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A Bioética e o estudo transdisciplinar entre biologia, Notas de estudo de Administração Empresarial

Bioetica e o estudo transdisciplinar entre biologia

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 04/11/2010

maiara-bigon-8
maiara-bigon-8 🇧🇷

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Bioética é o estudo transdisciplinar entre biologia, medicina, filosofia (ética) e direito
(biodireito) que investiga as condições necessárias para uma administração responsável da
vida humana, animal e responsabilidade ambiental. Considera, portanto, questões onde não
existe consenso moral como a fertilização in vitro, o aborto, a clonagem, a eutanásia, os
transgênicos e as pesquisas com células tronco, bem como a responsabilidade moral de
cientistas em suas pesquisas e suas aplicações
História
O termo "Bioética" surgiu na década de 1970 e tinha por objetivo deslocar a
discussão acerca dos novos problemas impostos pelo desenvolvimento tecnológico,
de um viés mais tecnicista para um caminho mais pautado pelo humanismo,
superando a dicotomia entre os fatos explicáveis pela ciência e os valores
estudáveis pela ética. A biossegurança, a biotecnologia e a intervenção genética em
seres humanos, além das velhas controvérsias morais como aborto e eutanásia,
requisitavam novas abordagens e respostas ousadas da parte de uma ciência
transdisciplinar e dinâmica por definição.(Pedro Jacy)
Bioética é um neologismo construído a partir das palavras gregas bios (vida) + ethos
(relativo à ética). Segundo Diniz & Guilhem[1], "...por ser a bioética um campo
disciplinar compromissado com o conflito moral na área da saúde e da doença dos
seres humanos e dos animais não-humanos, seus temas dizem respeito a situações
de vida que nunca deixaram de estar em pauta na história da humanidade..."
As diretrizes filosóficas dessa área começaram a consolidar-se após a tragédia do
holocausto da Segunda Guerra Mundial, quando o mundo ocidental, chocado com as
práticas abusivas de médicos nazistas em nome da Ciência, cria um código para
limitar os estudos relacionados. Formula-se também a idéia que a ciência não é
mais importante que o homem. O progresso técnico deve ser controlado e
acompanhar a consciência da humanidade sobre os efeitos que eles podem ter no
mundo e na sociedade para que as novas descobertas e suas aplicações não fiquem
sujeitas a todo tipo de interesse.
O termo foi mencionado pela primeira vez em 1971, no livro “Bioética: Ponte para o
Futuro", do biólogo e oncologista americano Van R. Potter. Pouco tempo depois,
uma abordagem mais incisiva da disciplina foi feita pelo obstetra holandês Hellegers.
Em outubro de 2005, a Conferência Geral da UNESCO adotou a Declaração
Universal sobre Bioética e Direitos Humanos, que consolida os princípios
fundamentais da bioética e visa definir e promover um quadro ético normativo
comum que possa a ser utilizado para a formulação e implementação de legislações
nacionais.
Mais que uma meta-ética, a bioética transpõe-se a um movimento cultural: é neste
humanismo que se pode englobar conceitos entre o prático biodireito e o teórico
biopoder. É desta maneira que sua constante revisão e atualização se torna uma
característica fundamental.
A problemática bioética é numerosa e complexa, envolvendo fortes reflexos
imprimidos na opinião pública sobretudo pelos meios de comunicação de massa.
Alguns exemplos dos temas alarmados:
Aborto
Clonagem
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Bioética é o estudo transdisciplinar entre biologia, medicina, filosofia (ética) e direito (biodireito) que investiga as condições necessárias para uma administração responsável da vida humana, animal e responsabilidade ambiental. Considera, portanto, questões onde não existe consenso moral como a fertilização in vitro, o aborto, a clonagem, a eutanásia, os transgênicos e as pesquisas com células tronco, bem como a responsabilidade moral de cientistas em suas pesquisas e suas aplicações

História O termo "Bioética" surgiu na década de 1970 e tinha por objetivo deslocar a discussão acerca dos novos problemas impostos pelo desenvolvimento tecnológico, de um viés mais tecnicista para um caminho mais pautado pelo humanismo, superando a dicotomia entre os fatos explicáveis pela ciência e os valores estudáveis pela ética. A biossegurança, a biotecnologia e a intervenção genética em seres humanos, além das velhas controvérsias morais como aborto e eutanásia, requisitavam novas abordagens e respostas ousadas da parte de uma ciência transdisciplinar e dinâmica por definição.(Pedro Jacy) Bioética é um neologismo construído a partir das palavras gregas bios (vida) + ethos (relativo à ética). Segundo Diniz & Guilhem [1]^ , "...por ser a bioética um campo disciplinar compromissado com o conflito moral na área da saúde e da doença dos seres humanos e dos animais não-humanos, seus temas dizem respeito a situações de vida que nunca deixaram de estar em pauta na história da humanidade..."

As diretrizes filosóficas dessa área começaram a consolidar-se após a tragédia do holocausto da Segunda Guerra Mundial, quando o mundo ocidental, chocado com as práticas abusivas de médicos nazistas em nome da Ciência, cria um código para limitar os estudos relacionados. Formula-se aí também a idéia que a ciência não é mais importante que o homem. O progresso técnico deve ser controlado e acompanhar a consciência da humanidade sobre os efeitos que eles podem ter no mundo e na sociedade para que as novas descobertas e suas aplicações não fiquem sujeitas a todo tipo de interesse.

O termo foi mencionado pela primeira vez em 1971, no livro “Bioética: Ponte para o Futuro", do biólogo e oncologista americano Van R. Potter. Pouco tempo depois, uma abordagem mais incisiva da disciplina foi feita pelo obstetra holandês Hellegers.

Em outubro de 2005, a Conferência Geral da UNESCO adotou a Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos, que consolida os princípios fundamentais da bioética e visa definir e promover um quadro ético normativo comum que possa a ser utilizado para a formulação e implementação de legislações nacionais.

Mais que uma meta-ética, a bioética transpõe-se a um movimento cultural: é neste humanismo que se pode englobar conceitos entre o prático biodireito e o teórico biopoder. É desta maneira que sua constante revisão e atualização se torna uma característica fundamental.

A problemática bioética é numerosa e complexa, envolvendo fortes reflexos imprimidos na opinião pública sobretudo pelos meios de comunicação de massa. Alguns exemplos dos temas alarmados:

  • Aborto
  • Clonagem
  • (^) Eutanásia
  • Ética médica
  • Transgênicos
  • Pesquisas com células tronco
  • Consentimento Informado Teorias Edmund Pellegrino, um dos pais da bioética, afirma que se deve buscar a raiz humanista da medicina, e que tal operação deve passar pela redescoberta da tradição hipocrática. Beauchamp e Childress, por sua vez, propõem uma teoria de princípios que determina quatro princípios para a ética biomédica: autonomia da medicina, não-malefício, benefício e justiça. Robert Veatch propõe cinco pontos fundamentais na relação entre o médico e o paciente: autonomia, justiça, compromisso, verdade e não matar. A teoria utilitarista, em contraposição direta com o paradigma tradicional da ética médica, remove a sacralidade da vida humana do centro da discussão e a substitui pelo paradigma de maximização da qualidade de vida. puder, tente tornar o artigo mais imparcial. 0 0 0 1

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Uma máquina de eutanásia

Eutanásia (do grego ευθανασία - ευ "bom", θάνατος "morte") é a prática pela qual se abrevia a vida de um enfermo incurável de maneira controlada e assistida por um especialista. A eutanásia representa actualmente uma complicada questão de bioética e biodireito , pois enquanto o Estado tem como princípio a protecção da vida dos seus cidadãos, existem aqueles que, devido ao seu estado precário de saúde, desejam dar um fim ao seu sofrimento antecipando a morte. Independentemente da forma de Eutanásia praticada, seja ela legalizada ou não (tanto em Portugal como no Brasil esta prática é considerada como ilegal), é considerada como um assunto controverso, existindo sempre prós e contras – teorias eventualmente mutáveis com o tempo e a evolução da sociedade, tendo sempre em conta o valor de uma vida humana. Sendo eutanásia um conceito muito vasto, distinguem-se aqui os vários tipos e valores intrinsecamente associados: eutanásia , distanásia , ortotanásia , a própria morte e a dignidade humana. Em primeiro lugar, é importante ressaltar que a eutanasia pode ser dividida em dois grupos: a "eutanásia activa" e a "eutanásia passiva". Embora existam duas “classificações” possíveis, a eutanásia em si consiste no acto de facultar a morte sem sofrimento a um indivíduo cujo estado de doença é crónico e, portanto, incurável, normalmente associado a um imenso sofrimento físico e psíquico. A "eutanásia activa" conta com o traçado de acções que têm por objectivo pôr término à vida, na medida em que é planeada e negociada entre o doente e o profissional que vai levar e a termo o acto.

“A bioética, da maneira como ela se apresenta hoje, não é nem um saber (mesmo que inclua aspectos cognitivos), nem uma forma particular de expertise (mesmo que inclua experiência e intervenção), nem uma deontologia (mesmo incluindo aspectos normativos). Trata-se de uma prática racional muito específica que põe em movimento, ao mesmo tempo, um saber, uma experiência e uma competência normativa, em um contexto particular do agir que é definido pelo prefixo ‘bio’. Poderíamos caracteriza-la melhor dizendo que é uma instância de juízo, mas precisando que se trata de um juízo prático, que atua em circunstâncias concretas e ao qual se atribui uma finalidade prática a través de várias formas de institucionalização. Assim, a bioética constitui uma prática de segunda ordem, que opera sobre práticas de primera ordem, em contato direto com as determinações concretas da ação no âmbito das bases biológicas da existência humana.” (Ladrière, J. 2000. Del sentido de la bioética. Acta Bioethica VI(2): 199-218, p. 201-202).

“A palavra ‘bioética’ designa um conjunto de pesquisas, de discursos e práticas, via de regra pluridisciplinares, que têm por objeto esclarecer e resolver questões éticas suscitadas pelos avanços e a aplicação das tecnociências biomédicas. (...) A rigor, a bioética não é nem uma disciplina, nem uma ciência, nem uma nova ética, pois sua prática e seu discurso se situam na interseção entre várias tecnociências (em particular, a medicina e a biologia, com suas múltiplas especializações); ciências humanas (sociologia, psicologia, politologia, psicanálise...) e disciplinas que não são propriamente ciências: a ética, para começar; o direito e, de maneira geral, a filosofia e a teologia. (...) A complexidade da bioética é, de fato, tríplice. Em primeiro lugar, está na encruzilhada entre um grande número de disciplinas. Em segundo lugar, o espaço de encontro, mais o menos conflitivo, de ideologias, morais, religiões, filosofias. Por fim, ela é um lugar de importantes embates (enjeux) para uma multidão de grupos de interesses e de poderes constitutivos da sociedade civil: associação de pacientes; corpo médico; defensores dos animais; associações paramédicas; grupos ecologistas; agro-business; industrias farmacêuticas e de tecnologias médicas; bioindustria em geral” (Hottois, G 2001. Bioéthique. G. Hottois & J-N. Missa. Nouvelle encyclopédie de bioéthique. Bruxelles: De Boeck, p. 124-126)

“A bioética é o conjunto de conceitos, argumentos e normas que valorizam e justificam eticamente os atos humanos que podem ter efeitos irreversíveis sobre os fenômenos vitais” (Kottow, M., H., 1995. Introducción a la Bioética. Chile: Editorial Universitaria, 1995: p.

2[1] Singer P 1994. Ética Prática. São Paulo: Martins Fontes.

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