de pedagogia.
ABSTRACT
NEUROSCIENCE FINDINGS AND TEACHER TRAINING: A STUDY OF BRAZILIAN REALITY Understanding the nervous system function, its capabilities and limitations may help educators to solve their demands through new ways of viewing their pedagogical practice when facing learning difficulties. This is why it is important to understand the
∗ (^) Doutora em Ciência da Informação pela UFMG. Mestre em Tecnologia pelo CEFET-MG. Engenheira Eletricista pela PUC- -MG. Professora do Depto de Educação e Subcoordenadora do Mestrado em Educação Tecnológica do CEFET-MG. Membro do Grupo de Pesquisa AVACEFET do CEFET-MG. Endereço para correspondência: Av. Amazonas, 7.675 –Nova Gameleira, Belo Horizonte. Minas Gerais. CEP: 30510-000. marciagrossi@terra.com.br ∗∗ (^) Mestranda em Educação Tecnológica pelo CEFET-MG. Especialista em PROEJA pelo CEFET-MG. Graduada em Letras pela UFSJ. Membro do Grupo de Pesquisa AVACEFET do CEFET-MG. Endereço para correspondência: Av. Amazonas, 7.
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fundamentals of cognitive neurobiology required for teaching and learning processes. In this perspective, the objective of this study was to check whether Pedagogy courses and Special Programs for teacher training in Brazil have incorporated into their pedagogical practice the knowledge of neuroscience. Thus the curricular schedules of these courses were analyzed. In order to complement this study, thesis and dissertations from Capes were also analyzed in an attempt to identify national academic publication on this topic. The results indicate that cognitive neuroscience in education is not yet a reality, given the lack of disciplines related to neuroscience in most curricular courses analyzed. Thereby, it is necessary a revision of the curricula of teacher training courses. When we analyze the national studies on neuroscience and its application in education, it is clear that there are few researches on this topic, although there is a growing interest on it in the last ten years. Keywords : Pedagogical practice. Neuroscience. Teaching and learning processes. National publications. Pedagogy courses.
O Brasil tem 12,9 milhões de analfabetos, se- gundo o relatório de 2012 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). A responsabilidade por esse índice é decorrente de vários motivos. Dentre eles destacam-se os altos índices de fracasso escolar, que podem ser verificados nos resultados apresentado pelos sistemas de avaliação como a Prova AB, que é uma parceria entre o movimento independente Todos Pela Educação, o Instituto Paulo Montenegro/Ibope, a Fundação Cesgranrio e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Edu- cacionais (Inep), a Avaliação da Educação Básica (Saeb) e a Prova Brasil, ambos realizados pelo Inep. Todas essas avaliações têm revelado que no ano de 2011 os alunos que chegam ao 5º ano do Ensino Fundamental não dominam as competências bási- cas de leitura, escrita e matemática, principalmente os alunos das escolas públicas. Além desses dados, a empresa Pearson apresentou em 2012 o resultado de uma pesquisa sobre habilidades cognitivas e desempenho escolar em 40 países. O Brasil ficou na penúltima colocação nesta pesquisa, que con- sidera o resultado de testes de matemática, leitura e ciências para alunos dos últimos anos do ensino fundamental, indicando que a alfabetização desses alunos não tem sido plenamente efetivada, contri- buindo para o alto índice de analfabetos brasileiros (PEARSON, 2012). Com base no cenário exposto, acredita-se que uma possibilidade para minimizar o fracasso es- colar é aceitar as diversidades presentes nas salas
de aula. Os professores precisam estar capacitados para compreender e atender as diferenças cogniti- vas dos alunos de acordo com os princípios da neu- rociência, pois o conhecimento do sistema nervoso, fisiológico e patológico ajuda a melhorar as práticas educativas visando à diminuição das dificuldades de aprendizagem (ESCRIBANO, 2007). Nesta direção argumentativa, a neurociência – enquanto um ramo do conhecimento que envolve várias áreas como, por exemplo, a neurologia, a psicologia e a biologia, que possuem como tema comum de pesquisa o sistema nervoso (SN) – oferece a possibilidade de entender como ocorre o processo de aprendizagem. Embora, para que a aprendizagem aconteça, seja necessário o diálogo entre a neurociência e a pedagogia, pois esta últi- ma é a responsável pelos métodos pedagógicos de ensino. Complementando esse tema, Guerra (2010, p. 4) comenta: Os avanços das neurociências esclareceram muitos aspectos do funcionamento do SN, especialmente do cérebro, e permitiram a abordagem mais científica do processo ensino e aprendizagem. Funções relaciona- das à cognição e às emoções, presentes no cotidiano e nas relações sociais, como dormir, comer, gostar, reconhecer, falar, compreender, ter atenção, esque- cer, experimentar, ajudar, lembrar, calcular, planejar, julgar, rir, movimentar-se, trabalhar, emocionar-se, são comportamentos que dependem do funciona- mento do cérebro. Educar é aprender também. E, para entender o que ocorre com o cérebro quando uma pessoa aprende, faz-se necessário rea- lizar releituras dos teóricos da educação, associan-
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pelas funções mentais superiores como a consci- ência, a imaginação e a linguagem, e o processo de aprendizagem. Em síntese, é o vínculo entre o ato de aprender e as atividades do Sistema Nervoso Central (SNC). Ainda de acordo com Relvas (2011), o processo de aprendizagem do cérebro está na neurociência celular, destacando neste processo a importância dos neurônios, que têm como função básica rece- ber, processar e enviar informações. A transmissão de informação de um neurônio para outro ou de um neurônio para uma célula não neural ocorre através de estruturas especializadas denominadas sinapses, que podem tanto induzir quanto inibir a despolarização da célula pós-sináptica. Cada neu- rônio pode ter de mil a 10 mil sinapses físicas e químicas. Nesse local, a informação é passada para o próximo neurônio através de neurotransmissores (MACHADO, 2002). O processo de aprender está relacionado com as bases químicas e físicas na função neural, através das sinapses. As sinapses físicas relacionam os acontecimentos que vêm do meio externo para o in- terno, e as sinapses químicas são responsáveis pela comunicação entre neurônios por meio de media- dores químicos denominados neurotransmissores (NT), que são sintetizados pelos próprios neurônios e armazenados dentro de vesículas. Sendo assim, os estados mentais são provenientes de padrões de atividade neural, sendo a aprendizagem realizada
por meio da estimulação das conexões neurais que induzem o desenvolvimento e reorganização da estrutura cerebral, resultando em novos comporta- mentos que acontecem quando ocorre uma efetiva intervenção pedagógica. Por isso, pode-se afirmar que o cérebro que aprende é estimulado anatômica e fisiologicamente. E para compreender como a neurociência contribui com o processo de ensino é preciso conhecer a anatomia da aprendizagem e como as áreas do sistema nervoso são estimuladas e as informações são processadas. Por isso a im- portância de se conhecer as funções desenvolvidas pela região cerebral denominada córtex. Do ponto de vista da aprendizagem, a aquisição de conteúdos teóricos está relacionada com várias regiões do encéfalo, sobretudo com estruturas do cérebro e sistema límbico, como o hipocampo, a amígdala e o córtex entorrinal (DALGARRONDO, 2008). O córtex cerebral é a camada mais externa do cérebro, responsável pelas funções mentais mais complexas e desenvolvidas, como memória, atenção, consciência, linguagem, percepção e pensamento; é o local do processamento neuronal. Existem vários graus de organização do córtex cerebral como, por exemplo, lobos, giros e cama- das teciduais. Neste estudo escolheu-se utilizar a divisão do córtex em lobos, pois, ainda que mais geral, é mais simples de compreender. O Quadro 1 apresenta a relação entre as regiões do córtex cerebral e suas principais funções.
Região do Córtex Cerebral Principais Funções
Lobo Frontal Responsável pelas funções cognitivas superiores e funçãomotora.
Lobo Temporal Processa os estímulos auditivos e realiza associações deinformações.
Lobo Parietal
É constituído por duas subdivisões: a anterior, denominada córtex somatossensorial, que é responsável pela recepção de sensações como o tato, a dor e a temperatura do corpo, e a área posterior dos lobos parietais, que é uma área secundária responsável pela análise, interpretação e integração das informações recebidas pela área anterior.
Lobo Occiptal (ou visual) Processa os estímulos visuais.
Quadro1 – Relação entre as regiões do córtex cerebral e suas principais funções
Fonte: Elaborado pelos autores deste trabalho.
MárciaGorettRibeiroGrossi;AlineMoraesLopes;PabloAlvesCouto
Portanto, a compreensão destas funções se faz necessária na sala de aula, como explicam Guerra, Pereira e Lopes (2004, p. 1):
As estratégias pedagógicas utilizadas pelo educador no processo ensino e aprendizagem são estímulos que reorganizam o sistema nervoso em desenvolvi- mento, produzindo aquisição de comportamentos, objetivo da educação. Por isso é fundamental que os professores es- timulem individualmente a inteligência dos seus alunos, reconhecendo as diferentes potencialidades, limitações e habilidades que cada indivíduo possui, utilizando diferentes metodologias que possibilitem a cada um aprender da maneira mais efetiva. Esses estímulos podem aumentar sua motivação para a aprendizagem, já que cada indivíduo possui especi- ficidades no processo de aprender (STERNBERG; GRIGORENKO, 2003). Desta maneira, Markova (2000) defende a im- portância da neurociência na sala de aula e explica que as pessoas pensam e aprendem de maneiras diferentes, utilizando padrões individuais da inte- ligência natural que a mente usa para aprender e apresenta seis padrões diferentes de aprendizagem,
que se baseiam na forma como as informações são processadas pelo cérebro: Os 6 padrões de aprendizagem trazidos por Markova estão relacionados com os 3 níveis de consciência (mente consciente, mente subconsciente e mente inconsciente) e com as 3 linguagens simbólicas que a mente usa para receber, organizar e processar informações (auditiva, visual e cinestésica). Cada estado de consciência usa uma das 3 linguagens simbólicas para processar as informações. (GROSSI; SANTOS, 2011, p. 3). Nesta perspectiva, como existem várias formas de pensar e de aprender, também há várias formas de ensinar. O Quadro 2 apresenta diversas alternativas de estratégias pedagógicas que devem ser escolhidas para despertar as linguagens predominantemente naturais da mente, denominadas por Markova (2000) como linguagens simbólicas responsáveis pela forma como cada aluno aprende. É importante salientar que, durante o processo de aprendizagem, não se utiliza apenas e de uma só vez uma linguagem de aprendizagem, mas a combinação de várias. Portan- to, para estimular uma linguagem da mente, várias estratégias pedagógicas são requeridas.
Linguagem Natural predominante da Mente Principais Estratégias pedagógicas
Visual Portifólio; Seminários; Mapa conceitual; Estudo de caso;Filmes/vídeos; Leitura; Jogos; Interação via redes sociais.
Auditiva
Aula expositiva dialogada; Artes cênicas; Música; Jogos; Grupo de verbalização e de observação (GVGO); Debates e júri simulado.
Cinestésica Competições esportivas; Artes cênicas e plásticas; Dança;Jogos.
Fonte: Elaborado pelos autores deste trabalho.
Quadro 2 – As linguagens naturais da mente e as estratégias pedagógicas
O desafio da neurociência aplicada na educação é relacionar as informações dos Quadros 1 e 2, identificando as linguagens naturais predominan- tes da mente com as ações pedagógicas, que por sua vez irão estimular cada uma das regiões do córtex cerebral. Desta maneira, as práticas peda- gógicas poderão ser pautadas pela multiplicidade no aprendizado, em que informações são expostas
de maneiras diversas, usando múltiplos métodos. Por exemplo, estudos têm apontado que a diversão pode contribuir com a aprendizagem, pois nestas situações o corpo libera o neurotrasmissor dopa- mina, responsável pelas sensações de bem-estar e prazer e pelas funções relacionadas com cognição, motivação, recompensa, atenção, humor e apren- dizagem. E nas palavras de Relvas (2011, p. 19):
MárciaGorettRibeiroGrossi;AlineMoraesLopes;PabloAlvesCouto
Para atingir o objetivo proposto, esta pesquisa foi dividida em quatro tapas. Em todas as etapas a metodologia empregada foi a análise de conte- údo em uma abordagem qualitativa com enfoque descritivo:
1ª etapa: realizada no segundo semestre de
2ª etapa : realizada no primeiro semestre de
com o intuito de verificar a legislação que dispõe sobre as Diretrizes Curriculares dos cursos de graduação em Pedagogia, que são as normas obrigatórias para o Ensino Superior que têm como objetivo orientar o planejamento curri- cular das instituições buscando promover uma equidade de aprendizagem, possibilitando que conteúdos básicos/ comuns estejam presentes nas matrizes curriculares associados a outros conteúdos aliados à contextualização da ins- tituição. 4ª etapa : realizada no primeiro semestre de
A demonstração dos resultados, bem como suas análises, foi agrupada em quatro itens, de acordo com as etapas da metodologia. 4.1 Primeira etapa Os resultados apresentados na pesquisa (Qua- dro 3) mostram a presença pouco expressiva da neurociência na formação dos pedagogos. Apenas 6,25% das instituições pesquisadas contemplavam as disciplinas de neurociência e correlatas nas suas matrizes curriculares. Somando a essa informação, o número de formandos nos cursos de Pedagogia dobrou em sete anos, segundo dados do Censo do Ensino Superior realizado pelo INEP. Em 2002, o levantamento registrou a formatura de 65 mil edu- cadores em pedagogia (BRASIL, 2002); em 2009, esse número subiu para 118 mil (BRASIL, 2009).
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Fonte: Elaborado pelos autores deste trabalho.
Região Número deinstituições pesquisadas
Número de instituições que contemplam a neurociência nas matrizes curriculares
Disciplinas
Norte 39 0 ----
Nordeste 70 2
Sudeste 85 5
Sul 129 15
Quadro 3 – Disciplinas relacionadas com a Neurociência e as matrizes curriculares dos cursos de Pedagogia
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A análise a partir do ano da publicação (Tabela 1) demonstrou que o interesse pela pesquisa tornou-se constante, aparecendo em todos os anos, exceto em 2002. Contudo, a partir de 2006 houve um aumento no interesse pela temática. O ano de 2010 destaca-se como o de maior produção sobre o tema pesquisado.
Fonte: Elaborado pelos autores deste trabalho com base no banco de da- dos do portal Capes.
Ano Frequência
Trabalhos efetivamente relacionados ao tema pesquisado 2000 2 2 2001 1 0 2002 0 0 2003 1 0 2004 3 3 2005 3 3 2006 6 6 2007 4 4 2008 4 4 2009 5 3 2010 7 7 2011 6 6 Total 42 38
Gráfico 1 – Número de teses e dissertações de mestrado identificadas no período de 2000 a 2011 no portal da Capes.
Fonte: Elaborado pelos autores deste trabalho com base no banco de dados do portal Capes.
Tabela 1 – Número de teses e dissertações de Mestrado relacionadas ao tema pesquisado – consulta portal da Capes
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Também foi pesquisado no portal da Capes o número de publicações em periódicos no período de 2000 a 2011. Foram utilizadas nas buscas as mesmas palavras-chave para a pesquisa das teses e dissertações de mestrado e selecionados apenas os trabalhos apresentados em língua portuguesa e em revistas nacionais. No resultado da pesquisa identificou-se 52 ar- tigos, mas ao analisar o resumo destes concluiu-se que apenas 23 artigos descreviam sobre o tema
pesquisado, o que representa 44,23% da publicação nacional. Percebe-se, pela Tabela 2, a evolução dessas publicações por ano. Observando esta evolução em relação aos trabalhos que efetivamente abordaram o tema neurociência e educação, a maior parte das publicações concentrou-se de 2009 em diante, repre- sentando 60,87% do total, o que indica um interesse crescente em desenvolver pesquisas nessa área, embora ela ainda seja muito nova e em construção.
Fonte: Elaborado pelos autores deste trabalho com base no banco de dados do portal Capes.
Ano Frequência
Trabalhos efetivamente relacionados ao tema pesquisado
2000 0 0 2001 1 0 2002 0 0 2003 1 1 2004 0 0 2005 1 1 2006 2 3 2007 2 1 2008 3 3 2009 11 6 2010 10 3 2011 8 5 Total 29 23
Tabela 2 – Número de periódicos relacionados ao tema pesquisado – consulta portal da Capes
Analisando as quatro etapas, constata-se que tem aumentado o interesse sobre o conhecimen- to, funcionamento, potencialidades e limitações do sistema nervoso. Entretanto os avanços nos estudos sobre esta área de conhecimento ainda são inexpressivos. A pesquisa também revelou que a incorporação dos conhecimentos relacionados à Neurociência Cognitiva na área educacional não é uma realidade, haja vista a
falta de disciplinas sobre este tema na maioria das matrizes curriculares nos cursos de Peda- gogia e dos Programas Especiais de Formação Pedagógica de docentes em todo o país, embora pelas Diretrizes curriculares do MEC perceba-se a preocupação em se preparar os profissionais da educação habilitados em reconhecer e res- peitar as manifestações e necessidades físicas e cognitivas dos educandos.
MárciaGorettRibeiroGrossi;AlineMoraesLopes;PabloAlvesCouto
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