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2 Armazenabilidade de sementes de soja com diferentes teores de lignina, Notas de estudo de Engenharia Agronômica

Sementes de soja com diferentes teoress de lignina e sua influencia sobre opotencial fisiologico

Tipologia: Notas de estudo

2013

Compartilhado em 05/09/2013

mirian-gotardo-5
mirian-gotardo-5 🇧🇷

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Armazenabilidade de sementes de soja com diferentes teores de lignina
Mirian Gotardo(1), Thiago de Carvalho Vieira Stacciarini(1)
1. Universidade Luterana do Brasil, Curso de Agronomia, Av. Beira Rio, 1001 CEP
75550-000 Itumbiara, GO. E-mail: gotardomirian@gmail.com,
2. thiagosatcciarini@yahoo.com.br.
Resumo - A lignina é um composto químico presente no tegumento que exerce influência sobre
a perda de lixiviados, por dificultar a embebição de água das sementes. O trabalho teve por
objetivo verificar a influência do teor de lignina sobre o potencial fisiológico de sementes de
soja ao longo do armazenamento. Foram utilizadas oito cultivares de soja, analisadas
previamente quanto aos seus teores de lignina. As sementes foram armazenadas em câmara fria
(15ºC/ 60% UR) por três meses, onde mensalmente foram realizadas as avaliações do potencial
fisiológico, por meio dos testes padrão de germinação e vigor (envelhecimento acelerado e
índice de velocidade de emergência). Os resultados mostraram que não houve diferenças
significativas entre as cultivares ao longo dos períodos de armazenamento, havendo apenas
pequenas diferenças entre as cultivares, contudo sem estar relacionadas à concentração de
lignina. Palavras – chave: potencial fisiológico; lignina; armazenamento.
Introdução
Tem–se notado uma perda, que a cada dia toma maiores dimensões, nos grãos de soja
armazenados, devido a pragas e a própria composição química das sementes, além de manejo
inadequado e desconhecimento dos princípios de conservação dos grãos (KUMAR, 1999).
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Armazenabilidade de sementes de soja com diferentes teores de lignina Mirian Gotardo(1)^ , Thiago de Carvalho Vieira Stacciarini (1)

  1. Universidade Luterana do Brasil, Curso de Agronomia, Av. Beira Rio, 1001 CEP 75550-000 Itumbiara, GO. E-mail: gotardomirian@gmail.com, 2. thiagosatcciarini@yahoo.com.br.

Resumo - A lignina é um composto químico presente no tegumento que exerce influência sobre a perda de lixiviados, por dificultar a embebição de água das sementes. O trabalho teve por objetivo verificar a influência do teor de lignina sobre o potencial fisiológico de sementes de soja ao longo do armazenamento. Foram utilizadas oito cultivares de soja, analisadas previamente quanto aos seus teores de lignina. As sementes foram armazenadas em câmara fria (15ºC/ 60% UR) por três meses, onde mensalmente foram realizadas as avaliações do potencial fisiológico, por meio dos testes padrão de germinação e vigor (envelhecimento acelerado e índice de velocidade de emergência). Os resultados mostraram que não houve diferenças significativas entre as cultivares ao longo dos períodos de armazenamento, havendo apenas pequenas diferenças entre as cultivares, contudo sem estar relacionadas à concentração de lignina. Palavras – chave : potencial fisiológico; lignina; armazenamento.

Introdução Tem–se notado uma perda, que a cada dia toma maiores dimensões, nos grãos de soja armazenados, devido a pragas e a própria composição química das sementes, além de manejo inadequado e desconhecimento dos princípios de conservação dos grãos (KUMAR, 1999).

A composição química quantitativa das sementes é definida geneticamente, apesar de poder se até certo ponto, influenciada pelas condições ambientais a que foram submetidas as plantas que a originaram. Nas sementes de soja, são detectados principalmente em sua composição química, teores de óleo, proteína, açucares /sacarose, rafinose e estaquiose), carboidratos, pequeno percentual de “cinza” (resíduo), além de teores de lignina, presentes no tegumento e outros, sendo importante o conhecimento dessa composição química tanto para a germinação quanto para o vigor e potencial de armazenamento que são influenciados pelo teor dos compostos presentes na semente.(CARVALHO & NAKAGAWA, 2000).

A lignina é um polímero de constituição difícil de ser estabelecida, por causa não somente da complexidade de sua formação, baseada em unidades fenilpropanóides interligadas por diferentes tipos de ligações, como também porque sofre modificações estruturais durante seu isolamento das paredes celulares (UFSJ,2006). Sua função biológica é proteger o tecido vegetal contra a oxidação e a ação de microorganismos. Portanto, a lignina não deve ser considerada como uma substância química única (de estrutura definida), mas sim, como uma classe de materiais correlatos, constituída de carbono, hidrogênio e oxigênio, o que faz dela uma importante fonte desses elementos (Flor, 2003).

Para a germinação de sementes, estas devem absorver água para ativar seu metabolismo e promover o desencadeamento de uma série de reações químicas que culminam na germinação. Em algumas sementes os tegumentos impermeáveis impedem a absorção de água, estendendo o período de seco das mesmas até que a resistência seja superada. Assim, a taxa inicial de hidratação pode variar extensamente, dependendo das características do tegumento que revolve o embrião (FERREIRA & BORGHETTI, 2004). A longevidade das sementes é variável de acordo com o genótipo, mas o período de conservação do potencial fisiológico depende, em grande parte, do teor de água e

Previamente, amostras de cada cultivar foram enviadas ao Laboratório de Nutrição Animal do Departamento de Zootecnia da faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – UNESP/Jaboticabal, a fim de ser determinado os teores de lignina de cada material. As cultivares foram mantidas em câmara fria (15ºC/60% U.R.) por um período de três meses. A cada mês, foram realizados os testes padrão de germinação (Brasil, 1992), teor de água (Brasil, 1992), envelhecimento acelerado (Kryzanowski et al., 1999), e Índice de Velocidade de Emergência (Nakagawa, 1994). Para verificar o efeito dos diferentes teores de lignina das cultivares sobre o potencial de armazenamento, os dados foram avaliados, utilizando o Delineamento Inteiramente Casualisado (DIC) em esquema fatorial 8X3 (oito cultivares x três épocas de avaliação) com quatro repetições. Os dados provenientes dos testes padrão de germinação e envelhecimento acelerado foram transformados em arcsen x/100 para dar melhor distribuição dos dados.

Resultados e Discussão Os dados da Tabela 1 apresentam os valores de F obtidos nas análises de variância para os fatores A (cultivar), B (época) e para a interação AxB, para os Testes de Germinação e Vigor apresentados por meio do Envelhecimento Acelerado (EA) e Índice de Velocidade de Emergência (IVE). As cultivares testadas apresentaram diferenças significativas quanto ao potencial fisiológico. A germinação e o vigor, avaliado pelo índice de velocidade de emergência variaram de acordo com a época testada, ocorrendo o mesmo para a interação cultivar x época. Os resultados dos Testes Padrão de Germinação (TPG) e

Índice de Velocidade de Emergência (IVE) apresentaram variação para as diferentes épocas testadas (FATOR B) e para a interação (AxB). Conforme os dados da Tabela 2, as cultivares Tucunaré, DM309, P98C21, P98N31, P98C81 e Pintado não diferiram estatisticamente quanto à germinação ao longo dos períodos de armazenamento, ao contrário do que foi observado para as cultivares Kaiabi e Conquista. Os dados ainda demonstraram que existiu diferença estatística para germinação entre as cultivares testadas a partir de, somente na terceira época de avaliação, sendo as cultivares Tucunaré, Kaiabi, P98C21 e Conquista as que apresentaram os maiores valores médios de germinação. Esta diferença na porcentagem de germinação não estaria associada aos maiores ou menores teores de lignina, visto que as cultivares com altos valores não foram as que apresentaram as menores porcentagens médias de germinação. Estes resultados contradizem o que Panobianco (1996) observou, onde cultivares com maiores teores de lignina apresentavam maior dificuldade em absorção de água e, portanto, menores valores de germinação. Os valores de lignina das cultivares testadas eram baixos quando comparados ao que França Neto et al. (2007), demonstrou em seus resultados de pesquisa, relatando que cultivares com valores acima de 5% de teores de lignina seriam promissoras quanto a qualidade fisiológica.. Os dados referentes aos Testes de Vigor Índice de Velocidade de Emergência e Envelhecimento Acelerado em função das cultivares e épocas avaliada encontram-se nas tabelas 3 e 4. As cultivares testadas diferiram significativamente uma das outras quanto ao nível de vigor avaliado pelo teste IVE sendo a cultivar Kaiabi, apresentando teor de lignina 0,63%, a que se mostrou com maior valor médio de vigor (14,80), contudo não diferiu das cultivares Conquista (14,37) e Pintado (13,65) de valor médio de vigor com

quanto ao teste IVE, onde maiores ou menores valores de lignina não influenciaram o seu vigor, conseqüentemente sua velocidade de germinação.

Conclusão Com base nos resultados pode-se concluir que altos ou baixos teores de lignina presentes no tegumento das sementes das cultivares avaliadas não estão associados a perdas no potencial fisiológico. Outros testes devem ser realizados, a fim de podermos sugerir a inclusão em programas de melhoramento genético cultivares de soja com altos valores de lignina.

Referências

BRASIL. Ministério da Agricultura. Regras para a análise de sementes. Brasília: DNDV/CLAV,

  1. 365p.

CAMPOS, F.P.; NUSSIO, L. G. Métodos de análise de alimentos. Piracicaba:FEALQ, 2004.

CARVALHO, Nelson Moreira de; NAKAGAWA, João. Sementes: ciência, tecnologia e produção. 4.ed. Jaboticabal:FUNEP, 2000.588 p.

COSTA, José Antônio; MANICA, Ivo. Cultura da Soja. Porto Alegre: UFRGS, 1996. 233p.

FERREIRA, A. G.; BORGHETTI, F. Germinação: do básico ao aplicado. Porto Alegre: Artmed, 2004.

GALLO, Domingos et al. Manual de entomologia. Pragas de plantas e seu controle. São Paulo: Editora Agronômica Ceres, 1970. 858 p.

KRZYZANOWSKI, F.C.; FRANÇA NETO, J.B. Vigor de sementes. Seed News , Pelotas, n. (maio/jun), p.20-1, 1999.

KUMAR, A. Anais; Workshop Internacional de Soja e Milheto. Planaltina: Embrapa Cerrados, 1999.

LORINI, I.; et al. Armazenagem de grãos. Campinas. IBG, 2002.

MAGUIRE, J.D. Speed of germination-aid in selection and evaluation for seedling emergence and vigour. Crop Science , Madison, v.2, n.1, p.176-7, 1962.

MORAIS, S.A.L. Contribuição ao estudo químico de Ligninas de Eucalyptus grandis.. Belo Horizonte, 1987. 175p. Dissertação (Mestrado em Química) - UFMG/ICEx, 1987. NAKAGAWA, J. Testes de vigor baseados na avaliação das plântulas. In: VIEIRA,R.D., CARVALHO, N.M.(Edição). Teste de vigor em sementes. Jaboticabal: FUNEP,

  1. p.103-32. PANOBIANCO,M.; VIEIRA, R.D. Electrical conductivity of soybean soaked seeds: I.Effect of genotype. Pesquisa Agropecuária Brasileira , Brasília, v.31, n.9, p.621-7,

PENARIOL, A.L. teste de condutividade elétrica Efeito do teor de água de sementes de soja sobre os resultados do. Jaboticabal: FCAV/UNESP, 1997. 73p.(Dissertação de Mestrado em Agronomia). UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI. Lignina compostos e modelos. Disponível em: http://www.ufsj.edu.br/Pagina/dcnat/ lignina_e_compostos_modelo.php. Acesso em: 05 mar.2007, 15:45:23. VIEIRA, R.D.; KRYZANOWSKI, F, C. Teste de condutividade elétrica. In. KRYZANOWSKI, F. C.; VIEIRA, R.D.; FRANÇA NETO, J.B. conceitos e testes. Londrina, ABRATES, 1999.218p. Vigor de sementes

TABELA 2 – Valores Médios de Germinação para as diferentes cultivares testadas ao longo das três épocas de avaliação. CULTIVARES Épocas Tucunaré DM309 Kaiabi P98C21 P98N31 Conquista P98C81 Pintado Média 1 *95 A a^1 88,5Aa 90 B a 97,5Aa 91A a 92,5 B a 92A a 95 A a 92,

2 99 A a 92,5Aa 99 A a 95 A a 95,5Aa 94,5 B a 95A a 95,5 A a 95,

3 96,5 A ab 86,5Ac 97Aab 96A ab 92Abc 99 A a 95,5Aab 92 A bc 94,

Lignina 0,63 1,43 0,63 1,51 0,35 0,83 0,39 0,65 - Média 96,8 89,1 95,3 96,1 92,8 95,3 94,1 94,1 - CV% 6,

1 – Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

  • Dados originais porém para efeito de análise estatística foram transformados em arcsen

TABELA 3 – Valores Médios de Vigor expresso pelo Teste Índice de Velocidade de Emergência (IVE) para as diferentes cultivares testadas ao longo das três épocas de avaliação. CULTIVARES ÉPOCA TUCUNAR DM309 KAIABI P98C21 P98N31 CONQUISTA P98C81 PINTADO Média 1 13,07Abc^1 12,84Abc 14,88Aa 13,57Aabc 13,21Aabc 14,36Aab 12,40Ac 13,52Aabc 13,48A

2 12,41Acde 10,64Be 14,74Aa 12,74Abcd 13,14Aabc 14,30Aab 11,13Ade 13,94Aabc 12,88B

3 13,39Aabc 13,69Aabc 14,79Aa 12,87Abc 13,92Aabc 14,47Aab 12,12Ac 14,10Aabc 13,67A

Lignina 0,63 1,43 0,63 1,51 0,35 0,83 0,39 0,65 - Média 12,95cd 12,39de 14,8a 13,06cd 13,42bcd 14,37ab 11,71e 13,65abc -

CV% 6, 1 – Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.