




























































































Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Doenças Profissionais
Tipologia: Trabalhos
1 / 343
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Tradução para o português do Dr. Raimundo Estrêla 4 edição São Paulo 2016
Frontispício da 1a^ edição do livro (1700)
A propósito desta edição comemorativa^1
cado para a Medicina, especialmente para a Medicina do Traba- lho. Foi justamente essa simples pergunta que mais contribuiu para
corporou ao interrogatório dos trabalhadores doentes, na linguagem da época, a indagação: Igualmente original foi Ramazzini quando, ao iniciar o li- vro que o tornou famoso, dirigiu-se ao próprio livro para dese- jar-lhe boa sorte com seus futuros leitores. Passados trezen- autor foi plenamente atendido: o livro continua a ser lido, desper- tando interesse e ajudando a criar caminhos para o exame das re- percussões do trabalho sobre a Medicina do Trabalho e a saúde dos trabalhadores. Felizmente, um outro prognóstico de Ramazzini não se realizou: seu livro seria utilizado como papel para embrulhar salsichas, sal e outras especiarias em plebeias quitandas... Prova de interesse, neste início de novo milênio, são os eventos que na Itália e noutros países, inclusive no Brasil, comemoram o tri- centenário da primeira edição de “As Doenças dos Trabalhadores”. A cada momento, surgem novos fatos a respeito do livro e de seu autor, que, além de professor de Medicina, foi poeta e músico. A Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt) criou um grupo especial que planejou um programa comemorativo com apresentações em várias capitais ao longo do ano 2000 e formulou
buições acerca da atualidade da vida e da obra de Ramazzini, a serem oportunamente selecionadas e publicadas. (^1) Nota da revisão: Este prefácio é da edição publicada pela Fundacentro em 2000, quando da comemoração ao tricentenário da edição original de , datada de 1700.
Uma das ideias para caracterizar o assim denominado “Ano de Ramazzini” foi a reedição da tradução de seu livro para a língua portu- guesa, a qual concretizou-se por meio da Fundacentro, que planejou e executou a obra ora apresentada ao público. Como os leitores poderão constatar, esta edição comemorativa foi precedida por um cuidadoso trabalho de revisão e editoração, com a inserção de artigos redigidos por vários colaboradores especialmente convidados. Deste novo segmento do livro, fazem parte as seguintes contribuições: uma entrevista recente do professor Raimundo Estrêla (que foi o brilhante tradutor das versões editadas pela Fundacentro); uma coletânea de observações pitorescas extraídas de diversos ca- aspectos curiosos e menos conhecidos da vida de Ramazzini e uma análise de suas atividades como clínico. especial à Fundacentro, que soube captar muito bem a importância desta publicação, com a certeza de que, além de seu valor histórico, ela contribui para ampliar o conhecimento das relações entre saúde e tra- balho e, portanto, para a melhor qualidade de vida dos trabalhadores. Bernardo Bedrikow Jorge da Rocha Gomes
O autor a seu livro Estás ardendo de desejo, livro querido, ansioso para seguires teu caminho. Escuta, entretanto, meus conselhos paternais. Vou te dizer, em poucas palavras, qual a sorte que te reserva o destino. Como proclamas que vais ensinar uma matéria nova, os sábios acorrerão a ti ávidos e curiosos. Porém, mal terão eles lido pobres páginas, te enviarão para plebeias quitandas, onde se expõem à plebe salsichas, sal ou outras especiarias. verem-se até imponentes Pandectas transformar-se em cartuchos de embalagens de peixe, pimenta ou cheiroso cumim. Não te esqueças de que foste elaborado em escuras cortes brilhantes onde sábios médicos, sempre pressurosos, estendem a mão aos cozinheiros. Pensando assim, creio eu, serás menos iludido como não o seriam livros de títulos pretensiosos se aqueles que te lerem te devolverem
A propósito deste livro e de suas traduções ernardino Ramazzini não foi autor de um só livro. Teve várias obras publicadas, que foram organizadas, depois de sua morte, pelo seu sobrinho, Bartolomeu Ramazzini, suas “obras completas”, , em 1714, com várias edições e traduções. Incontestavelmente, o livro que o imortalizou foi o De Morbis Ar- , que lhe valeu o epíteto de “Pai da Medicina do Traba- lho”, como é mundialmente reverenciado. A 1a^ edição do veio ao lume em Módena (Mutinae), Itália, no ano de 1700 (e não 1701 como muitos registram), com 360 páginas numeradas em algarismos ará- bicos, precedidas de 8 outras, em números romanos, contendo uma carta do autor aos Procuradores da Universidade de Pádua, datada de novembro de 1700, seguindo-se um Prefácio (página 1-7), um poe- ma do autor ao livro (página 8) e o texto de 43 capítulos, mas de fato 42, porque falta o capítulo 8o, naturalmente por um descuido do im- pressor. Os dez primeiros capítulos são grafados por extenso: ; do 11o^ ao 42o, a numeração está em algarismos romanos. Quanto ao 43o^ capítulo, na verdade 42o^ por causa do erro, é assinalado como capítulo último ( ) e corresponde à dissertação das doenças dos literatos. A 2a^ edição, impressa em Ultrecht (Ultrajecti), Holanda, em 1703, traz 12 páginas não numeradas, contendo o frontispício do livro, o prefácio, o poema, uma carta do tipógrafo ao leitor e o índice, seguidos de páginas numeradas com toda a matéria da 1a^ edição e mais uma paráfrase do , de Hipócrates, e uma - , ambas de autoria de Luca Antonio Porzio. Suplemento de 12 novos capítulos, impressa em Pádua (Patavii), Itá- lia, em 1713, compreendendo 52 capítulos, 2 dissertações e 2 prefá-
observação. Nela, Ramazzini compendiou toda a Higiene e Nedicina A edição paduana, surgida um ano antes da morte de Rama- zzini, apresenta no início 12 páginas não numeradas contendo uma carta do autor dirigida aos reitores da Universidade de Pádua, datada de setembro de 1713, e um prefácio. Seguem-se 453 páginas numera- das, assim divididas: 41 capítulos, da página 1 a 336 (com efeito 40, porque manteve-se o erro), e uma dissertação sobre as doenças dos parte é composta de um suplemento escrito para atender a insistentes pedidos de um tipógrafo, com uma carta do autor ao leitor (página 371 a 372), 12 capítulos e uma outra “dissertação” sobre “proteção da saúde das virgens vestais” (página 435 a 453). Depois vêm outras 27 páginas não numeradas, nas quais se encontram as cópias das licenças do “Studio” de Pádua para permitir a publicação do - (março, 1713) e do “Suplemento” (agosto, 1713), um e um
. Mantiveram-se as características da 1a^ edição no que se refere ao modo de numerar os capítulos e à omissão do capítulo oitavo, mas, nessa edição de 1713, inexplicavelmente, não aparecem o poema e
las doenças dos lapidários. Há, portanto, diferenças entre as duas edições anteriores e a primeira parte da edição de Pádua, embora esta Numerosas são as edições e traduções do , e espalhadas em todo o mundo civilizado. O prof. Adalberto Pazzini, do Instituto de História da Medicina de Roma, em 1953 pu- blicou uma nova edição, por ele batizada de , reim- pressão da edição de 1713 contendo em apêndice toda a matéria não incluída nessa edição de Pádua. Está completa, artística e luxuosa- mente impressa. relacionando 21 edições, inclusive traduções, do De Morbis isola- damente, e compreendida na. Mas a relação não está completa, porque não inclui a tradução norte-americana de 1933, uma francesa também de 1933 e outra em castelhano, publicada na Argentina em 1949. À numerosa lista acrescente-se agora a primeira versão em língua portuguesa. A repercussão da obra de Bernardino Ramazzini no Brasil, se- gundo pude apurar em pesquisa, fez-se, mais remotamente, mediante
A Liga Brasileira Contra os Acidentes do Trabalho, criada e or- ganizada pelo obstinado idealismo de Nobre de Lacerda Filho, tomou a si a sedutora e útil iniciativa de editar a imortal obra de Ramazzini,
dução. Já tinha em meu poder traduções em castelhano, francês e in- glês. A Embaixada da Itália gentilmente ofereceu a edição organizada pelo Prof. Adalberto Pazzini e uma tradução italiana do Dr. O. Rossi, editada por , de Turim (1933), tendo ao lado o original em latim. Com esses elementos em mãos, lancei-me ao trabalhoso en- cargo, e aí está o que as minhas débeis forças conseguiram realizar... Servi-me principalmente das línguas mais acessíveis, como é
mazzini. Procurei, tanto quanto possível, fazer uma tradução literal, sem modernizar o texto, para não tirar o sabor da originalidade, na Uma observação: a melhor tradução do vocábulo “fullo” é “piso-
, foi traduzido por doenças dos pisoeiros, pois os nossos difícil de ser encontrada naquele tempo. As traduções do não são unifor- mes. Há diferenças ou pela falta do poema, ou por alteração dos ca- pítulos, ou, ainda, pela omissão de uma das dissertações. A presente é uma das mais completas, em parte embasada na italiana do Dr. O. Rossi, porque não traz a dissertação sobre “proteção da saúde das virgens vestais”, sem interesse para os objetivos de nossa edição. Co- loquei, porém, a dissertação “das doenças dos literatos” na primeira Se é verdade que a edição brasileira é a primeira em língua portuguesa, com prazer e por espírito de justiça esclareço que não é, porém, a primeira obra de Ramazzini a ser traduzida em português. Já em 1753, apenas 39 anos após a morte de Ramazzini, um escritor lusitano, Luiz Paulino da Silva e Azevedo, que não era médico, publi- cou um volume contendo traduções de três trabalhos de Ramazzini: a “Arte de Conservar a Saúde dos Príncipes”, “das Pessoas de Primeira Qualidade” (homens de letras) e “das Religiosas”, e mais uma obra de
Luiz Cornar “Elogios da Vida Sóbria ou Conselhos para Viver Largo Tempo”, trazendo longas anotações de Ramazzini, a quem Luiz Pauli- no da Silva chamou de “famoso”. A exemplo de Bernardino Ramazzini, em relação a seu notá- vel livro, também peço benevolência aos leitores para esta modesta tradução. Raimundo Estrêla